sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Menino de 7 anos raspa a cabeça em solidariedade ao melhor amigo


Apesar de sua pouca idade, Vincent Butterfield, de 7 anos, aluno do Central elementary School Union em Missouri (Estados Unidos), deu exemplo de amizade e solidariedade ao raspar a cabeça para que o seu melhor amigo que sofre de leucemia não se sinta estranho, e também começou a vender cachecóis para ajudá-lo a pagar seu tratamento médico.
Quando Vincent soube que o seu amigo, Zac Gossage, foi diagnosticado com câncer começou a realizar muitas perguntas sobre o tema, aprendeu que seu amigo ficaria sem cabelo e que seu tratamento seria muito caro.
Em suas próprias palavras, Vincent explicou que a doença “é uma briga entre as células brancas e as vermelhas”, conforme informou o noticiário local do WTNH canal 8.
Zac tem que ir com muita frequência ao hospital para realizar o seu tratamento de quimioterapia, mas mesmo assim o menino não falta à escola “porque assim eu posso brincar com Vincent”, assinalou, e cada vez que a professora lhe pergunta como está, ele responde com entusiasmo “estou bem”.
Um dia Vincent chegou ao colégio com a cabeça coberta com uma boina, e disse a sua professora que tinha uma surpresa para Zac e quando tirou a boina mostrou a sua cabeça raspada. "Fiz isso para que não sentisse que ele é o único sem cabelo", expressou o menino.
Com o apoio de sua família, Vincent decidiu vender cachecóis, com a venda de mais de 20 deles conseguiu um pouco mais de 200 dólares que entregou ao seu melhor amigo para seu tratamento.
Os que o conhecem assinalam que Vincent, apesar de ser muito novo, ensina com o exemplo o valor da amizade, da entrega e da solidariedade para ajudar não apenas economicamente a um amigo, mas também com gestos que só podem nascer de um coração puro e sincero.
fonte: Aci Digital

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Morre o padre João Batista Libânio


Morreu, na manhã desta quinta-feira (30), o colunista de O TEMPO João Batista Libanio, que completaria 82 anos no próximo dia 19, vítima de um infarto. Teólogo, escritor, professor e padre jesuíta, Libanio ministrava um retiro espiritual em Curitiba (PR) quando passou mal e veio a óbito. O teósofo, biblista e também colunista de O TEMPO José Reis Chaves, lamentou a perda do colega. "Foi o maior teólogo da América Latina".
Libanio era formado em Filosofia pela Faculdade de Filosofia de Nova Friburgo (RJ) e em Letras Neolatinas pela PUC-Rio, além de possuir mestrado e doutorado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. O estudioso foi, também, assessor da Conferência dos Religiosos do Brasil e do Instituto Nacional de Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Autor de 36 livros e co-autor de mais de 125 obras, traduzidas em vários idiomas, Libanio era professor da Faculdade Jesuíta (Faje) desde sua fundação, em 1982. Segundo o diretor do Departamento de Teologia da Faje, padre Geraldo de Mori, seu amigo pessoal Libanio marcou época. "Ele deu a vida por uma teologia preocupada com o diálogo com a Igreja e com o mundo. Era um homem simples, de Deus, de espírito jovel e mente sempre aberta. Um verdadeiro formador de gerações".
O velório de João Batista Libanio deve acontecer na sede da Faculdade Jesuíta, em horário ainda a ser definido.

Fonte: Jornal O Tempo

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Dinâmica - Riqueza dos nomes

Material
Tiras de papel ou cartolina, pincel atômico ou caneta hidrográfica, cartaz para escrever as palavras montadas ou quadro-negro.

