sábado, 30 de agosto de 2014

James Foley quis ser jornalista para mudar o mundo, recorda ex-professor

Um antigo professor do jornalista recentemente decapitado pelo ISIS, James Foley, afirmou que seu testemunho de coragem na luta por promover a justiça no mundo inspirou muitos estudantes de sua universidade.
Em uma entrevista ao grupo ACI, o professor de jornalismo da Universidade de Marquette, William Thorn, expressou que Foley estava "ofendido pela injustiça social, a pobreza e outros problemas relacionados".
"Ele pensava que os seus documentários sobre os problemas que estas pessoas enfrentam nas zonas atingidas pela guerra e pelas injustiças, conduziriam à mudança. Essa era toda a sua agenda. Queria ser jornalista para mudar o mundo", assinalou Thorn.
Em 19 de agosto, o Estado Islâmico no Iraque e o Levante - conhecido como ISIS ou ISIL – divulgou um vídeo intitulado "Uma mensagem aos Estados Unidos" que mostrava a decapitação de Foley. O grupo informou que a execução foi em represália pelos ataques aéreos norte-americanos contra a sua insurgência militar que assassinou as minorias religiosas e deixou centenas de milhares de civis deslocados.
Foley tinha 40 anos quando, em novembro de 2012, foi sequestrado pelos militantes armados enquanto cobria a guerra civil na Síria.
Em 1996, Foley se graduou na Universidade Marquette, dirigida pela Companhia de Jesus. Em 2011, Foley retornou à universidade para falar sobre a sua prisão de 44 dias na Líbia às mãos dos seguidores de Muammar Gaddafi.
"Foley disse que a sua prisão na Líbia o fez ser um homem de oração. Lá foi onde aprendeu o valor de rezar o terço".
"Ele não tinha medo", recordou o professor. "Seu coração estava com as pessoas que estavam sofrendo nos povoados, com os que estavam sendo bombardeados, com os que não tinham comida nem água limpa. Esse era seu objetivo".
Quando era estudante, Foley seguiu o conselho da direção da universidade sobre participar de programas de justiça social. Foley ensinou em uma escola pública de secundária de Milwaukee e em outros projetos da Companhia.
"Disse-me: 'Não me dava conta do quanto eu era privilegiado até que me envolvi nessas atividades. Então decidi fazer algo a respeito'", relatou Thorn.
“Foi Marquette o que realmente fortaleceu a sua fé”, continuou o professor. “E foi na oração onde ele encontrou a confiança e foi capaz de sobreviver à prisão. Não estava realmente preocupado em voltar”.
Para Thorn, a morte de Foley foi “brutal” e “não deveria ter ocorrido”.
O professor explicou que a vida de serviço de Foley é um exemplo de como Marquette espera que seus estudantes se envolvam no exercício social e “convertam-se em pessoas ao serviço de outros”.
Em 2011, Foley escreveu à revista da universidade sobre a sua prisão na Líbia e a sua gratidão pela oração que recebeu de muitos:
“Se nada mais, a oração foi o pagamento que permitiu a minha liberdade, uma liberdade interior antes e depois do milagre de ter sido libertado durante uma guerra na qual o regime não tinha nenhum incentivo real para nos libertar”, escreveu o jornalista. “Não tinha sentido, mas a fé o fez”.

Fonte: Aci Digital

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Centenário da Família Paulina

