quarta-feira, 29 de junho de 2011

ORIENTAÇÕES PARA O DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELA SANTIFICAÇÃO DO CLERO, 1º DE JULHO DE 2011

Carta que a Congregação está enviando aos Bispos para promover na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Jornada Mundial de Oração pela Santificação Sacerdotal:

EMINÊNCIA / Excelência Reverendíssima

O dia 1º de Julho próximo, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, será a Jornada Mundial de Oração pela Santificação Sacerdotal. Tal ocorrência, a juízo dos Senhores Ordinários, poderá ser celebrada em outra data, que seja mais oportuna.

Esta Congregação, como de costume, - especialmente neste ano com uma alegria especialíssima, porque é o 60º aniversário da Ordenação Sacerdotal do nosso amado Papa Bento XVI - transmite a Vossa Eminência / Excelência algumas orientações e sugestões que, eventualmente, poderiam ser adotadas para animação dos vários momentos de oração. Como se pode notar, tais reflexões estão centradas na figura do Apóstolo São Pedro, rocha sobre a qual Cristo edificou a Sua Igreja, fundamento da comunhão eclesial.

Agradeço desde já pela colaboração, aproveitando a ocasião para confirmar os mais sinceros sentimentos de distinto obséquio de Vossa Eminência / Excelência Reverendíssima.

Mauro Card. Piacenza - Prefeito

+Celso Morga Iruzubieta Arcebispo tit. De Alba marítima - Secretário


SUGESTõES

TEXTOS BÍBLICOS:

“Tu és Pedro” (Mt. 16, 13-20) “É o Senhor!” (Jo. 21, 1-13)

“Corriam juntos” (Jo. 20, 1-8) “Tu me amas mais do que estes?” (Jo. 21, 14-19)

TEXTOS DA PATRÍSTICA:

A Igreja de Cristo se eleva sobre a firme fé de Pedro”, dos Sermões de São Leão Magno, Papa (Sermão 4, 2-3: PL 54, 149-151) – segunda leitura do Ofício das Leituras de 22 de fevereiro.

O serviço específico do nosso ministério”, dos Sermões de São Leão Magno, Papa (Sermão 4, 2-3: PL 54, 148-149) segunda leitura do Ofício das Leituras de 10 de novembro.

Cristo bom Pastor”, das Homilias sobre os Evangelhos de São Leão Magno, Papa (Hom. 14, 3-6; PL 76, 1129-1130), segunda leitura do Ofício das Leituras do IV Domingo da Páscoa.

O Colégio dos Bispos e a sua Cabeça”, da Constituição Dogmática Lumen gentium, n. 22.

ORAÇÃO DOS FIÉIS:

Irmãos e irmãs, com a Igreja universal, elevemos o nosso louvor e ação de graças a Deus Pai, pela grande missão que Cristo conferiu a Pedro e aos seus sucessores.

Rezemos ao Senhor: Senhor, escutai a nossa prece!

1. Pelo Papa Bento XVI, Vigário de Cristo na terra e pastor de todo o seu rebanho, para receba a proteção dos céus, tenha vida e saúde abundante, e para que seja feliz nesta terra e protegido contra todo o mal. Rezemos ao Senhor.

2. Pelos Bispos, Sacerdotes, Diáconos e todos os ministros do Evangelho, para que sejam fiéis ao próprio compromisso, santamente orgulhosos pela própria vocação, empenhados na consequente doação de si mesmos reflexos luminosos da própria identidade, e para que vivam na alegria do dom recebido. Rezemos ao Senhor.

3. Pela Santa Igreja de Deus, para que esteja em comunhão com o Papa, no vínculo da unidade, da verdade e do amor, e para que todos os homens recebam do Senhor, Pastor de nossas almas, a verdade, a graça e a vida eterna. Rezemos ao Senhor.

4. Pelas vocações sacerdotais, para que o Senhor continue a mandar operários para a sua messe, empenhados no difícil, mas apaixonante ministério do anúncio da Boa Nova e para que aqueles por Ele chamados, não tenham medo de dispor a própria vida a serviço dos fiéis através do exercício do sagrado ministério. Rezemos ao Senhor.

