segunda-feira, 17 de outubro de 2016

A MISSA TERMINOU, A TUA PAZ TAMBÉM!

O fruto da eucaristia deveria ser a partilha dos bens. Celebrando uma missa, deveria parti-la ao meio, tornando-a em duas, em quatro… e assim por diante. Os nossos comportamentos, porém, são a inversão dessa lógica.
As nossas missas deveriam desmascarar os novos rostos da idolatria. As nossas missas deveriam nos colocar em crise todas as vezes que as celebramos. E para evitar as crises deveríamos reduzi-las ao mínimo possível, a não ser que tenhamos motivos mais sérios.
Elas deveriam desmascarar a nossa hipocrisia e a hipocrisia do mundo. Deveriam fomentar a audácia evangélica. Não deveriam servir aos opressores. Dietricht Bonhoeffer dizia que não pode cantar o canto gregoriano aquele que sabe que um irmão hebreu foi assassinado. Não se pode cantar o canto gregoriano quando se sabe que o mundo está deste jeito.
Tantas vezes também nós, dominados por uma fé flácida, anêmica, fazemos da eucaristia um momento de deleites prazerosos, morosos, de satisfações extenuantes que enfraquecem a força do clamor da eucaristia, impedindo-nos de ouvir o grito dos Lázaros que estão fora, à porta do nosso banquete. Se da eucaristia não brota uma força explosiva que muda o mundo, que faz nascer o inédito, então é uma eucaristia que não diz nada.
Se a eucaristia não libera uma força explosiva que muda o mundo, capaz de oferecer a nós crentes, a nós presbíteros que celebramos, a audácia do Espírito Santo, a vontade de descobrir o novo que ainda se encontra presente na realidade humana, é inútil celebrar a eucaristia.
E entre nós existe o novo, não percebido por muita gente. Bastaria nos lembrarmos dos que não vêm à missa, de todos aqueles que não conhecem Jesus Cristo. Esta é para nós a novidade: a praça. Aqui, na praça, deveríamos apresentar o Senhor, com muita coragem. A eucaristia deveria nos levar até lá onde o povo hoje sofre. Nós, sendo uma Igreja que ama, uma Igreja que se desespera no desejo de levar um pouquinho de esperança aos outros, não somos um sinal eficaz, um sinal claro. A missa deveria nos empurrar para fora. Ao invés de dizer “a missa terminou, ide em paz”, deveríamos dizer: “a paz terminou, ide à missa”. Porque quando você vai à missa, termina a sua paz.
As nossas eucaristias deveriam ser explosões que nos empurram para bem longe. Mas, ao contrário, o Senhor, depois de cinco minutos, ainda nos vê ali diante do altar.
Você padre, você bispo deve defender a liberdade do povo exatamente como se tocasse e tutelasse a hóstia consagrada.
Você deve ser luz. Acender o farol do Evangelho, da Palavra de Deus, do Magistério da Igreja. Seja luz, mas tome cuidado para que o olho do seu irmão possa ver. Você não deve querer ver por ele: “feche os olhos e deixe que eu vejo por você!”. Seja luz. Assim devemos nos comportar em todas as situações, também em nossas propostas morais. Você deve acender a luz. A consciência pessoal de cada um não pode ser delegada. É algo único que não pode ser manipulada por ninguém. Nenhum de nós pode impor as suas decisões à consciência dos outros .
A educação, inclusive aquela cristã, significa permanecer no limiar para vigiar e indicar, nunca para forçar . Eu acredito que se nós pastores nos diferenciássemos mais pela defesa da liberdade de consciência do povo do que pela imposição daquilo que consideramos ser realmente a estrada certa, a Igreja se tornaria, de fato, a Igreja do Espírito Santo.
Nós pastores devemos cuidar bem para que, nas nossas comunidades, o povo beba das fontes do Espírito. Quando a comunidade cresce à luz do Espírito e com a força da eucaristia podemos ficar tranqüilos porque as pessoas saberão o que escolher.
Um só corpo, um só Espírito. Mas como isso custa! O nosso compromisso sacerdotal, cristão, não pode ser outro, senão aquele do crucificado. A lei da cruz é a capacidade de assumir, interpretar e concluir também cada nosso ato de sofrimento. É a lei da Cruz. Como fez Jesus Cristo.
Na sua vida existia a lucidez, a clareza, a firmeza para colocar em prática um projeto-programa, diante do qual Ele nunca recuou, mesmo quando teve que enfrentar os poderes políticos, os poderes culturais, os poderes sacerdotais e a pressão dos amigos ou dos familiares .
Certas eucaristias se parecem com os livros ornamentais das casas, colocados à mostra em cima dos móveis. A sua força de plenitude não é liberada porque as comunidades não as colocam em prática.
Esta é a liturgia eucarística: o desejo de Deus de doar-se. Pois a Ele não bastam as palavras. Ele quer comunhão. Quanto pudor da nossa parte, impedindo-nos de mostrar para o povo como esta realidade é grande!
A eucaristia educa para o martírio, para o testemunho. A vida de Jesus Cristo não foi somente pré-existência. Ela foi também pró-existência. Ela não só existiu antes, mas existe para. Quem comunga deveria convidar para o banquete toda pessoa humana. E a Palavra é rica de propostas: reparta o pão com o faminto, acolha na sua casa quem não tem teto, vista os que estão nus… Enquanto não libertarmos dos porões toda essa força explosiva da Palavra de Deus, as nossas comunidades permanecerão prisioneiras daqueles soníferos feitos de gesticulações e ritos.
A comunidade eucarística, como Jesus, deve ser subversiva e crítica diante de todas as míopes realizações deste mundo. Você deve ser um espinho que incomoda quem vive na bem-aventurança das suas seguranças. Afligir os consolados significa ser voz crítica, consciência crítica, denunciando o que não está certo. Tantas vezes nós nos tornamos prisioneiros, acorrentados por um sistema. Nem sempre transmitimos a imagem de homens livres. Isso não é poesia! Nós, muitas vezes, nos deixamos dominar, tornando-nos os homens do sistema e não anunciadores das coisas futuras.
A eucaristia é um escândalo que precisa ser assumido até as últimas conseqüências. A paz do Senhor nos obriga a sermos subversivos. A Igreja deve assumir toda dor humana, toda fome de justiça, mesmo de uma só pessoa. A memória eucarística deve evidenciar o compromisso histórico da Igreja, corpo doado de Cristo, sangue derramado de Cristo.

