sábado, 28 de fevereiro de 2015

Vem Espírito

Vem, Espírito Santo,
faze de nós testemunhas enamoradas e contagiantes da verdade que salva!
Vem tornar-nos irradiantes da luz e da alegria
que o Verbo da vida infunde nos corações na fé.
Derrama em nós o amor de Deus que faça de cada um de nós
transparência do seu rosto para o próximo,
nas pequenas e grandes histórias da caridade que salva.
Sê tu, em nós, esperança ardente,
antecipação militante do eterno futuro,
penhor e sinal da glória, suspirada e esperada:
e faze que com nossa vida possamos atrair para  para o presente mundo
o futuro da promessa de Deus, como testemunhas dignas de fé
na esperança que não decepciona.
Bruno Forte

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O Bordado

Quando era pequeno, minha mãe costurava muito. Eu me sentava perto dela e lhe perguntava o que estava fazendo. Ela me respondia que estava bordando.
Eu observava seu trabalho de uma posição mais baixa de onde ela estava sentada, e sempre lhe perguntava o que estava fazendo, dizendo-lhe que de onde eu estava o que ela fazia me parecia muito confuso. Ela sorria, olhava para baixo e gentilmente dizia: "Filho, saia um pouco para brincar e quando terminar meu bordado te chamarei e te colocarei sentado em meu colo e te deixarei ver o bordado desde a minha posição".
Perguntava-me porque ela usava alguns fios de cores escuras e porque me pareciam tão desordenados de onde eu estava. Minutos mais tarde escutava-a chamando-me: "Filho, vem e senta-te em meu colo".
Eu o fazia de imediato e me surpreendia e emocionava ao ver a formosa flor e o belo entardecer no bordado. Não podia crer; de baixo parecia tão confuso. Então minha mãe me dizia: "Filho, de baixo para cima tudo te parecia confuso e desordenado, porém não te ocorria de que há um plano acima. "Havia um desenho; só o estava seguindo. Agora olhando-o da minha posição saberás o que estava fazendo".
Muitas vezes ao longo dos anos tenho olhado para o céu e dito: "Pai o que estais fazendo?". Ele responde: "Estou bordando tua vida". E eu lhe replico: "Mas está tudo tão confuso; em desordem. Os fios parecem tão escuros, porque não são mais brilhantes?". O Pai parecia dizer-me: "Meu filho, ocupa-te de teu trabalho e Eu farei o meu; um dia te trarei ao céu e te colocarei em meu colo e então verás o plano desde a Minha posição".
Autor Desconhecido