5. Pelos leigos, para que vivam a própria fé de modo ativo e responsável, colocando-se ao lado dos seus Pastores, através de uma colaboração generosa, humilde e madura. Rezemos ao Senhor.

6. Pelos Sacerdotes e Diáconos que já partiram dessa vida. Senhor, prêmio e coroa dos teus servos fiéis, acolhei no abraço de tua misericórdia os nossos irmãos sacerdotes e diáconos que, quando ainda estavam entre nós, a eles confiastes a tua Palavra e os Sacramentos. Fazei com que exultem para sempre na liturgia celeste. Rezemos ao Senhor.

Ó Pai, que quisestes que Pedro tivesse estavelmente um sucessor para a continuação da missão recebida por Cristo, acolhei as nossas preces, e conduzi a vossa Igreja com a santidade, a fé e a sabedoria daqueles que escolhestes como pastores do vosso povo. Por Cristo Senhor nosso. Amém.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Mesa redonda encerra 18º Simpósio do IPV

A manhã do dia 26 de junho, último dia do Simpósio do IPV, foi marcada pela realização de uma mesa redonda sobre as Novas Comunidades Católicas que contou com a participação de representantes das Comunidades Canção Nova, Shallon, Emanuel e os fundadores das Comunidades Deus Proverá e Espaço Vida.Na opinião dos participantes do Simpósio "a mesa redonda foi um momento enriquecedor, onde todos tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o processo de animação vocacional e formção ao interno de cada comunidade, a partir de pessoas que vivem tal experiência".
Segundo Oswaldo, membro e formador da comunidade Canção Nova, "as Novas Comunidades estão ai, como uma resposta do Espírito a este novo momento histórico, mas na busca de caminhar junto e aprender com as Congregações religiosas que trazem a experiência de uma história e tradição mais antiga".

sábado, 25 de junho de 2011

18º Simpósio do Instituto de Pastoral Vocacional - IPV

Durante o feriado de Corpus Christi cerca de 61 animadores vocacionais de diversas congregações e comunidades eclesiais se encontram reunidos no 18º Simpósio do IPV (Instituto de Pastoral Vocacional), refletindo sobre a tematica "As novas gerações e as novas Comunidades Católicas".
A professora Brenda Carranza, da PUC-Campinas, na manhã do dia 24, ajudou os participantes a compreender o fenômeno das Novas Comunidades a partir de uma leitura socio-cultural do momento presente e da compreensão das "novas gerações e pentecostalismo".
O pe. José Carlos Lima, provincial dos padres Vocacionistas, vai animar o trabalho de reflexão dos grupos a partir de uma perspectiva eclesiológica e pastoral. Segundo o irmão Luis Claudio da Congregação Vocacionista "esta sendo um momento de enriquecimento, partilha e aprofundamento sobre a realidade das Novas Comunidades Católicas e os desafios do momento atual".

quinta-feira, 23 de junho de 2011

terça-feira, 21 de junho de 2011

Oração a São Paulo pelas vocações

Ó São Paulo, mestre dos gentios, olhai com amor para a nossa pátria!
Vosso coração dilatou-se para acolher a todos os povos no abraço da paz.
Agora, no céu, o amor de Cristo vos leve a iluminar a todos com a luz
do Evangelho e a estabelecer no mundo o Reino do amor.
Suscitai vocações, confortais os que anunciam o Evangelho,
preparai as pessoas para que acolham o Cristo, divino Mestre.
Que o nosso povo encontre e reconheça sempre a Cristo como o Caminho,
a Verdade e a Vida; busque o Reino de Deus e trabalhe em sua realização,
para que a sua luz resplandeça diante do mundo,
iluminai, animai e abençoai a todos!
Amém!
pe. Tiago Alberione

