sábado, 31 de dezembro de 2011

Educar os jovens para a justiça e a paz


A mensagem do Papa escrita para o 45º Dia Mundial da Paz encoraja os jovens a olhar o futuro com esperança, mesmo diante das dificuldades. O tema deste documento é “Educar os jovens para a justiça e para a paz”, onde o Santo Padre destaca a importância da família e da educação para a construção de uma paz autêntica, e critica o relativismo que apresenta uma ameaça ao bom uso da liberdade.O tema deste documento é “Educar os jovens para a justiça e para a paz”, onde o Santo Padre destaca a importância da família e da educação para a construção de uma paz autêntica, e critica o relativismo que apresenta uma ameaça ao bom uso da liberdade.
Aqui você confere um trecho da carta:
“Início de um novo ano, dom de Deus à humanidade, induz-me a desejar a todos, com grande confi ança e estima, de modo especial que este tempo, que se abre diante de nós, fi que marcado concretamente ela justiça e a paz. Com qual atitude devemos olhar para o novo ano? No salmo 130, encontramos uma imagem muito bela. O salmista diz que o homem de fé aguarda pelo Senhor « mais do que a sentinela pela aurora »(v. 6), guarda por Ele com firme esperança, porque sabe que trará luz, misericórdia, salvação. Esta expectativa nasce da experiência do povo eleito, que reconhece ter sido educado por Deus a olhar o mundo na sua verdade sem se deixar abater pelas tribulações. Convido-vos a olhar o ano de 2012 com esta atitude confiante. É verdade que, no ano que termina, cresceu o sentido de frustração por causa da crise que aflige a sociedade, o mundo do trabalho e a economia; uma crise cujas raízes são primariamente culturais e antropológicas. Quase parece que um manto de escuridão teria descido sobre o nosso tempo, impedindo de ver com clareza a luz do dia. Mas, nesta escuridão, o coração do homem não cessa de aguardar pela aurora de que fala o salmista. Esta expectativa mostra-se particularmente viva e visível nos jovens; e é por isso que o meu pensamento se volta para eles, considerando o contributo que podem e devem oferecer à sociedade. Queria, pois,  revestir a Mensagem para o XLV Dia Mundial da Paz duma perspectiva educativa: « Educar os jovens para a justiça e a paz », convencido de que eles podem, com o seu entusiasmo e idealismo, oferecer uma nova esperança ao mundo”.

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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

As lições de Nazaré

Nazaré é a escola onde se começa a compreender  a vida de Jesus: a escola do Evangelho.
Aqui se aprende a olhar, a escutar, a meditar e penetrar o significado, tão profundo e tão misterioso, dessa manifestação tão simples, tão humilde e tão bela, do Filho de Deus. Talvez se aprenda até, insensivelmente, a imitá-lo.
Aqui se aprende o método que nos permitirá compreender que é o Cristo. Aqui se descobre a necessidade de observar o quadro de sua permanência entre nós:  os lugares, os tempos, os costumes, a linguagem, as práticas religiosas, tudo de que Jesus se serviu para revelar-se ao mundo. Aqui tudo fala, tudo tem um sentido.
Aqui, nesta escola, compreende-se a necessidade de uma disciplina espiritual para quem quer seguir o ensinamento do Evangelho e ser discípulo do Cristo.
Ó como gostaríamos de voltar à infância e seguir essa humilde e sublime escola de Nazaré! Como  gostaríamos junto a Maria, de recomeçar a adquirir a verdadeira ciência e a elevada sabedoria das verdades divinas.
Mas estamos apenas de passagem. Temos de abandonar este desejo de continuar aqui o estudo, nunca terminado, do  conhecimento do Evangelho. Não partiremos, porém, antes de colher às pressas e quase furtivamente algumas breves lições de Nazaré.
primeiro, uma lição de silêncio. Que renasça em nós a estima pelo silêncio, essa admirável e indispensável condição do espírito; em nós, assediados por tantos clamores, ruídos e gritos em nossa vida moderna barulhenta e hipersenbilizada. O silêncio de Nazaré ensina-nos o recolhimento, a interioridade, a disposição para escutar as boas inspirações e as palavras dos verdadeiros mestres. Ensina-nos a necessidade e o valor das preparações, do estudo, da meditação, da vida pessoal e interior, da oração que só Deus vê no segredo.
Uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, sua comunhão de amor, sua beleza simples e austera, seu caráter sagrado e inviolável; aprendemos de Nazaré o quanto a formação que recebemos é doce e insubstituível: aprendamos qual é sua função primária no plano social.
Uma lição de trabalho. Ò Nazaré, ó casa do "filho do carpinteiro"! É aqui que gostaríamos de compreender e celebrar a lei, severa e redentora, do trabalho humano; aqui, restabelecer a consciência da nobreza do trabalho; aqui, lembrar que o trabalho não pode ser um fim em si mesmo, mas que sua liberdade e nobreza resultam, mas que de seu valor econômico, dos valores que constituem o seu fim. Finalmente, como gostaríamos de saudar aqui todos os trabalhadores do mundo inteiro e mostrar-lhes seu grande modelo, seu divino irmão, o profeta de todas as causas justas, o Cristo nosso Senhor.
Das alocuções do papa Paulo VI 05/01/1964 - Liturgia das Horas vol I p. 382.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011