Passos
1-  Os participantes de um grupo novo são convidados pelo coordenador a andar pela sala se olhando, enquanto uma música toca.
2-  Quando o som para, escolher um par e ficar ao lado dele (a). Cumprimentar-se de alguma forma, com algum gesto (aperto de mão, abraço, beijo no rosto e etc).
3- Colocar novamente os pares a andar pela sala (desta vez são os dois andando juntos). Assim que parar a música, devem se associar a outro par (fica o grupo com quatro pessoas).
4-  Cada participante do grupo composto de quatro pessoas recebe uma cartolina e coloca nela seu nome (tira de papel também serve).
5-  Após mostrar o nome para os outros três companheiros, os participantes deste pequeno grupo juntarão uma palavra com estas sílabas (servem apenas as letras).
(Exemplo: Anderson + JÚlio + DAiane = Ajuda / Airton + RoMIlton + ZAira + SanDEr = Amizade)

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Projeto Missionário e CRB (SP) enviam religiosas para Amazônia

No próximo dia 26 de janeiro, domingo, às 11h, na Catedral da Sé, será celebrada uma Missa de envio de três religiosas que partem em missão para Amazônia pelo Projeto Missionário entre os Regionais da CNBB  Sul 1 (São Paulo) e Norte 1 (Norte do Amazonas e Roraima).
Serão enviadas as Irmãs: Isabel Patuzzo, da Congregação Missionárias da Imaculada – PIME; Julia Maria Peccim, dominicanas de São José Ilanz e Luiza Ferreira da Silva, da congregação Sagrada Família de Bordeaux. As três religiosas embarcam para Amazônia no próximo dia 04 de fevereiro, onde vão atuar na Diocese de Tabatinga, AM.
A missa será presidida pelo Cardeal Arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer e concelebrada pelo Presidente do Conselho Missionário Regional (Comire), dom Vicente Costa.
Projeto Missionário Sul 1 – Norte 1 – Criado em 1994, pelos Bispos do Estado de São Paulo, para colaborar com as igrejas na Amazônia. A Conferência dos Religiosos/as do Brasil (CRB) do Estado de São Paulo, adere ao Projeto, através da comunidade intercongregacional. Desde então, foram enviados mais de 70 missionários e missionárias entre padres, religiosas e leigos que doam, pelo menos, três anos de sua vida para a missão na Igreja da Amazônia.
As três religiosas embarcam para Amazônia no dia 4 de fevereiro, onde vão atuar na diocese de Tabatinga, (AM).
Arquidiocese envia um padre em missão na região amazônica
Nesta mesma missa a Arquidiocese de São Paulo também envia um padre para a missão na Amazônia. Padre Fabiano de Souza Pereira atua na Paróquia São José Operário, bairro Vila Nova Galvão, Setor Jaçanã da Região Episcopal Santana.
O Padre Fabiano, tem 40 anos, é natural de São Paulo, pertence ao clero secular da Arquidiocese de São Paulo e foi ordenado sacerdote há três anos.

Fonte: Regional Sul 1 da CNBB

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

“O sacerdócio é escolha de Deus”, disse dom Walmor de Azevedo

No segundo dia do Seminário Nacional sobre a Formação Presbiteral, terça-feira, 21, o arcebispo de Belo Horizonte (MG), dom Walmor de Azevedo, apresentou o tema “O sacerdócio de Cristo segundo a Carta aos Hebreus”.
Dom Walmor citou as orientações do Documento de Aparecida, recordando que a Conferência continua sendo “um horizonte inspirador para a Igreja que devolve a condição honrosa de discípulo e discípula missionários de Jesus Cristo”. Também fazendo referência ao papa Francisco, o bispo destacou seu jeito simples e ativador. “Só o seu sorriso comunica uma beleza evangélica de simplicidade e acolhimento. Isso nos faz pensar muito na força interior que quando desabrocha, muda a nossa vida”, disse.

Sacerdócio ministerial
Na perspectiva da formação dos futuros padres, dom Walmor buscou na Carta aos Hebreus fundamentos para uma compreensão do sacerdócio ministerial a partir do sacerdócio de Cristo. “O processo de formação presbiteral está desafiado pelo esforço de recuperação e manutenção da dimensão essencial sacramental do sacerdócio”, explicou. Para ele, é necessário ter atenção aos riscos de formar presbíteros apenas administradores ou gestores. “A perda do essencial gera prejuízos sérios e compromete a qualidade do pastoreio”, ressaltou.
O arcebispo apontou que a formação presbiteral precisa garantir o sentido principal, sendo a entrega à Cristo, a partir da vida espiritual e da fidelidade ao ministério, sem perder o sentido da simplicidade e da humildade. “O sacerdote é sempre vinculado ao povo, seu sacerdócio é solidariedade com os pecadores. O sacerdócio é escolha de Deus, nunca escolha de alguém que queira se colocar acima dos outros”, finalizou.
Fonte: CNBB