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Jesus e as vocações

A quem Jesus procurou preferencialmente? Os pobres. Ele se apresentou manso e humilde; não fazia barulho ao seu redor, fugia sempre das homenagens e dos aplausos.
Jesus teve com os apóstolos muita paciência. Mostrava a doutrina mais sublime com grande simplicidade, adaptava-se à inteligência daqueles que o ouviam. O apostolado é um serviço: as falhas são nossas, o bem é feito pelos outros.
Estudemos bem o apostolado de Jesus. O espírito de apostolado é bem diverso do que se pensa geralmente; muitos não dão frutos por quê? A razão é encontrada neles mesmos.
E a vida de Jesus, o seu sofrimento! Ele sentia tanta pena porque não escutavam a sua doutrina. Ele chorou sobre Jerusalém: 'Se você soubesse a graça que recebeu... Mas, você resiste'. Por quem sofrem as Apostolinas? Para obter a graça de que os chamados tenham a força de corresponder. Quantas infidelidades à vocação, não correspondências, medo do sacrifício: reparar a tudo isso compete a vós, é a vossa porção. Vocações não acolhidas, ou não perseverantes, ou que se adaptam a uma vida cômoda, ao invés de se dedicarem ao apostolado. Oferecer tudo o que se encontrar na vida de Jesus, pelas vocações. Em uma palavra: elevar-se pelas vocações, como Jesus se elevava pela humanidade.
Jesus sofreu muito pela não correspondência dos chamados, especialmente na última ceia e no Getsêmani... Mas, todos os apóstolos fugiram. Por isso, no primeiro mistério doloroso meditai sobre o que Jesus sofreu pelos que são chamados.
E nem todos os chamados vivem inocentemente: a flagelação de Jesus!
O que impede muitas vezes de seguir a vocação é o orgulho; e quantos chamados sentem dificuldades para obedecer. O orgulho pois impede a fidelidade à vocação, a prática dos apostolado: Jesus é coroado de espinhos!
Jesus ama as vocações e as toma como companheiras na sua viagem ao Calvário, como Maria. Sabe-se oferecer a vida por Jesus, segue-se a Jesus até o Calvário... Mas depois se seguirá a Jesus também no Paraíso: última parada, parada eterna. Orar pelas vocações traídas, para que caiam em si mesmas. Certas vezes é muito tarde, mas que pelo menos reparem as ofensas a Jesus.
Enfim, ser capazes de viver e morrer pelas vocações. A esposa de Cristo se associa a Maria no Calvário: "Mesmo que todos te abandonem, eu não te deixarei".
Eis como os mistérios dolorosos poderão ser rezados por vós no espírito do vosso instituto.
O cuidado de Jesus pelas vocações não terminou em sua morte de cruz, mas continuou ainda depois de sua ressurreição, e continua no céu. "Não temais, eu estou convosco até o fim do mundo".
Adquirir a ciência das vocações. Pedir luz. Compreender o quanto Jesus amava as vocações e as queria perto de si.
Distinguir as vocações e os meios para ajudá-las: é necessária uma pedagogia vocacionária, toda uma iluminação especial! Pedir uma consciência vocacionária. Sentir a responsabilidade das vocações. O diabo detesta mortalmente as vocações. A vossa oração de oferta compreende todos os pontos pelos quais deveis orar e operar de modo particular.
Viver pelas vocações. Não ficar nunca em paz. Fazer como Jesus fez. Sempre orar pelas vocações. O Senhor abençoe a cada uma e vos conceda a graça de vos tornardes eficazes na promoção e formação das vocações.
pe. Tiago Alberione às Apostolinas - Retiro de 1961

domingo, 12 de junho de 2011

Oração Ecumênica a Maria

Salve Maria, Nossa Mãe, Mestra e Rainha!
Escutai com bondade a súplica que vos apresentamos, conforme o desejo de Jesus: “Pedi ao Senhor da Messe que envie operários para sua messe”. Olhai com misericórdia para todos os homens que vivem no mundo! Muitos se acham perdidos nas trevas, sem Pai, sem Pastor, sem Mestre.
Recebestes de Deus a missão de lhes dar Jesus, que é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Voltando-se para vós, possam eles encontrar o caminho para Cristo!
Ó Maria, por vós, todos os cristãos trabalhem, com todas as energias, por todas as vocações, para todos os serviços de evangelização!
Por vós, todos os que crêem trabalhem em favor dos que não crêem!
Todos os que sabem amar, por todos os indiferentes!
Todos os que vivem na unidade da Igreja, por todos os que estão dispersos!
Por vós, todos os chamados sejam fiéis, todos os ministros sejam santos!
E que todos os homens os recebam!
Ao pé da cruz, vosso coração dilatou-se para acolher a todos, como filhos.
Dai-nos um coração cheio de amor e dedicação apostólica, semelhante ao vosso coração e ao de Jesus. Assim, estaremos todos um dia convosco, na glória do Pai.
Abençoai-nos, ó Maria, nossa Mãe, Mestra e Rainha! Amém.

