segunda-feira, 29 de abril de 2013

Santa Catarina de Sena

Neste dia, celebramos a vida de uma das mulheres que marcaram profundamente a história da Igreja: Santa Catarina de Sena. Reconhecida como Doutora da Igreja, era de uma enorme e pobre família de Sena, na Itália, onde nasceu em 1347. 
Voltada à oração, ao silêncio e à penitência, não se consagrou em uma congregação, mas continuou, no seu cotidiano dos serviços domésticos, a servir a Cristo e Sua Igreja, já que tudo o que fazia, oferecia pela salvação das almas. Através de cartas às autoridades, embora analfabeta e de frágil constituição física, conseguia mover homens para a reconciliação e paz como um gigante.
Dotada de dons místicos, recebeu espiritual e realmente as chagas do Cristo; além de manter uma profunda comunhão com Deus Pai, por meio da qual teve origem sua obra: “O Diálogo”. Comungando também com a situação dos seus, ajudou-o em muito, socorrendo o povo italiano, que sofria com uma peste mortífera e com igual amor socorreu a Igreja que, com dois Papas, sofria cisão, até que Catarina, santamente, movimentou os céus e a terra, conseguindo banir toda confusão. Morreu no ano de 1380, repetindo: "Se morrer, sabeis que morro de paixão pela Igreja".


sábado, 27 de abril de 2013

O desafio do velho samurai

Perto de Tóquio, vivia um grande samurai, já idoso, que agora se dedicava a ensinar Zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro, conhecido por sua total falta de escrúpulos, apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação. Esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para observar os erros cometidos contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo e aumentar sua fama.
Todos os estudantes se manifestar contra a ideia, mas o velho e sábio samurai aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade. Lá, o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos que conhecia, ofendendo, inclusive, seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho Sávio permaneceu impassível. No final da tarde, sentido-se exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro desistiu e retirou-se.
Desapontados pelo fato de o mestre ter aceitado tantos insultos e tantas provocações, os alunos perguntaram:
- Como o senhor pôde suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que poderia perder a luta, ao invés de se mostrar covarde e medroso diante de todos nós?
Então o velho samurai perguntou:
Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?
- A quem tentou entregá-lo – respondeu um dos discípulos
- O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos. Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carrega consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas podem lhe tirar a serenidade, só se você permitir!

quinta-feira, 25 de abril de 2013

O Papa aos jovens: "Não enterrem seus talentos"

O Papa Francisco fez hoje
uma enérgica exortação aos jovens presentes na Praça de São Pedro e com eles aos do mundo inteiro, alentando-os a não enterrar seus talentos e a sonhar sempre com grandes ideais que alargam o coração. Refletindo na parábola dos talentos, o Santo Padre disse que hoje em dia, em meio da crise, “é importante não se fechar em si mesmo, enterrando o próprio talento, as próprias riquezas espirituais, intelectuais, materiais, tudo aquilo que o Senhor nos deu, mas abrir-se, ser solidários, ser atentos ao outro”. “Na Praça, vi que há muitos jovens: é verdade isto? Há muitos jovens? Onde estão? A vocês, que estão no início do caminho da vida, pergunto: já pensaram nos talentos que Deus deu a vocês? Já pensaram em como podem colocá-los a serviços dos outros? Não enterrem os talentos! Apostem em grandes ideais, aqueles ideais que alargam o coração, aqueles ideais de serviço que tornam fecundos os vossos talentos”. O Papa disse também que “a vida não é dada para que a conservemos para nós mesmos, mas nos é dada para que a doemos. Queridos jovens, tenham uma grande alma! Não tenham medo de sonhar com coisas grandes!” Isto, acrescentou o Santo Padre, “nos diz que a espera pelo retorno do Senhor é o tempo de ação – nós estamos no tempo de ação – , o tempo no qual colher os frutos dos dons de Deus não para nós mesmos, mas para Ele, para a Igreja, para os outros, o tempo no qual procurar sempre fazer crescer o bem no mundo”.