Dom Antonino Bello

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

CRISTO UMA RESPOSTA DE DEUS AO HOMEM E DO HOMEM A DEUS

Logo que nos deparamos com a frase acima, nasce quase que automaticamente uma pergunta: como Cristo pode ser ao mesmo tempo uma resposta de Deus e do homem?
Para tentarmos compreender isso, devemos nos recordar um pouco do que refletimos nas lições anteriores. Vimos que somos pessoas amadas, chamadas por Deus à vida e para vivermos em contínua comunhão (comum-união) com Ele e os irmãos. É a partir desta comunhão que vamos percebendo o chamado de Deus, para sairmos de nós mesmos e ir ao encontro dos outros. A partir desta experiência, de perceber o outro em nossa vida, é que vai se tornando clara a missão, ou seja, o projeto que o Criador nos preparou.
Vimos também que, por causa deste grande amor de Deus, desde o início da história do homem, existiram pessoas que foram chamadas a viver este “sair de si” de forma mais intensa e radical; desta forma é que temos os Patriarcas, Juízes, Profetas etc.
Todas estas pessoas, foram chamadas para ajudar a humanidade a retomar o projeto de Deus. Só que chegou um tempo onde as pessoas já não davam mais ouvido a estes enviados de Deus; as pessoas estavam perdendo o verdadeiro sentido do AMOR e de uma vivência JUSTA E FRATERNA.
Havia muita desigualdade e injustiça social, o culto a Deus era mais por costume e obrigação do que uma resposta de amor, resposta que nasce do conhecimento e de uma experiência de Deus e de seu amor.
Não podemos dizer que todos agiam assim, e foi por perceber tal fato que Deus resolveu mandar seu próprio Filho ao mundo.
“Deus amou de tal forma o mundo que entregou seu Filho único” (Jo 3,16).
Com isto, concluímos que a vinda de Jesus é a maior resposta do Amor de Deus ao homem, pois Cristo é a plena revelação de Deus, e é Ele mesmo que nos diz isto:
“Felipe, quem me vê, vê também o Pai” (Jo 14,9).
É através de suas palavras e ações que o Pai se faz presente. Jesus foi uma pessoa que teve sempre como preocupação primeira o ser humano; por esse motivo, procurou sempre manter relações profundas, sinceras e transformadoras com os que encontrava. Todas as narrações dos Evangelhos nos provam tal coisa; elas nos mostram que Jesus ao lado de todos aqueles que são oprimidos e esquecidos pela sociedade: como as crianças, órfãos, doentes, viúvas etc. A todos dispensava especial atenção e procurava, de todas as formas, reintegrá-los na sociedade.
Entre estes, destacamos a figura das mulheres. Na época de Jesus, as mulheres eram consideradas ninguém; tinham poucos deveres sociais e, no que diz respeito aos seus direitos, eram menos ainda.
Jesus inova e transforma tudo isso, pois mantém com elas, uma relação de compreensão, aceitação, respeito e inserção na sociedade.
Podemos perceber isso em várias passagens: a cura da sogra de Pedro (Mc 1,29-31), a adúltera (Jo 8,1-11), a pecadora (Lc 7,37-50), a hemorroíssa (Mc 5,25-34).
Para conhecermos o projeto de Deus para o homem e, por conseguinte, para cada um de nós, devemos conhecer mais a pessoa de Jesus, suas palavras e seus atos, ao mesmo tempo que buscamos segui-lo e imitá-lo. E o primeiro passo neste caminho é assumirmos plenamente o nosso compromisso batismal assim como Cristo fez, pois é com o batismo de João que Jesus inaugura sua vida pública. É através do batismo que se tem a revelação de sua identidade. “Logo que Jesus saiu da água... do céu veio uma voz: ‘Tu és o meu Filho amado; em Ti está o meu agrado’” (Mc 1,10-11); é também uma tomada de consciência e de responsabilidade de sua missão. 
Toda sua vida, foi vivida totalmente ao lado e a favor daqueles que menos tinham, tanto materialmente quanto espiritualmente. Uma vida que foi um SIM pleno, total ao Pai e aos homens seus irmãos (2Cor 1,19-20). Desta forma, toda a existência de Jesus, e seu sacrifício, foram o grande e perene ato de oferta a Deus por todos nós.
Através do amor do Pai, Cristo se solidarizou conosco até a morte: foi somente por nos amar e também ao Pai, que realizou a sua vontade. 
A VOCAÇÃO DE TODA PESSOA É SEGUIR E DAR CONTINUIDADE À VOCAÇÃO DE CRISTO
Autor: Irmãs Apostolinas 
Perguntas:
  1. Para refletir e rezar: Jô 8,1-11 (adúltera); Lc 7,37-50 (pecadora perdoada); Mc 5,25-34 (hemorroíssa); Jo 11,1-14 (ressurreição de Lázaro).
  2. Por que a vinda de Jesus é a maior resposta do amor de Deus ao homem?
  1. Qual é a missão, ou seja, o projeto que o Criador nos preparou?

