Em 1521 os espanhóis conquistaram o México. Pouco
mais de dez anos após, em 09 de dezembro de 1531 ocorre a primeira aparição da
Senhora de Guadalupe. Na manhã desse dia havia ocorrido um fenômeno astrológico
de muito significado para várias culturas: Solstício de Inverno, símbolo cósmico
da ressurreição do Sol, do retorno da vida. Neste Solstício a Terra começa a se
aproximar novamente do Sol e, no hemisfério norte, o inverno começa a perder
sua força e a luz solar chega ao planeta com maior intensidade. Para muitas
culturas, inclusive a Azteca, está data é de muita importância e significado.
Nesse dia, 09 de dezembro de 1531, o índio
recém-batizado, Juan Diego, saiu de casa para assistir à missa na cidade.Ao
passar junto à colina de Tepeyac ouviu uma suave melodia vinda do alto do
morro. Olhando para o local viu uma linda Senhora sobre resplandescente e
branca nuvem, ao redor da qual brilhavam as cores vivíssimas de um arco-íris.
Surpreendido, o índio ouviu a bela Senhora chamá-lo
pelo nome e dizer-lhe em língua mexicana que Ela era a Virgem Mãe do Verdadeiro
Deus. A Senhora solicitou que Juan Diego transmitisse ao bispo Juan de
Zumárraga o seu desejo de que fosse construído um templo naquele lugar.
Sem discutir, o índio dirigiu-se ao palácio
episcopal e repetiu ao prelado a mensagem da Virgem. Ouvido com visível
descrédito pelo bispo, Juan Diego ficou contrariado.
De volta, o índio desanimado pediu à Senhora, com
humildade, que escolhesse outro mensageiro, mais importante. A Senhora
respondeu-lhe que não faltariam pessoas de projeção social que tivessem prazer
de servi-la, mas que ele fora o escolhido. Como o bispo houvesse exigido uma prova concreta, a
Mãe de Deus recomendou a Diego que voltasse no dia seguinte, quando receberia o
sinal desejado.
Juan Diego, voltando para casa, encontrou seu tio e
pai de criação gravemente enfermo, razão pela qual, na manhã seguinte, 12 de
dezembro de 1531, saiu à procura de um padre para administrar-lhe os últimos
sacramentos. Seguia apressado por um atalho, quando ouviu uma voz que lhe
perguntou: "Aonde vais?". O índio, envergonhado, desculpou-se, mas a Mãe lhe
disse que não se preocupasse com a doença do tio, pois ele estava curado. Vendo que o índio se tranquilizara, a Senhora
ordenou-lhe que subisse ao alto da colina e colhesse todas as rosas que
pudesse, recolhendo-as em sua capa, e as levasse ao bispo.
Juan Diego desdobrou seu manto perante o bispo, que
viu a imagem da Virgem Maria pintada na capa, de onde caiam rosas. Admirado com o prodígio das rosas frescas, em pleno
inverno, e emocionado ao contemplar a maravilhosa imagem, o bispo caiu de
joelhos e beijou a orla daquele tosco pano de pita trançada. Em seguida, retirando a capa do índio, levou-a ao
seu oratório e pediu a Diego para lhe mostrar o local da aparição. Ao voltar para casa, Juan Diego, encontrou seu tio
completamente curado. Este lhe disse ter sido visitado por uma Senhora de
beleza jamais vista que lhe falara com carinho e o curara.
A IMAGEM
A duração - O tecido de cacto é perecível. Sua
duração, exposto ao tempo, é estimada ao redor de 20 anos. Foram feias várias
experiências sobre a durabilidade do tecido, chegando-se à conclusão de que não
poderia, por natureza, durar 450 anos, pois só recentemente passou a ser
protegido. As emanações de salitre do lago salgado vizinho, que corroem até
prata, ouro e bronze, não causaram até hoje, o mínimo dano à pintura. Por
descuido, nela foi entronado ácido nítrico que não lhe causou nenhuma corrosão.
Está intacta, apesar de desprotegida completamente de 1531 a 1647, e também
depois deste período várias vezes, e apesar de nela terem tocado milhões de
objetos duros e "estampados" milhões de beijos e toques de mãos. Não
obstante tentarem opor-lhe "melhoramentos", estes desapareceram,
como, por exemplo, os anjos pintados nas nuvens. O ouro aplicado posteriormente
sobre os raios de sol, está caindo. Uma poderosa bomba explodiu no altar onde é
venerado: tudo nele foi destruído ou atingido, menos a tela.