sábado, 20 de abril de 2013

Rezando pelas vocações

Senhor Jesus Cristo,
irmão nosso,
cumprindo a tua ordem de rezar
para que tenhamos sempre
muitos operários e operárias
segundo o teu coração.
Eles darão a alegria
da tua presença,
o ensino da tua palavra.
Reconhecemos que a semente
da vocação que vem de ti
exige que cultivemos em nós,
na família e  na comunidade.
Contamos com a tua ajuda
para colaborar contigo
e responder "SIM"
ao projeto do Pai.
Amém!
autor: Dom Vicente Scherer

quinta-feira, 18 de abril de 2013


"A vocação do cristão é a santidade,
em todo momento da vida.
Na primavera da juventude,
na plenitude do verão
da idade madura,
e depois também
no outono e no inverno
da velhice,
e por último, 
na hora da morte".
autor: desconhecido

domingo, 14 de abril de 2013

Oração do Animador de Comunidade

Trindade Santa,
animaste a comunidade
dos primeiros cristãos e continuas entre nós,
até hoje a nos renovar em teu batismo
e fazendo-nos teu Templo.
Defende os pequenos do mal;
dá aos jovens sentimentos iguais aos de Cristo Jesus;
aos pais inspira atitudes de amor.
A mim próprio, liberta da pretensão
de querer ser mais do que os outros.
Dá-me ternura para acolher e escutar
os que vêm à minha procura;
humildade para atendê-los com respeito e sabedoria.
Por ti, animado te seguirei,
Caminho, Verdade e Vida
que conduz ao Pai. Amém.
Autor: Dom Quirino Schimitz

quarta-feira, 10 de abril de 2013

O Absoluto


Deus diz: “Dá-me teu coração”... E logo, em resposta à minha surpresa, eu o escuto dizer: ”Teu coração está onde está teu tesouro”.
Meus tesouros... Aqui vão eles: pessoas... lugares... ocupações... coisas... experiências passadas... esperanças e sonhos do futuro...
Pego cada um destes tesouros, digo-lhe alguma coisa e o coloco na presença do Senhor...
Como “darei” estes tesouros a Ele? ... Se meu coração está em tesouros passados, então estou fossilizado e morto, porque a vida está no presente. 
Então, eu digo adeus aos tesouros passados, a cada um deles e aos meus ontes dourados... A cada um deles eu explico, dizendo que, por mais grato que eu me sinta por terem surgido em minha vida, contudo eu devo partir... Senão meu coração jamais aprenderá a amar o presente.
Meu coração está também no futuro. Seus temores e angústias acerca do amanhã tiram-me a força para viver plenamente o hoje. Faço uma lista destes temores... e digo a cada um: “Que se faça a vontade de Deus”... e fico observando o efeito disto em mim... sabendo, em meu coração que Deus só pode querer o meu bem...
Meu coração está nos sonhos, ideais e esperanças que me fazem viver na ficção do futuro. A cada um destes digo: “A vontade de Deus! Que Ele disponha de vocês como quiser!”
Já tendo recuperado a parte do meu coração que estava em mãos do passado e do futuro, agora examino meus tesouros presentes:
A casa pessoa amada que me causa dependência digo com ternura: “És preciosa para mim, mas não és minha vida. Tenho uma vida para viver, um destino para realizar, bem distinto e separado de ti ...
Aos lugares... às coisas... a tudo a que estou apegado digo também: “Sois preciosos para mim, mas não sois minha vida! Separado de vós é meu destino”...
Digo às coisas que parecem constituir a essência do meu ser: minha saúde... minhas ideologias... meu bom nome e reputação... Digo à minha própria vida, que um dia sucumbirá à morte: “Sois desejáveis e preciosos, mas não sois minha vida... Separado de vós é meu destino”.
Finalmente, eis-me, de pé, ante o Senhor... A Ele entrego o meu coração, dizendo: “Tu és Senhor, a minha vida, Tu és o meu destino”...
Anthony de Mello sj, in As fontes da Vida, Ed. Loyola, pp. 39-41