  1. Quais são as atitudes mais significativas que você encontra em Jesus?

domingo, 9 de outubro de 2016

Deus chama ao longo da história

É importante saber que a nossa resposta, ao chamado de Deus, está ligada não só ao nosso bem, mas também ao de muitas outras pessoas.
Lembremo-nos de nossos pais: um dia se encontraram, se gostaram e começaram um namoro: este gostar foi aumentando até que um se encheu de coragem e lançou a proposta de casamento.
Deste SIM, que foi trocado por nossos pais, é que foi possível estarmos vivos. Se por acaso um deles tivesse desistido nós não existiríamos.
Este é apenas um exemplo da importância de nossa resposta, frente à vida. Mas no mundo, existem várias situações que nos chamam (menores, favelados, desabrigados, etc...) e a nossa resposta pode interferir na sociedade de hoje mesmo, ou de amanhã; porque a resposta de hoje, já começa a transformar esta realidade.
Eis o testemunho de algumas pessoas que ao longo da história, souberam responder SIM a Deus: um SIM  de disponibilidade e compromisso.
“Deixa tua terra, tua família... e vai para a terra que eu te mostrar; Abraão partiu...” (Gn 12,1-7).
Foi com Abraão que começou a surgir na Palestina, uma nova consciência e uma nova maneira de se viver a vida humana. Abraão foi a semente de uma longa caminhada. A resposta dele, fez que seu povo largasse a terra, os amigos, a cultura e tudo o que envolve as pessoas em um certo lugar, para ir em busca de uma nova terra (onde havia mais fartura) confiando somente na promessa de Deus. 
“Eu vi a aflição do meu povo e ouvi os seus clamores... vai, eu te envio... Moisés partiu...” (Ex 3,7).
A partir do SIM de Moisés, um povo todo foi libertado da opressão e reorganizado como povo de Deus.
Deus quer ser para o seu povo uma presença libertadora. Ele é a raiz da fé, da esperança e do amor dos pobres e dos oprimidos. Ele é a fonte de liberdade e da paz.
“Quem hei de enviar? Respondi: ‘Eis-me aqui, envia-me’” (Is 6,8).
Isaías e Jeremias eram profetas que lembravam ao povo que era preciso manter e ser fiel à aliança com Deus. Eles, como todos os profetas, souberam captar a “voz de Deus” escondida no “clamor dos pobres”.
“Não temas, pois encontraste graça junto de Deus... Eis que conceberás e darás à luz um filho” (Lc 1,30-31).
Maria, ao dar o seu SIM, supera todos os medos com muita fé e certeza de que Deus não abandona os que agem de boa vontade e deseja o bem dos pobres. Em Maria, escolhida por Deus, pode-se notar a presença deste Deus que está no meio dos pobres.
“André encontrou seu irmão Simão e levou-o a Jesus... Tu és Simão... Tu serás chamado Pedro” (Jo 1,41-42).
Pedro=pedra: base do novo povo. Apesar de sua inconstância, prova que Deus quer realizar o seu projeto com os homens, mesmo fracos, mas disponíveis a recomeçar.
“Quem és Senhor? ‘Eu sou Jesus, a quem persegues. Levanta-te, entra na cidade e te será dito o que deves fazer’” (At 9,5-6).
Em Paulo podemos ver que Deus é capaz de transformar o mais profundo do homem para uma missão. Ele de perseguidor se torna apóstolo e isto “por graça”. A experiência da “gratuidade” e do “amor” de Deus, foram tão marcantes em Paulo que o seu desejo imenso foi o de responder a este amor se doando totalmente à serviço dos irmãos.
Autor: Irmãs Apostolinas

Perguntas:
  1. Leia: Gn 12,1-7; Ex 3,1-15 e 4,1-17; Is 6,1-13; Jr 1,4-10; Lc 1,26-38; Jo 1,40-42; At 9,1-18. Depois procure explicar como e para que Deus chama estas pessoas e a atitude que tiveram frente ao chamado.
  2. Com qual chamado você mais se identificou? Por quê?
  3. Para você hoje, como e quem Deus chama?

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Recado aos jovens

A juventude é o amanhã da vida.
Não é um capítulo separado
do restante da existência
nem é o prefácio de um livro.
É a premissa de tudo.
É a semente de onde brota tudo.
É o alicerce sobre o qual deve apoiar-se
o grande edifício da vida.
São vocês mesmos, jovens,
que estão preparando suas vidas
para o amanhã.
Se a meia-noite vocês olharem o nascente,
porque de lá virá a luz,
vocês olharão por muito tempo,
e poderão até pensar que é inútil.
Mas se continuarem insistindo
e olharem uma segunda,
uma terceira vez,
vocês irão divisar
um raio de luz na alvorada.
E todo o panorama circundante se iluminará.
Duas coisas foram necessárias:
a perseverança em olhar
e a existência da luz.
Para todas as grandes coisas
exigem-se lutas penosas
e um preço muito alto.
A única derrota da vida
é a fuga diante das dificuldades.
O homem que morre lutando é um vencedor.
                                                                                          (Pe. Alberione)    

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Sinodo de 2018 será sobre Juventude, Fé e discernimento Vocacional

O Papa Francisco convocou para outubro de 2018 um sínodo, ou assembleia de bispos de todo o mundo, sobre os jovens e os novos modelos de vida, anunciou o Vaticano.
Os bispos de todas as regiões do planeta se reunirão no Vaticano para debater sobre as mudanças que afetam a juventude, a fé e o "discernimento vocacional".
A decisão do pontífice foi adotada após consultas às conferências episcopais e depois de ouvir as observações dos padres sinodais nas assembleias passadas, dedicadas à família.
A Igreja Católica deseja "acompanhar os jovens em seu caminho existencial até a maturidade", de maneira a enfrentar a crise de vocações que a afcta atualmente.
Em muitos países caiu o número de jovens que desejam ser padres ou dedicar-se à vida religiosa, um fenômeno que preocupa a hierarquia da Igreja Católica.
Em outubro de 2014 e 2015, durante os dois sínodos dedicados à família, as divisões dentro da Igreja ante as mudanças sociais se tornaram evidentes.
Após as deliberações, o papa Francisco divulgou em abril sua segunda exortação apostólica, "Laetitia Amoris" ("A alegria do amor"), um documento que estabelece as diretrizes da Igreja sobre a família, o amor e o casamento.
O documento, fruto dos dois encontros, convida a integrar na vida da Igreja as "famílias feridas" e os "casados em segundas núpcias", um princípio que deverá ser aplicado caso por caso.