Aprendendo com a vovó (Forrest Gump)

- Vó?
- Oi?
- Ontem eu vi de novo aquele filme que você gosta.
- Qual, minha querida? (como se não houvesse muitos filmes que a Vovó amava).
- Aquele daquele homem que é meio bobo e fica contando histórias no ponto de ônibus...
- Ah, sei ... Forrest Gump...
- Isso.
- E você gostou do filme?
- Gostei, mas não entendi uma coisa...
- O que?
- Quando começa o filme, tem uma pena voando, que voa, voa, e cai no colo do Forrest Gump. Ele guarda 'ela' no livro e começa a contar a história para um monte de gente.
- Exato.
- Então, no final, ele abre o livro e ela sai voando outra vez. Para que serve essa pena, heim, Vovó?
- Bem, pituquinha, ele explica isso no final. Talvez você não tenha percebido.
- Acho que não.
- Forrest Gump não é uma pessoa igual às outras: ele tem uma inteligência limítrofe. Não fale que ele é meio bobo que isso é muito feio. Ele tem uma inteligência de uma criança de cinco anos, por isso tem dificuldade de entender as coisas como as outras pessoas. Ë um homem grande com a cabeça de uma criança, não é meio bobo ou retardado, tá bom?
- Tá.
- Você quer saber por que a pena começa o filme voando até pousar no colo do Forrest Gump, e depois sai voando de novo, não é?
- Isso.
- Então..., no final do filme, ele conta que na sua vida houve duas pessoas que o influenciaram muito: uma foi a sua mãe, o outro, seu amigo que ele conheceu na guerra do Vietnã, que é o tenente Dan. A mãe ensinou para ele que ter uma deficiência não é desculpa para desistir da vida. Ela se recusou a colocá-lo em uma escola para deficientes, e sempre empurrou o filho para frente, sempre ensinou-o a não se conformar com as suas próprias limitações. Forrest foi para a escola, estudou, teve um problema na coluna que o obrigou a usar aquele aparelho horrível, você se lembra?
- Lembro sim.
- Tem uma cena que a Vovó gosta demais nesse filme, que é aquela em que os meninos valentões correm atrás dele numa caminhonete. Eles querem zoar com ele e até machucá-lo, e a sua amiguinha grita para o menino: Corra, Forrest, corra!
E ele sai correndo, de aparelho e tudo, a caminhonete atrás dele, os meninos gritando...,à medida que ele corria, o aparelho vai caindo, pedaço por pedaço, e quanto mais ele se livrava do aparelho ortopédico, mais rápido ele conseguia correr, mais ele deslanchava, até entrar correndo em um campo gramado e sumir ao longe, deixando para trás os seus perseguidores...
- Vó?
- Oi?
- Você está chorando?
- Não... não querida, é que a vovó esqueceu de pingar o colírio.
Falou isso enquanto enxugava furtivamente algumas lágrimas.
- Por que você gosta tanto dessa cena, Vovó?
- Porque Vovó acha essa cena muito emocionante, muito alegórica.
- Alê o que?
Riu-se, gostosamente.
- Alegórica. Quer dizer que ela tem um significado maior do que está na tela.
- Qual o significado?
- Na vida, a gente fica tentando endireitar tudo, minha querida, e às vezes temos que passar muito, muito medo para podermos nos livrar de nossos aparelhos, de nossas muletas. Forrest descobre que já está pronto, que pode correr como ninguém, como ninguém, e mais longe do que qualquer menino valentão e bobo que se acha grande coisa ...
Olhou para a neta, que a olhava fixamente.
- Desculpe, querida, acho que me empolguei um pouco.
- Vó?
- Oi?
- É para isso que temos medo?
- Acho que sim.
- Temos medo para tirar as muletas?
- E os aparelhos. E ir para frente.
- Legal. Vó?
- Fala.
- E a pena?
- É mesmo, já ia me esquecendo... então, eu falei que a mãe de Forrest Gump o ensinou a nunca sentar sobre seus problemas, a nunca se intimidar com as suas dificuldades. Ela ensinou para ele que, na vida, Deus dá uma série de cartas para a gente jogar o jogo, e temos que aproveitar as nossas cartas do melhor jeito possível.
- E a pena?
- Já vai, já vai... a outra pessoa importante na vida de Forrest Gump é seu amigo, tenente Dan. Juntos, eles foram para a guerra, tiveram um pesqueiro, montaram uma empresa e ficaram muito ricos. E o tenente Dan ensinou que na vida, a gente é como uma peninha levada pelo vento, de um lado para outro, e nunca tem como descobrir para onde vai o sopro de Deus... nunca a gente sabe para que lado vai a pena.
Fez um silêncio grave.
- Como assim?
- Quando você crescer, vai perceber como nosso destino é caprichoso, meu bem.
Um dia estamos aqui, outro dia estamos lá, como se tivesse um gozador assoprando a vida para lá e para cá, para lá e para cá.
Fez um movimento com a mão, simulando a pena indo e voltando. A menina acompanhou o movimento com os olhos.
- Quer dizer que a gente não sabe para onde vai essa pena?
- A gente não sabe... mas sabe, quando a gente chega na idade que chegou a Vovó aqui, podemos perceber os caminhos misteriosos que a pena toma no ar, até pousar, segura, no colo de Deus. Mas isso a gente só descobre depois de passar muito tempo tentando adivinhar: Qual a direção do vento? Qual a umidade relativa do ar? Qual o peso da pena? Como o Caos vai comandar a direção que a pena vai tomar?
Coçou a cabeça, em seu gesto característico.
- Vó?
- Oi?
- O que acontece quando a gente pára de tentar adivinhar para onde vai essa pena?
- A gente se deixa levar pelo vento, minha querida.
- Quer dizer que você dá razão para a mãe e para o amigo do Forrest?
Olhou com uma agradável sensação de surpresa.
- Isso mesmo! Como você é esperta! Eu dou, mesmo, razão para os dois. A gente joga da melhor forma que puder, com o máximo de empenho, mas também respeita as linhas do vento. Gostou?
- Gostei, gostei muito... sabe, Vó, é tão bom ter você... será que um dia esse vento vai te levar para longe de mim?
Estremeceu ligeiramente.
- Não, meu bem... por mais longe que vão nossas penas, nosso coração vai estar sempre perto um do outro, tá bom?
- Tá bom.
Ficaram num silêncio de fim de conversa.
- Eu vou brincar um pouco, tá?
- Isso, vai brincar de Forrest Gump.
- Vou correr até cansar.
- Isso. Vai mesmo.
Mal conseguiu disfarçar a voz embargada de lágrimas.
Autor: Marco Antonio Spinelli (médico psiquiatra)

