O relato das tentações, colocado pelos três sinóticos num momento crucial entre o batismo de Jesus e o começo de seu ministério público (Mt 4,11; Mc 1,12-15; Lc 4, 1-13), é uma página teológica admirável por sua densidade, apesar de sua roupagem literária que coloca à ênfase no maravilhoso e fantástico, mediante lugares e ambientes arcaicos e estranhos. O texto de Marcos é breve; equivale à introdução nos relatos de Mt e Lc, mais amplos, pois descrevem as três tentações em pormenores. É lógico que Jesus, depois de sua aparição pública na cena do batismo, medite e considere o compromisso de sua missão e que revele aos seus próprios discípulos e a todos os cristãos o nível profundo das decisões básicas.
As tentações de Jesus se situam num tempo e num lugar: ocorrem durante uma quarentena, imagem do tempo do êxodo de Israel e da vida humana, e no deserto, terra desolada e árida, sem segurança humana, morada de Satã; ambos mostram a solidão. A quarentena é um tempo de deserto no qual a fé e a conversão são colocados à prova. Jesus é um homem feito de carne como nós, situado no coração do mundo e da história, porém cheio do Espírito de Deus. Aparece muito mais como vencedor do que como tentado; a iniciativa é muito mais do Espírito do que do tentador.
A nudez do deserto nos situa entre a escravidão e a liberdade, com uma condição básica para escolher bem: ouvir a voz de Deus no silêncio de nossas vozes, perceber o Espírito no interior do nosso espírito e aceitar o amor de Cristo como manancial de nossos compromissos. É necessário chegar ao subsolo de nossos instintos ou impulsos para distinguir entre o chamado do Espírito e a insinuação diabólica.
Não há testemunhas da cena. As tentações transcorrem no núcleo fundamental da personalidade de Jesus. Trata-se da prova messiânica do Salvador, de sua vocação libertadora. Tanto os discípulos de Jesus como os escribas se perguntam qual é o espírito de Jesus. Mateus descreve uma luta entre o forte e o mais forte. Neste combate se ventila o mais genuíno do mistério de Deus, seu projeto de amor.
Cassiano Floristán - Catecumenato, história e pastoral da iniciação.
Vozes, 1995. p. 271.
As tentações de Jesus se situam num tempo e num lugar: ocorrem durante uma quarentena, imagem do tempo do êxodo de Israel e da vida humana, e no deserto, terra desolada e árida, sem segurança humana, morada de Satã; ambos mostram a solidão. A quarentena é um tempo de deserto no qual a fé e a conversão são colocados à prova. Jesus é um homem feito de carne como nós, situado no coração do mundo e da história, porém cheio do Espírito de Deus. Aparece muito mais como vencedor do que como tentado; a iniciativa é muito mais do Espírito do que do tentador.
A nudez do deserto nos situa entre a escravidão e a liberdade, com uma condição básica para escolher bem: ouvir a voz de Deus no silêncio de nossas vozes, perceber o Espírito no interior do nosso espírito e aceitar o amor de Cristo como manancial de nossos compromissos. É necessário chegar ao subsolo de nossos instintos ou impulsos para distinguir entre o chamado do Espírito e a insinuação diabólica.
Não há testemunhas da cena. As tentações transcorrem no núcleo fundamental da personalidade de Jesus. Trata-se da prova messiânica do Salvador, de sua vocação libertadora. Tanto os discípulos de Jesus como os escribas se perguntam qual é o espírito de Jesus. Mateus descreve uma luta entre o forte e o mais forte. Neste combate se ventila o mais genuíno do mistério de Deus, seu projeto de amor.
Cassiano Floristán - Catecumenato, história e pastoral da iniciação.
Vozes, 1995. p. 271.
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