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O sacramento da confirmação

No desenvolvimento da vida cristã, ao batismo se acrescenta uma comunicação especial do Espírito, que age mediante a oração e a imposição das mãos por parte dos apóstolos e que constitui uma confirmação e renovação do dom recebido, em vista do testemunho e do serviço: é o sacramento da confirmação. O livro dos Atos testemunha essa efusão do Espírito realizada sobre aqueles que "tinham sido somente batizados": "Depois, porém, passaram a crer na pregação de Felipe sobre o Reino de Deus e o nome de Jesus Cristo, e homens e mulheres se deixaram batizar.... Os apóstolos que estavam em Jerusalém souberam que a Samaria acolhera a Palavra de Deus e enviaram para lá Pedro e João. Chegando ali, oraram pelos habitantes da Samaria, para que recebessem o Espírito Santo. Pois, o Espírito ainda não viera sobre nenhum deles; só tinham recebido o batismo no nome do Senhor Jesus. Pedro e João impuseram-lhe as mãos, e eles receberam o Espírito Santo" (At 8,12-17; cf. 19,1-7).
A distinção entre batismo e confirmação não é entendida como separação, como demonstra a mesma práxis da Igreja, que antigamente - como ainda hoje no Oriente - celebrava num único ato os sacramentos de iniciação: em ambos os acontecimentos agem o Cristo e o Espírito, que o torna presente e é por ele derramado. Em ambos se atualizam na vida do crente os mistérios da Páscoa e do Pentecostes. Todavia, como a pessoa humana se desenvolve num crescimento pelo qual, cada vez mais, se torna ela mesma, também na passagem do batismo para a confirmação o cristão é chamado a se tornar em plenitude aquelo que é a testemunhar aos outros com firme convicção, a condição de "nova criatura" na qual foi transformado. Da consagração batismal a Deus, pela qual se entrega ternamente como filho ao Pai, o batizado passa, assim, para o exercício ativo da missão, que dela brota. Por isso, a Igreja reza com os crismandos, dizendo: "Ó Deus de poder e misericórdia, fazei que o Espírito Santo, vindo habitar em nossos corações, nos torne um templo de sua glória... Deus de bondade, realizai em nós vossa promessa para que a vinda do Espírito Santo nos torne perante o mundo testemunhas do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo".
Com a invocação do dom do Espírito Santo, a confirmação une o sinal da imposição das mãos, que indica a tomada de posse do crismando por parte do Senhor. Esse gesto esteve frequentemente unido - ou substituido totalmente - com a unção, que, em analogia com a dos profetas, dos sacerdotes e dos reis do Antigo Testamento e com a definitiva do Cristo (cf. Lc 4,18; At 4,27; 10,38; Hb 1,90, é sinal da ação divina, que vem invadir os corações e transformá-los em vista da missão conferida a cada um. Por isso, a confirmação é chamada também "crisma", em referência ao "crisma" (cf. 1Jo 2,20-27) e ao "selo" do Espírito (cf. 2Cor 1,22; Ef 1,13; 3,30), conferido nela. E, por isso, a Igreja reza para que Deus derrame sobre os crismandos "o Espírito Santo, a fim de confirmá-los pela sua unção ao Cristo, Filho de Deus".
Também na crisma a presença viva e operante da Trindade é decisiva. Se o batismo tornou o cristão filho no Filho diante do Pai, a confirmação enriquece de uma nova, particular força do Espírito Santo, que o torna capaz de testemunhar a existência redimida, irradiando aquela fé, que a misteriosa atração de Deus Pai havia suscitado nele. Se o batismo configurou o crente ao Filho Jesus Cristo, tornando-o participante do seu mistério pascal, a confirmação o faz, em plenitude, testemunha do Senhor Jesus, ativando nele um novo agir em união com o crucificado ressuscitado. Se, finalmente, o batismo encheu o crente dos dons do Espírito e o incorporou à Igreja, a confirmação, pelo dom especial do Espírito que nela se realiza, o impele a fazer frutificar no serviço os carismas recebidos e a estar plenamente unido à Igreja inteira na sua consagração e missão. O fato de o bispo, sinal e servo da unidade da Igreja, ser ministro "ordinário" da confirmação está sublinhando o caráter eclesial do novo agir, tornado possível pelo dom especial do Espírito que age no sacramento.
Em relação à Trindade, batismo e confirmação constituem, então, dois momentos da mesma doação divina ao homem, dos quais o primeiro faz entrar a pessoa na profundeza da vida trinitária, e o segundo a ajuda a fazer resplandecer esta mesma vida no fulgor de um novo agir, corroborado pelo Espírito. O ser na Trindade e o agir nela não são nunca separáveis, como não são separáveis a ação divina no coração da pessoa e o seu irradiar-se no testemunho: por isso, batismo e confirmação permanecem inseparavelmente ligados no desenvolvimento da vida cristã. O filho é chamado a se tornar a testemunha; quem foi perdoado e tornado nova criatura, deve anunciá-lo a todos com a palavra e com a vida; quem começou a fazer parte do novo povo de Deus deve ser nele ativo e co-responsável, ocupando-se, junto com os outros, do ministério de edificação do Reino de justiça e de paz, já iniciado, e, todavia, ainda não plenamente realizado.
Bruno Forte

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Deus de misericórdia

Deus de misericórdia, como o pai do Filho Pródigo,
tu esperas o nosso retorno, com a esperança e a fidelidade
do teu coração divino: e quando nós decidimos voltar para ti,
na tua casa tudo é festa e um banquete é preparado para nós.
Precisamos, então, dizer-te, na verdade do coração e da vida,
a palavra do filho reencontrado:
"Pequei contra ti, não sou digno de ser chamado teu filho".
E tu nos ofereces o abraço do perdão no gesto sacramental da tua Igreja.
No teu Filho Cristo Jesus, Salvador do mundo,
e continuas a abrir para cada pecador arrependido o acesso ao teu Reino.
Dá-nos o teu Espírito Santo, fonte de paz e de amor,
para que, purificados de toda culpa e reconciliados contigo
na comunhão dos teus santos, caminhemos na história como filhos da luz
e sejamos para todos testemunhas da alegria,
que vem unicamente de ti, e operários da reconciliação,
que somente é possível em ti.
Bruno Forte

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Onde Deus mora?

