Padre Alberione, por causa de sua intuição original, é justamente definido como "profeta dos meios de comunição de massa". Por quê?
Segundo São Paulo - em quem pe. Alberione se espelha - o profeta "é aquele que fala às pessoas, edificando-as, exortando-as e consolando-as... Aquele que profetiza, edifica a Igreja" (1cor 14,1).
O termo "profeta", na linguagem atual, presta-se a múltiplas concepções:
a) para as pessoas comuns: é aquele que prediz o futuro;
b) no terceiro mundo, frequentemente, é sinônimo de contestador: ou seja, ataca as estruturas opressivas do povo. A intervenção dos profetas, nesta concepção, determina a deflagração de revoluções que nem sempre sanam as injustiças, antes, fazem surgir outras;
c) mas entende-se também (e este parece se o sentido bíblico genuíno) aquele que, tendo nascido dentro de um sistema, "julga-o" mediante uma luz superior, em nome de Deus: revela os seus limites, as deficiências e anuncia ideais e sinais novos, com uma lucidez que outros contemporâneos não possuem [...] o "profeta" está particularmente atento aos sinais dos tempos e sobretudo respeita os tempos de Deus.
Padre Alberione foi profeta nesta última concepção do termo; muito sensível às mudanças que se aproximavam e capaz de indicá-las com precisão; mas consciente de que "não se deve forçar a mão de Deus: basta vigiar, deixar-se conduzir"; "agir tão naturalmente, de modo a não distinguir entre a graça e a natureza, mas contando certamente com uma e outra..." (AD 43-44).
Padre Alberione se coloca, com todo o direito, no universo dos profetas, que não apontam o dedo para ameaçar castigos ou denunciar somente os abusos mas edificam, acolhendo o impulso do Espírito, sem derramar lágrimas estéreis: "as lágrimas estéreis sobre os males presentes não dão glória a Deus nem proporcionam bem aos homens, não! Faça, você também, alguma coisa" (CISP 1309).
Onde está, pois, a novidade de sua intuição apostólica? Ela surge, com energia, naquilo que chamamos o seu carisma específico: a evangelização através "dos meios mais rápidos e eficazes" no espírito do apóstolo Paulo.
1. Como Paulo: ter tomado Paulo como inspirador da missão, já é um grande sinal profético. Paulo é o homem do Concílio de Jerusalém, o profeta da grande mudança da Igreja primitiva, que leva a romper as cadeias do legalismo judaico, para caminhar em direção a todos os povos. É assim o libertador do cristianismo.
Padre Alberione, na trilha de Paulo, sem estardalhaço, indica à Igreja, com as suas intuições carismáticas, como superar o complexo que a aflinge, fazendo-a viver em estado de defesa. Que deixe de lamentar-se, passando à ofensiva "com novo impulso missionário" (AD 19) para recuperar, com novos métodos e novos meios, as massas que se afastaram da Igreja, de Cristo, e talves de Deus. Portanto, não deixar somente para os adversários o uso maciço dos novos meios de comunicação, mas utilizá-los para o evangelho. Padre Alberione foi, para nós, uma imagem de Paulo vivo na atualidade, colocando os meios de comunicação social ao serviço do evangelho.
2. Com a Igreja: uma sensibilidade especial o conduziu, não somente a sempre acolher as instâncias do Magistério da Igreja, como também a intuir as exigências profundas do homem de hoje. Aqui, adquire plena originalidfade a sua intuição espiritual, que coloca como fundamento da sua multifome instituição: viver o Cristo integral para comunicá-lo ao homem de hoje, tal como se apresentou no Evangelho e como foi vivenciado por São Paulo.
Encontra, na sua ação, a resposta às solicitações dos papas, que indicam na história as necessidades do homem e incentivam as energias vivas da Igreja:
- de Leão XIII retoma a doutrina social, a proposta de Cristo Caminho, Verdade e Vida e a oposição entre imprensa e imprensa;
- de Pio X, retoma o sentido da pastoral, a volta às fontes: bíblia e liturgia, a dedicação à Igreja e ao papa; o lema: instaurar tudo em Cristo;
- de Pio XI, retoma as missões, a vida leiga organizada, a formação cientifica de seus filhos;
- de Pio XII, retoma a atenção aos novos problemas do mundo, aos novos meios de comunicação social, o direcionamenteo para os intelectuais e para a necessidade de integrar todos os valores em Cristo;
- o Concílio, do qual participa com a oração, o silêncio, o sofrimento, confirma muitas de suas principais intuições
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