quinta-feira, 29 de julho de 2010

Kung fu Panda e o Itnierário Vocacional

O panda Pó e o mestre Schifu podem ajudar a Equipe Vocacional a refletir e aprofundar sobre os processos do itinerário vocacional com os novos perfis de vocacionados em nosso contexto atual.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Carta do pe. Martín Lasarte ao The New York Times

O missionário salesiano uruguaio Martín Lasarte, um missionário que vive há mais de 20 anos em Angola, define-se a si mesmo numa carta enviada ao The New York Times como «um simples sacerdote católico» que se sente «feliz e orgulhoso» da sua vocação. O diário norte-americano, que liderou a campanha contra a Igreja e o Papa por causa dos casos de pedofilia cometidos por alguns clérigos, não respondeu a carta do pe. Martín.

A Carta

«Causa-me uma grande dor que pessoas que deveriam ser sinais do amor de Deus tenham sido um punhal na vida de inocentes. Não existem palavras que justifique tais actos. Não há dúvida que a Igreja só pode estar do lado dos débeis, dos mais indefesos. Portanto todas as medidas que venham a ser tomadas para a protecção, prevenção da dignidade das crianças serão sempre uma prioridade absoluta [...] No entanto, é curiosa a excassez de notícias e o desinteresse pelos milhares e milhares de sacerdotes que se consomem pelos milhões de crianças, pelos adolescentes e os mais desfavorecidos nos quatro cantos do mundo. [...] Penso que ao vosso meio de informação não lhes interesse que eu próprio tenha transportado através de caminhos minados em 2002 muitas crianças desnutridas desde Cangumbe a Lwena (Angola) pois nem o governo se dispunha a fazê-lo e as ONG não estavam autorizadas; que eu próprio tivesse tido que enterrar dezenas de crianças falecidas entre os deslocados de guerra e retornados; que tenha salvado a vida a milhares de pessoas em Moxico por intermédio do único posto médico em 90.000 quilómetros quadrados, assim como através da distribuição de alimentos e sementes; que tivéssemos dado a oportunidade a mais 110.000 crianças receberem de educação nestes 10 anos [...] Não é do vosso interesse que, em conjunto com outros sacerdotes, tenhamos socorrido cerca de 15.000 pessoas nos aquartelamentos da guerrilha, depois da sua rendição, porque não chegavam os alimentos do Governo e da ONU [...] Não é notícia que um sacerdote de 75 anos, o padre Roberto, durante a noite percorre a cidade de Luanda curando crianças da rua, levando-as para uma casa abrigo, para que se desintoxiquem da gasolina, que alfabetize centenas de presos; que outros sacerdotes, como o padre Stefano, tenha casas para crianças que foram golpeadas, maltratadas e até violadas. Tão pouco é noticia que Frei Maiato com os seus 80 anos passe de casa em casa confortando os enfermos e os desesperados [...] Não é noticia que mais de 60.000 dos 400.000 sacerdotes, religiosos tenham deixado a sua terra, a sua família para servir os seus irmãos em leprosarias, hospitais, campos de refugiados, orfanatos para crianças acusadas de feiticeiras ou órfãos de pais que faleceram com sida, em escolas para os mais pobres, em centros de formação profissional, em centros que prestam cuidados a seropositivos… ou sobretudo em paróquias e missões dá para motivar as pessoas a viver e amar. [...] Não é notícia que o meu amigo, o padre Marcos Aurélio, para salvar alguns jovens durante a guerra em Angola, transportou-os de Kalulo a Dondo e ao regressar à sua missão tenha sido fuzilado no caminho; que o irmão Francisco, com cinco catequistas, por terem ido ajudar em áreas rurais mais recônditas tenham falecido num acidente; que dezenas de missionários em Angola tenham falecido por falta de socorro sanitário, por causa de uma simples malária; que outros tenham saltado pelo ar, por causa de uma mina, apenas por que foram visitar os seus paroquianos. No cemitério de Kalulo estão as sepulturas dos primeiros sacerdotes que chegaram à região... Todos tinham menos de 40 anos. [...] não é notícia acompanhar a vida de um sacerdote ‘normal’ no seu dia a dia, nas suas dificuldades e alegrias consumindo sem ruído a sua vida a favor da comunidade que serve. A verdade é que não procuramos ser notícia, mas simplesmente levar a Boa Noticia, essa notícia que sem ruído começou na noite de Páscoa. Faz mais ruido uma árvore que cai do que um bosque que cresce. [...] Não pretendo fazer uma apologia da Igreja e dos sacerdotes. O sacerdote não é nem um herói nem um neurótico. É um simples homem, que com a sua humanidade procura seguir Jesus e servir os seus irmãos. Existem misérias, pobrezas e fragilidades como em cada ser humano; e também beleza e bondade como em cada criatura. [...] Insistir de forma obcecada e persecutória num tema perdendo a visão de conjunto cria verdadeiramente caricaturas ofensivas do sacerdócio católico com as quais me sinto ofendido [...] Só lhe peço amigo periodista, que procure a Verdade, o Bem e a Beleza. Isso torna-lo-á nobre na sua profissão».