Fonte: News.va

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Bem-aventurado Tiago Alberione - Apóstolo da Comunicação

Tiago Alberione nasceu a 04 de abril de 1884, numa modesta família de agricultores e cristãos praticantes, em São Lourenço de Fossano, norte da Itália. Foi o quinto filho de Miguel Alberione e Teresa Rosa Alloco e, desde pequeno tinha claro um ideal: fazer o bem às pessoas.
Um dia, na escola primária, sua professora, Rosa Cardona, perguntou aos seus alunos o que eles queriam ser quando adultos. Tiago já tinha clara a sua decisão e respondeu sem hesitar: "Quando for grande serei padre". Desde cedo teve de pagar por essa declaração, pois os colegas caçoavam e exigiam mais dele.
Tiago deixou sua cidade e a família que amava e foi para o seminário de Brá. No seminário sua vida corria sem grandes lances de inteligência e qualidades especiais que o distinguissem. Pelo contrário, era considerado uma pessoa frágil. Tanto seus familiares quanto os diretores do seminário temiam pela sua saúde. Deus, porém tinha outros planos para ele, o que aliás não nos surpreende, porque os planos de Deus sempre valorizam a nossa pequenez, a nossa fraqueza. É na fraqueza que o seu poder se manifesta. Demitido do seminário de Brá, Tiago voltou a Monte Capriolo para ajudar a família; mas continuava a devorar livros e a meditar inquieto sobre o futuro. Seu pároco, padre João Batista Montersino, o aconselhou a voltar ao seminário, agora em Alba, onde Tiago entrou no outono de 1900.
A noite entre 31 de dezembro de 1900 e 1° de janeiro de 1901, foi decisiva para a vida e missão do jovem Alberione, que tinha apenas 16 anos. Permaneceu por quatro horas em oração diante do Santíssimo Sacramento, solenemente exposto na Catedral de Alba. “Sentiu-se profundamente obrigado a preparar-se para fazer alguma coisa pelo Senhor e pelas pessoas do novo século”, como escreverá mais tarde. O Apóstolo Paulo era a paixão de Alberione. Em Paulo apóstolo, Padre Alberione confirmou seu desejo de espalhar pelo mundo todo a mensagem de Jesus. São Paulo o fizera no século I, Tiago o quis fazer agora, no século XX, e nos seguintes.
No dia 20 de agosto de 1914, inicia sua primeira fundação: a Pia Sociedade de São Paulo, conhecida no Brasil como Padres e Irmãos Paulinos. Esta fundação seria o primeiro ramo da grande árvore constituída por várias Congregações e diversos Institutos Seculares que juntas formam a Família Paulina (Irmãs Paulinas; Irmãs Discípulas do Divino Mestre; Irmãs Pastorinhas; quatro Institutos Seculares e a União de Cooperadores Paulinos).
Padre Tiago Alberione sempre foi um homem sensível à questão vocacional. Pela década de 1950, com mais de 70 anos e mantendo-se aberto as moções do Espírito e com aguçada sensibilidade vocacional, percebeu o quanto era necessário à existência de pessoas que doassem seu tempo, sua vida, para ajudar outras pessoas a encontrarem o verdadeiro sentido para suas vidas, ou seja, descobrirem sua vocação.
Desta forma, em 08 de setembro de 1959 funda o Instituto Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos para as Vocações, mais conhecidas como Irmãs Apostolinas: mulheres interpeladas por Jesus a viver seu seguimento em comunidade, na vivência dos Conselhos Evangélicos, doando e consumindo suas vidas por todas as vocações.
Falando sobre a missão das Irmãs Apostolinas assim se expressava padre Alberione: “Considerai a bela vocação que Deus vos concedeu: vós tendes a missão de trabalhar por todas as vocações, colaborando com os sacerdotes, os pais, os professores, nas paróquias, nas dioceses, nas missões. Vós sois como canais. O canal leva a água. A vocação parte de Deus, passa por vós, que sois os canais e chega às pessoas”.

Padre Alberione faleceu em 26 de novembro de 1971 e foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 27 de abril de 2003. Sua festa litúrgica celebra-se a 26 de novembro. 

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Pedir um coração vocacional

Pedir um coração vocacional
Precisa alargar o coração e rezar para toda a humanidade, para que todos entrem a fazer parte do povo de Deus. Não é possível ter um coração fechado, não é possível viver de egoísmo. Precisa pensar a toda humanidade, a todos os homens que vivem e para todos rezar, e que a todos chegue a luz do Evangelho, em muitas formas, de muitas maneiras, com muitos meios, especialmente a obra das missões.

Eis: um coração largo, como o coração de Jesus. Pensar a todos, rezar para todos e esperar que todos cheguem a fazer parte do povo de Deus, do novo povo de Deus. Um coração largo! Portando o coração conformado ao coração de Jesus, que chama todos; e o nosso coração conformado ao coração de Jesus: aquilo que Jesus deseja, quer e pede, ou seja: que todos pensemos a todo o gênero humano, a todos os homens.

Portanto precisa fazer como Jesus que enviou os apóstolos: “Vão pelo mundo todo, proclamem o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15); precisam vocações, precisa quem vá. Quem vá!  Oh! Eis: vocações para todos, para todos os homens como disse Jesus: “Proclamem o Evangelho a toda criatura" (Mc 16,15). Sim.

Valorizar sempre mais a vossa vocação. A necessidade das vocações é grande, parece que hoje aumentem as dificuldades, mas quantas vezes se percebe que, enquanto pessoas se afastam de Deus, da Igreja, muitas jovens e muitos jovens permanecem fiéis, e são aqueles que abundam mais de graça, que tens mais capacidades, atitudes, disposições. E assim, muitas vezes nestas pessoas se encontram boas vocações, boas vocações.

Se deveis cumprir o ministério, o apostolado vocacional, em primeiro lugar as vocações para vocês. Porque, quem iria procurar as vocações para todos, a realizar portanto o ministério vocacional, se não há quem foi enviado? Assim se expressa São Paulo: “E se ninguém envia, e se não há ninguém para ser enviado, quem poderá dar fruto, quem pregará a Palavra de Deus?" (cf Rm 10,14). E assim também a respeito das vocações, do apostolado vocacional.

Pedir ao Senhor um coração vocazionál, um coração missionário, ou seja "que procura" que quer realizar a sua missão na terra, um coração conformado ao coração do Divino Mestre Jesus.