Um dia, Alfredo acordou em uma véspera de Natal, muito contente, pois uma data muito importante estava para chegar. Era o dia do aniversário do menino Jesus, e é lógico, o dia em que o Papai Noel vinha visitá-lo todos os anos.
Com seus cinco aninhos, esperava ansiosamente o cair da noite, para voltar a dormir e olhar o seu pé de meia que estava frente à porta, pois não tinha árvore de Natal.
Dormiu muito tarde, para ver se conseguia pegar aquele velhinho no "flagra", mas como o sono era maior do que a sua vontade, dormiu profundamente.
Na manhã de Natal, observou que seu pé de meia não estava lá, e que não havia presente algum em toda a sua casa. Seu pai, desempregado, com os olhos cheios de água, observava atentamente ao seu filho, e esperava tomar coragem para falar que o seu sonho não existia, e com muita dor no coração o chama:
- Alfredo, meu filho, venha cá!
Mas antes mesmo do pai poder falar...
- Papai?
- Pois não, filho?
- O Papai Noel se esqueceu de mim...
Falando isso, Alfredo abraça seu pai e os dois se põem a chorar, quando Alfredo fala:
- Ele também esqueceu do senhor, papai?
- Não, meu filho. O melhor presente que eu poderia ter ganho na vida está em meus braços, e fique tranqüilo, pois eu sei que o Papai Noel não esqueceu de você.
- Mas todas as outras crianças vizinhas estão brincando com seus presentes... ele pulou a nossa casa...
- Não pulou não... o seu presente está te abraçando agora, e vai te levar para um dos melhores passeios da sua vida!
E assim, foram para um parque e Alfredo brincou com seu pai durante o resto do dia, voltando somente no começo da noite.
Chegando em casa, muito sonolento, Alfredo foi para o seu quarto, e "escreveu" para o Papai Noel:
"Querido Papai Noel,
Eu sei que é cedo demais para escrever e pedir alguma coisa, mas quero agradecer o presente que o senhor me deu.
Desejo que todos os Natais sejam como esse. Faça com que meu pai esqueça de seus problemas, e que ele possa se distrair comigo, passando uma tarde maravilhosa como a de hoje.
Obrigada pela minha vida, pois descobri que não são com brinquedos que somos felizes, e sim, com o verdadeiro sentimento que está dentro de nós, que o senhor desperta nos Natais.
De quem te agradece por tudo,
Alfredo."
E foi dormir...
Entrando no quarto para dar "boa noite" ao seu filho, o pai de Alfredo viu a cartinha, e a partir desse dia, não deixou que os seus problemas afetassem a felicidade dele, e começou a fazer que todo dia fosse um Natal para ambos. 

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Um presente de natal

Em 1994, dois americanos responderam a um convite do Departamento de Educação Russa, para ensinar moral e ética (apoiado em princípios bíblicos) nas escolas públicas.

Foram convidados para ensinar nas prisões, negócios, corpos de bombeiro e polícia, e em um imenso orfanato. Cerca de 100 meninos e meninas que tinham sido abandonados, abusados, e deixados aos cuidados de um programa do governo, estavam neste orfanato. Eles relatam esta historia com suas próprias palavras.

"Aproximavam-se os dias de festas Natalinas, 1994, tempo para que nossos órfãos escutassem pela primeira vez, a história tradicional de Natal. Contamos como Maria e José chegaram a Belém. Não encontraram albergue na estalagem e o casal foi a um estábulo, onde nasceu o menino Jesus e foi posto em um presépio.

Durante o relato da história, os meninos e os trabalhadores do orfanato estavam assombrados enquanto escutavam. Alguns estavam sentados ao lado de seus tamboretes, tratando de captar cada palavra. Terminando a história, demos aos meninos três pequenos pedaços de cartolina para que construíssem um presépio. A cada menino demos um pedaço de papel quadrado cortados de uns guardanapos amarelos, que haviamos trazido, pois não haviam guardanapos de cores na cidade.

Seguindo as instruções, os meninos rasgaram o papel e colocaram as tiras com muito cuidado no presépio. Pequenos pedaços quadrados de flanela, cortados de uma velha camisola de dormir que uma senhora americana tinha descartado ao sair da Rússia, foram usados para a manta do bebê. Um bebê tipo boneca foi talhado de uma felpa cor canela que havíamos trazido dos Estados Unidos.

Os órfãos estavam ocupados montando seus presépios, enquanto eu caminhava entre eles para ver se necessitavam ajuda. Parecia ir tudo bem até que cheguei a uma das mesas onde estava sentado o pequeno Misha. Parecia ter uns 6 anos e já tinha terminado seu projeto. Quando olhei no presépio deste pequeno, surpreendeu-me ver não um, mas dois bebês no presépio. Em seguida chamei o tradutor para que perguntasse ao menino porque haviam dois bebês no presépio. Cruzando seus braços e olhando seu presépio já terminado, começou a repetir a história muito seriamente.

Por ser um menino tão pequeno que só tinha escutado a história de Natal uma vez, contou o relato com exatidão até chegar à parte onde Maria coloca o bebê no presépio. Então Misha começou a acrescentar. Inventou seu próprio fim da história dizendo...

- quando Maria colocou o bebê no presépio, Jesus me olhou e me perguntou

- você tem um lugar para onde ir?

- não tenho mãe nem pai, assim não tenho onde ficar.

- então Jesus me disse que eu podia ficar com Ele. Porém eu disse que não tinha presente para lhe dar como tinham feito os outros. Mas tinha um grande desejo de ficar com Ele. Então pensei o que poderia lhe dar de presente: lhe manter quente! Então perguntei a Jesus

- se te mantiver quente, isso seria um bom presente?

- Se me mantiver quente, esse seria o melhor presente que me tenham dado.

- Assim me meti no presépio, e então Jesus me olhou e me disse que ficaria com o meu presente para sempre.

Enquanto o pequeno Misha terminava sua história, seus olhos transbordavam de lágrimas que lhes salpicavam por suas bochechas. Pondo sua mão sobre seu rosto baixou sua cabeça para a mesa e seus ombros estremeciam enquanto soluçava. Ele, pequeno órfão, tinha encontrado alguém que nunca o abandonaria ou o abusasse, alguém que se manteria com ele PARA SEMPRE.

Graças a Misha aprendi que o que conta, não é o que alguém tem em sua vida, mas, a quem alguém tem em sua vida. Não acredito que o ocorrido a Misha fosse imaginação. Acredito que Jesus seriamente lhe convidou a estar junto D'ELE PARA SEMPRE. Jesus faz esse convite a todos, mas para escutá-lo é necessário ter um coração de criança".

Autor Desconhecido

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O mundo inteiro espera a resposta de Maria

Ouviste, ó Virgem, que vais conceber e dar à luz um filho, não por obra de homem - tu ouviste - mas do Espírito Santo. O anjo espera tua resposta: já é tempo de voltar para Deus que o enviou. Também nós, Senhora, miseravelmente esmagados por uma sentença de condenação, esperamos tua palavra de misericórdia. Eis que te é oferecido o preço de nossa salvação; se consentes, seremos livres. Todos fomos criados pelo Verbo eterno, mas caímos na morte; com uma breve resposta tua seremos recriados e novamente chamados à vida. Ó Virgem cheia de bondade, o pobre Adão, expulsou do paraíso com a sua mísera descendência, implora a tua resposta; Abraão a implora, Davi a implora. Os outros patriarcas, teus antepassados, que também habitam a região da sombra da morte, suplicam esta resposta. o mundo inteiro a espera, prostrado a teus pés. E não é sem razão, pois de tua palavra depende o alívio dos infelizes, a redenção dos cativos, a liberdade dos condenados, enfim, a salvação de todos os filhos de Adão, de toda a tua raça. Apressa-te, ó Virgem, em dar a tua resposta; responde sem demora ao anjo. Pronuncia uma palavra e recebe a Palavra; profere a tua palavra e concebe a Palavra de Deus; dize uma palavra passageira e abraça a Palavra eterna. Por que demoras? Por que hesitas? Crê, consente, recebe. Que tua humildade se encha de coragem, tua modéstia de confiança. De modo algum convém que tua simplicidade virginal esqueça a prudência. Neste encontro único, porém, virgem prudente, não temas a presunção. Pois, se tua modéstia no silêncio foi agradável a Deus, mais necessário é agora mostrar tua piedade pela palavra. Abre ó Virgem santa, teu coração à fé, teus lábios ao consentimento, teu seio ao Criador. Eis que o Desejado de todas as nações bate à tua porta. Ah! se tardas e ele passa, começarás novamente a procurar com lágrimas aquele que teu coração ama! Levanta-te, corre, abre. Levanta-te pela fé, corre pela entrega a Deus, abre pelo consentimento. Eis aqui, diz a Virgem, a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1,38). 
Das Homilias em louvor a Virgem Mãe, de São Bernardo, abade - Liturgia das Horas vol. I p. 309.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A força da palavra

Um grupo de rãs estava viajando entre madeiras e duas delas cairam numa profunda rachadura. Todas as demais rãs ficaram ao redor da rachadura. Quando viram como era profunda disseram às companheiras que podiam se considerar mortas.
As duas rãs ignoraram os comentários e trataram de pular fora da rachadura com toda a sua força.
As outras continuaram desenganado-as, pois deviam-se considerar mortas.
Finalmente, uma das rãs prestou atenção no que as outras diziam e desistiu. Caiu mais fundo e morreu. A outra continuou pulando o máximo que lhe permitiam as forças. Novamente o coro das rãs gritava para ela desistir da coisa dolorosa que estava fazendo, e morrer. Ela saltou com mais força e, finalmente, saiu fora.
Quando ela conseguiu, as outras rãs perguntaram:
- Você não nos escutou?
A vencedora explicou que era sura. E pensou que estava sendo encorajada o tempo todo.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Maria e José

Como José e Maria, preparemo-nos para o nascimento de Jesus e a acolhê-Lo desde já nos nossos corações, tendo a S. José por modelo do homem "justo", aprendendo com ele a viver plenamente este grande mistério da fé.

A nós, mergulhados nos ritmos frenéticos de hoje, que nos tornam difícil escutar a voz de Deus,
São José, ensina-nos o silêncio e a oração.
A nós, que somos tentados a viver valorizando mais o fazer que o ser,
São José ensina-nos o silêncio e a oração.
A nós, que tantas vezes somos tentados a viver distraidamente estes dias cheios de graça,
São José ensina-nos o silêncio e a oração.
Deus-Pai, cheio de amor,
na adesão plena e consciente de São José,
ao Teu desígnio de salvação,
deste-nos um exemplo de justiçã e de fé:
por sua intercessão,
faz que na intensidade dos nossos dias
saibamos manter no coração
um clima de silêncio cheio da Tua presença.
Que saibamos conservar no olhar
uma atenção cuidadosa
para os que vivem à nossa volta,
e em todos os acontecimentos da nossa existência,
saibamos reconhecer e adorar
a tua acção de Pai,
que guia todas as coisas para o cumprimento
do teu desígnio salvítico.
Nós vo-lo pedimos por Jesus Cristo, Vosso Filho,
que é Deus connosco na unidade do Espírito Santo,
Amen.

*Monjas Beneditinas - Mosteiro da Ssma.Trindade.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011



"Rorate Caeli"
é um tradicional canto do tempo de Advento, tendo o seu refrão sido inspirado no texto do profeta Isaías 45. Assim, louvando a Tradição da Igreja, que nos traz este belíssimo canto na espera do Salvador, trazemos abaixo a sua tradução:

Derramai, ó Céus, das alturas, o seu orvalho, e as nuvens chovam o Justo

Não vos irriteis, Senhor, e não recordeis nossas iniqüidades.
Eis que sua Cidade Santa foi feita um deserto:
Sião um deserto tounou-se, Jerusalém está desolada;
a casa de Sua santificação e de Sua glória, onde Vos louvaram nossos pais.

Derramai, ó Céus, das alturas, o seu orvalho, e as nuvens chovam o Justo

Pecamos, e estamos vivendo como imundos,
caímos nas profundezas, como uma folha morta no universo
e nossas iniqüidades nos arrastam como um vento forte:
escondeste Vossa face de nós e nos aquebrantastes com o peso de nossa própria iniqüidade.

Derramai, ó Céus, das alturas, o seu orvalho, e as nuvens chovam o Justo

Vede, Senhor, a aflição de seu povo,
e mandai rapidamente Aquele que está para vir:
enviai diante de nós o Cordeiro, Senhor de toda a Terra, da Rocha do deserto aos Montes das filhas de Sião, e retirai o severo jugo de nossa sujeição.

Derramai, ó Céus, das alturas, o seu orvalho, e as nuvens chovam o Justo

Consolai-vos, Consolai-vos, Ó Meu povo, pois que vem tua Salvação.
Por que estais se consumindo em aflição, por que vos renovais em sua dor?
Eu salvar-te-ei, não tenhais medo: Eu Sou o Senhor teu Deus,
o Santo de Israel, o teu Redentor.

Derramai, ó Céus, das alturas, o seu orvalho, e as nuvens chovam o Justo
Tradução: Carlos Eduardo Maculan e Izabel Ribeiro Filippi
Fonte: www.sociedadecatolica.com.br

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Há um chamado no ar. Você está ouvindo?

Estávamos sentados naquela rocha. Éramos cinco. O Paulo, o Carlos, a Beth, a Clara, e eu. De repente a Beth pediu silêncio. Fizemos silêncio. - Ouçam, disse ela. Há um som gozado vindo lá de longe. Não estão ouvindo? Não estávamos. Três minutos depois, voltamos a conversar. E a Beth concluiu: - Estranho! Eu podia jurar que alguém estava chamando a gente! Aproveitei para falar sobre chamado universal....
O que muitos jovens não sabem, ou porque nunca lhes foi dito ou porque nunca aprofundaram o suficiente, é que, como no caso de Beth, às vezes parecem ouvir dentro de si uma voz que chama. Não sabem quem é, nem para que, nem tampouco tem certeza. O que sentem é que há alguma coisa que os atrai para determinada direção; seja para o bem ou para o mal.
Muitos costumam dizer: Não sei o que é, mas, às vezes, há uma coisa dentro de mim que me leva a fazer o que eu não queria fazer. E tem horas que me sinto leve e feliz porque fiz o que queria, do jeito que queria, e sei que o que fiz foi bonito e deu felicidade a alguém. E então cito a eles um outro rapaz, provavelmente homem feito, que viveu entre o chamado para o bem e o que lhe parecia um convite para o mal. Chamava-se Paulo de Tarso e numa carta aos romanos (Rm 7,15) assim desabafava: "Em verdade não entendo o que faço. Não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero".
Não imagino que Paulo tenha descoberto isso apenas na idade adulta. Desde jovem era perseguido por essa dualidade. Somos todos assim. Há momentos em que tendemos para o bem e o momentos em que tendemos para o mal. Mas, se quiser saber, sou daqueles que pensam conhecer o suficiente a pessoa humana para dizer que no geral, apesar de tantas falhas, fraquezas, quedas e tentações, o chamado mais constante é para o bem.
Se você observar os minutos de seu dia verá que, desde que se levanta até o momento de dormir, desde os mínimos gestos, olhares e atitudes, as chances de estar bem e fazer o bem são maiores do que chances para fazer o mal. Nós é que damos importância demasiada ao que fazemos de errado ou ao que nos acontece de errado. Na matemática da vida somos péssimos contabilistas. Registramos em detalhes as cinco ou seis experiências negativas do dia e as rodeamos com um círculo vermelho para acentuá-las, e esquecemos as mais de mil experiências agradáveis ou positivas [...] É claro que há um chamado no ar. Não ouvimos porque, ou não sintonizamos, ou não ligamos nosso interior, ou temos as pilhas descarregadas, ou não nos conectamos com a corrente da vida.
O chamado está no ar. O que falta é captá-lo. Não acusemos aquele que chama porque ainda não nos chamou. Chamou sim! O problema talvez esteja em nós: má sintonia, sintonia errada, desligamenteo, falta de energia no interior, barulho demais ao nosso redor, ruído excessivo dentro de nosso transmissores. Outros estão ouvindo. Sinal de que o chamado continua. O problema pode ser seu... e meu também.
Há um chamado no ar. Você está ouvindo?
pe. Zezinho
Extraído do livro: Senhor que queres que eu faça?

sábado, 10 de dezembro de 2011

João é a voz


João era a voz, mas o Senhor, no princípio, era a Palavra (Jo 1,1). João era a voz passageira, Cristo, a Palavra eterna desde o princípio.

Suprimiu a palavra, o que se torna a voz? Esvaziada de sentido, é apenas um ruído. A voz sem palavras ressoa ao ouvido, mas não alimenta o coração.

Entretanto, mesmo quando se trata de alimentar nossos corações, vejamos a ordem das coisas. Se penso no que vou dizer, a palavra já está em meu coração. Se quero, porém, falar contigo, procuro o modo de fazer chegar ao teu coração o que já está no meu.

Procurando então como fazer chegar a ti e penetrar em teu coração o que já está no meu, recorro à voz e por ela falo contigo. O som da voz te faz entender a palavra; e quando te fez entendê-la, esse som desaparece, mas a palavra que ele te transmitiu permanece em teu coração, sem haver deixado o meu.

Não te parece que esse som, depois de haver transmitido minha palavra, está dizendo: É necessário que ele cresça e eu diminua? (Jo 3,30). A voz ressoou, cumprindo sua função, e desapareceu, como se dissesse: Esta é a minha alegria, e ela é completa (Jo 3,29). Guardemos a palavra; não percamos a palavra concebida em nosso íntimo.

Queres ver como a voz passa e a palavra divina permanece? Que foi feio do batismo de João? Cumpriu sua missão e desapareceu; agora é o batismo de Cristo que está em vigor. Todos cremos em Cristo e esperamos dele a salvação: foi o que a voz anunciou.

Justamente porque é difícil não confundir a voz com a palavra, julgaram que João era o Cristo. Confundiram a voz com a palavra. Mas a voz reconheceu o que era para não prejudicar a palavra: Eu não sou o Cristo (Jo 1,20), disse João, nem Elias nem o Profeta. Perguntaram-lhe então: Quem és tu? Eu sou, respondeu ele, a voz que grita no deserto: “Aplainai o caminho do Senhor”, como se dissesse: “Sou a voz que se faz ouvir apenas para levar o Senhor aos vossos corações. Mas ele não se dignará vir aonde o quero levar, se não preparardes o caminho”.