quinta-feira, 22 de julho de 2010

CRB Nacional lança livro sobre "JUVENTUDES"


Durante a XII Assembléia Geral Eletiva da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) foi lançado o livro "Juventudes o exercício da escuta no processo de aproximação", organizado por Frei Rubens Nunes da Mota, assessor executivo da CRB Nacional para as Juventudes.
Acompanhe a entrevista de Frei Rubens e saiba mais sobre este lançamento - ouça aqui

Sentia o desejo ardente de encontrar a Cristo


Maria Madalena, tendo ido ao sepulcro, não encontrou o corpo do Senhor. Julgando que fora roubado, foi avisar aos discípulos. Estes vieram também ao sepulcro, viram e acreditaram no que a mulher lhes dissera. Sobre eles está escrito logo em seguida: Os discípulos voltaram então para casa (Jo 20,10). E depois acrescenta-se: Entretanto, Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando (Jo 20,11).
Este fato leva-nos a considerar quão forte era o amor que inflamava o espírito desa mulher, que não se afastava do túmulo do Senhor, mesmo depois de os discípulos terem ido embora. Procurava a quem não encontrara, chorava enquanto buscava e, abrasada no fogo do seu amor, sentia a ardente saudade daquele que julgava ter sido reoubado. Por isso, só ela o viu então, porque só ela o ficou procurando. Na verdade, a eficácia das boas obras está na perseverança, como afirma também a voz da Verdade: Quem perserverar até o fim, esse será salvo (Mt 10,22).
Ela começou a procurar e não encontrou nada; continuou a procurar, e conseguiu encontrar. Os desejos foram aumentando com a espera, e fizeram com que chegasse a encontrar. Pois os desejos santos crescem com a demora; mas se diminuem com o adiamento, não são desejos autênticos. Quem experimentou este amor ardente, pôde alcançar a verdade. Por isso afirmou Davi: Minha alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando tereia a alegria de ver a face de Deus? (Sl 41,3). Também a Igreja diz no Cântico dos Cânticos: Estou ferida de amor (Ct 5,8). E ainda: Minha alma desfalece (cf Ct 5,6).
Mulher, por que choras? A quem procuras? (Jo 20,15). É interrogada sobre o motivo de sua dor, para que aumente o seu desejo e, menscionando o nome de quem procurava, se inflame ainda mais o seu amor por ele.
Então Jesus disse: Maria (Jo 20,16). Depois de tê-la tratado pelo nome comum de mulher sem que ela o tenha reconhecido, chama-a pelo próprio nome. Foi como se lhe dissesse abertamente: Reconhece aquele por quem és reconhecida. Não é entre outros, de maneira geral, que te conheço, mas especialmente a ti. Maria, chamada pelo próprio nome, reconhece quem lhe falou; e imediatamente exclama: Rabuni, que quer dizer Mestre (Jo 20,16). Era ele a quem Maria Madalena procurava exteriormente; entretanto, era ele que a impelia interiormente a procurá-lo.
São Gregório Magno, papa (séc VI)

terça-feira, 20 de julho de 2010

10 Orientações da CNBB para VOTAR BEM

Os Bispos Católicos do Regional Sul 1, da CNBB (Estado de São Paulo), no cumprimento de sua missão pastoral, oferecem as seguintes orientações aos seus fiéis para a participação consciente e responsável no processo político-eleitoral deste ano:

1. O poder político emana do povo. Votar é um exercício importante de cidadania; por isso, não deixe de participar das eleições e de exercer bem este poder. Lembre-se de que seu voto contribui para definir a vida política do País e do nosso Estado.

2. O exercício do poder é um serviço ao povo. Verifique se os candidatos estão comprometidos com as grandes questões que requerem ações decididas dos governantes e legisladores: a superação da pobreza, a promoção de uma economia voltada para a criação de postos de trabalho e melhor distribuição da renda, educação de qualidade para todos, saúde, moradia, saneamento básico, respeito à vida e defesa do meio ambiente.

3. Governar é promover o bem comum. Veja se os candidatos e seus partidos estão comprometidos com a justiça e a solidariedade social, a segurança pública, a superação da violência, a justiça no campo, a dignidade da pessoa, os direitos humanos, a cultura da paz e o respeito pleno pela vida humana desde a concepção até à morte natural. São valores fundamentais irrenunciáveis para o convívio social. Isso também supõe o reconhecimento à legítima posse de bens e à dimensão social da propriedade.

4. O bom governante governa para todos. Observe se os candidatos representam apenas o interesse de um grupo específico ou se pretendem promover políticas que beneficiem a sociedade como um todo, levando em conta, especialmente, as camadas sociais mais frágeis e necessitadas da atenção do Poder público.

5. O homem público deve ter idoneidade moral. Dê seu voto apenas a candidatos com “ficha limpa”, dignos de confiança, capazes de governar com prudência e equidade e de fazer leis boas e justas para o convívio social.

6. Voto não é mercadoria. Fique atento à prática da corrupção eleitoral, ao abuso do poder econômico, à compra de votos e ao uso indevido da máquina administrativa na campanha eleitoral. Fatos como esses devem ser denunciados imediatamente, com testemunhas, às autoridades competentes. Questione também se os candidatos estão dispostos a administrar ou legislar de forma transparente, aceitando mecanismos de controle por parte da sociedade. Candidatos com um histórico de corrupção ou má gestão dos recursos públicos não devem receber nosso apoio nas eleições.

7. Voto consciente não é troca de favores, mas uma escolha livre. Procure conhecer os candidatos, sua história pessoal, suas ideias e as propostas defendidas por eles e os partidos aos quais estão filiados. Vote em candidatos que representem e defendam, depois de eleitos, as convicções que você também defende.

8. A religião pertence à identidade de um povo. Vote em candidatos que respeitem a liberdade de consciência, as convicções religiosas dos cidadãos, seus símbolos religiosos e a livre manifestação de sua fé.

9. A Família é um patrimônio da humanidade e um bem insubstituível para a pessoa. Ajude a promover, com seu voto, a proteção da família contra todas as ameaças à sua missão e identidade natural. A sociedade que descuida da família, destrói as próprias bases.

10. Votar é importante, mas ainda não é tudo. Acompanhe, depois das eleições, as ações e decisões políticas e administrativas dos governantes e parlamentares, para cobrar deles a coerência para com as promessas de campanha e apoiar as decisões acertadas.

Fonte -CNB

terça-feira, 13 de julho de 2010

O ESTRADO PARA TEUS PÉS

"Aqui é o estrado para os teus pés,
que repousam aqui, onde vivem os mais pobres,
mais humildes e perdidos.
Quando tento inclinar-me diante de ti,
a minha reverência não consegue alcançar
a profundidade onde os teus pés repousam,
entre os mais pobres, mais humildes e perdidos.
O orgulho nunca pode se aproximar desse lugar
onde caminhas com as roupas do miserável,
entre os mais pobres, mais humildes e perdidos.
O meu coração jamias pode encontrar o caminho
onde fazes companhia ao que não tem companheiro,
entre os mais pobres, mais humildes e perdidos"
R. Tagore

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Somente falava de Deus

Conta-se que, no sul da China, um nativo foi convidado a assistir a uma séria de conferências religiosas. Era um homem simples, naturalmente, mas curioso e observador. Compareceu logo na primeira noite e gostou imensamente.
Os pensamentos do orador, embora estranhos para ele, não deixavam de ser interessantes. voltou na noite seguinte e, ao término da segunda conferência, pensou consigo mesmo: o orador falou hoje quase a mesma coisa que disse ontem.
Contudo, nem por isso deixou de assistir nas três noites restantes. Na última noite, continuou no recinto até as pessoas se afastarem totalmente. Assim, a sós com o pregador, arriscou a seguinte observação:
- Afinal, pregador, por que motivo o senhor não fala de outras coisas igualmente interessantes e até mais abrangentes? Assisti a todas as suas conferências, e o assunto foi sempre o mesmo: Deus. Não há nenhum outro nome que possa ser mencionado?
O orador, maduro e muito experiente, sobretudo muitíssimo hábil, encontrou de imediato uma extraordinária saída. Perguntou-lhe:
- Desculpe a minha curiosidade: O que é que o amigo come no almoço?
- Como arroz, principalmente
- E no jantar, qual o seu prato predileto?
- Ainda arroz
- O senhor costuma cear à noite, antes de dormir?
- Sim, fazemos isso todas as noites em minha casa
- E na ceia, o que a família costuma comer?
- Também arroz. Uma refeição só será completa para mim se houver arroz
- E ontem o senhor comeu arroz nas três refeições que fez?
- Sim, eu, particularmente, só como arroz. Entendo que esse cereal me dá vida, força e saúde.
Depois desse diálogo, aparentemente sem importância, o pregador, em poucas palavras, prestou o mais profundo esclarecimento que o nativo carecia ouvir, para entender que o nome de Deus é o mais abrangente.
- Pois essa é justamente a razão de eu só falar em Deus. Ele é meu amigo. Ele me enche a vida e a alma. É capaz de preencher qualquer necessidade que eventualmente eu possa ter. Por causa desse tão maravilhoso relacionamente entre mim e Deus, e em virtude das muitas bençãos que dele recebo, é que a minha boca não sabe falar de outra coisa.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Fica conosco Senhor!


A palavra “ficar” hoje tem muitos significados, às vezes, até de forma banalizada. Mas, é preciso descobrir que seu significado tem um sentido bem mais amplo do que aquilo que pensamos ou dizemos. “Ficar conosco” é um convite que fazemos somente a uma pessoa que conhecemos, amamos e acreditamos. Não se convida um estranho a entrar em nossa vida, em nossa história, em nossa casa... precisamos conhecer, acolher, partilhar, amar.
Quando Jesus é convidado pelos dois discípulos a “ficar” com eles, estes sentiam/intuiam que ele não era mais um estranho que vinha pelo caminho e lhes explicava as Escrituras, mas alguém que irradiava confiança e confiança plena; descobrem nele algo diferente... “fazia o coração arder”; reacender a chama da esperança; um novo sentido pelo qual continuar.
O convite lançado pelos discípulos de Emaus para entrar e “ficar” com eles em sua casa, em sua vida, não é dirigido a alguém que sentem como um estranho, mas um amigo que faz o coração arder, os olhos e os ouvidos se abrirem; alguém que se tornou um companheiro de jornada. A casa de suas vidas já não é mais vazia, mas se encheu de sentido, esperança, alegria, paz, segurança...
Ao dizermos “Fica conosco Senhor”, convidando Jesus a entrar em nossa vida, nos colocamos numa postura aberta de quem deseja ouvir seu convite, ser transformado, redescobrir um novo sentido para a vida. É um convite que nasce do desejo de anunciá-lo a todos, na certeza de que ele é o nosso tudo, um companheiro que deseja ficar conosco em todos os momentos de nossa vida. Alguém que nos ajuda a olhar a nossa própria caminhada com um olhar mais realista sobre nós mesmos, e as exigências do seguimento.
Dizer “Fica conosco Senhor”, implica alargar nossos horizontes, mergulhar de forma mais consciente e profunda em nossa opção por Ele e pelo Reino.