 (Padre Alberione às Apostolinas, 6 de janeiro de 1965)

7 verdades sobre a vida que normalmente esquecemos

É realmente surpreendente a facilidade que temos para esquecer as verdades mais importantes sobre a vida. Com o tempo passamos a ignorá-las, não damos a elas o valor que merecem e voltamos aos antigos hábitos. É como se a gravidade nos atraísse para eles, para a nossa “zona de conforto” onde estão os vícios que alimentamos durante anos.

É por isso que hoje nós queremos compartilhar com você algumas verdades sobre a vida que nunca é demais lembrar. São algumas certezas que, com suas nuances, são praticamente verdades universais.
Seja humilde para admitir seus erros, inteligente para aprender com eles e maduro o suficiente para corrigi-los.
Verdades sobre a vida que vêm e que vão
Por que é necessário recordar sempre essas verdades? Porque nos ajudarão a nos concentrarmos em nossos objetivos para alcançarmos nossas metas, acreditarmos em nós mesmos e crescermos. Elas são o nosso verdadeiro impulso para alcançar qualquer coisa que quisermos.
Além disso, lembrar-se destas verdades sobre a vida vai nos ajudar a alcançar um maior equilíbrio emocional. O bem-estar que experimentamos quando alcançamos esse equilíbrio nos fará sentir muito satisfeitos com nós mesmos.
1. Você não precisa de uma desculpa para perdoar
Por que sempre precisamos de uma desculpa para perdoar? Porque, às vezes, as pessoas nos magoam tanto que é impossível esquecer. Isto leva ao ressentimento que nos transforma em pessoas amargas e tristes. Sem perceber, estaremos alimentando o ressentimento, a raiva e o ódio.
Por que é tão difícil perdoar? Porque o nosso orgulho nos impede de esquecer e deixar para trás as experiências negativas causadas pelas outras pessoas. Acreditamos que perdoar é uma forma de nos humilharmos diante do outro e não nos damos conta de que é um ato de amor muito libertador.
“Virar a página” o ajudará a deixar para trás essa carga pesada de emoções negativas. Não espere qualquer desculpa para perdoar e começar a transformar todas essas emoções negativas em positivas.
2. Você está vivendo a vida que criou
Você acha que não tem sorte? Você acredita que o mundo está contra você? Diferentemente do que você pode acreditar, a vida que você vive é uma escolha sua e só você pode mudá-la se não está satisfeito. O que está esperando para mudar?
Há muitas pessoas que acreditam que o destino lhes pregou uma peça e que tiveram que enfrentar situações cheias de negatividade e maus momentos. O que elas não sabem é que elas próprias criaram isso, e que podem mudar tudo a qualquer momento.
Assuma o controle, não se conforme e nem se arrependa pelo que você tem permitido. Não existe má sorte, existe um medo de correr riscos e tomar decisões. Mesmo que você não acredite, existe uma saída! Aprenda a correr riscos e vai perceber que tudo pode melhorar.
3- Aceite que a vida tem momentos injustos
A vida tem momentos injustos e, infelizmente, não está em nossas mãos mudar isso. Estamos sempre pensando e esperando que tudo mude: rejeitar as situações simplesmente porque nós não gostamos delas nunca será algo positivo.
Costumamos prestar muito mais atenção nas circunstâncias mais complicadas, como o divórcio, desgosto, um acidente … Isto parece ofuscar as experiências positivas e nos esquecemos de que temos mais experiências positivas do que negativas ao longo da vida.
Precisamos aceitar a vida como ela é, com os seus detalhes bons e ruins. Tudo tem seu lado bom, mesmo que não consigamos perceber em um primeiro momento. Pense que uma decepção pode não ser uma situação desagradável, mas uma oportunidade para vivermos novas experiências.
4- Viva o momento, é tudo o que temos
Muitas pessoas vivem no passado ou pensam muito sobre o seu futuro e se esquecem de viver o presente. Temos somente este momento, o aqui e agora, e se você não aproveitar, mais cedo ou mais tarde pode se arrepender.
Não há necessidade de viver no limite a cada dia, porque temos muitas responsabilidades que não podemos ignorar. Avaliar tudo o que temos agora e aproveitar ao máximo as pessoas que estão ao nosso redor nos fará muito mais felizes.
Se o passado o persegue, liberte-se dele, aprenda com as experiências vividas e deixe-o ir. No entanto, se o futuro é o seu grande problema, coloque em prática essa pequena frase que nossas mães nos disseram tantas vezes: “tente não deixar para amanhã o que você pode fazer hoje”.
5. Estar ocupado não é o mesmo que ser produtivo
Às vezes confundimos ser ocupado com ser produtivo e não percebemos que se fôssemos produtivos teríamos muito mais tempo disponível. Quando aproveitamos as horas de trabalho, temos mais tempo para nós mesmos.
Se não somos produtivos, o estresse e a ansiedade tomam conta da nossa vida e adiamos situações que gostaríamos de desfrutar, como um jantar com aqueles amigos que não vemos há tanto tempo.
Organizar melhor a nossa vida e introduzir algumas técnicas para que o nosso trabalho e tempo sejam mais proveitosos nos ajudará a nos sentirmos melhor e termos mais tempo para nós mesmos e para as pessoas que amamos.
6. Os grandes sucessos são precedidos pelos fracassos
Quando começamos a andar tropeçamos mil vezes, mas o resultado final é positivo: aprendemos a andar. O mesmo acontece em todos os aspectos de nossa existência: os erros são necessários para que possamos atingir a meta final. Com os fracassos aprendemos a valorizar tudo o que conseguimos.
O grande problema surge quando acreditamos que cada fracasso é um erro que deve ser corrigido imediatamente. A vergonha nos bloqueia e não conseguimos seguir em frente.
Por isso, é importante perceber cada um dos seus fracassos como uma oportunidade para alcançar os seus objetivos. Os fracassos não são seus inimigos, são seus aliados. Não tenha medo, apoie-se neles.
7. Você é o reflexo das pessoas com quem se relaciona
Acreditamos que as pessoas com as quais nos relacionamos não influenciam as nossas decisões, a nossa forma de agir e viver. Tudo isso é um engano. Você acredita que, se conviver com pessoas tóxicas, não se transformará em uma delas?
Você pode até não se tornar uma pessoa tóxica, mas talvez sofra as consequências de estar perto delas. Você deixará de sorrir, se tornará uma pessoa triste e pode até se sentir culpada por circunstâncias que não lhe dizem respeito …
Definitivamente, as pessoas com as quais interagimos podem nos influenciar positiva ou negativamente. Tudo depende de nós mesmos, porque podemos escolher e, se por acaso não pudermos, está em nossas mãos deixar que isso nos afete ou não.