pe. Tiago Alberione

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Festa de Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos

A manhã da vigília de Pentecostes tem um "sabor" especial para as Apostolinas e demais congregações que fazem parte da família fundada pelo bem aventurado pe. Tiago Alberione, a Família Paulina.
O "sabor" especial desta manhã é dado pela celebração da Festa de Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos.
Para pe. Tiago Alberione Maria "é a Apóstola, a Rainha dos Apóstolos. O modelo de todo apostolado, a inspiradora de todas as virtudes apostólicas. (Por isso) Entoem-lhe cânticos o céu e a terra! E por ela, com ela e nela se eleve a Santíssima Trindade todo louvor".
Que a exemplo de Maria deixemo-nos fecundar pelo Espírito Santo para que o Cristo Mestre seja gerado em nós para que em nossa vida e ação apostólica possamos ser sinal de sua presença.

Jovens de classe média adotam a preguiça como profissão


Andréa M., 22, formada em gastronomia, revela sua receita predileta: levar a vida em banho-maria. "Em plena quarta-feira, fui à praia com uma amiga. Se eu estivesse trabalhando, isso não seria possível", diz. Qualidades não faltam a Andréa. Além do talento na cozinha, fala espanhol fluente.
Mas, no currículo, há somente quatro experiências que não somam mais do que seis meses de trabalho. Ela conta que, para espantar a monotonia, sai três ou quatro vezes por semana. Seu roteiro inclui bares e baladas na Vila Madalena.
Andréa admite que os seus pais não concordam muito com sua situação atual. "Vivem me dizendo para ir trabalhar. Mas agora, no inverno, prefiro é ficar embaixo das cobertas."
Andréa está entre os 3,4 milhões de brasileiros com menos de 24 anos que não estão nas salas de aula e nem atuando no mercado formal de trabalho. O número é um estudo recente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas). A maioria desses jovens, porém, não está longe do mercado de trabalho por preguiça. Há todo tipo de razão: rapazes fora do mercado por causa do serviço militar, jovens mães, portadores de deficiência física ou mental, dependentes químicos e, é claro, gente que procura emprego e não acha. Esses 3,4 milhões representam menos de 15% dos brasileiros entre 18 e 24 anos. É um valor bem menor do que os quase 50% de jovens desempregados na Espanha, por exemplo, onde surgiu a geração "ni-ni", de "ni estudian, ni trabajan".
Andréa, porém, está confortável com a sua situação de "ni-ni", ao contrário dos jovens espanhóis, que vão às ruas protestar. Ela não é, claro, a única jovem com boa formação que optou, com a anuência dos pais, pelo ócio como forma de vida.
CARLOS MINUANO - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Fonte folha UOL - Leia mais

