
A celebração do Advento é, portanto, um meio precioso e indispensável
para nos ensinar sobre o mistério da salvação e assim termos a Jesus como
referencia e fundamento, dispondo-nos a "perder" a vida em favor do
anúncio e instalação do Reino.
Espiritualidade
A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores
essenciais cristãos, como a alegria expectante e vigilante, a esperança, a
pobreza, a conversão.
Deus é fiel a suas
promessas: o Salvador virá; daí a alegre expectativa, que deve nesse tempo, não
só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera acontecerá com certeza.
Portanto, não se está diante de algo irreal, fictício, passado, mas diante de
uma realidade concreta e atual. A esperança da Igreja é a esperança de Israel
já realizada em Cristo mas que só se consumará definitivamente na parusia do
Senhor. Por isso, o brado da Igreja característico nesse tempo é "Marana
tha"! Vem Senhor Jesus!
O tempo do Advento é tempo de esperança porque Cristo é a nossa
esperança (I Tm 1, 1); esperança na renovação de todas as coisas, na libertação
das nossas misérias, pecados, fraquezas, na vida eterna, esperança que nos
forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida, diante das
perseguições, etc.
O Advento também é tempo propício à conversão. Sem um retorno de todo o
ser a Cristo não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da Sua
vinda. É necessário que "preparemos o caminho do Senhor" nas nossas
próprias vidas, "lutando até o sangue" contra o pecado, através de
uma maior disposição para a oração e mergulho na Palavra.
No Advento, precisamos nos questionar e aprofundar a vivência da
pobreza. Não pobreza econômica, mas principalmente aquela que leva a confiar,
se abandonar e depender inteiramente de Deus (e não dos bens terrenos), que tem
n'Ele a única riqueza, a única esperança e que conduz à verdadeira humildade,
mansidão e posse do Reino.
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