Eu não mudei, somente aprendi, e aprender não é mudar, é crescer.
Estas são algumas verdades sobre a vida que podem nos ajudar a cada dia. Lembrar-se delas todos os dias e repeti-las como se fossem um mantra pode ser muito benéfico. Às vezes nos esquecemos, mas em alguns momentos elas podem ser realmente necessárias. Será que você pode adicionar mais algumas verdades a esta lista?

Autor desconhecido

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A vocação das Virgens Consagradas

A revista americana Cosmopolitan, dirigida ao público feminino e que com frequência promove uma imagem frívola da sexualidade, compartilhou o testemunho de Carmen Briceno em um artigo intitulado “Estou felizmente casada com Deus: Como uma virgem consagrada”. Uma virgem consagrada é uma mulher que opta por consagrar sua virgindade a Deus e faz um voto de castidade. Não é uma religiosa, não vive em um convento nem usa um hábito. Permanece celibatária e leva uma  vida normal como qualquer pessoa: trabalha, está com a sua família e com os seus amigos, viaja e realiza diversos trabalhos apostólicos.
A publicação é o testemunho contado por Carmen. Ela começa o seu relato narrando que é filha de um diplomata, nasceu na Venezuela, mas viveu nos Estados Unidos durante quase toda a sua vida.  Narrou que seu país tem uma forte tradição católica, mas que a sua família não era muito religiosa e apenas frequentava a missa aos domingos.
Quando se mudou para Virginia conheceu uma jovem cristã e “ela foi o instrumento de como queria que fosse a minha relação com Deus” porque “vi Jesus vivo nela. Pensei. Isso é o que eu desejo”. Carmen começou a aproximar-se mais à religião católica em 2005, na Jornada Mundial da Juventude em Colônia (Alemanha), com um grupo de 20 jovens e um sacerdote.  “Foi uma semana forte de oração, serviço e de encontro com o Papa. Nunca havia visto nada parecido. As pessoas falavam com amor de Deus e não tinham medo de expressá-lo”.
Foi durante a JMJ que ela sentiu o primeiro chamado à vocação. “Deus simplesmente me disse: Você dedicou o seu tempo a outros noivos, mas alguma vez pensou em mim? Por que não me dá uma oportunidade? Eu tinha que escutar. Tinha que dar uma oportunidade a Deus”. Em seguida, voltou para os Estados Unidos e com a ajuda de um sacerdote, começou a aprofundar mais no que Deus queria para ela, começou a estudar a Bíblia e a procurar uma resposta para todas as perguntas que estavam surgindo.
“O sexo e a virgindade são presentes que você dá, não é algo que você perde. Não se trata de algo religioso; trata-se da beleza de ser humano. Relacionei melhor que a ideia de expressar o amor não se trata somente de sexo. Trata-se de querer o melhor para a outra pessoa”, assinalou Carmen.
Esta jovem considera que a virgindade é um grande presente e indicou que antes de discernir a sua vocação “queria esperar até o matrimônio, porque entendia o propósito do sexo”. A princípio, sua decisão de ser uma virgem consagrada gerou uma tensão na relação dela com a família, mas depois “eles viram as mudanças que ocorriam em mim (...) viram-me profundamente apaixonada pela minha fé e assim eles começaram um processo de conversão”.
“Chamava-me a atenção a vida de uma virgem consagrada pelas suas lindas e antigas raízes, nos primeiros anos da Igreja, as mulheres faziam votos privados para pertencer completamente a Cristo e não se casar”. “Essas eram as virgens mártires como Ágata e Lúcia que morreram por não querer casar-se com cidadãos romanos, porque já haviam feito seus votos a Deus. Viviam com suas famílias e se dedicavam a praticar obras de misericórdia em sua comunidade. Amavam tanto o Senhor que queriam entregar-se totalmente a Ele”.
Logo depois de um profundo discernimento vocacional, em 2009 Carmen tomou a decisão e fez o pedido para ser uma virgem consagrada na sua diocese. Este foi aprovado e no dia 22 de agosto deste ano, vestida de noiva e com uma aliança, se casou com Jesus Cristo. “Foi um lindo dia”, recordou.
Como virgem consagrada, Carmem leva uma vida normal. Trabalhou em uma paróquia, levou grupos de adolescentes a missões internacionais e viajou pelo mundo dando palestras a jovens. Atualmente vive das doações que recebe em suas palestras e tem uma loja online, chamada Sacred Print, onde vende agendas decoradas com personagens católicos que ela mesma desenha.

Fonte: Aci digital

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Vem Espírito

Vem, Espírito Santo! Desce sobre nós, entre nós, em nosso íntimo. 
Vem, Espírito Santo: faze-nos sentir a tua presença viva e perene, fecunda e misteriosa, real e oculta, presença que nos julga e presença de misericórdia. 
Vem, Espírito Santo, alma de nossa alma, vida de nossa vida, união de nossa união, glória de nossa glória, cerne de nossa comunhão. 
Vem, Espírito Santo, causa de nossa insatisfação, sede de nossa sede, desejo de nosso desejo, voz das nossas mais profundas aspirações. 
Vem, Espírito Santo, anseio de nossa imperfeição, riqueza de nossa indigência, Impulso de nossa oração, apoio na fragilidade, garantia de sermos felizes. 
Vem, Espírito Santo, dom que Cristo nos prometeu, alma de nossa Igreja, hóspede em nossos corações, murmúrio de toda a verdade, lembrança de que somos responsáveis, síntese de nossa vitalidade, certeza de nossas fraquezas.
Vem, Espírito Santo, há tanto mal dentro de nós: mais racionalização do que amor, mais ideologia do que esperança, cultura demais e pouca oração, muita palavra e pouco silêncio, muita problemática e rara contemplação tanto cálculo e pouco risco, muitos planos e pouca docilidade, faz-se demais e pouco se escuta, domina a eficiência, e a confiança é esquecida, muita estrutura e pouco testemunho, excesso de medidas e falta de abandono. 
Purifica-nos, Espírito do silêncio, Espírito da paz, Espírito de amor, Espírito de comunhão. 
Converte-nos a ti Espírito de serenidade, Espírito criados, Espírito salvador, preservador, ressuscitador, renovador, Espírito de Cristo! Amém.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Brasileira disse não ao aborto, ficou paraplégica e hoje brilha na esgrima paralímpica

