Teve início na manhã deste sábado, 16 de junho, o Encontro Nacional da Vida Monástica e Contemplativa, uma organização da Conferência Nacional dos Religiosos do Brasil (CRB), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil(CNBB) e representantes da Vida Monástica e Contemplativa.
O encontro acontece no Seminário Santo Afonso, dos Missionários Redentoristas, na cidade de Aparecida(SP).
Os religiosos, cerca de 200, deram início as atividades com a oração da manhã (laudes) presidida pelo Secretário Geral da CNBB e bispo auxiliar da arquidiocese de Brasília,, Dom Leonardo Steiner e concelebrada pelo presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada e arcebispo de Palmas, Dom Pedro Brito e o bispo referencial para a Vida Consagrada e bispo auxiliar de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler.
A abertura foi feita pelo secretário geral da CNBB, D.Leonardo Steiner que conduziu o momento. Participaram da mesa o prefeito da Sagrada Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Dom João Braz de Aviz, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e arcebispo da arquidiocese de Aparecida, dom Raimundo Damasceno, a presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil, Ir.Márian Ambrósio, o presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada e arcebispo de Palmas, Dom Pedro Brito, o monge cisterciense e abade emérito da Abadia Nossa Senhora de Hardehausen, em Itaporanga, D.Luiz Alberto Ruas Santos e a abadessa beneditina do Mosteiro do Salvador, Me.Vera Lúcia Parreiras Horta.
Em sua fala, D.Raimundo deu as boas-vindas aos participantes e manifestou a alegriaem acolhê-los na Arquidiocese de Aparecida, destacando que a vida monástica e contemplativa é fundamental para a Igreja.
“A Igreja depende da oração e intercessão dos religiosos de vida monástica e contemplativa. Assim como a vida de Cristo em Nazaré, os contemplativos vivem no escondimento, na humildade, no silêncio de suas clausuras”, disse.
"A grande marca, a grande riqueza deste evento se concentra num fio de ouro, que às vezes suave como um sopro, às vezes violento como uma tempestade tem força de nos converter: a Palavra de Deus, fonte de cada oração de toda a nossa espiritualidade. Essa Palavra é como uma espada de dois gumes, ela nos atinge e é como um fogo que arde em nós, como a chuva que só volta ao seu lugar depois de ter cumprido a missão de fecundar a nossa vida. Deixemos o nosso coração escancarado à ação do Espírito Santo.O amor foi a base para fazer acontecer este encontro. Era o nosso grande desejo realizá-lo.” Com esta afirmação, a presidente da CRB, Ir.Máriam Ambrosio a abertura do enconttro a abertura, relatando uma breve memória da mudança da CRB para Brasília, após 54 anos no Rio de Janeiro e os encontro do Programa de Formação para a Vida Monástica e Contemplativa.
Esse encontro somente foi possível graças à aprovação e licença especial concedida às religiosas de clausura pelo prefeito da Sagrada Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Dom João Braz de Aviz.
O cardeal manifestou a satisfação de deixar Roma para estar neste encontro. “Estava ansioso por estar aqui. Sempre amei os religiosos. E em minha pessoa sintam-se abençoados pelo Santo Padre Bento XVI”, se expressou.
Dom Pedro Brito comentou o empenho da CNBB, da CRB e da Comissão na organização
e realização deste encontro. “Estamos a serviço de todos estes organismos e desejamos que a vida monástica e contemplativa atinja maior visibilidade na vida da Igreja. Provocar neste mundo que existem outra formas de vida. Não nos esqueçamos da dimensão mística, vivendo só do ativismo”, completou.
e realização deste encontro. “Estamos a serviço de todos estes organismos e desejamos que a vida monástica e contemplativa atinja maior visibilidade na vida da Igreja. Provocar neste mundo que existem outra formas de vida. Não nos esqueçamos da dimensão mística, vivendo só do ativismo”, completou.
O biblista e bispo emérito de Mogi das Cruzes, D.Paulo Mascarenhas Roxo refletiu sobre o lema do encontro: “Nossa Pátria é o céu!” (Fl 3,20). Nesta iluminação bíblica, D. Paulo provocou os participantes com a pergunta: “Será que percebem o céu em nossa vida?” ser cidadão do céu não aliena nem afasta nunca o cristão da realidade crua, às vezes, dura, da terra, dos irmãos da terra, do mundo de aqui em baixo.
Cidadãos do céu sonham realizar um mundo com o perfume do céu, da sua beleza, da sua paz, do seu amor, do seu Deus, do seu Senhor. A vida contemplativa é profecia que proclama que toda realidade carrega uma dimensão de céu. Nossas comunidades, nossos mosteiros, nossos eremitérios são
testemunhas do céu, buscam uma pequena parte da vida de céu, já aqui na terra, sonham ser verdadeiros cidadãos do céu”, confirmou.
Para dom João Braz, a Vida Religiosa deve manter vivo no cotidiano de sua existência alguns elementos fundamentais para a vivência da santidade: a experiência profunda do amor de Deus, a dimensão trinitária que nos inspira na vivencia da fraternidade com o outro, o diferente, o contexto atual e a obediência religiosa.
"Como religiosa (o), preciso fazer a experiência do amor de Deus. Deus é amor. Nos tornamos consagrados para responder a um olhar de amor que Deus teve por nós. Nos fez deixar tudo porque valia a pena. Brasa. Deus é comunidade. Ele resolveu desde sempre o problema da diversidade. Somos imagem de que Deus nos amou (Gn 2,27). Deus criou homem e mulher. Um não é menos que o outro. Deus nos criou à imagem do amor. A vida inteira é uma busca do amor. Às vezes, erramos onde procurar o amor. Voltar ao relacionamento de amor e nos perguntar: Quem é o outro para mim? O outro é um problema para mim? O outro é a grande oportunidade de eu gerar o outro que é Deus e eu só posso gerar sendo dois. O amor é Deus. O outro me dá a possibilidade de experimentar o amor. Amar o outro como ele quer ser amado. Julgar pertence a Deus”, relatou.
Para dom João o exercício da obediência é exercício das duas partes envolvidas de perceber e buscar qual é a vontade de Deus. Para ele o superior precisa ter clareza e discernimento para saber se o que ele vai dizer ou sugerir para seus irmãos(ãs) é de fato a vontade de Deus, pois o poder só tem sentido se é serviço e se não massacra a pessoa do outro. O súdito, por sua vez, não deve pecar por omissão. Não ajudar o superior a discernir a vontade de Deus, expressando seus sentimentos, é, segundo ele, prejudicial para que o desejo de Deus se torne realidade.
Partilhas em grupos e diálogos com os conferencistas, a Celebração Eucarística no final da tarde e um momento de vigilia, completaram as atividades do dia.
Fonte: site CNBB
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