“Vós sois como canais, o canal leva a água. A vocação parte de Deus, passa pos vós, que sois os canais, e chega às pessoas”
pe. Alberione
pe. Alberione
O nascer de uma vida ou uma congregação religiosa, sempre acontece pela ação do Espírito. Os primeiros sinais e passos para a fundação, no seio da Igreja, de uma nova congregação surgiram do caráter atento de pe. Tiago Alberione em perceber as necessidades e preocupações frente à realidade a qual toda Igreja e a sociedade estavam passando. Mas, também de sua capacidade em saber interpretar o falar de Deus por meio do Espírito.
Nesse período, final da década de 1950, a Igreja estava passando por um período de transformações. Era muito forte o pipocar de novas reflexões e práticas pastorais que desembocariam no Concílio Vaticano II, mas também começava um grande período de crise vocacional, seja no tocante as pessoas como também de uma prática e reflexão vocacional. O mundo, como um todo, passava por rápidas transformações sociais, econômicas, tecnológicas, culturais e midiáticas.
Mas o olhar preocupado desse homem repousava, sobretudo, nos jovens. Como ele mesmo dizia: “O problema do futuro é o problema de todo jovem...”, por isso, é “preciso fazer compreender aos jovens que, se é importante saber escolher e adivinhar bem a própria carreira, a própria tarefa, é muito mais importante a escolha do próprio estado de vida”, ou seja, a própria vocação.
A partir de tudo isso, compreende-se a ação do Espírito para que houvesse na Igreja, pessoas que doassem a vida pelas vocações: “trabalhar pelas vocações é servir a Igreja”. Irmãs que cuidassem e acompanhassem os jovens no caminho de descoberta vocacional; que questionasse todo o povo de Deus, mas, sobretudo, os jovens sobre o sentido da vida e sobre quem realmente dá sentido a nossa vida e opção cristã.
Assim, honrando a Maria como Rainha dos Apóstolos, nasceu em 08 de setembro de 1959, por obra do Espírito Santo e desejo incansável de padre Alberione, o Instituto Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos para as vocações, mais conhecido como Irmãs Apostolinas. Mulheres interpeladas a viverem seu seguimento a Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida em comunidade, vivenciando e testemunho os conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência, através do anúncio da Boa Nova da Vocação.
A Apostolina além de viver intensamente a vida e a própria vocação é chamada a: inspirar, espirar, espalhar e transmitir vocação; exalar o perfume da vocação e ter como mandamento consumir a vida pelas vocações.
Qual é a missão?
A missão vocacional confiada às Apostolinas é uma missão especial e diferente. Diferente porque, se em todas as congregações e institutos religiosos há uma preocupação com as vocações, a missão das Apostolinas é trabalhar e doar a vida por todas as vocações. Como Jesus Mestre devem ter “um coração grande, que chama a todos, deseja, quer e pede vocações para todos os apostolados”.
Jesus é o paradigma de animador vocacional e por isso, a fonte de onde brota tal missão. Pois, com seu jeito de animador itinerante, olha e pergunta: “O que vocês estão procurando?”; convida a caminhar com Ele e fazer nossa sua experiência de vida. (cf Jo 1,38-39).
A Apostolina é chamada a viver e deixar-se consumir pelas vocações. É uma mulher chamada a nunca ficar em paz enquanto for necessário ecoar o chamado de Deus a estar com Ele e ser enviado a tantas realidades e pessoas. São chamadas a serem como um canal por onde a água da vocação não cessa de correr e, de forma particular a água da vocação religiosa e presbiteral
Na vivência de sua missão as Apostolinas buscam: despertar nas pessoas, sobretudo nos jovens, o chamado de Jesus; ajudar no momento da busca vocacional, suscitar e promover todas as vocações, para todas as necessidades da Igreja; formar uma profunda consciência vocacional, para que todos os cristãos trabalhem em favor de todas as vocações; incentivar os chamados a serem fiéis à sua vocação.
Como vivem essa missão?
Como vivem essa missão?
Na simplicidade, na fraternidade e na oração, realizam sua missão por meio da orientação vocacional pessoal e por correspondência; desenvolvem encontros, retiros e semanas vocacionais; trabalham na formação de agentes e animadores vocacionais por meio de assessorias vocacionais e participação em equipes do SAV (Serviço de Animação Vocacional); promovem uma catequese vocacional por meio da exposição vocacional “Sim, mas para onde” e de uma Livraria e Centro Vocacional.
A primeira e fundamental atitude na vivência dessa missão é ter muito amor: “ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos” (Jo 15,13). No dizer de pe. Alberione: a “Pastoral Vocacional é tudo amor”. A partir disto, as Apostolinas podem dizer: não há maior amor do que doar a vida pelas vocações.
Este doar a vida pelas vocações só acontece quando, no dizer de Alberione, nos “enxertamos como oliveiras selvagens na oliveira vital Cristo-Eucaristia” e aprendemos D’Ele, Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, como anunciar e acompanhar as vocações. Neste itinerário espiritual-apostólico deve-se confiar a missão à Maria Mãe, Mestra Rainha dos Apóstolos e, no cuidado com as vocações ter sempre como modelo o apóstolo Paulo.
"Para que todos entendam o apelo de Cristo: ‘A colheita é grande, mas os operários são poucos. Pedi pois, ao Senhor que envie operários para a ceifa’”.
ir. Lucivânia Conceição Oliveira, ap
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