Nos Jogos Paralímpicos 2016, no Rio de Janeiro, o Brasil será representado na esgrima por uma mulher que há cerca de 14 anos teve que tomar uma decisão que mudaria a sua vida: disse não a um aborto para salvar sua filha, mas, por conta de uma doença, ficou paraplégica. Trata-se da esgrimista Mônica Santos tetracampeã brasileira e bicampeã das Américas.
Aos 18 anos, descobriu que estava grávida do primeiro filho. Mas, à alegria da maternidade seguiu-se outra notícia preocupante. Mônica foi diagnosticada com um angioma medular.
“Tive um angioma medular durante o segundo mês de gestação e os médicos queriam que eu interrompesse a gravidez para poder operar”, contou a atleta em uma entrevista à Gazeta Esportiva.o invés de interromper para voltar a andar – recordou –, eu optei em ter a nenê e só depois fazer a cirurgia”.
A decisão de Mônica de fazer a cirurgia após o parto poderia acarretar sérios riscos à sua saúde, inclusive de ficar tetraplégica. Mesmo consciente dessa possibilidade, optou pela vida de sua filha, Paola, hoje com 13 anos.
“Eu poderia ter ficado tetraplégica, mas acho que Deus compensou por eu não ter matado a sementinha que tinha em mim e fiquei paraplégica”, disse.
Ao declarar ter se tornado cadeirante “por opção”, Mônica comentou ao site do Globo Esporte que “o fato é que eu queria ter um bebê, ali era uma vida, e eu não queria tirar aquela vida. Acho que era um ser humano desde o momento que estava ali batendo o coraçãozinho”.
Antes mesmo da gravidez e da descoberta da doença, Mônica Santos já praticava esportes. Depois que ficou paraplégica, não deixou sua vida de atleta de lado e buscou esportes que pudesse praticar.
“Quando andava, fazia futebol amador e não conhecia a esgrima”, contou à Gazeta Esportiva. “Após a lesão – continuou –, comecei no basquete e fui apresentada ao jogo de espadas procurando esportes adaptados”.
Na esgrima, logo começou a trilhar seu caminho e, em um ano, foi convocada para a seleção brasileira, firmando-se, em seguida, como principal atleta. Vieram as conquistas nacionais e internacionais e, agora, está focada na Paralimpíada. Ao seu lado sempre esteve presente a sua maior medalha, Paola, o que não será diferente no Rio de Janeiro.

“Vai torcer bastante por mim. Hoje sou mais feliz do que quando eu andava, dou valor para outras coisas”, garantiu a atleta.

domingo, 11 de setembro de 2016

Bispo narra história de fé por trás do resgate de 33 mineiros no Chile

A dramática história dos 33 mineiros chilenos que ficaram soterrados na mina São José no dia 5 de agosto de 2010 e foram resgatados vivos diante do assombro do mundo 70 dias depois, tem uma história de fé pouco conhecida, narrada pelo então Bispo de Copiapó (Chile), Dom Gaspar Quintana.
Dom Quintana, atualmente bispo emérito da região onde estava a mina São José, falou com o Grupo ACI durante o 24º Congresso Mariológico e Mariano Internacional, que acontece em Fátima até o domingo, 11 de setembro.
Como bispo de Copiapó, Dom Quintana foi uma das primeiras autoridades que soube do acidente que deixou 33 mineiros soterrados na mina São José, localizada a 30 quilômetros da cidade, no meio do deserto.
“Do primeiro instante, o drama se converteu em um mistério de fé católica e devoção mariana”, disse o Prelado, ao narrar o clima vivido no campo chamado “Esperança”, onde, no meio do deserto e a poucos metros da entrada da mina, estavam os familiares dos mineiros, a equipe de resgate e jornalistas do mundo inteiro.
No dia seguinte ao acidente, Dom Quintana transladou a venerada imagem do santuário de Nossa Senhora do Rosário de Andacollo – que em poucas ocasiões foi tirada do seu santuário, um dos mais antigos do Chile – ao campo “Esperança”; e poucos dias depois transladou a imagem de São Lourenço, padroeiro dos mineiros.
“A primeira equipe de resgate, que enviava sondas sob a terra a fim de localizar onde os mineiros estavam soterrados, eram homens de fé”, disse o Bispo. Depois de 15 dias de brocar e enviar sondas sem receber resposta, os engenheiros “pediram que nos reuníssemos para uma oração e bênção das equipes”.
“Este foi um momento de muito recolhimento, muita fé e muita emoção”, relatou Dom Quintana. Dois dias depois, no domingo 22 de agosto, uma sonda retornou finalmente com uma mensagem em um pequeno pedaço de papel que causou uma grande alegria no acampamento: “os 33 estamos vivos”.
“Tivemos a oportunidade de fazer uma pastoral da esperança muito intensa e comovedora no acampamento entre os familiares e a equipe de resgate, todos eles surpreendidos pelo interesse da imprensa mundial que estimulava o esforço por resgatar os mineiros”, disse o hoje Bispo emérito.
“‘A Chinita’, que é o nome carinhoso como se conhece a Virgem de Andacollo, tornou-se o centro da piedade e das orações, às vezes dramáticas, porque parecia impossível encontrar uma maneira de resgatar estes homens que estavam a mais de 700 metros de profundidade no meio do deserto”, acrescentou.
Depois, com a ajuda de um perito de salvamento mineiro dos Estados Unidos, foi encontrada a maneira de salvar os mineiros um por um através de uma cápsula.
“Os trabalhos de resgate começaram na quarta-feira, 13 de outubro, aniversário da última aparição de Fátima, e a ela encomendamos os trabalhos de resgate”, recordou o Prelado. Depois de 48 horas e para surpresa do mundo inteiro, os 33 mineiros foram resgatados.
A história dos mineiros foi contada em um filme “Os 33”, protagonizado por Armando Banderas, e parte desta obra foi filmada em Copiapó.