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Religiosas ameaçadas de serem multadas por alimentar os pobres em Miami


Há poucos dias, a cidade de Miami (Estados Unidos) notificou as missionárias da caridade, que servem os pobres na cidade, alimentando mais de 300 pessoas diariamente, que poderiam ser multadas por gerenciar o seu "negócio" de alimentar os pobres.
A insólita notificação foi colocada em um poste de luz de fora da casa, onde as irmãs servem os indigentes e desabrigados que, se não fosse pelas Irmãs da família espiritual fundada por Madre Teresa de Calcutá, simplesmente teriam nada para comer.
O aviso de 20 de março foi recentemente publicado nesta quarta-feira, 2 de abril pelo jornal El Nuevo Herald em sua íntegra. Esta afirma que a operação de um ‘negócio´ sem uma licença é ilegal perante a lei estadual e Municipal; por isso exigem legaliza-lo e solicitar permissão das autoridades para continuar seu trabalho com os pobres.
O documento adverte as irmãs que se elas continuam seu "negócio" de alimentar os indigentes gratuitamente, poderiam receber uma multa de até 100 dólares diárias.
"Não estamos operando um negócio. Nosso negócio é fazer o bem", disse a Madre Superiora da casa dos missionárias da caridade, Irmã Lima Marie, ao El Nuevo Herald.
O que estamos violando?", pergunta a freira e lembra que a única missão desta congregação católica religiosa fundada em 1950, para ajudar "os mais pobres entre os pobres" é "saciar a sede de Jesus na Cruz, trabalhando para a salvação e a santificação daa almaa".
As Missionárias da caridade possuem 710 centros em mais de 133 países ao redor do mundo onde ajudam os menos favorecidos de diversas formas e estão presentes nos Estados Unidos desde a década de 70.
Fonte: Aci Digital

