Na Bíblia, encontramos uma infinidade de histórias de vocação. Dentre elas, citamos: a de Adão (Gn 1,26-28), a de Abraão (Gn 12,1-5), a de Moisés (Ex 2,23-3,14), a de Samuel (1 Sm 3,1-21), a de Isaías (Is 6,1-8), a de Jeremias (Jr 1,1-10), a de Amós (Am 7,14-15), a de Ezequiel (Ez 1,1;2,1-34), a de Mateus (Mt 9,9-13), a dos Apóstolos (Mc 3,13-19), a de Maria (Lc 1,26-38), a do jovem rico (Lc 18,18-27), a dos discípulos (Jô 1,35-51), a de Paulo (At 9,1-20)...
Em Adão toda pessoa humana é chamada a ser imagem de Deus (Gn 1,26). Deus os abençoou: “Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn 1,28).
Abraão é chamado a “sair da terra” para uma terra que o Senhor irá lhe mostrar. “Serás pai de uma grande nação” (Gn 12,1-2). Deus lhe promete proteção: “Não temas, Abraão! Eu sou o teu protetor”. Deus faz uma aliança com Abraão: “Sua descendência será numerosa como as estrelas do céu” (Gn 15,1.5).
Os clamores de sofrimento, escravidão e duro serviço sobem aos céus e chegam aos ouvidos de Deus. Moisés é chamado para libertar o povo da dura escravidão do Egito. “Vá, eu te envio ao Faraó para tirar os israelitas, meu povo” (Ex 3,10).
Chamado por Deus para denunciar os crimes do rei contra seu povo, Samuel responde: “Eis-me aqui, Tu me chamaste? Fala, Senhor, que teu servo escuta” (1 Sm 3,10s).
Isaías experimenta a grandeza de Deus e descobre a sua pequenez. Deus, o todo Santo, lhe faz um pedido: “A quem enviarei?” Ele se coloca à disposição de Deus: “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8).
Jeremias é escolhido para ser profeta ainda antes de nascer. Ele se desculpa: “Senhor, sou só uma criança, nem sei falar”. Deus insiste e ele não encontra saída (Jr 1,4-8).
Amós era pastor e agricultor, cultivava das suas ovelhas e da sua roça figos. É chamado para profetizar, para anunciar a justiça de Deus e o direito dos pobres; denunciar a exploração que os grandes faziam sobre os pequenos. “Eu não sou profeta nem filho de profeta. Sou pastor e cultivador de sicômoros. O Senhor Deus tomou-me de detrás do meu rebanho e disse-me: Vai e profetiza contra o meu povo de Israel” (Am 7,14s).
Jonas é chamado a profetizar, mas foge para longe. Devia ir para Níneve e vai para Társis, mas Deus o segue e insiste. Por fim, ele acaba indo para Níneve a fim de profetizar.
Chamada a ser a Mãe de Jesus, Maria responde com prontidão: “Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim, segundo a tua palavra” (Lc 1,38).
Levi era cobrador de impostos. Chamado por Jesus, de imediato, o seguiu (Mc 2,13).
Paulo perseguia até a morte todo aquele que professasse ser cristão ou pregasse a doutrina de Cristo. Deus intervém em sua vida. Paulo converte-se e torna-se cristão quando ia para Damasco. Ouve uma voz: “Saulo, por que me persegues?” De perseguidor torna-se pregador.
Em todas essas histórias de vocação podemos perceber que é Deus quem chama alguma pessoa concreta (Moisés, Jeremias, Maria...), a partir de uma necessidade do povo, para essa pessoa realizar a missão de ajudar o povo a satisfazer essa necessidade concreta (respectivamente, libertar o povo do domínio egípcio, denunciar as injustiças, ser Mãe do Salvador Prometido...)
Portanto, segundo a Bíblia, duas são as atitudes fundamentais do vocacionado diante do chamado de Deus: obediência e gratidão. Obediência para seguir com prontidão e boa vontade o chamado de Deus. Gratidão por reconhecer que a iniciativa da vocação é sempre de Deus, que nos chama porque nos ama.
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