O tecido - O tecido da tela é de vegetal grosseiro,
tão frouxo e irregular como estopa. Tão ralo que, através dele, se pode ver o
povo e a nave, como através de um filó.
As tintas - O professor alemão Richard Khun, Prêmio Nobel de Química,
analisou uma amostra da pintura e chegou à conclusão que as tintas da imagem de
Guadalupe "não pertencem ao reino vegetal, animal ou mineral". Manuel
Garibi, um perseverante examinador da pintura, resume assim a estranheza do
dourado que aparece no perfil do vestido, nas 46 estrelas, nos arabescos e nos
129 raios do sol: "O dourado é transparente e sob este se vêem os fios do
poncho... este dourado, de transparência, não pode ser obra humana".
Análise com raios infravermelhos - O Dr. Callagan,
da equipe da NASA, e o professor Jody B. Smith depois de uma série de estudos
com os raios infravermelhos deram, em 1979, estas conclusões:
O tecido carece de qualquer preparação, sendo
inexplicável, à luz dos conhecimentos humanos, que os corantes impregnem e
conservem uma fibra tão frágil; não houve esboços prévios; não foi usado
pincel. A técnica empregada é desconhecida na história da pintura. O quadro se
parece mais com um processo fotográfico do que com uma pintura. Mas fotografia
não era, porque, em 1531, não havia nem câmeras, nem fotografias.
AS PUPILAS DA VIRGEM
O célebre oculista Torrija Lavoignet, em 1955,
examinou a pupila da imagem de Guadalupe e descobriu que na íris está refletido
um busto de homem.
Em 1957, o oftalmologista A. Jaime Palácios
afirmava: "No olho direito da Virgem de Guadalupe, existe a figura de um
rosto de homem. Trata-se de Juan González, o tradutor entre o índio Juan e o
bispo; ao lado, acham-se mais duas figuras menores, na mesma posição. Um pouco
atrás da primeira figura, está a cabeça do índio Juan Diego. Sua fronte é ampla
e existe a possibilidade de que a tivesse raspado, conforme costumavam alguns
índios da cultura mexicana pré-hispânica. Verifica-se uma mulher, com rosto de
traços negróides. Refere-se a uma escrava negra, de nome Maria, que havia
servido o bispo no México. Tem-se a sensação de estar vendo um olho in vivo.
Realmente não se pode pensar em nada senão em algo sobre-humano".
Em 1980, o cientista Dr. Aste Tonsmann empregou o
processo de digitalização para analisar a iris do olho do quadro de Guadalupe.
O processo consiste em dividir uma imagem fotografada em quadrículos
microscópicos, até o ponto em que, numa superfície de um milímetro quadrado,
caibam 27.708 ínfimos quadrinhos. Em seguida, amplia-se cada miniquadrinho
multiplicando-o por dois mil. Este processo é empregado nas fotos tiradas do
espaço por satélites artificiais, permitindo descobrir os menores detalhes.
E os detalhes observados na íris da Virgem de
Guadalupe são os seguintes: um índio desdobrando a sua tilma diante de um
franciscano; o próprio franciscano (o bispo Zumárraga), em cujo rosto se vê
deslizar uma lágrima; um camponês jovem, coçando a barba com a mão espantado;
um índio com o dorso nu, em atitude de oração; uma mulher de cabelos crespos,
provavelmente uma criada negra; um homem branco; uma mulher branca; alguns
meninos (índios) com a cabeça meio raspada; alguns religiosos franciscanos.
O cientista também fez fotografar os olhos de sua
filha, utilizando o processo de digitalizar imagens e pôde averiguar tudo o que
ela via, no momento de ser fotografada.
É sabido que a córnea do olho humano reflete o que está sendo visto no
momento. (Este fenômeno leva o nome de seus descobridores: Sanson e Purkinje).
Ora, a íris da Virgem de Guadalupe reflete exatamente a cena descrita pela
tradição como ocorrida no pátio da casa do Bispo Zumárraga: um índio no ato de
desdobrar sua túnica cheia de rosas na frente de um franciscano; o próprio
franciscano e as várias outras pessoas, índios e europeus, adultos e crianças,
entre eles uma negra. Todos aqueles que testemunharam a cena estão na íris da
Virgem. Seria impossível a um miniaturista pintá-la em espaço tão pequeno como
a córnea de um olho. Foi necessário dividi-la em 27.778 vezes e cada quadrinho
teve de ser ampliado 2000 vezes para que ele pudesse ser detalhada. A
preservação da tela original de Nossa Senhora de Guadalupe, o tecido, as
tintas, as imagens nos olhos, são, pelo menos, "inexplicáveis".
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