Segundo Dom Quintana, “os produtores do filme compreenderam o papel importante que a fé teve durante o longo drama do resgate e tive a oportunidade de estar neste local e também rezar com eles”.
Fonte Acidigital

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Papa Francisco: Os monges e monjas mantêm vivos os oásis do espírito

Diante de mais de 250 participantes no Congresso dos Abades Beneditinos, em Roma, o Papa Francisco afirmou que os monges e as monjas no mundo de hoje têm um dom e uma responsabilidade especial que é manter vivo o “oásis do espírito”.

“Neste tempo e nesta Igreja chamada a buscar sempre mais o essencial, os monges e as monjas custodiam por vocação um dom peculiar e uma responsabilidade especial: manter vivos os oásis do espírito, onde pastores e fiéis podem haurir às fontes da divina misericórdia”, disse o Papa na Sala Clementina no Palácio Apostólico do Vaticano nesta manhã.
Ante os participantes reunidos em Roma para refletir sobre o carisma monástico recebido por São Bento e sua fidelidade a ele, o Pontífice ressaltou que “se é somente na contemplação de Jesus Cristo que se colhe o rosto da misericórdia do Pai, a vida monástica constitui o caminho por excelência para fazer tal experiência contemplativa e traduzi-la em testemunho pessoal e comunitário”.
O mundo de hoje, continuou, demonstra claramente a necessidade de uma misericórdia que é o coração da vida cristã e “o que, definitivamente, manifesta a credibilidade da mensagem da qual a Igreja é depositária e anunciadora”.
Com a graça de Deus e em suas comunidades, monges e monjas anunciam a fraternidade evangélica de todos os mosteiros do mundo e o fazem com um silêncio operoso e eloquente que “deixa Deus falar na vida ensurdecedora e distraída do mundo”.
Portanto, embora vivam separados do mundo, sua clausura “não é estéril, ao contrário, é uma riqueza e não um impedimento para a comunhão”, seu trabalho, em harmonia com a oração, os faz “participantes da obra criadora de Deus e solidários com os pobres que não podem viver sem trabalhar”.
Sua hospitalidade, explicou o Santo Padre, os aproxima dos “mais perdidos e afastados, dos que se encontram em uma condição de grave pobreza humana e espiritual”, e seu compromisso na formação da juventude é muito apreciado.
“Tomara que os estudantes de suas escolas, através do estudo e do vosso testemunho de vida, também sejam especialistas do humanismo que se desprende da Regra Beneditina. E sua vida contemplativa também é um canal privilegiado para alimentar a comunhão com os irmãos das Igrejas Orientais”, exortou.
“O serviço de vocês à Igreja é muito precioso”, disse Francisco para, em seguida, incentivar a cooperação entre os mosteiros e a não desanimarem se os membros de suas comunidades diminuem ou envelhecem.
“Pelo contrário, conservem o zelo do testemunho de vocês, inclusive naqueles países mais difíceis, com a fidelidade ao carisma e a coragem de fundar novas comunidades”, sublinhou o Papa.
Fonte: Aci digital

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Santa Maria, Mãe do Senhor, Tu permaneceste fiel quando os discípulos fugiram. Assim como acreditastes quando o anjo te anunciou o inacreditável, Mãe do Altíssimo, assim acreditaste na hora da sua mais profunda humilhação. Assim, na hora da Cruz, na hora da noite mais escura do mundo, te tornaste a mãe dos crentes, na mãe da Igreja.  Te pedimos: ensina-nos a acreditar e ajudar-nos a transformar a fé em coragem para servir e na ação do amor que ajuda e se compadece. Amém.

Papa Bento XVI

sábado, 20 de agosto de 2016

Quanto você vale

– Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa que não tenho forças para fazer nada. Dizem-me que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar? O que posso fazer para que me valorizem mais?
O professor, sem olhá-lo, disse:
– Sinto muito, meu jovem, mas não posso te ajudar. Devo primeiro resolver o meu próprio problema. Talvez depois.
E fazendo uma pausa, falou:
– Se você me ajudasse, eu poderia resolver este problema com mais rapidez e depois, talvez possa te ajudar.
– C...claro, professor - gaguejou o jovem, que se sentiu outra vez desvalorizado e hesitou em ajudar seu mestre. O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno e deu ao garoto dizendo:
– Monte no cavalo e vá até o mercado. Devo vender esse anel porque tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenhas pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. Vá e volte com a moeda o mais rápido possível.
O jovem pegou o anel e partiu. Mal chegou ao mercado, começou a oferecer o anel aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse, até quando o preço pretendido era informado. Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saíam sem ao menos olhar para ele, mas só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel. Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas.
Depois de oferecer a joia a todos que passaram pelo mercado, abatido pelo fracasso, montou no cavalo e voltou. O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação de seu professor e podendo receber ajuda e conselhos. Entrou na casa e disse:
– Professor, sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir duas ou três moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.
– Importante o que disse, meu jovem - contestou sorridente o mestre. – Devemos saber primeiro o valor do anel. Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro. Quem melhor para saber o valor exato do anel? Diga que quer vendê-lo e pergunte quanto ele te dá por ele. Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda. Volte aqui com meu anel.
O jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O artesão examinou-o com uma lupa, pesou-o e disse:
– Diga ao seu professor, se ele quiser vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.
O jovem, surpreso, exclamou:
– 58 MOEDAS DE OURO!!!
– Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo poderia oferecer cerca de 70 moedas, mas se a venda é urgente...
O jovem correu emocionado para a casa do professor para contar o que ocorreu.
– Sente-se, disse o professor, e depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou, disse:
– Você é como esse anel, uma joia valiosa e única. E que só pode ser avaliada por um expert. Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor?
E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.

– Todos nós somos como esta joia. Valiosos e únicos, andando pelos mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem...