
Logo
depois que diz “sim”, Maria sai apressadamente para visitar Isabel (Lc 1,39). Era
uma região montanhosa, difícil de chegar. Mas, quem está convencido que deve
servir, não reclama das dificuldades e arruma um jeito de superar os
obstáculos. Como Maria chegou até lá? Quem a acompanhou, pois as mulheres
naquele tempo não podiam andar sozinhas? Quanto tempo durou a viagem? A gente
não sabe. O que podemos dizer é que Maria e Isabel passaram algum tempo juntas.
E então viveram uma intensa experiência de comunidade. A gravidez de Isabel
começou três meses antes. Maria veio para servir sua parenta, mas ela também
estava grávida. Para as duas, era a primeira vez. Quantas esperanças, quantas
dúvidas, e alguns temores... Seguramente, Maria também aprendeu muita coisa com
Isabel, que já era uma mulher de idade avançada, com muita sabedoria.
Assim
acontece quando a gente se coloca a serviço dos outros. Aprendemos e ensinamos.
Doamos e recebemos. Esta é uma das belezas do serviço, quando ele é realizado
com liberdade, generosidade e desprendimento. Gratuitamente, sem pedir nem
exigir, há um retorno do amor. Pois o serviço traz junto a reciprocidade. Quem
recebe gestos de amor, com gratidão quer também fazer algo parecido. Para o
outro ou para os outros.
No
encontro com Isabel, Maria entoa um belo cântico de louvor a Deus. E agradece
ao Senhor que “olhou para sua humilde servidora” (Lc 1,48). Novamente, sai de
sua boca o que está no coração. Como Jesus, ela veio para servir a Deus e aos
outros!
A
partir de Maria, podemos traduzir de muitas formas a nossa resposta a Jesus,
como um serviço às pessoas, aos grupos, à transformação da sociedade. Dizemos
então: Jesus, eu também vim para servir! Venho para ajudar quem
precisa, venho para ensinar e aprender, venho para evangelizar, venho para
construir comunidade, venho para denunciar as injustiças, venho para animar os
tristes, venho para trazer uma palavra de esperança, venho para ouvir e
acolher, venho para louvar pelas maravilhas que o Senhor realiza no meio de
nós.
A
vida cristã é um constante movimento de ir e vir, como discípulo/a e
missionário/a de Jesus e de seu Reino. E Maria está conosco sempre, como
servidora, mãe, exemplo e companheira do caminho!
Afonso Murad - Publicado
na Revista de Aparecida
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