quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Por que tanto Amor fechado em suas casas?

Estou trabalhando para um Instituto de Estatística levantando informações sobre a população e queria partilhar com vocês alguns sentimentos que se fixaram à mim nesse último mês. A principio eu escolhi um setor para fazer esse levantamento de dados no bairro da Vila Brasilina, São Paulo, por ser próximo à paróquia Santa Ângela e São Serapião da qual eu participo como catequista de crisma e coordenadora do Grupo de Jovens. Achei que assim eu encontraria mais pessoas conhecidas o que talvez facilitasse o meu trabalho, mas as coisas não foram bem assim. De quase 300 casas que eu visitei reconheci no máximo 10 pessoas que participam da vida na paróquia, mais umas 10 que eu reconheci por ter visto passar pela paróquia nas catequeses, missas etc. Em 6 quarteirões do nosso bairro pelos quais eu já passei nesse trabalho, foram cerca de 200 domicilios, cerca de 700 moradores... e pouquissimos participam da vida na paróquia. Muitos conhecidos me perguntam se as pessoas tem me atendido mal. Na verdade não. Pelo contrário, foram pouquissimos os que me trataram com rispidez. A maioria das pessoas foram cordiais, gentis, e me trataram com Amor. Talvez nesse mês eu tenha tido um contato maior com o Amor do que durante boa parte da minha vida. É claro que sempre foi enorme o Amor que eu recebi da minha família, mas eu experimentei um Amor de pessoas que nem me conheciam! Um Amor gratuito de quem sabia que eu não poderia oferecer nada em troca. Vi pessoas boas amando pelo simples prazer de amar. Foram pessoas abrindo suas casas, se desculpando por não ter feito um bolo pra me receber, me oferecendo água, refrigerante, janta, bombom, experiências de vida, e Amor.... Muito Amor...! Pessoas da comunidade eclesial com histórias de vida que nós nem imaginamos quando nos fechamos às pessoas que nos buscam na paróquia. E eu tive com muitos um contato de no máximo 10 minutos. Muitos estrangeiros, muitos viuvos e viuvas, tantos doentes... Algumas mães solteiras, muitas delas bem novinhas. Foram poucas, mas ainda assim pessoas com baixa escolaridade (talvez por serem poucas se sintam ainda mais excluídas). Muitos velinhos, muito solitários... e que força pra viver mesmo nessa solidão! Teve outra coisa muito bonita que eu percebi e fiquei muito feliz com isso. O testemunho das pessoas que já participam da vida em nossa paróquia. Não sei como é a vida dessas pessoas na intimidade, e nem preciso saber... mas vi o testemunho mais lindo de todos que é o testemunho do Amor! Eu vi a nossa Igreja se extendendo pelo bairro nos rostos cheios de Amor, nos gestos cheios de Amor, no testemunho de Vida que só pode dar quem vive a Vida com Amor. Mas porque ainda não temos a maioria dessas pessoas participando da vida comunitária da paróquia? Por que tanto Amor fechado em suas casas? Acredito que estamos diante do nosso maior desafio, ser facilitadores para que essas pessoas da nossa comunidade se deem conta desse Amor que já existe nelas e percebam que esse Amor só pode vir de Deus. Deixo vocês com essa linda frase da Beata Madre Teresa de Calcutá: "Quem julga as pessoas não tem tempo para ama-lás" Vamos nos preocupar em viver com Amor e no Amor, porque ao final é só isso que importa!
Renata Morello

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ensina-me Senhor

Ensina-me Senhor a te seguir
Ensina-me Senhor a te louvar
Ensina-me Senhor para onde ir
Ensina-me Senhor a te buscar
Me mostre o caminho
Eu quero te seguir
Sei que não posso
Viver sem te sentir
Me acolhe em seus braços
Não me deixe sozinho
Preciso do seu abraço
E de todo o seu carinho
Me mostre o seu amor
Me cubra com seu poder
Agora sinto o seu calor
No profundo do meu ser
Sobre mim tem o controle
Faça sua vontade
Guia-me pelo caminho
De sua plena felicidade...
Amém.
Junior - Paróquia S. Pedro e S. Paulo, diocese de Sto André

