Na dinâmica do itinerário da fé, a animação vocacional é feita sempre a partir de uma experiência e de uma visão de Igreja como povo de servidores e servidoras. A participação da comunidade é indispensável no momento da indicação e do acompanhamento das vocações, uma vez que se parte do princípio de que cuidar das vocações é uma responsabilidade de todos e de todas. Logo, o serviço de animação vocacional não se reduz a realizar iniciativas para promover a vocação do presbítero e da vida consagrada, mas estará voltado para o incentivo e o acompanhamento de todas as vocações e de todos os ministérios dos quais a comunidade tem necessidade para cumprir fielmente sua missão.
Tendo presente essa dinâmica, a animação vocacional deve, além do significado e do conceito de vocação, considerar também a questão das dimensões da vocação. Trata-se, sobretudo, de perceber aquilo que deve vir antes mesmo de uma opção por um tipo de vocação específica. As dimensões chamam a atenção para aquilo que é básico, ou seja, aquilo que deve ser considerado alicerce de toda e qualquer definição por um estado de vida, por um tipo concreto de resposta ao chamamento. Num contexto marcado pela fragilidade, pela presença do provisório, da incapacidade de encontrar a razão de viver e a força necessária para agir, convém não deixar de lado este aspecto tão importante.
Porque a vocação é comunhão com a Trindade, que se traduz concretamente na experiência de verdadeira irmandade, vemos a necessidade de insistir sobre as três dimensões essenciais da mesma (antropológica, cristã e específica).
As dimensões são aspectos inseparáveis, complementares, que marcam profundamente a vida e a opção do vocacionado e da vocacionada.
José Lisboa Moreira Oliveira - extraído do livro "Qual o sentido da vocação e missão"
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