Onde Deus mora? Onde o encontraremos, para que o seu amor, que nos parece muitas vezes silencioso e escondido, nos fale e o rosto de sua fidelidade se revele ao nosso coração inquieto? Onde nos deixaremos alcançar e amar por ele, para que nos contagiem a coragem de existir e a alegria de nos querer humanos até o fundo, segundo o seu projeto e o desejo do seu coração divino? Onde nós, nascidos no tempo poderemos renascer para vida que começa no tempo e não conhecerá ocaso?
A estas perguntas a fé da Igreja responde nos indicando alguns acontecimentos, nos quais a graça do Eterno nos é oferecida em gestos e palavras da nossa história: os sacramentos, lugares do encontro com Deus.  Por isso, conhecer e viver os sacramentos é tão importante para fazer experiência do amor, revelado e doado em Jesus Cristo.
Um esclarecimento inicial irá nos ajudar a ir além da dificuldade de uma palavra, tão antiga e usada quanto frequentemente obscura ou confusa, como é a palavra "sacramento": a palavra deriva do latim, onde era usada com o significado de "juramento de fidelidade" (sacramentum). Entre dois amigos, entre dois contraentes, entre um cidadão e a res publica, estabeleciam-se pactos solenes e selados por um "sacramento". Quando se começou a traduzir a Bíblia para o latim, esta palavra pareceu apropriada para expressar o termo grego "mistério", que no Novo Testamento - sobretudo em Paulo - designa o plano divino de salvação, que se vem realizar no tempo. O "mistério" é uma espécie de pacto com o qual Deus se destina ao homem no amor, entra na sua história e o chama a edificar com ele o seu projeto de salvação. No "mistério", a glória divina é escondida e, ao mesmo tempo, revelada nos sinais da história, como acontece exatamente em Jesus Cristo, em quem Deus nos fez conhecer o desígnio da sua vontade (cf. Ef 1,9), desde sempre envolto no silêncio (cf. Rm 16,25), e nos deu o Espírito para realizá-lo.
O "mistério - sacramento" vem assim expressar o encontro da aliança, que se realiza na história entre a iniciativa divina e a acolhida do homem: o sacramento é o acontecimento, feito de gestos e palavras, do encontro com Deus, que não hesita em "sujar as mãos" com a nossa cotidianidade e os nossos limites, porque nos ama e deseja se encontrar conosco. O Senhor do céu e da terra se faz à nossa medida sem medida do seu amor.
Nesse encontro, assume um lugar importante o nosso corpo, que é atingido pela graça divina através de sinais, gestos e palavras visíveis, perceptíveis e audíveis pelos nossos sentidos também assim o Deus cristão mostra a dignidade e a importância que tem para ele a nossa humanidade em todas as suas expressões. Toda salvação votada só para alma, todo desprezo do corpo e das suas exigências são excluídos do cristianismo, que é, por excelência, a religião do encontro histórico e sacramental com Deus. Pode-se dizer até que o sacramento é o advento de Deus na corporeidade, e que toda a história da salvação, enquanto comunicação da vida divina ao homem nos sinais do tempo e do espaço, é a história do envolvimento de Deus com a consistência da nossa história,  em todas as suas expectativas e resistências, os seus ímpetos e medos: verdadeiramente o amor divino "toma corpo" na história para se comunicar a nós e atrair-nos para si.
Para expressar esse empenho divino total nas palavras e nos gestos humanos, que constituem os sacramentos, fala-se dele como de um "sinal eficaz da graça": com esta fórmula, quer-se lembrar tanto os aspectos visíveis, audíveis e perceptíveis do acontecimento sacramental (o "sinal"), como também a vida divina oferecida aos homens através deles pelo amor do Eterno (a "graça"). A fórmula evidencia, além disso, a relação real e transformadora que se estabelece entre Deus e o homem mediante a celebração do sacramento (a "eficácia"). Ela traduz, assim, a verdade estupenda do encontro pessoal entre o Deus divino e o homem vivo, que se realiza nos sacramentos, através das palavras e dos gestos queridos pelo Senhor, como veículos das sua doação ao home, que é chamado, por sua vez, a corresponder ao dom com a liberdade de um assentimento, que  a graça prepara e torna possível.
O Deus, que quer falar aos homens como a amigos, entra, portanto, na nossa linguagem, assume os gestos e as palavras através dos quais o nosso coração pode ser alcançado, e manifesta assim o maravilhoso poder do seu amor, que sabe fazer-se tudo para todos, contanto que salve, de alguma forma, alguém. A Palavra eterna entra nas palavras do tempo, o acontecimento eterno do amor vem se apresentar nos acontecimentos humildes do amor humano: os sacramentos constituem, nesse sentido, a demonstração contínua da ternura e da compaixão do nosso Deus, e celebram  a sua misericórdia e o perdão, a condescendência com a nossa pequenez e o desejo de nos fazer participantes da sua vida divina. Por isso, os sacramentos representam, na nossa vida, o ponto do encontro historicamente mais intenso com Deus, o lugar concreto no qual a eternidade entra no tempo e os nossos dias na eternidade. Eles são um encontro de amor, uma oferta voltada para a nossa liberdade daquele que, embora seja e permaneço o Senhor altíssimo e onipotente, vive para nós na humildade do "mendicante de amor", que chama, doa-se ele mesmo e espera o nosso sim para fazer - aqui e agora - aliança conosco.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