Jovens em busca da Água Viva

Cerca de 30 jovens de várias comunidades da páróquia S. Pedro e S. Paulo da Vila S. Pedro na diocese de Santo André, se reuniram no último dia 26 de setembro para um dia de retiro com o tema: "Aquele que beber a água que eu vou dar, esse nunca mais tera sede" Jo 4,14. Duas fíguras bíblicas foram as companheiras de jornada neste tempo de parada e diálogo: a Samaritana em sua busca junto ao poço de Jacó e Maria nas bodas de Caná.
A orientação do dia ficou por conta das irmãs Luciana e Lucivânia (Apostolinas) e contou também com a participação do pe. Carlos Silva (Operário Diocesano) e uma laboriosa equipe de cozinha que soube esquentar e animar o dia chuvoso e frio com um ótimo almoço.
Segundo irmã Luciana "foi muito gratificante ver o desejo desses jovens em buscar a Deus, de poder estar com Ele. Aos poucos eles foram compreendendo o que é e significa fazer um retiro, coisa bem diferente de um encontro". Para irmã Lucivânia "deu para perceber as várias inquietações e preocupações dos jovens, mas acima de tudo sua grande sede de estar com Deus. Toda dinâmica do dia foi um crescer nessa relação de intimidade, busca de silêncio e diálogo com o Senhor".

Congresso Vocacional retoma as intuições da Conferência de Aparecida

A poucas horas do fim do Congresso, dom Geraldo concedeu uma entrevista exclusiva à Assessoria de Imprensa da CNBB e falou do significado deste evento para a Igreja no Brasil. “As grandes instituições de Aparecida são retomadas neste Congresso que procura aplicar para o setor específico da Pastoral Vocacional e do Serviço de Animação Vocacional, as próprias Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”, disse dom Geraldo.

1. Qual o significado para a Igreja no Brasil deste 3º Congresso Vocacional?
Este Congresso vem fortalecer a Pastoral Vocacional e o Serviço de Animação Vocacional da Igreja no Brasil, na perspectiva do Documento de Aparecida. O encontro com Jesus Cristo, que nos transforma em seus discípulos missionários, é a grande referência [da Conferência] de Aparecida e se tornou o pano de fundo do Congresso. Seu tema, “Discípulos missionários a serviço das vocações”, aponta para a dimensão missionária, retomando a palavra de Jesus no seu mandato: “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações” (Mt 28,19). Assim, as grandes instituições de Aparecida são retomadas neste Congresso que procura aplicar para o setor específico da Pastoral Vocacional e do Serviço de Animação Vocacional, as próprias Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil que, por sua vez, buscaram traduzir para o nosso contexto brasileiro o que vem da Conferência Latino-americana realizada em Aparecida.
2. Durante muito tempo, quando, na Igreja, se falava em vocação, pensava-se nos que são chamados para o ministério ordenado e para a vida religiosa. Ainda é assim ou o trabalho feito pela Igreja conseguiu ampliar este conceito incluindo também a vocação dos leigos?
Já avançamos muito nesta questão, mas poderíamos avançar ainda mais. Quando falamos em vocação, estamos falando de chamado: chamado de Deus à vida; chamados em Cristo à santidade e chamados também, no dom do Espírito, para o serviço na Igreja e no mundo. Todas as vocações se situam no interior da própria Igreja, seja para o Ministério Ordenado e para a Vida Consagrada nas suas diversas formas - como as congregações, ordens religiosas e os institutos seculares ou dos leigos consagrados, seja a vocação laical.
O papa João Paulo II, na sua exortação apostólica pós-sinodal Christifideles Laici nos fala exatamente disso: o leigo cristão tem papel, vocação e missão na Igreja e no mundo. Quando falamos, portanto, de vocação, não podemos reduzir o tema simplesmente às vocações específicas para o Ministério Ordenado e a Vida Consagrada. Temos que incluir sempre a vocação laical. Aliás, no batismo está a raiz de todas as vocações e é por causa do batismo que se fala da dignidade fundamental de todos os membros do povo de Deus.
3. Se a vocação dos leigos vem do batismo, dando-lhes uma dignidade própria, significa que eles não devem ser visto como um colaborador ou um funcionário da Igreja. Como o senhor vê essa questão?
Creio que aqui nós temos que avançar muito, porque se pensarmos mais corretamente, não são os leigos os colaboradores dos ministros ordenados, é o inverso; somos nós, ministros ordenados, que estamos a serviço do laicato, do povo santo de Deus. Todos participamos, pelo batismo, do sacerdócio de Jesus Cristo, que costumamos dizer o ‘sacerdócio comum dos fiéis’. Para que este povo sacerdotal possa viver o seu sacerdócio é que alguns são chamados por Deus para este serviço do ministério ordenado. Podemos dizer, então, que o sacerdócio ministerial está a serviço do sacerdócio comum dos fiéis.
Esta reviravolta é feita pelo Concílio Vaticano II, especialmente quando trata, no documento sobre a Igreja,Lumen gentium, da realidade profunda do povo de Deus do qual todos nós fazemos parte, pastores e fiéis. Depois, na Presbyterorum Ordinis, é relembrado claramente que a diferença que existe não é de grau; não é que, com o ministério ordenado, alguém subiu um degrau em relação aos outros. Não há diferença de grau do sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial. Alguém que já participa do sacerdócio comum dos fiéis pela graça extraordinária do batismo recebe, pela ordenação sacerdotal, um novo título. Portanto, é um sacerdócio para, no meio do povo de Deus, fazer o papel, representar e agir, em nome de Cristo, como pastor e cabeça do rebanho.

