A vocação humana e cristã não é vivida de forma "genérica", mas se concretiza nas chamadas vocações específicas: dos cristãos leigos e das cristãs leigas, da vida consagrada, e do ministério ordenado.
No tocante à vocação específica dos cristãos leigos e das cristãs leigas, precisamos lembrar que eles são membros vivos da comunidade eclesial. Apesar de tantos avanços na animação vocacional, nota-se ainda pouca atenção a este aspecto. Nossa atividade vocacional continua priorizando o presbítero e as vocações para a Vida Religiosa. Os cristãos leigos e as cristãs leigas são vistos como cristãos de segunda categoria, para os quais reservamos pouco ou quase nenhum tempo, nenhum espaço e nenhum investimento econômico.
Precisamos, portanto, superar toda forma de clericalismo, muitas vezes ainda subjacente na mentalidade tanto dos leigos como do clero. Devemos insistir no significado da vocação apostólica dos batizados e batizadas e reservar mais espaço para eles na nossa atividade vocacional. A vocação dos cristãos leigos e leigas é legítima e precisa adquirir cidadania dentro do serviço de animação vocacional. De fato, como nos lembrou o papa João Paulo II, o chamado divino não diz respeito apenas aos padres, às pessoas de vida consagrada, mas estende-se também aos cristãos leigos. Este também o são pessoalmente chamados por Deus, de quem recebem uma missão para a Igreja e para o mundo. Por essa razão o serviço de animação vocacional de uma Igreja local deve necessariamente estar voltado também para a promoção da vocação e da missão dos cristãos leigos e das cristãs leigas. E isso vale, sobretudo hoje, quando se tem cada vez mais consciência de que a comunidade cristã é o útero onde é fecundada toda vocação.
José Lisboa Moreira de Oliveira - extraído do livro "Qual o sentido da vocação e missão"
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