segunda-feira, 6 de junho de 2011

A estrela verde

Era uma vez em que havia milhões de estrelas no céu. Estrelas de todas as cores: brancas, lilases, prateadas, douradas, vermelhas, azuis...
Um dia, elas procuraram o Senhor, o Deus do Universo, e disseram-lhe:
- Senhor Deus, gostaríamos de viver na Terra com os homens.
- Assim será feito - disse-lhes Deus -, conservarei vocês todas pequeninas como são vistas e podem descer à Terra.
- Conta-se que naquela noite houve uma linda chuva de estrelas. Umas desceram nas torres das igrejas, outras foram voar e brincar com os vaga-lumes no campo, outras se misturaram nos brinquedos das crianças e a Terra ficou maravilhosamente iluminada. Porém, passando algum tempo, as estrelas resolveram abandonar os homens e voltar ao céu, deixando a Terra escura e triste.
- Por que voltaram? Perguntou Deus, à medida em que voltavam ao céu.
- Senhor, não nos foi possível permanecer na Terra. Lá existe muita miséria, muita desgraça, fome, violência, guerra maldade, doença...
E o Senhor lhes disse:
- Claro, o lugar de vocês é aqui no céu, a Terra é o lugar do transitório, daquilo que passa, do imperfeito, daquele que caiu, daquele que erra, daquele que morre...Aqui no céu é o lugar da perfeição, o lugar onde tudo é bom, onde tudo é eterno...
Depois que chegaram as estrelas me conferindo o seu número, Deus falou de novo:
- Mas está faltando uma estrela! Será que se perdeu no caminho?
Um anjo que estava perto retrucou:
- Não, Senhor! A estrela resolveu ficar entre os homens, ela descobriu que seu lugar é exatamente onde está a imperfeição, onde há limites, onde as coisas não vão bem...
- Mas que estrela é essa? - Voltou Deus a perguntar.
- Por coincidência, Senhor, era a única estrela desta cor.
- E qual era a cor desta estrela? - Insistiu Deus.
- É verde, Senhor! A estrela verde do sentimento da esperança.
E, quando olharam para a Terra, a estrela verde já não estava mais sozinha.
A Terra estava novamente iluminada, porque havia uma estrela verde no coração de cada pessoa, porque o único sentimento que o homem tem e Deus não tem é a Esperança. Deus já conhece o futuro e a esperança é própria da natureza humana, própria daquele que cai, daquele que erra, daquele que não é perfeito, daquele que ainda não sabe qual é o seu futuro.

sábado, 4 de junho de 2011

O papel do Animador Vocacional



Somos sempre mediadores, a pessoa chamada é que vai descobrindo, vivenciando e assumindo o itinerário vocacional.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Leigo, onde está tua missão?

Em tempos de contínuas mudanças, intensifica-se a participação dos cristãos leigos e leigas na Igreja, tornando-se indispensável refletir sobre seu papel na ação evangelizadora. A expressão "leigo", está associada a alguém não qualificado, iletrado, da plebe, que não tem muito conhecimento sobre algo. Por exemplo: "fulano é leigo em história ou em medicina". Entretanto, na sua origem, a palavra pro´vem do grego laikós, que tem sua raiz em laós (povo), e que desencadeou no termo latino laicus, que significa multidão, massa, povo, referindo-se àquele que não está qualificado para "as coisas de Deus".
Em 313 d.C., pelo edito de Milão, Constantino decreta liberdade a todos os cultos e em 380, o cristianismo torna-se a religião do Império, com Teodósio. O termo laikós passou a designar os cristãos que ouviam e obedeciam às ordens dos ministros ordenados (clero), "dispensadores dos poderes temporais e espirituais". Agora temos dois grupos: o clero como hierarquia, que se considera "a Igreja", e os leigos, que se tornam sinônimo daqueles que não sabiam o latim (língua oficial da Igreja), visto como pouco cultos, considerados incapazes de entender a Bíblia, livro para especialistas.
A partir daí a missão, a doutrina e a organização da Igreja ficou nas mãos da hierarquia, aumentando a distância com relação aos leigos. No entanto, sempre apresentaram-se na Igreja movimentos proféticos, contestadores e, até, anticlericais, com o propósito de reformá-la, procurando voltar às origens (pobreza evangélica, comunidade, Palavra de Deus, laicato); este processo ajudou a desencadear o Concílio Vaticano II (1962-65).
Durante o período da colonização, (século 16) por influência de Portugal e Espanha, os leigos se organizaram em irmandades, associações, ordens seculares, confrarias, em torno a um santo de devoção e obras de caridade. A partir da Revolução Francesa e Industrial (séculos 18 e 19), com a secularização do mundo civil e das relações de trabalho, os movimentos leigos crescem dentro e fora da Igreja. Surgem vários movimentos espiritual-caritativo-missionários, tais como o Apostolado da Oração, a Legião de Maria, a Santa Infância. As questões internas da Igreja eram confiadas ao clero e as externas eram o espaço onde os leigos atuam. O leigo passa a ser visto como um membro da Igreja e que atua na sociedade civil.
Depois deste período, as questões sociais, a defesa dos direitos da Igreja, a busca da prática da caridade de do socorro aos necessitados, levou os leigos a se organizarem, sob a orientação da hierarquia, dando origem à Ação Católica, que com o tempo vai deixando de ser uma organização político-social para se tornar uma escola de formação dos leigos. O braço forte da Ação Católica no Brasil foram os "5J" da juventude católica: JAC (agrária), JEC (estudantil), JIC (independente), JOC (operária) e JUC (universitária).

O leigo após o Concílio
Uma das mudanças trazidas pelo Concílio Vaticano II foi a introdução do conceito bíblico "Povo de Deus". O Concílio recuperou o real sentido da missão do leigo na Igreja. A Constituição Dogmática Lumen Gentium (Luz dos Povos), descreve positivamente o leigo e a leiga, enfatizando o batismo e a participação na tríplice função de cristo, sacerdote, profeta e rei.
Com o enfraquecimento da Ação Católica no Brasil, o laicato perdeu seu espaço de comunhão e participação na Igreja (décadas de 1960-70). Por iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, surgiu, em 1976, o Conselho Nacional de Leigos - CNL. No documento 62 da CNBB (1999), Missão e ministérios dos cristãos leigos e leigas, lemos: "os leigos podem participar do cuidado pastoral de uma comunidade, paróquia e diocese, e nos serviços de animação comunitárias, ministérios extraordinários da comunhão eucarística e assistência aos enfermos e idosos, nos ministérios do batismo, das exéquias e da Palavra, como testemunhas qualificads do matrimônio, nas missões Ad Gentes, na catequese e na educação da fé, além dos serviços pastorais que surjam da necessidade de pessoas e das comunidades". Nos últimos anos cresce o número de leigos e leigas que se juntam a congregações e ordens religiosas, para partilharem o carisma e dedicarem-se a um trabalho específico, exigindo uma mudança de mentalidade e de prática no exercício da missão. Foram chamados de oblatas, terceiros, fâmulos, associados, cooperadores, coirmãos, etc. Sobre as experiências foram usadas termos como: uniões, comunhões, famílias, fraternidades. No passado eram uma espécie de "associação" prevalecendo uma relação de paternidade ou mesmo de paternalismo, exercida pelos religiosos e titulares. Hoje o modelo continua, mas existem também novas modalidades de experiências com maior grau de igualdade respeitando a diversidade. A exortação apostólica Christifidelis laici, (1988) fruto de um sínodo sobre os leigos, nos ajuda a entender esse sentimento: "Na Igreja-Comunhão os estados de vida encontram-se de tal maneira interligados que são ordenados uns para os outros. Comum, direi mesmo único, é, sem dúvida, o seu significado profundo: o de constituir a modalidade segundo a qual se deve viver a igual dignidade cristã e a universal vocação à santidade na perfeição do amor. São modalidades, ao mesmo tempo, diferentes e complementares, de modo que cada uma delas tem uma sua fisionomia original e inconfundível e, simultaneamente, cada uma delas se relaciona com as outras e se põe a seu serviço (...) são modalidades diferentes que profundamente se unem no mistério de comunhão da Igreja e que dinamicamente se coordenam na sua missão única" (CfL 55).
De maneira geral os leigos e leigas têm uma participação ativa em quase todos os ministérios e pastorais da Igreja. Nas congregações de Vida Consagrada ou Institutos Religiosos o carisma não é de propriedade da Instituição. Sendo dinâmico, quando entra em contato com os leigos, suscita as mais diversas inspirações. A grosso modo, podemos destacar cinco casos concretos de participação: membros associados, ou seja, a adesão a um instituto por vínculos estáveis e aprovados; partilha temporária de vida, de contemplação e de dedicação apostólica; voluntariado e uma vocação que leva a uma opção por toda a vida.
Júlio César Caldeira - Seminarista do IMC, estudante de teologia na EDT, em São Paulo
Fonte: Revista do Laicato nº 01, Jan/Fev/Mar - 2011