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Seminário da OSIB debaterá crise vocacional e escassez de padres

Tem início hoje, 20, o 2º Seminário sobre a Formação Presbiteral, em Aparecida (SP). O evento é uma iniciativa da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB) e Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB. Esses grupos tem a missão de animar a formação dos futuros sacerdotes e dos formadores na Igreja do Brasil. O arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência dos Bispos, cardeal Raymundo Damasceno Assis participará da solenidade de abertura, no subsolo do Santuário Nacional.
A proposta do evento é refletir, à luz da Palavra de Deus e dos Documentos do Concílio Vaticano II, sobre a formação dos seminaristas na perspectiva humana e cristã, a partir do  tema  “Presbíteros segundo o Coração de Jesus para o mundo de hoje” e lema “Corramos com perseverança com os olhos fixos em Jesus” (Hb 12, 1-2). O objetivo principal é contribuir com ações efetivas na formação presbiteral.
De acordo com assessor da Pastoral Vocacional da CNBB, padre Valdecir Ferreira, o encontro será momento oportuno para avaliar a formação presbiteral no Brasil, no contexto atual. “Percebemos o quanto essa juventude que ingressa em nossos seminários passa por mudanças significativas. Portanto, olhamos com muita esperança para a formação e ao mesmo tempo com preocupação”, explica.
O presidente da OSIB, padre Domingos Barbosa Filho explica que após 13 anos da realização do último seminário é necessário buscar novos métodos formativos. “Diante das novas diretrizes da formação presbiteral, conforme o Documento 93 da CNBB e considerando os novos tempos, se julgou oportuno que fosse repensada formação: os tempos mudaram, surgiram novos desafios, os jovens que recebemos nas casas de formação trazem problemáticas novas”, comenta.
Acompanhe o evento também pela internet: www.facebook.com/seminario.cmovc.7

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Mensagem Dia Mundial de Oração pelas Vocações - 2014

“Vocações, testemunho da verdade”

Amados irmãos e irmãs!

1. Narra o Evangelho que «Jesus percorria as cidades e as aldeias (...). Contemplando a multidão, encheu-
Se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe”» (Mt 9, 35-38). Estas palavras causam-nos surpresa, porque todos sabemos que, primeiro, é preciso lavrar, semear e cultivar, para depois, no tempo devido, se poder ceifar uma messe grande. Jesus, ao invés, afirma que «a messe é grande». Quem trabalhou para que houvesse tal resultado? A resposta é uma só: Deus. Evidentemente, o campo de que fala Jesus é a humanidade, somos nós. E a ação eficaz, que é causa de «muito fruto», deve-se à graça de Deus, à comunhão com Ele (cf. Jo 15,5). Assim a oração, que Jesus pede à Igreja, relaciona-se com o pedido de aumentar o número daqueles que estão ao serviço do seu Reino. São Paulo, que foi um destes «colaboradores de Deus», trabalhou incansavelmente pela causa do Evangelho e da Igreja. Com a consciência de quem experimentou, pessoalmente, como a vontade salvífica de Deus é imperscrutável e como a iniciativa da graça está na origem de toda a vocação, o Apóstolo recorda aos cristãos de Corinto: «Vós sois o seu [de Deus] terreno de cultivo» (1Cor 3,9). Por isso, do íntimo do nosso coração, brota, primeiro, a admiração por uma messe grande que só Deus pode conceder; depois, a gratidão por um amor que sempre nos precede; e, por fim, a adoração pela obra realizada por Ele, que requer a nossa livre adesão para agir com Ele e por Ele.
2. Muitas vezes rezamos estas palavras do Salmista: «O Senhor é Deus; foi Ele quem nos criou e nós pertencemos-Lhe, somos o seu povo e as ovelhas do seu rebanho» (Sl 100/99,3); ou então: «O Senhor escolheu para Si Jacob, e Israel, para seu domínio preferido» (Sl 135/134,4). Nós somos «domínio» de Deus, não no sentido duma posse que torna escravos, mas dum vínculo forte que nos une a Deus e entre nós, segundo um pacto de aliança que permanece para sempre, «porque o seu amor é eterno!» (Sl 136/135,1). Por exemplo, na narração da vocação do profeta Jeremias, Deus recorda que Ele vigia continuamente sobre a sua Palavra para que se cumpra em nós. A imagem adotada é a do ramo da amendoeira, que é a primeira de todas as árvores a florescer, anunciando o renascimento da vida na Primavera (cf. Jr 1,11-12). Tudo provém d’Ele e é dádiva sua: o mundo, a vida, a morte, o presente, o futuro, mas – tranquiliza-nos o Apóstolo - «vós sois de Cristo e Cristo é de Deus» (1Cor 3,23). Aqui temos explicada a modalidade de pertença a Deus: através da relação única e pessoal com Jesus, que o Batismo nos conferiu desde o início do nosso renascimento para a vida nova. Por conseguinte, é Cristo que nos interpela continuamente com a sua Palavra, pedindo para termos confiança n’Ele, amando-O «com todo o coração, com todo o entendimento, com todas as forças» (Mc 12,33). Embora na pluralidade das estradas, toda a vocação exige sempre um êxodo de si mesmo para centrar a própria existência em Cristo e no seu Evangelho. Quer na vida conjugal, quer nas formas de consagração religiosa, quer ainda na vida sacerdotal, é necessário superar os modos de pensar e de agir que não estão conformes com a vontade de Deus. É «um êxodo que nos leva por um caminho de adoração ao Senhor e de serviço a Ele nos irmãos e nas irmãs» (Discurso à União Internacional das Superioras Gerais, 8 de maio de 2013). Por isso, todos somos chamados a adorar Cristo no íntimo dos nossos corações (cf. 1Pd 3,15), para nos deixarmos alcançar pelo impulso da graça contido na semente da Palavra, que deve crescer em nós e transformar-se em serviço concreto ao próximo. Não devemos ter medo: Deus acompanha, com paixão e perícia, a obra saída das suas mãos, em cada estação da vida. Ele nunca nos abandona! Tem a peito a realização do seu projeto sobre nós, mas pretende consegui-lo contando com a nossa adesão e a nossa colaboração.
3. Também hoje Jesus vive e caminha nas nossas realidades da vida ordinária, para Se aproximar de todos, a começar pelos últimos, e nos curar das nossas enfermidades e doenças. Dirijo-me agora àqueles que estão dispostos justamente a pôr-se à escuta da voz de Cristo, que ressoa na Igreja, para compreenderem qual possa ser a sua vocação. Convido-vos a ouvir e seguir Jesus, a deixar-vos transformar interiormente pelas suas palavras que «são espírito e são vida» (Jo 6,63). Maria, Mãe de Jesus e nossa, repete também a nós: «Fazei o que Ele vos disser!» (Jo 2,5). Far-vos-á bem participar, confiadamente, num caminho comunitário que saiba despertar em vós e ao vosso redor as melhores energias. A vocação é um fruto que amadurece no terreno bem cultivado do amor uns aos outros que se faz serviço recíproco, no contexto duma vida eclesial autêntica. Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si. A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno. Porventura não disse Jesus que «por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13,35)?
4. Amados irmãos e irmãs, viver esta «medida alta da vida cristã ordinária» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31) significa, por vezes, ir contra a corrente e implica encontrar também obstáculos, fora e dentro de nós. O próprio Jesus nos adverte: muitas vezes a boa semente da Palavra de Deus é roubada pelo Maligno, bloqueada pelas tribulações, sufocada por preocupações e seduções mundanas (cf. Mt 13,19-22). Todas estas dificuldades poder-nos-iam desanimar, fazendo-nos optar por caminhos aparentemente mais cômodos. Mas a verdadeira alegria dos chamados consiste em crer e experimentar que o Senhor é fiel e, com Ele, podemos caminhar, ser discípulos e testemunhas do amor de Deus, abrir o coração a grandes ideais, a coisas grandes. «Nós, cristãos, não somos escolhidos pelo Senhor para coisas pequenas; ide sempre mais além, rumo às coisas grandes. Jogai a vida por grandes ideais!» (Homilia na Missa para os crismandos, 28 de Abril de 2013). A vós, Bispos, sacerdotes, religiosos, comunidades e famílias cristãs, peço que orienteis a pastoral vocacional nesta direção, acompanhando os jovens por percursos de santidade que, sendo pessoais, «exigem uma verdadeira e própria pedagogia da santidade, capaz de se adaptar ao ritmo dos indivíduos; deverá integrar as riquezas da proposta lançada a todos com as formas tradicionais de ajuda pessoal e de grupo e as formas mais recentes oferecidas pelas associações e movimentos reconhecidos pela Igreja» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31).
Disponhamos, pois, o nosso coração para que seja «boa terra» a fim de ouvir, acolher e viver a Palavra e, assim, dar fruto. Quanto mais soubermos unir-nos a Jesus pela oração, a Sagrada Escritura, a Eucaristia, os Sacramentos celebrados e vividos na Igreja, pela fraternidade vivida, tanto mais há de crescer em nós a alegria de colaborar com Deus no serviço do Reino de misericórdia e verdade, de justiça e paz. E a colheita será grande, proporcional à graça que tivermos sabido, com docilidade, acolher em nós. Com estes votos e pedindo-vos que rezeis por mim, de coração concedo a todos a minha Bênção Apostólica.

Vaticano, 15 de Janeiro de 2014
Francisco


segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Cavar o terreno

Um velho vivia sozinho em Minnesota. Ele queria cavar seu jardim, mas era um trabalho muito pesado. Seu único filho, que normalmente o ajudava, estava na prisão. O velho então escreveu a seguinte carta ao filho, reclamando de seu problema:
"Querido filho, estou triste porque, ao que parece, não poderei plantar meu jardim este ano. Detesto não fazê-lo porque sua mãe sempre adorava a época do plantio depois do inverno. Mas eu estou velho demais para cavar a terra. Se você estivesse aqui, eu não teria esse problema, mas sei que você não pode me ajudar com o jardim, pois está na prisão. Com amor, seu pai."
Pouco depois o pai recebeu o seguinte telegrama:
"PELO AMOR DE DEUS, papai, não escave o jardim! Foi lá que eu escondi os corpos!"
Às quatro da manhã do dia seguinte, uma dúzia de agentes do FBI e policiais apareceram e cavaram o jardim inteiro, sem encontrar nenhum corpo. Confuso, o velho escreveu uma carta para o filho contando o que acontecera.
Esta foi a resposta:
"Pode plantar seu jardim agora, papai. Isso é o máximo que eu posso fazer no momento."

autor desconhecido

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Senhor, Mestre e Companheiro, 
Jesus de Nazaré, Filho de Deus e Filho de Maria: escuta-nos!
Tu que chamastes os Doze, na hora primeira da Igreja 
e nos ensinastes a pedir mais braços para a messe, 
que é muita; escuta-nos e chama! Convoca-nos, Jesus!
Ainda já juventude em nossa Pátria Grande. 
Ainda não acabou em nosso meio a raça dos profetas e dos mártires. 
Ainda temos sede do Amor maior. 
Ainda somos capazes de viver teu Evangelho.
Queremos seguir-te! 
Podemos beber teu cálice. 
Prosseguiremos tua Missão: 
de anunciar a Boa Nova aos pobres; 
de libertar os cativos; 
de abrir os olhos aos cegos;
proclamar para todos  o tempo Novo da Graça.

Como o Pai te enviou, envia-nos! 
À glória do próprio  Pai e na comunhão do Espírito, 
para a Salvação do Mundo. Amém!
Autor: Dom Pedro Casaldáliga

domingo, 5 de janeiro de 2014

O teu desejo é a tua oração

Meu coração grita e geme de dor (Sl 37,9). Há gemidos ocultos que não são ouvidos pelos homens. Contudo, se o coração está possuído por tão ardente desejo que a ferida interior do homem se manifesta em sons externos, procuramos a causa e  dizemos a nós mesmos: talvez ele tenha razão de gemer, e talvez lhe tenha sucedido algo. Mas quem pode compreender esse gemidos, senão aquele a cujos olhos e ouvidos eles se dirigem? Por isso diz: Meu coração grito e geme de dor. Porque os homens, se ouvem às vezes os gemidos de um homem, ouvem frequentemente os gemidos da carne; mas não ouvem o que geme em seu coração.
E quem seria capaz de compreender por que grita? Escuta o que diz: Diante de vós está todo o meu desejo (Sl 37,10). Não diante dos homens, que não podem ver o coração, mas diante de vós está todo o meu desejo. Se, pois, o teu desejo está diante do Pai, ele que vê o que está oculto, te recompensará.
Teu desejo é a tua oração; se o desejo é contínuo, também a oração é continua. Não foi em vão que o Apóstolo disse: Orai sem cessar (1Ts 5,17). Será preciso ter sempre os joelhos em terra, o corpo prostrado, as mão levantadas, para que ele nos diga: Orai sem cessar? Se é isto que chamamos orar, não creio que possamos fazê-lo sem cessar.
Há outra oração interior e contínua: é o desejo. Ainda que faças qualquer outra coisa, se desejas aquele repouso do sábado eterno, não cessas de orar. Se não queres cessar de orar, não cesses de desejar.
Se teu desejo é contínuo, a tua voz é contínua. Ficarás calado, se deixares de amar. Quais são os que se calaram? Aqueles de quem foi dito: A maldade se espalhará tanto, que o amor de muitos esfriará (Mt 24,12).
O arrefecimento da caridade é o silêncio do coração; o fervor da caridade é o clamor do coração. Se tua caridade permanece sempre, clamas sempre; se clamas sempre, desejas sempre; se desejas, tu te recordas do repouso eterno.
Diante de vós está todo o meu desejo. Se o desejo está diante de Deus, o gemido não estará? Como poderia ser assim, se o gemido é a expressão do desejo?
Por isso o salmista continua: Meu gemido não vós é oculto (Sl 37,10). Não é oculto para Deus, mas é oculto para a multidão dos homens. Ouve-se por vezes um humilde servo de Deus dizer: Meu gemido não vos é oculto e vê-se também esse servo sorrir. Será por que o desejo está morto em seu coração? Se o desejo permanece, também permanece o gemido; este nem sempre chega ao ouvido dos homens mas nunca está longe dos ouvidos de Deus.
Autor: Santo Agostinho

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Fraterninda, fundamento e caminho para a paz

1. Nesta minha primeira Mensagem para o Dia Mundial da Paz, desejo formular a todos, indivíduos e povos, votos duma vida repleta de alegria e esperança. Com efeito, no coração de cada homem e mulher, habita o anseio duma vida plena que contém uma aspiração irreprimível de fraternidade, impelindo à comunhão com os outros, em quem não encontramos inimigos ou concorrentes, mas irmãos que devemos acolher e abraçar.
Na realidade, a fraternidade é uma dimensão essencial do homem, sendo ele um ser relacional. A consciência viva desta dimensão relacional leva-nos a ver e tratar cada pessoa como uma verdadeira irmã e um verdadeiro irmão; sem tal consciência, torna-se impossível a construção duma sociedade justa, duma paz firme e duradoura. E convém desde já lembrar que a fraternidade se começa a aprender habitualmente no seio da família, graças sobretudo às funções responsáveis e complementares de todos os seus membros, mormente do pai e da mãe. A família é a fonte de toda a fraternidade, sendo por isso mesmo também o fundamento e o caminho primário para a paz, já que, por vocação, deveria contagiar o mundo com o seu amor.
O número sempre crescente de ligações e comunicações que envolvem o nosso planeta torna mais palpável a consciência da unidade e partilha dum destino comum entre as nações da terra. Assim, nos dinamismos da história – independentemente da diversidade das etnias, das sociedades e das culturas –, vemos semeada a vocação a formar uma comunidade feita de irmãos que se acolhem mutuamente e cuidam uns dos outros. Contudo, ainda hoje, esta vocação é muitas vezes contrastada e negada nos factos, num mundo caracterizado pela «globalização da indiferença» que lentamente nos faz «habituar» ao sofrimento alheio, fechando-nos em nós mesmos.
Em muitas partes do mundo, parece não conhecer tréguas a grave lesão dos direitos humanos fundamentais, sobretudo dos direitos à vida e à liberdade de religião. Exemplo preocupante disso mesmo é o dramático fenómeno do tráfico de seres humanos, sobre cuja vida e desespero especulam pessoas sem escrúpulos. Às guerras feitas de confrontos armados juntam-se guerras menos visíveis, mas não menos cruéis, que se combatem nos campos económico e financeiro com meios igualmente demolidores de vidas, de famílias, de empresas.
A globalização, como afirmou Bento XVI, torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos. As inúmeras situações de desigualdade, pobreza e injustiça indicam não só uma profunda carência de fraternidade, mas também a ausência duma cultura de solidariedade. As novas ideologias, caracterizadas por generalizado individualismo, egocentrismo e consumismo materialista, debilitam os laços sociais, alimentando aquela mentalidade do «descartável» que induz ao desprezo e abandono dos mais fracos, daqueles que são considerados «inúteis». Assim, a convivência humana assemelha-se sempre mais a um mero do ut des pragmático e egoísta.
Ao mesmo tempo, resulta claramente que as próprias éticas contemporâneas se mostram incapazes de produzir autênticos vínculos de fraternidade, porque uma fraternidade privada da referência a um Pai comum como seu fundamento último não consegue subsistir. Uma verdadeira fraternidade entre os homens supõe e exige uma paternidade transcendente. A partir do reconhecimento desta paternidade, consolida-se a fraternidade entre os homens, ou seja, aquele fazer-se «próximo» para cuidar do outro.
«Onde está o teu irmão?» (Gn 4, 9)