4. Dom Geraldo, há cristãos que, por muitas razões, não atuam diretamente nas pastorais organizadas nas paróquias. No entanto, eles exercem sua vocação a partir da fé cristã que professam. São, por exemplo, profissionais liberais, militantes na política, dentre outros. Como podemos considerá-los integrantes da ação pastoral da Igreja, mesmo não fazendo parte de algum grupo específico?
O cristão tem um leque muito amplo diante de si no exercício de sua vocação. Falamos dos carismas distribuídos por Deus. Alguns têm um carisma mais forte para um serviço interno na vida da Igreja, outros receberão carismas mais fortes para atuar no mundo, nas estruturas da sociedade. Não podemos reduzir a dimensão vocacional unicamente a este ou aquele aspecto. Temos de compreender a vocação em ordem à variedade dos dons e carismas e a diversidade dos ministérios. Há dons e carismas dados por Deus que visam ao fortalecimento do corpo de Cristo, que é a Igreja, e há outros que são impulsionados pelo mesmo Espírito para ser do mundo, fermento na massa, para que as estruturas da sociedade se transformem de acordo com o projeto de Deus. [Deve] ser “Sal da terra e luz do mundo”, na expressão do próprio Jesus. Vejo sempre a vocação vinculada aos dons, carismas e ministérios na sua riqueza, variedade e multiplicidade.

5. O Brasil respira o clima de política e das eleições que se aproximam. Os documentos da Igreja afirmam que a atuação no vasto e complexo campo da política é uma vocação específica do leigo. Que análise o senhor faz da militância dos cristãos da política em nosso país?
Em nosso país avançamos nesta questão, mas poderemos avançar ainda no sentido de estimular a participação dos leigos na militância política e na própria militância político-partidária, na disputa aos cargos públicos, para que possamos ter cristão leigos e leigas comprometidos com a proposta de Jesus e fiéis ao evangelho; leigos e leigas atuando neste campo específico da ação política como construtores de um mundo de acordo com o plano de Deus que se revela em Jesus Cristo.
Isso nos leva a compreender que não temos o monopólio da história e não somos os únicos que preocupados com a construção de uma nova sociedade. Vivemos numa sociedade pluralista e não devemos alimentar nenhum sonho de restabelecimento da cristandade. O que devemos é, como dizem algumas formulações do objetivo geral da Ação evangelizadora da Igreja do Brasil, colaborar para a construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária.
Nossa missão não é de construir sozinhos, mas de colaborar com outros que também desejam uma sociedade justa, igual, humana, solidária, trazendo aquilo que é especifico do cristianismo: os valores evangélicos, que são profundamente humanos. Precisamos avançar ainda mais nesta frente e não reduzir a participação do cristão leigo e leiga simplesmente nos espaços internos da Igreja, mas colaborar no seu processo de formação e apoiar os que estão nesta militância [política] para que estes espaços sejam ocupados por leigos e leigas cristãos.
A ação político-partidária, como lembra o papa [João Paulo II], é mais compatível com a vocação do cristão leigo e leiga do que do ministro ordenado, por razões óbvias. O ministério da palavra não pode ser comprometido por nenhuma posição político-partidária. O pastoreio e o ministério da unidade ficam muito sacrificados quando o ministro ordenado se ocupa do campo que deve ser ocupado, sobretudo, pelos leigos.