sábado, 6 de abril de 2013

50º Dia Mundial de Oração pelas Vocações


Amados irmãos e irmãs!
No quinquagésimo Dia Mundial de Oração pelas Vocações que será celebrado no IV Domingo de Páscoa, 21 de Abril de 2013, desejo convidar-vos a refletir sobre o tema «As vocações sinal da esperança fundada na fé», que bem se integra no contexto do Ano da Fé e no cinquentenário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II. Decorria o período da Assembleia conciliar quando o Servo de Deus PauloVI instituiu este Dia de unânime invocação a Deus Pai para que continue a enviar operários para a sua Igreja (cf. Mt 9,38). «O problema do número suficiente de sacerdotes – sublinhava então o Sumo Pontífice – interpela todos os fiéis, não só porque disso depende o futuro da sociedade cristã, mas também porque este problema é o indicador concreto e inexorável da vitalidade de fé e amor de cada comunidade paroquial e diocesana, e o testemunho da saúde moral das famílias cristãs. Onde desabrocham numerosas as vocações para o estado eclesiástico e religioso, vive-se generosamente segundo o Evangelho» (Paulo VI, Radiomensagem, 11 de Abril de 1964).
Nestas cinco décadas, as várias comunidades eclesiais dispersas pelo mundo inteiro têm-se espiritualmente unido todos os anos, no IV Domingo de Páscoa, para implorar de Deus o dom de santas vocações e propor de novo à reflexão de todos a urgência da resposta à chamada divina. Na realidade, este significativo encontro anual tem favorecido fortemente o empenho por se consolidar sempre mais, no centro da espiritualidade, da ação pastoral e da oração dos fiéis, a importância das vocações para o sacerdócio e a vida consagrada.
A esperança é expectativa de algo de positivo para o futuro, mas que deve ao mesmo tempo sustentar o nosso presente, marcado frequentemente por dissabores e insucessos. Onde está fundada a nossa esperança? Olhando a história do povo de Israel narrada no Antigo Testamento, vemos aparecer constantemente, mesmo nos momentos de maior dificuldade como o exílio, um elemento que os profetas de modo particular não cessam de recordar: a memória das promessas feitas por Deus aos Patriarcas; memória essa que requer a imitação do comportamento exemplar de Abraão, o qual– como sublinha o Apóstolo Paulo– «foi com uma esperança, para além do que se podia esperar, que ele acreditou e assim se tornou pai de muitos povos, conforme o que tinha sido dito: Assim será a tua descendência» (Rm 4,18). Então, uma verdade consoladora e instrutiva que emerge de toda a história da salvação é a fidelidade de Deus à aliança, com a qual Se comprometeu e que renovou sempre que o homem a rompeu pela infidelidade, pelo pecado, desde o tempo do dilúvio (cf. Gn 8,21-22) até ao êxodo e ao caminho no deserto (cf. Dt 9,7); fidelidade de Deus que foi até ao ponto de selar a nova e eterna aliança com o homem por meio do sangue de seu Filho, morto e ressuscitado para a nossa salvação.
Em todos os momentos, sobretudo nos mais difíceis, é sempre a fidelidade do Senhor– verdadeira força motriz da história da salvação–que faz vibrar os corações dos homens e mulheres e os confirma na esperança de chegar um dia à «Terra Prometida». O fundamento seguro de toda a esperança está aqui: Deus nunca nos deixa sozinhos e permanece fiel à palavra dada. Por este motivo, em toda a situação, seja ela feliz ou desfavorável, podemos manter uma esperança firme, rezando como salmista: «Só em Deus descansa a minha alma, d’Ele vem a minha esperança» (Sl 62/61,6). Portanto ter esperança equivale a confiar no Deus fiel, que mantém as promessas da aliança. Por isso, a fé e a esperança estão intimamente unidas. A esperança «é, de fato, uma palavra central da fé bíblica, a ponto de, em várias passagens, ser possível intercambiar os termos “fé” e “esperança”. Assim, a Carta aos Hebreus liga estreitamente a “plenitude da fé” (10,22) com a “imutável profissão da esperança” (10,23). De igual modo, quando a Primeira Carta de Pedro exorta os cristãos a estarem sempre prontos a responder a propósito do logos – o sentido e a razão – da sua esperança (3,15), “esperança” equivale a “fé”» (Enc. Spe salvi, 2).
Amados irmãos e irmãs, em que consiste a fidelidade de Deus à qual podemos confiar-nos com firme esperança? Consiste no seu amor. Ele, que é Pai, derrama o seu amor no mais íntimo de nós mesmos, através do Espírito Santo (cf.Rm 5,5).E é precisamente este amor, manifestado plenamente em Jesus Cristo, que interpela a nossa existência, pedindo a cada qual uma resposta a propósito do que quer fazer da sua vida e quanto está disposto a apostar para a realizar plenamente. Por vezes o amor de Deus segue percursos surpreendentes, mas sempre alcança a quantos se deixam encontrar. Assim a esperança nutre-se desta certeza: «Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele» (1 Jo 4,16). E este amor exigente e profundo, que vai além da superficialidade, infunde-nos coragem, dá-nos esperança no caminho da vida e no futuro, faz-nos ter confiança em nós mesmos, na história e nos outros. Apraz-me repetir, de modo particular a vós jovens, estas palavras: «Que seria da vossa vida, sem este amor? Deus cuida do homem desde a criação até ao fim dos tempos, quando completar o seu desígnio de salvação. No Senhor ressuscitado, temos a certeza da nossa esperança» (Discurso aos jovens da diocese de São Marino-Montefeltro, 19 de Junho de 2011).
Também hoje, como aconteceu durante a sua vida terrena, Jesus, o Ressuscitado, passa pelas estradas da nossa vida e vê-nos imersos nas nossas atividades, com os nossos desejos e necessidades. É precisamente no nosso dia-a-dia que Ele continua a dirigir-nos a sua palavra; chama-nos a realizar a nossa vida com Ele, o único capaz de saciar a nossa sede de esperança. Vivente na comunidade de discípulos que é a Igreja, Ele chama também hoje a segui-Lo. E este apelo pode chegar em qualquer momento. Jesus repete também hoje: «Vem e segue-Me!» (Mc 10,21). Para acolher este convite, é preciso deixar de escolher por si mesmo o próprio caminho. Segui-Lo significa entranhar a própria vontade na vontade de Jesus, dar-Lhe verdadeiramente a precedência, antepô-Lo a tudo o que faz parte da nossa vida :família, trabalho, interesses pessoais, nós mesmos. Significa entregar-Lhe a própria vida, viver com Ele em profunda intimidade, por Ele entrar em comunhão com o Pai no Espírito Santo e, consequentemente, com os irmãos e irmãs. Esta comunhão de vida com Jesus é o «lugar» privilegiado onde se pode experimentara esperança e onde a vida será livre e plena.
As vocações sacerdotais e religiosas nascem da experiência do encontro pessoal com Cristo, do diálogo sincero e familiar com Ele, para entrar na sua vontade. Por isso, é necessário crescer na experiência de fé, entendida como profunda relação com Jesus, como escuta interior da sua voz que ressoa dentro de nós. Este itinerário, que torna uma pessoa capaz de acolher a chamada de Deus, é possível no âmbito de comunidades cristãs que vivem uma intensa atmosfera de fé, um generoso testemunho de adesão ao Evangelho, uma paixão missionária que induza a pessoa à doação total de si mesma pelo Reino de Deus, alimentada pela recepção dos sacramentos, especialmente a Eucaristia, e por uma fervorosa vida de oração. Esta «deve, por um lado, ser muito pessoal, um confronto do meu eu com Deus, com o Deus vivo; mas, por outro, deve ser incessantemente guiada e iluminada pelas grandes orações da Igreja e dos santos, pela oração litúrgica, na qual o Senhor nos ensina continuamente a rezar de modo justo» (Enc. Spe salvi, 34).
A oração constante e profunda faz crescera fé da comunidade cristã, na certeza sempre renovada de que Deus nunca abandona o seu povoe que o sustenta suscitando vocações especiais, para o sacerdócio e para a vida consagrada, que sejam sinais de esperança para o mundo. Na realidade, os presbíteros e os religiosos são chamados a entregar-se de forma incondicional ao Povo de Deus, num serviço de amor ao Evangelho e à Igreja, num serviço àquela esperança firme que só a abertura ao horizonte de Deus pode gerar.
Assim eles, com o testemunho da sua fé e com o seu fervor apostólico, podem transmitir, em particular às novas gerações, o ardente desejo de responder generosa e prontamente a Cristo, que chama a segui-Lo mais de perto. Quando um discípulo de Jesus acolhe a chamada divina para se dedicar ao ministério sacerdotal ou à vida consagrada, manifesta-se um dos frutos mais maduros da comunidade cristã, que ajuda a olhar com particular confiança e esperança para o futuro da Igreja e o seu empenho de evangelização. Na verdade, sempre terá necessidade de novos trabalhadores para a pregação do Evangelho, a celebração da Eucaristia, o sacramento da Reconciliação.
Por isso, oxalá não faltem sacerdotes zelosos que saibam estar ao lado dos jovens como «companheiros de viagem», para os ajudarem, no caminho por vezes tortuoso e obscuro da vida, a reconhecer Cristo, Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6); para lhes proporem com coragem evangélica a beleza do serviço a Deus,à comunidade cristã, aos irmãos. Não faltem sacerdotes que mostrem a fecundidade de um compromisso entusiasmante, que confere um sentido de plenitude à própria existência, porque fundado sobre a fé n’Aquele que nos amou primeiro (cf. 1 Jo 4,19).
Do mesmo modo, desejo que os jovens, no meio de tantas propostas superficiais e efêmeras, saibam cultivar a atracção pelos valores, as metas altas, as opções radicais por um serviço aos outros seguindo os passos de Jesus. Amados jovens, não tenhais medo de O seguir e de percorrer os caminhos exigentes e corajosos da caridade e do compromisso generoso. Sereis felizes por servir, sereis testemunhas daquela alegria que o mundo não pode dar, sereis chamas vivas de um amor infinito e eterno, aprendereis a «dar a razão da vossa esperança» (1 Ped 3,15).
Vaticano, 6 de Outubro 2012.
BENTO XVI

