quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Dom Bosco e a juventude


Nasceu perto de Turim, na Itália, em 1815. Muito cedo conheceu o que significava a palavra sofrimento, pois perdeu o pai tendo apenas dois anos. Sofreu incompreensões por causa de um irmão muito violento que teve. Dom Bosco quis ser sacerdote, mas sua mãe o alertava: “Se você quer ser padre para ser rico, eu não vou visitá-lo, porque nasci na pobreza e quero morrer nela”.
Logo, Dom Bosco foi crescendo diante do testemunho de sua mãe Margarida, uma mulher de oração e discernimento. Ele teve que sair muito cedo de casa, mas aquele seu desejo de ser padre o acompanhou. Com 26 anos de idade, ele recebeu a graça da ordenação sacerdotal. Um homem carismático, Dom Bosco sofreu. Desde cedo, ele foi visitado por sonhos proféticos que só vieram a se realizar ao longo dos anos. Um homem sensível, de caridade com os jovens, se fez tudo para todos. Dom Bosco foi ao encontro da necessidade e da realidade daqueles jovens que não tinham onde viver, necessitavam de uma nova evangelização, de acolhimento. Um sacerdote corajoso, mas muito incompreendido. Foi chamado de louco por muitos devido à sua ousadia e à sua docilidade ao Divino Espírito Santo.

As tentações

Para os monges a tentação pertence essencialmente à sua vida. O patriarca Antão expressa isso da seguinte maneira: "A maior obra dos homens é esta: ser capaz de manter seus pecados dante de Deus e estar preparado para a tentação até o último suspiro" (Apot 4).
A vida humana é marcada por conflitos constantes. Nós não podemos simplesmente vegetar. Devemos enfrentar os ataques que a vida eventualmente nos apresentar. E nunca haverá um momento em que possamos descansar sobre os louros da vitória. As tentações, ao contrário, haverão de nos acompanhar até o fim da vida. Ainda num outro lugar diz o patriarca Antão: "Quem não tiver sido tentado não pderá entrar no reino do céu. Se suprimires a tentação, ninguém se salvará" (Apot 5). Segundo o patriarca Antão as tentações são manifestamente uma condição indispensável para se entrar no reino do céu. É através das tentações que o homem obtém um faro do Deus verdadeiro. Sem as tentações estaria no perigo de apoderar-se de Deus e torná-lo inofensivo e inócuo. Pela tentação, porém, o homem experimenta existencialmente a sua distância de Deus, sente a diferença entre o homem e Deus. O homem permanece em luta constante, enquanto Deus repousa em si mesmo. Deus é amor absoluto, enquanto o homem é continuamente tentado pelo maligno.
Os monges vêem as tentações como plenamente positivas. Um dos patriarcas exprime isso da seguinte maneira: "Se a árvore não é agitada pelo vento, ela não cresce nem cria raízes. O mesmo acontece também com o monge se ele não é tentado e não suporta a tentação, ele não se torna homem" (N 396).
É como a história que se conta a respeito de uma palmeira. Certa vez, um homem muito mau irritou-se com uma palmeira nova e bela. E, a fim de prejudicá-la, colocou uma enorme pedra sobre a sua copa. Depois de alguns anos, porém, ao passar diante dela, viu que ela se tornara bem maior e mais bonita do que todas as outras à sua volta. A pedra forçara a lançar suas raízes ainda mais profundamente para dentro da terra. E, desse modo, ela também pôde crescer bem mais alto que as demais. O mesmo se dá com as tentações, isto é, elas são um desafio para o monge. Elas obrigam-no a cravar suas raízes ainda mais profundamente em Deus e a depositar sua confiança cada vez mais nele. Porque as tentações lhe mostram que, a partir de suas próprias forças, ele é incapaz de dar conta delas. Os conflitos constantes tornam-no interiormente mais forte e fazem-no amadurecer como homem.
A luta com as provações e tentações pertence essencialmente ao ser humano. Nós devemos contar com o fato de sermos tentados pelas nossas paixões. Os monges falam de demônios que vem lutar conosco. Eles querem dizer com isso que surgem forças capazes de nos levar numa direção que nós conscientemente  não gostaríamos de tomar. Eles fazem a experiência de que podemos nos equivocar, sendo então atingidos de um lado para o outro por pensamentos e sentimentos diferentes. Desse modo caracterizam as forças que nos desviaram para as sombras, para o inconsciente. E, apesar de nossas tentativas e apesar de sermos pessoas descentes, surge em nós a intenção de desvencilhar-nos de tudo isso e de deixar definitivamente todos os mandamentos de lado. [...] Em nosso interior há um conflito entre o bem e o mal, entre o claro e o escuro, entre o amor e o ódio. Para os monges, isso é algo absolutamente normal e não é um mau, mas prova e confirma o ser humano. Talvez hoje em dia preferíssemos dizer: um ser humano assim vive mais conscientemente, ele está mais ciente de suas regiões sombrias e conta com o fato de continuarem a habitar em seu inconsciente forças que ele ainda não conhece e que devem ser tratadas por ele com todo o cuidado.
As tentações, assim dizem os monges, levam-nos ao encontro de nossa humanidade. Elas nos fazem entrar em contato com as raízes que sustentam o tronco. Colocar-se diante das tentações significa: confrontar-se com a verdade. Um dos patriarcas expressa a este respeito da seguinte maneira: "Sem as tentações ninguém será santo, pois aquele que foge do proveito da tentação também foge da vida eterna. Com efeito, tentações há que prepararam aos suas as suas coroas" (N595).
Fonte: Anselm Grun - Trecho do livro O céu começa em você, editora Vozes. p. 43-45.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A benção do Amor

Quando o amor chegou, eu morria, sem saber.
O amor me abençoou.
Osculou-me do meu nada.
Tocou meu coração. Mostrou-me sua face.
Estendeu-me suas mãos e convidou-me a viver.
Eu, que já pensava ser tarde demais, conheci o amor.
Olhei seus olhos. Bebi de sua paz.
Ouvi sua voz e aceitei caminhar ao seu lado.
Hoje, já não sou o mesmo de outrora.
Há felicidade nos dias meus.
Aprendi a amar...
Deixo-me ser amado.
Vivo o amor humano: sagrada faísca do amor de Deus.
pe. Zeca

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Quem foi Paulo Apóstolo


Paulo nasceu entre o ano 5 e 10 da era cristã, em Tarso, capital da Cilícia, na Ásia Menor, cidade aberta às influências culturais e às trocas comerciais entre o Oriente e o Ocidente. Descende de uma família de judeus da diáspora, pertencente à tribo de Benjamim, que observava rigorosamente a religião dos seus pais, sem recusar os contatos com a vida e a cultura do Império Romano. Os pais deram-lhe o nome de Saul (nome do primeiro rei dos judeus) e o apelido Paulo. Mais tarde, a partir da sua primeira viagem missionária no mundo greco-romano, Paulo usa exclusivamente o sobrenome latino Paulus.
Recebeu a sua primeira educação religiosa em Tarso tendo por base o Pentateuco e a lei de Moisés. A partir do ano 25 d.C. vai para Jerusalém onde frequenta as aulas de Gamaliel, mestre de grande prestígio, aprofundando com ele o conhecimento do Pentateuco escrito e oral. Aprende a falar e a escrever aramaico, hebraico, grego e latim. Pode falar publicamente em grego ao tribuno romano, em hebraico à multidão em Jerusalém (At 21,37.40) e catequizar hebreus, gregos e romanos.
Paulo, hebreu convicto, perseguia os cristãos porque os considerava como hereges, como uma seita contrária à verdadeira fé, que ameaçava a autoridade religiosa do judaísmo. No ano 35, quando Saulo tinha cerca de 30 anos, na sua luta contra os cristãos chefia um grupo que vai para Damasco, com autorização dos sumos sacerdotes, para eliminar um grupo de cristãos e levar os seus chefes algemados para Jerusalém.
Paulo diz que no caminho, já próximo de Damasco, se viu subitamente envolvido por uma intensa luz vinda do Céu e lhe apareceu Cristo Ressuscitado, que lhe disse: «Saulo, Saulo, porque Me persegues?» Saulo perguntou: «Quem és Tu, Senhor?» A voz respondeu: «Eu sou Jesus a quem tu persegues. Agora levanta-te, entra na cidade e aí te dirão o que deves fazer» (At 9,1-7).
Ananias faz a iniciação cristã de Paulo e administra-lhe o Batismo (At 9,18). Jesus, falando de Paulo, disse a Ananias: «Esse homem é um instrumento que escolhi para anunciar o meu Nome aos pagãos, os reis e ao povo de Israel. Eu vou mostrar a Saulo quanto ele deve sofrer por causa do meu Nome.» (At 9,15-17). Paulo, sempre atento à voz de Deus, é conquistado por Cristo. Reconhece que está no caminho errado e decide pronta e corajosamente mudar de rumo. Após o diálogo com Cristo Ressuscitado, Paulo, de perseguidor dos cristãos torna-se um homem novo, o mais ardente missionário do Evangelho, que irá dedicar o resto da sua vida a Cristo, numa contínua identificação com Ele ao ponto de poder dizer: «Para mim viver é Cristo» (Fl 1-21); «Já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim.» (Gl 2,20).
Depois de ser catequizado por Ananias, Paulo fez algumas tentativas missionárias entre os judeus que viviam em Damasco, mas passado pouco tempo teve de fugir e retirar-se durante algum tempo para o deserto da Arábia, situado entre o rio Jordão e o Eufrates. Depois encontramo-lo novamente em Damasco «durante muitos dias» (At 9,23) a pregar aos hebreus; mas as hostilidades, que vão aumentando contra ele, obrigam-no a fugir de noite, às escondidas.