Neste sábado, dia 23/08, a Família Paulina saiu em peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, para lá, também, aos pés da Padroeira do Brasil, elevar mais uma vez sua ação de graças pelos 100 anos de sua existência.
A missa, celebrada por Dom Raymundo Damasceno Assis, Cardeal Arcebispo de Aparecida, e concelebrada por Pe. Valdir José de Castro, ssp, Provincial dos Paulinos no Brasil, e Pe. Antônio da Silva, ssp, Secretário Geral da Província brasileira, foi participada por paulinos de várias regiões do país . Esta missa foi o encerramento das comemorações destes 100 anos de Fundação da Família Paulina.
Cardeal Damasceno, em sua homilia, parabenizou a Família Paulina:
“Vamos pedir que Deus nos faça instrumentos da Igreja, para que Jesus Cristo seja anunciado, testemunhado e comunicado a todos, como é o carisma da Família Paulina. (...) Que Deus, por intercessão de Nossa Senhora e de São Paulo Apóstolo, do Bem-Aventurado Tiago Alberione, derrame copiosas bênçãos sobre essa Família que celebra o Centenário de sua Fundação. Faço votos de que a grande Família Paulina, fiel em seu carisma, continue a testemunhar e anunciar Jesus Cristo, Mestre, Caminho, Verdade e Vida”, exortou o celebrante.
Após a missa houve uma confraternização da Família Paulina em um salão do próprio Santuário, onde a alegria e a festa tomaram conta dos membros dos diversos ramos desta família religiosa.

sábado, 23 de agosto de 2014

A reengenharia das pulgas

Duas pulgas estavam conversando e uma comentou com a outra:
– Sabe qual é o nosso problema? Nós não voamos, só sabemos saltar. Daí nossa chance de sobrevivência quando somos percebidas pelo cachorro é zero. É por isso que existem muito mais moscas do que pulgas.
Elas então contrataram uma mosca como consultora, entraram num programa de Reengenharia de voo e saíram voando. Passado algum tempo, a primeira pulga falou para a outra:
– Quer saber? Voar não é o suficiente, porque ficamos grudadas ao corpo do cachorro e nosso tempo de reação é bem menor do que a velocidade da coçada dele. Temos de aprender a fazer como as abelhas, que sugam o néctar e levantam voo rapidamente.
Elas então contrataram o serviço de consultoria de uma abelha, que lhes ensinou a técnica do chega-suga-voa. Funcionou, mas não resolveu... A primeira pulga explicou por quê:
– Nossa bolsa para armazenar sangue é pequena, por isso temos de ficar muito tempo sugando. Escapar, a gente até escapa, mas não estamos nos alimentando direito. Temos de aprender como os pernilongos fazem para se alimentar com aquela rapidez.
E então um pernilongo lhes prestou uma consultoria para incrementar o tamanho do abdômen. Resolvido, mas por poucos minutos... Como tinham ficado maiores, a aproximação delas era facilmente percebida pelo cachorro, e elas eram espantadas antes mesmo de pousar. Foi aí que encontraram uma saltitante pulguinha, que lhes perguntou:
– Ué, vocês estão enormes! Fizeram plástica?
– Não, reengenharia. Agora somos pulgas adaptadas aos desafios do século XXI. Voamos, picamos e podemos armazenar mais alimento.
– E por que é que estão com cara de famintas?
– Isso é temporário. Já estamos fazendo consultoria com um morcego, que vai nos ensinar a técnica do radar. E você?
– Ah, eu vou bem, obrigada. Forte e sadia.
Mas as pulgonas não quiseram dar a pata a torcer, e perguntaram à pulguinha:
– Mas você não está preocupada com o futuro? Não pensou em uma reengenharia?
Quem disse que não? Contratei uma lesma como consultora.
– Mas o que as lesmas têm a ver com pulgas?, quiseram saber as pulgonas...
– Tudo. Eu tinha o mesmo problema que vocês duas. Mas, em vez de dizer para a lesma o que eu queria, deixei que ela avaliasse a situação e me sugerisse a melhor solução. E ela passou três dias ali, quietinha, só observando o cachorro e então ela me disse: "Não mude nada. Apenas sente no cocuruto do cachorro. É o único lugar que a pata dele não alcança".
Autor Desconhecido

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

IPV: Reforçando a intercongregacionalidade na dimensão vocacional

O Instituto de Pastoral Vocacional (IPV), de “cara” ou logomarca nova, dentro das celebrações de seus 21 anos de serviço à Igreja e ao mundo, nasceu intercongregacional, isto é, reúne, desde sua fundação, em 15 de agosto de 1993, congregações e institutos com carisma vocacional.

Interessante observar que a intercongregacionalidade foi uma das prioridades escolhidas na última Assembleia da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), realizada em julho de 2013, em Brasília (DF), com o objetivo de proporcionar a partilha de carismas e experiências, buscando a leveza institucional, em vista da missão”. Vale ressaltar que a própria existência da CRB, enquanto tal, já é uma experiência intercongregacional, pois reúne diversos institutos em prol da animação da vida religiosa no Brasil, promovendo a comunhão entre os membros dos diversos institutos religiosos e sociedades de vida apostólica; da coordenação de atividades que visem a construção de alianças intercongregacionais na formação e missão; da atuação em favor de entidades religiosas católicas, em comunhão com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e organismos afins; da manutenção, acompanhamento, apoio e estímulo de projetos missionários e sociais, em todo o território nacional, em parceria com suas secções regionais e entidades afins, buscando a construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária; da realização de seminários, palestras, cursos, encontros, congressos e fóruns, para formação e capacitação profissional e apostólica” (cf. Estatutos da CRB, art. 6º). Mesmo sabendo que a CRB congrega vários institutos religiosos e que seus estatutos regulam suas finalidades, é necessário reforçar o tema da participação e comunhão com certa frequência.
O teólogo João Batista Libânio, em um artigo na revista Convergência, de 2008, escrevendo sobre a necessidade de ampliar alianças intercongregacionais, assim afirmou: Em vez de buscar a unicidade, uniformidade totalizadora, centralizada, prefere-se a integração da diversidade. Cada carisma permanece na própria identidade, não fechada em si, mas integrada no projeto maior da evangelização e da missão da Igreja” (Convergência 410, abr/2008, p. 253). Outro teólogo, José Maria Arnaiz, na mesma revista, mas num artigo de 2012, escrevendo sobre a intercongregacionalidade como possível, conveniente, necessária e indispensável, assim afirmou: Uma congregação religiosa não pode subsistir se não é algo mais que a soma de seus integrantes, individualmente comprometidos com uma missão [...]. Sem a comunhão do corpo apostólico entra-se numa fragmentação humanamente decepcionante e infecunda” (Convergência 450, abr/2012, p. 207). Esta rede ou relação entre as diversas congregações é possível, conveniente, necessária e indispensável, sem dúvidas! Unidade na diversidade ou diversidade unida! Pressupõe participação, esforço das partes, apoio.
Assim é o IPV, uma organização bem mais jovem que a CRB, mas que revela a possibilidade real da intercongregacionalidade entre diversos organismos religiosos afins. Quando o IPV completou 10 anos, em 2003, houve um simpósio interno com os institutos agregados, aprofundando os respectivos carismas. Como resultado do evento foi publicado um livreto, cujo conteúdo continua atual. Eis uma síntese:

Os atuais institutos agregados
O Instituto das Filhas de Nossa Senhora da Misericórdia, fundado pela Ir. Maria Josefa Rossello, em 1837, tem a experiência do amor misericordioso do Pai como carisma, que nos leva a ver e nos comover com a miséria, e à ação para promover o ser humano.
Congregação de Jesus Sacerdote, fundada por Pe. Mário Venturini, em 1926, tem por objetivo oferecer a vida na oração pela santificação dos padres, contemplando as atitudes sacerdotais de Jesus no relacionamento com o Pai e com os apóstolos. Ajuda outros padres a viverem uma grande amizade com Cristo e a se doar generosamente ao Povo de Deus.
Formada inicialmente por um grupo de mulheres, que já tinha por missão rezar pelo bom êxito da obra masculina, Pe. Mário Venturini fundou, em 1929, a Congregação das Filhas do Coração Sacerdotal de Jesus para prosseguir atuando na Igreja com a finalidade de oferecer a vida, na oração e no trabalho, para a santificação de todos os padres.
Congregação das Filhas do Divino Zelo, fundada em Messina, Itália, 1887, e aCongregação dos Rogacionistas do Coração de Jesus, também fundada em Messina, 1897, ambas por Santo Aníbal Maria Di Francia, têm a missão de zelar pelo mandamento de Jesus: “Rogai ao Senhor da messe que envie operários à sua messe...”. Os religiosos e as religiosas se empenham em rezar, propagar a oração pelas vocações e ser bons operários na messe, vivendo a compaixão, a ternura e o zelo pelo Rogate.
A Congregação das Irmãs Apostolinas (Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos para as Vocações), fundada pelo Bem-aventurado Tiago Alberione, em Castelgandolfo, Itália, 1959, tem por missão despertar, ajudar, suscitar, formar, incentivar e rezar por todas as vocações. As Apostolinas vivem a espiritualidade de Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, no espírito de São Paulo, sob o olhar de Maria, Rainha dos Apóstolos.
Sociedade das Divinas Vocações, fundada em Nápoles, Itália, 1914, e o Instituto das Irmãs das Divinas Vocações, também fundada em Nápoles, 1921, ambas pelo Padre Justino Russolillo, buscam a glória de Deus promovendo a vocação universal à santidade, dedicando-se ao serviço do despertar e do cultivo de todas as vocações para a Igreja.
Fraternidade dos Padres Operários Diocesanos do Sagrado Coração de Jesus, fundado em Tortosa, Espanha, em 1883, pelo Bem-aventurado Manuel Domingo e Sol, tem por carisma despertar, discernir, promover e acompanhar todas as vocações, especialmente a vocação presbiteral e aquelas para a vida consagrada. Os Operários Diocesanos são chamados a trabalhar no acompanhamento e na formação dos jovens.
A Congregação das Servas da Santíssima Trindade, fundada por Ir. Maria Celeste Ferreira, no Rio de Janeiro, Brasil, 1946, busca despertar nas pessoas a consciência de sua dignidade humana e de sua filiação divina pela graça do Batismo. Esta experiência de filiação, de irmandade e de ser a “casa de Deus”, vai acontecendo e se concretiza na “comunidade”. Como a Trindade, somos vocacionadas e vocacionados a formar comunidade humana, segundo o projeto de amor de Deus Trindade.
Há certa complementaridade entre os atuais institutos que formam o IPV. O específico de cada um contribui para a plenitude do todo. Na diversidade, há unidade. Cada carisma, acentuando o dom recebido, vai fazendo com que o corpo do IPV seja completo e responda plenamente à sua missão. A partir da identidade de cada um, percebem-se elementos que são indispensáveis ao serviço às vocações: a comunhão com a Trindade, a rogação, o zelo, a misericórdia, a oração, a ascese (sacrifício), o despertar, o discernimento, o cultivo das vocações e a atenção para com a vocação dos presbíteros. Na complementaridade a oração fortalece a ação e a missão dos que se empenham no trabalho e no cultivo das vocações, faz suscitar novos operários e operárias na Igreja. A oração, o trabalho e as novas vocações nascem da misericórdia e compaixão de Deus para com a humanidade. Na oração, no zelo, no despertar, no cultivo, na promoção, no apoio e no acompanhamento das vocações, o IPV concretiza seu objetivo de servir a Igreja do Brasil no campo das vocações e dos ministérios.

Desafios e expectativas
Um dos desafios no IPV, assim como na CRB e, certamente, em outras experiências reais de intercongregacionalidade, é a liberação de pessoas das congregações ou institutos agregados para atuar mais intensamente nos cargos de direção e setores de atividades da organização. O que não se pode esquecer, jamais, é que todos os membros das congregações e institutos agregados compõem a organização. No caso do IPV, todos os membros, religiosos e religiosas, dos atuais 10 institutos que compõe o IPV, deveriam sentir-se membros do IPV. Muito facilmente se associa apenas as pessoas que exercem funções na direção ou setores de atividades como os membros responsáveis da organização. Não deveria ser assim. Por isso a insistência na CRB para indicar a intercongregacionalidade como uma das prioridades dos governos, embora estatutariamente isso já deveria ocorrer. O IPV também deverá insistir e provocar, sempre, incansavelmente, seus membros agregados para a participação cada vez mais ativa. Cabe aos superiores maiores destes institutos a provocação aos seus membros.
Um outro desafio, também fundamental ao IPV, é relembrar seus institutos agregados para que incentivem seus membros a se especializarem no campo da Teologia e Psicologia Vocacional e de outras áreas importantes ao trabalho pelas vocações, para que o serviço de animação do IPV seja cada vez mais eficiente, promovendo a cultura vocacional na Igreja e na sociedade.
Em 15 de agosto p.p., houve mudança de governo no IPV, com a escolha de novos diretores e coordenadores para um mandato de três anos. Devemos louvar a Deus pelos 21 anos de serviço à Igreja no campo das vocações, agradecendo a tantos que se doaram nos cargos a que foram chamados, e, ao mesmo tempo, rezar para que o Senhor da messe envie mais operários e operárias ao serviço da própria organização estrutural do IPV, em vista de aprimorar ainda mais o seu serviço.
Pe. Juarez Albino Destro, RCJ
Diretor Presidente

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Não tenham medo

A fé deveria ser capaz de exorcizar todos os medos. Na vida real e concreta, porém, as coisas não são bem assim. Fé e medo caminham lado a lado, como dois companheiros inseparáveis da mesma travessia. Mais que isso, a fé se apresenta como uma plantinha frágil e ambígua, capaz de nascer, crescer e se fortalecer somente no terreno dos medos e das dúvidas, das perguntas e das inquietações. Temor e tremor, angústias e contradições parecem formar-lhe um solo fecundo e fértil. Também parece sentir-se à vontade em meio ao deserto, ao silêncio e à solidão. Em lugar de sustentar-se em "verdades absolutas”, quase sempre convive com incertezas e inseguranças, caso contrário não seria fé.
De fato, a fé concentra o foco sobre aquilo que não se vê, ou sobre aquilo que se espera com ansiedade, mas ainda nos escapa por entre os dedos. Desejamos, mas não possuímos, ou melhor, desejamos porque não possuímos. Desenvolve-se em solo escorregadio, movediço e suspeito de esconder armadilhas. Por isso, segue vias lentas, tortuosas e labirínticas, pois em terreno minado não se caminha depressa nem em linha reta. Numa palavra, a fé se apresenta como filha legítima do próprio medo, sendo-lhe este, a um só tempo, causa e estímulo.
E são inúmeros os medos que, aberta ou furtivamente, se abrigam em nosso interior mais obscuro e incógnito. Como vulcões adormecidos, explodem e nos cegam com suas larvas, cinza e fumaça. Sem controle nem preaviso, sobem aos céus, escondem a luz do sol, envenenam o ar e nos dominam. Sim, eles são muitos e não tem nome nem rosto, uma "legião”, alerta o relato evangélico. Medo do amanhã e do futuro, por desconhecido e portando incontrolável; pressentimento da derrota e do fracasso, os quais põem a nu a frustração e a impotência; receio do escuro, com suas sombras e ruídos indecifráveis; temor do vizinho, do diferente e do estrangeiro, pois, como dizia o escritor e filósofo francês Jean-Paul Sartre "l’enfer, c’est les autres” (o inferno, são os outros). Tudo isso nos faz respirar uma atmosfera pesada e constrangedora.
Entretanto Jesus insiste: não tenham medo! "Estarei com vocês até o fim dos tempos”; "retorno para o Pai, mas não vos deixarei ófãos”; mesmo dormindo, Ele permanence na barca em meio à tempestade; "não tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar o espírito”; "sou eu”, não um fantasma! Eis a palavra chave: medos são em geral fantasmos de uma imaginação transtornada e doentia. Fantasmas agigantados pelas trevas da noite ou da dor, pela fragilidade física e emocional em situações-limite de desespero e pelas feridas não cicatrizadas na mente e na alma. Sombras do passado, do sofrimento e da solidão que cobrem o céu do presente e do futuro, impendido-nos de enxergar um palmo à frente do próprio nariz.
Permanece o enigma, sempre vivo e oculto atrás da porta ou de cada curva da estrada: como eliminar o medo a partir da fé? Ou pelo menos amenizar seu assédio inesperado, incômodo, inoportuno? "Quem tem fé nada teme” – dizem alguns. Mas numerosos exemplos do cotidiano demonstram o contrário. Ou será que a fé sequer alcança o tamanho do "grão de mostarda”! Definitivamente, não há receitas nem respostas. Apenas a busca e a esperança de, na falta de luz, aprender a caminhar no escuro.
Autor: pe. Alfredo J. Gonçalves      -          Adital


domingo, 3 de agosto de 2014

Descubra você

Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.
Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição.
Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício.
Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.
 Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido.
Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho.
Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus.
Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades.
Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar.
O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser.
E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim.
Sorria. Mas não se esconda atrás deste sorriso. Mostre aquilo que você é. Sem medo. Existem pessoas que sonham.
Viva. Tente. Felicidade é o resultado dessa tentativa.
Ame acima de tudo. Ame a tudo e a todos. Deles depende a felicidade completa. Procure o que há de bom em tudo e em todos. Não faça dos defeitos uma distância e, sim uma aproximação.
Aceite. A vida, as pessoas. Faça delas a sua razão de viver. Entenda os que pensam diferentemente de você. Não os reprove. Olhe à sua volta, quantos amigos... Você já tornou alguém feliz? Ou fez alguém sofrer com o seu egoísmo? Não corra... Para que tanta pressa? Corra apenas para dentro de você.
Sonhe, mas não transforme esse sonho em fuga.
Acredite! Espere! Sempre deve haver uma esperança. Sempre brilhará uma estrela.
Chore! Lute!
Faça aquilo que você gosta. Sinta o que há dentro de você.
Ouça... Escute o que as pessoas têm a lhe dizer. É importante. Faça dos obstáculos degraus para aquilo que você acha supremo...
Mas não se esqueça daqueles que não conseguiram subir a escada da vida. Descubra aquilo de bom dentro de você. Procure acima de tudo ser gente.
Eu também vou tentar.
Autor: Charles Chaplin

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Início do mês Vocacional

Há 30 anos a Igreja no Brasil comemora, em agosto, o Mês Vocacional. A proposta é intensificar com orações, atividades e gestos a realidade vocacional, construindo, assim, uma sólida cultura vocacional. Este ano, o Mês Vocacional tem como tema “Vocações para uma grande missão” e lema “Ide e anunciai” (Mt 11, 4b)
O arcebispo de Palmas (TO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, dom Pedro Brito Guimarães, descreve a situação vocacional no país. O bispo explica que há uma diminuição das vocações aos ministérios ordenados e à vida consagrada. “Ainda não estamos à beira do limite tolerável, como em outras partes do mundo, mas já ressentimos esta crise e não podemos ignorá-la”, afirma. Hoje, no Brasil, há 5.568 seminaristas maiores, de Filosofia e de Teologia, enquanto existem 5.570 municípios e 10.720 paróquias. Estatisticamente, a proporção é de um seminarista por município e metade de um seminarista por paróquia.
Segundo dom Pedro, esse cenário retrata a importância que o discurso vocacional deve ter na Igreja e torna necessário que as comunidades sejam impulsionadas por novas vocações. O bispo acrescenta que as famílias devem incentivar seus filhos e filhas na caminhada vocacional e que a igreja precisa articular as equipes vocacionais paroquiais frente a um entusiasmado Serviço de Animação Vocacional e uma Pastoral Vocacional atenta.
O arcebispo lembra que é Jesus Cristo que está no centro de interesse de todo e qualquer anúncio vocacional. Ele cita que Jesus foi o primeiro a rezar pelas vocações e assumiu como causa a questão vocacional, ao ensinar, segundo dom Pedro, a mais eficaz das orações vocacionais: “a colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos! Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie operários para a sua colheita”.

Fonte: CNBB