“A Pastoral Juvenil é vocacional”

Na carta mensal, enviada aos párocos e demais responsáveis pela evangelização da juventude no Brasil, dom Eduardo Pinheiro da Silva, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, apresenta reflexão sobre a “Vida Consagrada”, celebrada mundialmente, no
dia 2 de fevereiro.
O bispo diz que, por meio da Pastoral Juvenil, nascem diferentes vocações entre os jovens. “A Pastoral Juvenil é, intrinsecamente, Pastoral Vocacional, ou não é “Pastoral”! Em seu bojo, todo serviço aos jovens deve se tornar um apelo cativante, possível e concreto de seguimento a Jesus Cristo, nas mais variadas vocações”, explica dom Eduardo.

Leia íntegra da Carta
Brasília, 1º de Fevereiro de 2015.
Caros párocos e demais responsáveis pela evangelização da juventude no Brasil.
“Ele será um sinal de contradição” (Lc 2, 34)
 No Templo, no dia em que Jesus é apresentado, Simeão profetisa que aquele Menino que veio como “Luz para iluminar as nações” se tornará, por isto, “sinal de contradição”. Também o jovem, pelo seu jeito dinâmico de ser nesta fase da vida, carrega em si esta marca que, quando bem entendida e valorizada, traz benefícios para todos. É importante reconhecer isto e garantir-lhe condições de seu desenvolvimento sadio.
“Nunca percam a esperança e a utopia, vocês são os profetas da esperança, são o presente da sociedade e da nossa amada Igreja e por sobre todo são os que podem construir uma nova Civilização do Amor. Joguem a vida por grandes ideais. Apostem em grandes ideais, em coisas grandes; não fomos escolhidos pelo Senhor para coisinhas pequenas, mas para coisas grandes!” Com estas palavras o Papa Francisco se dirigiu à Pastoral da Juventude em seu 11º. Encontro Nacional, que aconteceu em Manaus, no final do mês passado, com a presença de jovens de todas as partes do país. Mensagem animadora a todos os jovens e, ao mesmo tempo, questionadora aos adultos responsáveis pela sua vida, educação e evangelização. Se, por um lado, a decisão por uma vida significativa depende do próprio jovem, por outro, exige dos adultos e das estruturas eclesiais condições favoráveis para uma alegre e consistente resposta.
Por isso, nos perguntamos:
“Nossas comunidades paroquiais e os projetos juvenis estão se empenhando para ajudarem os jovens a não perderem ‘a esperança e a utopia’ e a se tornarem verdadeiros ‘profetas do presente’? Ou temos perdido ricas ocasiões de formação de líderes para a Igreja e para a sociedade? O que se faz urgente renovar em nossa oferta às novas gerações para que as mesmas se sintam mais atraídas, corresponsáveis e capacitadas na construção da Civilização do Amor?”
“Além disso, o que estamos fazendo de concreto para que os jovens sejam incentivados a pensar e a apostar ‘em grandes ideais, em coisas grandes’, como expressou o Papa?” Não dá para ignorar que neste pedido do Papa Francisco há um forte convite vocacional aos jovens: “fomos escolhidos pelo Senhor para coisas grandes”! A pastoral juvenil é, intrinsicamente, pastoral vocacional, ou não é “pastoral”! Em seu bojo, todo serviço aos jovens deve se tornar um apelo cativante, possível e concreto de seguimento a Jesus Cristo, nas mais variadas vocações. “A dinâmica pastoral paroquial tem se debruçado neste assunto, buscando com criatividade novas formas de vivência da cultura vocacional no meio da juventude?”
Com a Festa da Apresentação de Jesus no Templo, no dia 2 de fevereiro, celebramos também o “Dia Mundial da Vida Consagrada”. A Vida Consagrada, reconhecida como uma das formas de radicalidade de entrega na dinâmica do Evangelho, é acolhida pela Igreja e, como Jesus, se apresenta como “luz para as nações” nas periferias existenciais da humanidade e “sinal de contradição” na sociedade, ousando o novo, profetizando a vitória da vida sobre a morte! A Igreja reconhece a novidade do Espírito Santo que presenteia o mundo com homens e mulheres dispostos à entrega radical da vida à missão evangelizadora de Jesus Cristo.
Sabendo que a Igreja precisa dos consagrados, quais “pontas de lança” e profetismo que abrem caminhos em vista da vida do povo, ela se compromete com a dinâmica vocacional, sinal de sua vivacidade e atualização no tempo. Assim sendo, como nossas paróquias e comunidades têm se organizado para envolver os jovens nesta perspectiva de Vida Consagrada?
Estamos iniciando, a pedido do Papa, o “Ano da Vida Consagrada”. Não seria nada mau se, durante este ano, com relação a este tema nossas paróquias fossem mais criativas, junto aos fiéis, à catequese e às organizações juvenis. Eis aqui algumas sugestões:
-  fazer levantamento das Comunidades Religiosas presentes no território paroquial;
-  confeccionar e expor um mural ou vídeo sobre estas Congregações;
-  esclarecer sobre a diferença entre consagrados leigos e consagrados religiosos;
- convidar os consagrados para falarem aos jovens;
-  divulgar folhetos e outros subsídios sobre os Fundadores (as) e as atividades do carisma;
-  pesquisar e estudar a vida dos santos que pertencem às Comunidades Religiosas;
-  organizar visitas dos jovens nas Casas Religiosas e em suas Obras Sociais;
-  celebrar os aniversários de Profissão Religiosa dos consagrados e consagradas locais;
-  esclarecer sobre a importância e a identidade desta vocação específica na Igreja;
É claro que, acima de tudo, a animação vocacional entre os jovens se dá pela experiência concreta de convivência com pessoas entusiasmadas pela própria opção de vida consagrada, afinal de contas, “A vida consagrada não cresce, se organizarmos belas campanhas vocacionais, mas se as jovens e os jovens que nos encontram se sentirem atraídos por nós, se nos virem homens e mulheres felizes! De igual forma, a eficácia apostólica da vida consagrada não depende da eficiência e da força dos seus meios. É a vossa vida que deve falar, uma vida da qual transparece a alegria e a beleza de viver o Evangelho e seguir a Cristo.” (Carta Apostólica do Papa Francisco para a proclamação do Ano da Vida Consagrada, 21/11/2014).
Nossa Senhora da Candelária, Mãe da Luz, fortaleça nossos queridos e queridas consagradas com a renovação do ardor missionário e com o aumento de suas vocações; e auxilie nossas paróquias e iniciativas juvenis a ousarem convites cativantes aos jovens para esta vocação específica da vida cristã.
Com estima,
Dom Eduardo Pinheiro da Silva, sdb
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Projeto Original da Vida Consagrada

    à Os padres do deserto e as primeiras comunidades religiosas queriam somente uma coisa: Viver a aliança do seu batismo de uma forma radical.
     à Qual a essência desta aliança batismal? É AMAR!! AMAR a DEUS de “todo seu coração, com toda a sua alma, com todo seu entendimento e com toda a sua força”(Mc 12, 31);  e AMAR o PRÓXIMO como a si mesmo (Mc 12, 28-34).
      à Portanto é amar a Deus de forma radical e amar o próximo também de maneira radical.

     à O projeto central da vida consagrada é muito simples. É amar!!  Fala do desejo sincero de amar a Deus com paixão, porque descobrimos, na contemplação que Deus foi quem se apaixonou primeiro por nós.
     à E por causa do amor a Deus, nosso amor tem de chegar até sinais proféticos de amor ao próximo.
     à Todo o restante da vida consagrada como: estruturas, apostolado, vida comunitária, não teria sentido se não fosse inspirado e motivado pela vivência radical da aliança do batismo.
      Por isso, na vida de um consagrado há somente um único absoluto, DEUS.
à

e) Conseqüências:
à a pessoa consagrada pertence totalmente a Deus;
à é uma aliança livremente assumida;
à assume um processo de conversão para a vida inteira: deixar todos os ídolos ou absolutos, para acolher o único Absoluto em sua vida.
à Os votos, castidade, pobreza e obediência são meios principais para viver o Primado do Absoluto.