Paulo decide então ir a Jerusalém para se encontrar com Pedro (Gl 1,19) e segundo esta mesma carta este primeiro tempo de atividade cristã de Paulo durará 3 anos, ou seja, até ao ano 38 d. C. Em Jerusalém, não obstante a amizade de Pedro e de Barnabé, Paulo sofre a contínua hostilidade dos hebreus gregos e é aconselhado a regressar a Tarso, sua cidade natal (At 9,29s; Gl 1,21).
No Concílio de Jerusalém recebe a missão de anunciar Jesus Cristo ao mundo pagão, a todos os povos (cf. Gl 2,7-9). É a esta missão que ele vai dedicar toda a sua vida, animado por um apaixonado amor a Cristo. Vai anunciar o Evangelho nas grandes cidades do Mediterrâneo, e fundar Igrejas, comunidades de homens e mulheres, livres ou escravos, judeus, gregos ou gentios que crêem em Cristo, que O amam e observam os seus mandamentos. A sua missão não é fácil. O seu passado de perseguidor da Igreja não lhe permite eliminar todas as suspeitas sobre a sua sinceridade e idoneidade. A sua vontade de procurar sempre o essencial da fé, choca com aqueles que querem misturar todas as religiões e criar novas exigências da Lei.
Paulo é chamado “o Apóstolo” por ter sido o maior anunciador do cristianismo depois de Cristo. Entre as grandes figuras do cristianismo nascente, a seguir a Cristo, Paulo é de fato a personalidade mais importante que conhecemos. Escreveu 13 cartas às igrejas por ele fundadas: cartas grandes: duas aos tessalonicenses; duas aos coríntios; aos gálatas; aos romanos. Da prisão: aos filipenses; bilhete a Filémon; aos colossenses; aos efésios. Pastorais: duas a Timóteo e uma a Tito.
Quando estava preso em Cesareia, Paulo apela para César e o governador Festo envia-o para Roma, aonde chegou na Primavera do ano 61. Viveu dois anos em Roma em prisão domiciliária. Sofreu o martírio no ano 67, no final do reinado de Nero, na Via Ostiense, a 5 Km dos muros de Roma.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Dinâmica: Trabalhando juntos


Objetivo: Experimentar a alegria e dificuldade do trabalho em equipe. Busca de um objetivo comum
Desenvolvimento:
      O orientador/a coloca uma garrafa ao centro e próximo um lápis com vários barbantes amarrados (que abertos formam raios do sol).
     Cada participante se posiciona próximo de um barbante; ao sinal do orientador/a pegam o barbante e procuram colocar o lápis dentro da garrafa.
Durante a dinâmica  a única forma de comunicação é gestual. Ao final abre-se uma partilha da experiência

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Quando uma porta se fecha, outra se abre


Seja lá qual for o seu momento, saiba que há algo sempre novo e bom te esperando. Sempre! O Universo está a seu favor, viu? Tenha fé. Tenha esperança. Encha-se de paciência e seja constante e centrado em você, em sua vida... Seja aberto para o bem porque isso tudo vai passar. Esteja preparado porque um bem ainda maior está para te acontecer. Lembre-se que não se pode renunciar a alguma coisa  sem ganhar alguma outra em troca. O Universo está sempre pronto para preencher o seu vazio, substituindo a tristeza pela alegria, a perda pelo ganho, a morte pelo nascimento. Faça a sua parte e dê uma mãozinha, tá? Acredite mais em você! Acredite no seu talento! Acredite na capacidade enorme que você tem de resolver as coisas e de absorver os golpes da vida. Aja com o coração e deixe a sua intuição trabalhar mais a seu favor. Confie em Deus! Liberte-se do passado e de tudo aquilo que faz você se humilhar. Chega! Basta! Uma nova porta na vida vai se abrir. Embora se aflija pelo que perdeu, saiba que um bem maior virá a seguir, ok? Cuide bem de você com força, determinação, coragem e amor. Vamos! Força! Coragem! Aumente a sua satisfação de viver. O mundo está nas suas mãos. Que você tenha coragem de sonhar, de correr riscos e de viver seus sonhos" 
Luiz Carlos Mazzini

sábado, 19 de janeiro de 2013

Chiara Luce Badano


Não há nada de extraordinário ou prodigioso na vida de Chiara Badano. No entanto, nesta jovem que gostava de nadar, esquiar, ouvir música e estar com os amigos, Deus esteve sempre presente.
A começar pelo nascimento, que Ruggero e Maria Teresa Badano pediram a Deus durante 11 anos e que obtiveram, surpreendentemente, no dia 29 de outubro de 1971, em Sassello, cidade do interior da Província de Savona, na Itália.
Chiara é persistente, “fora dos esquemas” e atenta aos “mais necessitados”. Em 1981, com nove anos, participa do “Familyfest”, um grande encontro do Movimento dos Focolares. É uma revelação: «Passei a ter uma nova visão do Evangelho – escreve a Chiara Lubich – agora quero fazer deste livro o único objetivo da minha vida!».
Mas ainda cedo Chiara experimenta o sofrimento. Principalmente quando, por uma incompreensão com a professora e apesar dos seus esforços, deve repetir o primeiro ano do ensino médio. É a primeira vez que ela precisa confiar a Deus não só as alegrias, mas também os sofrimentos. Escreve a uma amiga: «De imediato eu não conseguia entregar esta dor a Jesus. Precisei de um pouco de tempo para me recuperar».
Aos dezessete anos, durante uma partida de tênis, uma dor aguda no ombro leva à trágica descoberta: um tumor dos mais graves, um osteossarcoma.
Um veredito difícil de aceitar. Quando volta para casa, depois das primeiras terapias, Maria Teresa a espera: «Chiara, como foi?». Mas ela, sem olhar para a mãe, joga-se na cama, por muito tempo, tomada por uma grande luta interior.  Somente após intermináveis 25 minutos, com o seu sorriso de sempre, diz: «Mamãe, agora você pode falar!». Chiara disse o seu sim a Deus, e desde então nunca voltou atrás.
«Por ti, Jesus. Se tu queres eu também quero!». As terapias são dolorosas, mas a oferta é sempre decidida. E Chiara não perde nem uma ocasião para amar. «No início tínhamos a impressão de ir ao encontro dela para sustentá-la – conta um amigo seu – mas logo percebemos que entrando no seu quarto sentíamo-nos projetados na aventura maravilhosa do amor de Deus. E não é que Chiara dissesse frases extraordinárias, ou escrevesse páginas e páginas de diário. Ela simplesmente amava».
Quanto mais a doença progride mais a experiência de Chiara torna-se intensa. Chega a rejeitar a morfina porque «tira a lucidez, e a dor é a única coisa que eu posso oferecer a Jesus. É só o que me restou».
Chiara Lubich a acompanha passo a passo: «O seu semblante tão luminoso – escreve-lhe – demonstra o amor que tem por Jesus. Não tenha medo, Chiara, de dar a Ele o seu amor, momento por momento. Ele lhe dará a força, esteja certa! “Chiara Luce” é o nome que escolhi para você; gosta dele?». (Chiara Luce = Clara Luz, ndt.).
No dia 7 de outubro de 1990 Chiara Luce deixa este mundo. Um último sorriso ao pai, Ruggero, e depois uma palavra à mãe, Maria Teresa: «Mamãe, seja feliz, porque eu o sou!». Uma grande multidão participa do funeral, e, como ela mesma havia pedido, Chiara é sepultada com um vestido branco, «como uma esposa que vai encontrar Jesus».
«Os jovens são o futuro. Eu não posso mais correr, mas quero passar a tocha para eles, como nas olimpíadas. Os jovens tem uma única vida e vale a pena usá-la bem!», ela havia dito pouco antes de morrer. Os 25 mil jovens presentes na cerimônia de sua beatificação, dia 25 de setembro de 2010, demonstram que, com a sua vida, Chiara Luce Badano testemunhou um modelo de santidade que todos podem viver.
Fonte: site Focolares

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Santo Antão


Temos informações sobre Santo Antão pela obra de Santo Atanásio (patriarca de Alexandria, nascido pelo ano 295)  chamada "Vida". Segundo alguns, Atanásio escreveu essa obra por ocasião de seu primeiro desterro no deserto, na Tebaida, encontrando-se entre os monges, 356-362; segundo outros, tê-la-ia escrito em sua volta definitiva a Alexandria, depois de 366. Atualmente já ninguém discute que tenha sido efetivamente Santo Atanásio o autor da "Vida". 
Santo Antão teria nascido entre 250 e 260. Como lugar de origem, seria a aldeia de Coma, no Egito médio, perto da antiga Heracleópolis. Seus pais eram camponeses abastados. Além de Antão, tinham uma filha. À morte dos pais, o jovem Antão, de uns 18 a 20 anos, vendeu a propriedade, por amor ao Evangelho, distribuiu o dinheiro aos pobres, reservando apenas algo para sua irmã menor. Posteriormente distribuiu também isso, consagrando sua irmã ao estado de virgem cristã.
Segundo um costume da época, Antão retirou-se à vida solitária, perto de sua aldeia natal. Esta é a etapa de sua formação monástica, de sua apaixonada dedicação à Escritura e à oração; é também o período de seus primeiros encontros com o demônio. Depois de um certo tempo, buscando uma confrontação mais direta com o demônio, foi viver num cemitério abandonado, encerrando-se num mausoléu. Ali sofreu ataques violentíssimos dos demônios, mas sem se deixar amedrontar, perseverou em seu propósito.
Aos 35 anos toma uma firme decisão: vai para o deserto. A "Vida" assinala esse passo como algo totalmente insólito nessa época. Santo Antão cruza o Nilo e passa a morar na montanha, em um fortim abandonado. Ali passou quase vinte anos, não se deixando ver por ninguém, entregue absolutamente à prática da vida ascética.
Aos cinquenta e cinco anos, pressionado pelos que queriam imitar sua vida, atendeu o pedido de seus discípulos, abandonando o isolamento do deserto. Com isto, nasceu uma forma curiosa de eremitas, os discípulos viviam solitários, cada um em sua cabana, mas todos em contato e sob a direção espiritual de Antão. Nesta etapa conta-se também a descida de Santo Antão e de seus discípulos a Alexandria, por ocasião da perseguição de Maximino Daia (311), para confortarem os mártires de Cristo ou ter a graça de sofrerem eles próprios o martírio.
Voltando à solidão, encontrou-a povoada demais para seus desejos. Fugindo então à celebridade, Santo Antão chega ao que a "Vida" chama "Montanha interior" (a "Montanha" exterior, ou Pispir havia sido até então sua residência, e nela permanece com seus discípulos), o Monte Colzim, perto do Mar Vermelho. Apesar de tudo, de vez em quando visita seus irmãos em Cristo, e estes vão a ele. A "Vida" coloca neste tempo a maioria dos prodígios que lhe são atribuidos.
A pedido dos bispos e dos cristãos, empreende uma segunda viagem a Alexandria, para prestar seu apoio à verdadeira fé na luta contra a heresia ariana.
Passou os últimos anos de sua vida em companhia de dois discípulos. Profetizou sua morte, dou suas pobres roupas e rogou a seus acompanhantes que não revelassem a ninguém o lugar de sua sepultura. Gratificado com uma última visão de Deus e de seus santos, morreu em grande paz em 17 de janeiro de 365.
Foi enterrado em um cova não marcada conforme seu pedido, mas em 561 suas relíquias foram descobertas e trasladadas para Alexandria em Constantinopla. Suas relíquias são conservadas na igreja de Santo Antonio de Viennois, na França, onde os seus discípulos construíram um hospital e numerosas casas para abrigar os doentes abandonados. Mais tarde, se tornaram uma congregação e receberam o nome de "Ordem dos Hospedeiros Antonianos", que atravessou os séculos, vigorosa e prestigiada. 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Dom Tomás, um pastor-profeta do nosso tempo


Dom Tomás Balduino nasceu em Posse (GO), em 31 de dezembro de 1922. Cursou Filosofia em São Paulo e Teologia em Saint Maximin, na França, onde concluiu o Mestrado. Em 1957, foi nomeado superior da missão dominicana da Prelazia de Conceição do Araguaia, no Pará. Em 1965, concluiu o Mestrado em Antropologia e Linguística na Universidade de Brasília (UNB). No mesmo ano, foi nomeado administrador apostólico da Prelazia de Conceição do Araguaia. De 1967 a 1999, foi bispo da Diocese de Goiás. Em 1972, participou da criação do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), do qual foi presidente de 1975 a 1979. Em 1975, participou também da criação da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que presidiu de 1997 a 2003 e da qual, desde 2005, é conselheiro permanente. Dom Tomás é ainda doutor honoris causa da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás e da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Entre as muitas qualidades de Dom Tomás, que -em "seus 90 anos de Romaria” (no dizer de Dom Pedro Casaldáliga)- poderiam ser destacadas, recordo quatro: sua profunda sensibilidade humana; sua extraordinária perspicácia na escuta dos sinais dos tempos; sua prática radicalmente profética e sua fé inabalável na utopia do Reino de Deus, que é a Boa-Notícia de Jesus de Nazaré.
Estas qualidades marcam a história de vida de Dom Tomás, nos edificam a todos/as e nos animam a continuar a luta por "uma outra Igreja possível” e por "um outro mundo possível”.
Dom Tomás -mesmo não tendo participado do Concílio Ecumênico Vaticano II- foi pioneiro na aplicação e na vivência de seus ensinamentos, que desencadearam, no mundo inteiro, um movimento de volta às fontes e de profunda renovação da Igreja. No corrente ano, fazemos a memória dos 50 anos da abertura do Vaticano II.
A Igreja conciliar, pela qual Dom Tomás deu e continua dando sua vida, é uma Igreja igualitária, de irmãos e irmãs, comunitária (Igreja-comunidade, Igreja-comunhão); é uma Igreja Povo de Deus e toda ministerial.
"Existem dons diferentes, mas o Espírito é o mesmo; diferentes serviços (ministérios), mas o Senhor é o mesmo; diferentes modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para o bem de todos” (1Cor 12, 4-7).
A Igreja do Concílio Ecumênico Vaticano II é também uma Igreja que busca sempre o consenso, reconhecendo e valorizando o "senso da fé” do povo cristão; é uma Igreja que, a todo momento, perscruta os sinais dos tempos, interpretando-os à luz do Evangelho; é uma Igreja pobre, que faz a Opção pelos Pobres (a "Igreja dos Pobres”); é uma Igreja que reconhece e valoriza o diferente (uma Igreja ecumênica e macroecumênica); enfim, é uma Igreja que se alia aos Movimentos e Organizações Sociais Populares e a todos aqueles e aquelas que lutam por um Mundo Novo, de justiça e irmandade, que -à luz da fé- é a utopia do Reino de Deus, acontecendo na história humana e cósmica.
Dom Aloísio Lorscheider -numa síntese muito bem formulada- oferece-nos uma fotografia nítida da Igreja conciliar. "O Vaticano II - diz ele - faz-nos passar de uma Igreja-instituição ou de uma Igreja-sociedade perfeita para uma Igreja-comunidade, inserida no mundo, a serviço do Reino de Deus; de uma Igreja-poder para uma Igreja pobre, despojada, peregrina; de uma Igreja-autoridade para uma Igreja serva, servidora, ministerial; de uma Igreja piramidal para uma Igreja-povo; de uma Igreja pura e sem mancha para uma Igreja santa e pecadora, sempre necessitada de conversão, de reforma; de uma Igreja-cristandade para uma Igreja-missão, uma Igreja toda ela missionária” (Texto citado por Dom Geraldo Majella Agnelo na contracapa da Liturgia Diária, novembro de 2012).
Em 1968, a Segunda Conferência Geral do Episcopado Latinoamericano de Medellín, na Colômbia, fêzuma releitura do Concílio Ecumênico Vaticano II, aplicando-o à nossa realidade. No Brasil, uma das expressões (talvez a mais significativa) do modelo de Igreja do Vaticano II, à luz da Conferência de Medellín, são certamente as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs).
Termino esta breve memória da vida de Dom Tomás e do modelo de Igreja conciliar - com o qual ele se identificou e sempre esteve (e ainda está) comprometido em sua prática pastoral - com as palavras de Dom Pedro Casaldáliga: "São 90 anos, muitos dias, muitos caminhos, com falhas humanas, reconhecidas por ele, mas buscando sempre o espaço do Reino, o apelo do Povo, um possível gesto de solidariedade e de profecia. Ele tem uma personalidade inclaudicável. Em continuidade perseverante, com a letra miúda e o traço teimoso aprendido já na família e por esses sertões e veredas da libertação” (Pedro Casaldáliga, Bispo pé no chão e universal. Em: Ivo Poletto (org.). Solidário mestre da vida. Celebrando os 90 anos de Dom Tomás Balduino. Paulinas, São Paulo, 2012, p. 17. Leia o livro! Vale a pena!).
Fr. Marcos Sassatelli, Frade Dominicano.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Dinâmica: A ponte


Objetivo: Vivenciar a prática do limite do outro, do convívio, do compromisso com o outro
Desenvolvimento:
1-      O animador/a pede para que se dividam em 2 grupos e cada um se posicione numa extremidade da “ponte” (pode ser feita de barbante  com 40cm de largura e 1,5m) no chão.
2-      O animador/a explica a dinâmica:  no centro da sala temos uma “PONTE”. De um lado temos um abismo; do outro, uma montanha. Todos deverão passar na ponte sem cair, e isso vale para os dois grupos.
3-      Em cada grupo há: cego, deficiente físico, grávida, casal de idosos, bêbado
4-      Os grupos podem combinar estratégias para ultrapassar a ponte e, depois de feitas as combinações, os grupos fazem o trajeto para atravessa-la.
5-      O animador/a lembra que essa passagem pode ser fácil ou difícil e que neste trajeto encontraremos outras pessoas e precisaremos delas para nos ajudar, precisaremos saber negociar, é como na vida diária.
6-      O animador/a dá o sinal de inicio e as equipes começam ao mesmo tempo seu trajeto
7-   Não pode falar outras palavras além de: cuidado, calma, pense, sem pressa, olhe quem está passando, me ajuda, em frente, não empurra. Pode-se dar as mãos e abraçar.
8-      Ao termino da dinâmica propor uma reflexão que pode conter os seguintes pontos: O significa a ponte? Você ajudou outras pessoas a passarem; É necessário respeitar o outro para conviver? Quem ajudou e atrapalhou? Na família e na sociedade estas pessoas existem? Quem são?

sábado, 12 de janeiro de 2013

Ao Mestre Divino


Mestre, tua vida traça o caminho; teu ensinamento confirma e ilumina os meus passos; a tua graça me sustenta e guia no caminho para o céu. Tu és o Mestre perfeito: ensinas, dás o exemplo e fortaleces o discípulo no teu seguimento.
Mestre, tu tens palavras de vida eterna: à minha mente, aos meus pensamentos substitui a ti mesmo. Tu, que iluminas todo ser humano e és a própria verdade. Eu não quero raciocinar a não ser como tu ensinas, nem julgar a não ser segundo os teus critérios, nem pensar a não ser como tu pensas, Verdade substancial, doada a mim pelo Pai. Vive na minha mente, ó Jesus Verdade.
A tua vida é caminho, segurança única, verdadeira e infalível. O presépio, Nazaré, o calvário, traça o caminho divino do amor ao Pai, de pureza infinita e de amor às pessoas. Faze-me conhecer o teu caminho e que, a cada momento, eu coloque os meus pés sobre as tuas pegadas de pobreza, castidade e obediência. Qualquer outro caminho não é o teu, eu quero evitar todo caminho que não conduz a ti. Aquilo que tu queres, eu quero. Estabelece a tua vontade no lugar da minha vontade.
Substitui o meu coração pelo teu. Substitui o meu amor a Deus, ao próximo, a mim mesmo pelo teu amor. Substitui minha vida pecadora e humana pela tua vida divina. “Eu sou a Vida”. Que minhas ações manifestem a tua vida como fez São Paulo. “É Cristo que vive em mim”. Vive em mim, ó Jesus Vida!
Bem-Aventurado Tiago Alberione

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Os sons das flores


No século III d.C. o rei Ts’ao mandou seu filho, o príncipe T’ai, ir estudar no templo com o grande mestre Pan ku. O objetivo era preparar o príncipe, que iria suceder ao pai no trono, para ser um grande administrador.
            Quando o príncipe chegou ao templo, o mestre Pan ku logo o mandou, sozinho, à floresta de Ming Li. Ele deveria voltar um ano depois, com a tarefa de descrever os sons da floresta. Passado o prazo, T’ai retornou e Pan ku lhe pediu para descrever os sons de tudo aquilo que tinha conseguido ouvir.
            - Mestre, pude ouvir o canto dos cucos, o roçar das folhas, o alvoroço dos beija-flores, a brisa batendo suavemente na grama, o zumbido das abelhas e o barulho do vento cortando os céus.
            Quando T’ai terminou, o mestre mandou-o de volta à floresta para ouvir tudo o mais que fosse possível. T’ai ficou intrigado com a ordem do mestre. Ele já não tinha distinguido cada som da floresta?             Por longos dias e noites o príncipe se sentou sozinho na floreta, ouvindo, ouvindo. Mas não conseguiu distinguir nada de novo além daqueles sons já mencionados ao mestre Pan ku.
            Então, certa manhã, sentado entre as árvores da floresta, começou a discernir sons vagos, diferentes de tudo o que ouvira antes. Quanto mais atenção prestava, mais claro os sons se tornavam. Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz. “Esses devem ser os sons que o mestre queria que eu ouvisse”, pensou.     Sem pressa, o príncipe passou horas ali, ouvindo, pacientemente. Queria ter a certeza de que estava no caminho certo. Quando T’ai retornou ao templo, o mestre lhe perguntou o que mais ele tinha conseguido ouvir.
            - Mestre, quando prestei mais atenção, pude ouvir o inaudível! O som das flores se abrindo, do sol aquecendo a terra e da grama bebendo o orvalho da manhã.
O mestre acenou com a cabeça em sinal de aprovação e disse:
- Ouvir o inaudível é ter disciplina necessária para se tornar um grande administrador. Apenas quando aprende a ouvir o coração das pessoas, seus sentimentos mudos, os medos não confessados e as queixas silenciosas, um administrador pode inspirar confiança a seu povo, entender o que está errado e atender às reais necessidades dos cidadãos.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

1º Congresso Internacional ‘As mulheres nos processos de independência na América Latina’ acontecerá em 2013, em Lima


No marco do Bicentenário da Independência da América Latina, o Centro de Estudos da Mulher na História da América Latina (CEMHAL) convida todos/as para o Primeiro Congresso Internacional ‘As Mulheres nos Processos de Independência na América Latina’, que se realizará nos dias 22, 23 e 24 de agosto de 2013 em Lima, no Peru.
As inscrições para o evento que realizará conferências magistrais, mesas redondas e debates devem vão até o dia 31 de agosto de 2013 sob uma taxa de US$ 100.00. O objetivo é contribuir com a reconstrução da ativa presença das mulheres nas revoluções e guerras de independência, formular novos aportes da historiografia latino-americana, continuar o trabalho realizado no IV Simpósio Internacional, realizado pelo CEMHAL em agosto de 2009, em Lima, além de prosseguir com as investigações dos catorze Grupos de Estudo formados pela Comissão do Bicentenário.
De acordo com a organização do evento, a partir do último terço do século XX, novas perspectivas historiográficas permitem incluir novos sujeitos históricos e revisar os processos independentistas e, com isso, dar conta do lugar das mulheres na esfera pública. Portanto, é sob esse olhar da história e em encontro dos diferentes enfoques historiográficos e disciplinares que será promovido o Congresso em Lima no próximo ano.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Começa a gravação do CD da JMJ Rio 2013


Uma novidade musical está chegando para aquecer o coração dos jovens na caminhada rumo à Jornada Mundial da Juventude (JMJ): o CD com as canções das missas da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. Alguns dos grandes nomes da música católica brasileira estiveram em estúdio, no dia 17 de dezembro, para dar início à gravação do CD, que será produzido por Marco Mazzola.
No CD, estão confirmadas as participações do padre Fábio de Melo, padre Reginaldo Manzotti, padre Omar Raposo, padre Juarez de Castro, padre Gleuson Gomes e da irmã Kelly Patrícia. As músicas serão cantadas em três dos Atos Centrais da JMJ: Missa de Abertura, acolhida do Papa e Missa de Envio. Além do hino da JMJ Rio 2013, estão, entre as canções conhecidas, “Kyrie Eleison”, “Cordeiro de Deus”, “Tantum Ergo”, “A Barca (Pescador de Homens)” e “Jovens Abençoados”, esta última que fez parte do CD “São Sebastião Acolhe a Juventude”, lançado na Trezena de São Sebastião deste ano.    Leia mais
"Se nossa amizade depende de coisas 
como o espaço e o tempo, 
então quando enfim superarmos 
o espaço e o tempo, 
teremos destruído nossa própria irmandade!
Se superarmos o espaço, 
restar-nos-á apenas um Aqui.
Se superarmos o tempo, 
restar-nos-á apenas um Agora.
E entre o Aqui e o Agora, não acreditas que poderemos voltar a nos ver umas quantas vezes?"
Richard Bach