domingo, 23 de junho de 2013

São Paulo, o apaixonado por Cristo

Assim se expressava pe. Alberione: "Todo o segredo da grandeza de Paulo está  em sua vida interior. Pode-se dizer que ele venceu pela sua interioridade". O fascínio que continua exercendo sobre todos os que se aproximam dele na constância e profundidade tem sua raiz neste excepcional entusiasmo: "Fui conquistado por Cristo Jesus" (Fl 3,12).
Essa extraordinária aventura tem início na estrada de Damasco: ai começa a história do íntimo relacionamento de Paulo com Cristo morto e ressuscitado, que suas cartas revelam de muitas maneiras; e são essas cartas que criam em torno de Paulo aquele fascínio que emana das pessoas, quando falam por experiência; são palavras que brotam da fonte maravilhosa que é o Espírito Santo, difundido sem medida no coração de todos os crentes.
A iluminação de Damasco dá o tom a toda a vida de Paulo. Esse fato exterior, mas sobretudo interior, guiará cada um de seus passos apostólicos: ele existirá, viverá e respirará o Cristo que revelou a ele, o último dos apóstolos e como que um aborto, porque perseguidor e blasfemador.
Eis o sentido fundamental da conversão de Paulo: entusiasma-se por Cristo, porque toma consciência do amor que Cristo tem por ele. De perseguidor "apaixonado" tornou-se "apaixonado mensageiro" do amor, de forma a poder afirmar: "O amor de Cristo nos impele" (2Cor 5,14). O verbo grego que Paulo usa para indicar esse agir literalmente: "faz-me ter febre alta". Paulo doente de amor: maravilhosa doença! O Cristo se torna verdadeiramente o fulcro de sua existência, a única razão pela qual vale a pena viver. Uma consagração total ao Cristo total (sob este aspecto Paulo é um "religioso-consagrado").
Se a vida do crente é sempre "conversão", não pode existir caminho autêntico para Cristo, a não ser pela tomada de consciência do amor de Cristo por nós. Somente assim Cristo "torna-se o objetivo e a medida de nossa vida" (João Paulo II).
O amor de Deus pela criatura já é muito grande; mas, em sua experiência, Paulo intui um aspecto desse amor inconcebível para a mentalidade hebraica que viva sempre a "justiça do talião": a gratuidade. Paulo sentiu-se "predileto" (escolhido, amado, gratuitamente), exatamente quando era "perseguidor": este sentir-se amado, exatamente quando no seu coração alimentava ódio sem fim contra o Cristo dos cristãos, era de tal forma excepcional para um tipo decidido como Paulo, que ficou fascinado. E se é possível resistir ao estímulo da violência, não se pode resistir, durante longo tempo, ao estímulo do amor gratuito (cf At 26,14).
Eis, pois, a conclusão de Paulo: não somos justificados (= colocados na justa relação com Deus) em vista das nossas obras, mas somente com a fé incondicional neste amor ilimitado (cf. Rm 3,21-24).
Em uma passagem da carta aos Romanos, descreve essa paciente e ininterrupta conquista da parte do amor de Deus: "com efeito, quando ainda éramos fracos, Cristo, no tempo marcado, morreu pelos pecadores. Dificilmente alguém dá a vida por um justo; por um homem de bem talvez haja alguém que se disponha a morrer. Mas Deus demonstra seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós, quando ainda éramos pecadores: esta é a prova de que Deus nos ama" (Rm 5,6-8).
Fonte: Catequese Paulina

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