O que significa: Aplainai o caminho, senão: Orai como se deve orar? O que significa ainda: Aplainai o caminho, senão: Tende pensamentos humildes? Imitai o exemplo de João. Julgam que é o Cristo e ele diz não ser aquele que julgam; não se aproveita do erro alheio para uma afirmação pessoal. Se tivesse dito: “Eu sou o Cristo”, facilmente teriam acreditado nele, pois já era considerado como tal antes que o dissesse. Mas não disse; pelo contrário, reconheceu o que era, disse o que não era, foi humilde. Viu de onde lhe vinha a salvação; compreendeu que era uma lâmpada e temeu que o vento do orgulho pudesse apagá-la.

Dos sermões de Sto Agostinho – Liturgia das Horas Vol. I p. 223.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Marcelo Candia um modelo de cristão leigo

No dia 13 de agosto de 1983, morria em Milão, Itália, Marcelo Candia, o brilhante industrial que, em 1964, vendeu sua indústria química, doando todos os seus bens e a sua própria vida aos pobres da Amazônia. Com o lucro da venda, construiu para os pobres o Hospital São Camilo, no Amapá, confiando-o posteriormente aos padres médicos camilianos. Passou, em seguida, a viver na colônia-leprosário de Marituba, partilhando sua vida com os hansenianos, visitando a Europa para angariar fundos para seus leprosos, ainda mais quando o governo desativou a cidade-leprosário que ficou praticamente a seu cargo, de dom Aristides Pirovano, ex-bispo de Amapá, e de padres e irmãs.
Abriu e sustentou obras sociais em outros lugares do Brasil, que continuam sendo atendidas pela fundação Marcelo Candia. Ganhou vários prêmios internacionais por sua solidariedade com os rejeitados. Marcelo não deixou nada escrito, mas somente o testemunho de sua vida de apóstolo da caridade, que se despojou de tudo e seguiu a Cristo, servindo aos pobres: o exemplo de um santo moderno que fez da riqueza um meio para sua santidade. Ao concluir o processo diocesano para a beatificação de Marcelo (1991), o então cardeal Martini, de Milão, sintetizou sua vida em poucas palavras: "Marcelo Candia é o modelo do leigo compromissado, dedicado, corajoso, que levou ao extremo a palavra de Cristo de vender tudo e de se pôr a serviço dos pobres, dos últimos, com toda a sua riqueza".
Marcelo Candia é o santo dos tempos modernos: dois títulos universitários, tenente de artilharia durante a Segunda Guerra, industrial de sucesso que dava o justo valor ao dinheiro, sempre envolvido em obras de solidariedade, provava com sua vida que as riquezas podem ser instrumento de santidade heróica e que um rico pode se tornar santo.
A grandeza do Dr. Marcelo brotava da sua vida de fé e de caridade. Era um empresário livre, como foi um santo livre. Não pertencia a nenhum movimento, nem instituto religioso e definia-se, simplesmente, como um "batizado" que via nos pobres e, especialmente, nos hansenianos, a imagem de Cristo sofredor e rejeitado pela sociedade opulenta e acomodada. Quando se fixou em Marituba, dividia sua vida com os leprosos, sem nenhuma separação ou restrição em relação aos doentes e gostava de conviver com eles.
"Quando vim para a Amazônia, pensava que o dom maior que podia fazer aos pobres era o meu dinheiro e as minhas capacidades profissionais, mas entendi que eles eram o verdadeiro tesouro. Não fui eu que dei algo para eles, mas eles que me deram". Adalúcio Calado, hanseniano que convivia com ele em Marituba, lembrava que "o dr. Candia não somente nos ajudava com as obras sanitárias e sociais, mas nos amava e, nele, percebíamos o amor que Deus tinha também por nós, leprosos, recusados por todos. Fazia tudo por amor a Deus, nada procurava para si, mas tudo o que possuía era para os pobres, os doentes, especialmente para nós, hansenianos. Era heróico na sua doação. Ele, rico e culto, vivia a sua vida em nosso meio e nada podíamos dar-lhe em troca. Era o exemplo vivo e palpável do amor de Deus entre nós". Marcelo, como homem e empresário moderno não era um paternalista, mas administrava cuidadosamente seu dinheiro e as grandes contribuições que recebia de amigos.
Este dinheiro era usado não simplesmente como gesto de caridade de quem dava porque tinha, mas quem podia, era ajudado a aprender um trabalho nos oficinas criadas na colônia, para se tornar independente, uma vez que saísse do leprosário. Sempre repetia que quem muito recebeu, muito devia dar para que os pobres pudessem viver sua dignidade de filhos de Deus. A causa de beatificação de Marcelo Candia encontra-se em fase avançada.
Ernesto Arosio
Fonte: Revista Mundo e Missão