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Família Paulina celebra seu Fundador


Padre Tiago Alberione, Fundador da Família Paulina, foi um dos mais carismáticos apóstolos do século XX. Nascido em San Lorenzo di Fossano (Cuneo), no dia 4 de abril de 1884, recebeu o batismo já no dia seguinte. A família Alberione, constituída por Miguel e Teresa Allocco e por seis filhos, era do meio rural, profundamente cristã e trabalhadora. 
 O pequeno Tiago, o quarto filho, desde cedo passa pela experiência do chamado de Deus: na primeira série do ensino primário, perguntado pela professora o que faria quando se tornasse adulto, ele responde: Vou tornar-me padre! Os anos da infância se encaminham nessa direção. 
 A família, transferindo-se para a comuna de Cherasco, paróquia de São Martin, diocese de Alba, encontra o pároco, Padre Montersino, que ajuda o adolescente a tomar consciência e dar resposta ao chamado. Com 16 anos, Tiago é recebido no Seminário de Alba. Desde logo se encontra com aquele que para ele será pai, guia, amigo e conselheiro por 46 anos: o cônego Francisco Chiesa. 
 No final do Ano Santo de 1900, já estimulado pela encíclica de Leão XIII Tametsi futura (Ainda que se trate de coisas futuras), Tiago vive a experiência decisiva de sua existência. Na noite de 31 de dezembro de 1900, noite que divide os dois séculos, põe-se a rezar por quatro horas diante do Santíssimo Sacramento e, na luz de Deus, projeta o seu futuro. Uma “luz especial” veio ao seu encontro, desprendendo-se da Hóstia e a partir daquele momento ele se sente “profundamente comprometido a fazer alguma coisa para o Senhor e para as pessoas do novo século”: “o compromisso de servir à Igreja”, valendo-se dos novos meios colocados à disposição pelo engenho humano. 
A trajetória do jovem Alberione assim prossegue abalizadamente ao longo dos anos de estudo da filosofia e da teologia. No dia 29 de junho de 1907 foi ordenado sacerdote. Como passo seguinte, uma breve, mas significativa experiência pastoral em Narzole (Cuneo), na qualidade de vice-pároco. Lá encontra o bem jovem José Giaccardo, que para ele será o que foi Timóteo para o Apóstolo Paulo. Ainda em Narzole, Padre Alberione amadurece sua reflexão sobre o que pode fazer a mulher engajada no apostolado. 
 No Seminário de Alba desempenha o papel de Diretor Espiritual dos seminaristas maiores (filósofos e teólogos) e menores (estudantes do ensino médio), e de professor de diversas disciplinas. Dispõe-se a pregar, a catequizar, a dar conferências nas paróquias da diocese. Dedica também bastante tempo ao estudo da realidade da sociedade civil e eclesial do seu tempo e às novas necessidades que se projetam. 
 Conclui que o Senhor o convoca para uma nova missão: pregar o Evangelho a todos os povos, segundo o espírito do Apóstolo Paulo, usando os modernos meios da comunicação. Justificam essa direção os seus dois livros: Apontamentos de teologia pastoral (1912) e A mulher associada ao zelo sacerdotal (1911-1915). 
Essa missão, para ser desenvolvida com carisma e continuidade, deve ser assumida por pessoas consagradas, considerando-se que “as obras de Deus se edificam mediante as pessoas que são de Deus”. Desse modo, no dia 20 de agosto de 1914, enquanto em Roma morria o sumo pontífice, Pio X, em Alba, o Padre Alberione dava início à “Família Paulina” com a fundação da Pia Sociedade São Paulo. O começo é marcado pela extrema pobreza, em conformidade com a pedagogia divina: “inicia-se sempre no presépio”.