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Advento é isto: Ele veio, Ele vem, Ele virá


Advento é isto: ele veio, ele vem, ele virá. Veio na encarnação. Festejamos isto no Natal. Virá em sua Segunda vinda. Festejamos isto no advento. E vem. E esta não é uma novidade menor que a sua encarnação ou a sua volta gloriosa.
Jesus está entre nós realizando a obra do Pai. Uma vez Jesus disse aos discípulos: “Felizes os olhos que vêem o que vocês estão vendo”. E o que é que eles estavam vendo? Eles estavam sendo testemunhas da presença de Jesus e de sua ação salvadora. Viam-no e ouviam-no. Ele, o prometido de séculos, estava ali.
O aguardado das nações estava na sua frente, falando e agindo. Isaías tinha falado dele: o rebento de Jessé, nascido do tronco decepado do povo eleito. Malaquias tinha predito a sua ação como a do fogo do fundidor, purificando o seu povo dos seus pecados. Zacarias, pai de João Batista, falara dele como a luz do sol nascente que nos veio visitar. O rebento de Jessé, cheio do Espírito de Deus, estava ali marcando um novo começo para o povo sofredor.
O mensageiro de Malaquias, revelando a maldade do coração humano, estava ali restaurando os excluídos. A luz do sol nascente estava brilhando. “Felizes os olhos que vêem o que vocês estão vendo”. Nem todo mundo podia enxergá-lo. Viam, mas não o compreendiam. Ouviam-no, mas não o entendiam. Nem o aceitavam.
Numa bela oração, Jesus atribuiu ao Pai esta façanha: escondeu essas coisas aos sábios e inteligentes. E as revelou aos pobres e pequeninos. Sim, aqueles corações humildes podiam entendê-lo.
Os humilhados o reconheceram. Por isto a sua oração: “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque revelastes estas coisas aos pequeninos. Sim, Pai, porque foi do teu agrado”. Os discípulos o reconheceram, porque eram gente de coração de pobre e mereciam a primeira bem-aventurança: “Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino de Deus”.
Jesus está presente em nossas vidas, em nossas história, construindo o Reino de Deus. Ele veio. Ele virá. E ele está agindo hoje, construindo o Reino de Deus. Foi isto que os pequeninos enxergaram: o Reino está acontecendo pela presença de Jesus. O pobre está tendo vez. O cego, o coxo, o paralítico estão recuperando a saúde. O oprimido, a liberdade. A vida está ganhando da morte. O perdão está superando o ódio.
O Reino de Deus está acontecendo. É Jesus quem o está comunicando. Ele comunica a vida de Deus. O Reino é a vida de Deus derramada lá onde impera a morte. O que é preciso agora é reconhecer e acolher Jesus presente fazendo o Reino. Mas, isto é antes de tudo obra do Pai: é ele quem dá a conhecer o filho. Ele veio. Ele virá. Este já está aqui, agora, construindo o Reino: “Felizes os olhos que vêem o que vocês estão vendo”. É isto que é o advento.
Pe. João Carlos, SDB
Fonte: www.soucatequista.com.br

sábado, 3 de dezembro de 2011

Caminhar sempre

Às vezes o caminhar é lento, mas o importante é não parar. Mesmo um pequeno progresso é um avanço na direção certa. E qualquer um é capaz de fazer um pequeno progresso. Se você não pode conquistar algo importante hoje, conquiste algo menor. Pequenos riachos se transformam em rios poderosos. Continue em frente.
O que de manhã parecia fora do alcance, pode ficar mais próximo à tarde, se você continuar em frente. O tempo que usar, trabalhando com paixão e intensidade, aproximará você de seu objetivo. É bem mais dificil começar de novo, se você parar completamente. Então, continue em frente.