6. Qual seria a palavra da CNBB para os animadores vocacionais que estão espalhados nas diversas comunidades e, especialmente, para os participaram deste Congresso?
A palavra vem do próprio Jesus: “Não tenham medo. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20). Nos dias que correm é extremamente desafiador levar adiante esse trabalho vocacional, mas o campo está aberto porque estes jovens vivem hoje marcados profundamente pelos meios de comunicação, esta geração que vive na intimidade com a internet tem um coração que também aspira por coisas maiores; tem sede, sobretudo, de Deus. Precisamos descobrir como falar ao coração desta geração nova. Mas é bom lembrar que [os jovens] têm coração, sim. E, diante destes desafios, vamos em frente com coragem na certeza de que o Senhor estará conosco todos os dias até o fim dos tempos.
Fonte: CNBB - pastoral vocacional

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Vocações no contexto atual

O teólogo padre Angenor Brighenti recorreu à metáfora “luzes e sombras” para apresentar o contexto sócio-cultural e eclesial que marca o cenário das vocações na Igreja. Ele proferiu a primeira conferência do 3º Congresso Vocacional do Brasil, organizado pela CNBB.
Brighenti explica que o contexto atual é marcado por crises. “Estamos imersos em um tempo de profundas transformações, em escala planetária: crise civilizacional, mudança de época, crise das religiões, em que nos apodera um sentimento de orfandade”, disse.Segundo o teólogo, a crise é oportunidade de novas possibilidades. “A crise pode significar novo nascimento ou morte; catástrofe ou oportunidade; fim do caminho ou encruzilhada; tempo de calamidades ou tempo pascal, de travessia”, sublinhou.Para Brighenti, diante das crises, as pessoas podem ter três posturas diferentes: uma visão catastrófica, retrospectiva ou prospectiva. Esta última, de acordo com o teólogo, é “habitada pela virtude de uma esperança ativa. Na fidelidade ao presente e na valorização da experiência do passado, se lança na construção de um futuro crescentemente melhor. A tecitura do risco é a única garantia de futuro”.
O teólogo destacou também o individualismo, que marca as relações humanas, e a economia que gera exclusão. Em sua opinião, o individualismo é resultado da dinâmica do mercado, “que absolutiza a eficiência e a produtividade como valores reguladores de todas as relações humanas”. “Há uma mercantilização das relações pessoais, sociais e religiosas; tudo é medido pela lógica custo-benefício”, acentua Brighenti. A economia de “rapinagem”, segundo o teólogo, faz surgir a crise ecológica porque “depreda a natureza e coisifica o ser humano”. Diante disso, é preciso crescer na consciência ecológica. “A preocupação com o cuidado da natureza é um dos fatores da emergência de uma consciência planetária. A consciência de que não estamos na terra, somos terra; o desequilíbrio da biodiversidade do planeta põe em risco a vida humana e seus ecossistemas”. O desencanto com a política foi outro aspecto da realidade lembrado por Brighenti. “Constata-se a falência da democracia representativa: os partidos políticos são máquinas eleitorais, cujo objetivo é ganhar a eleição”, disse.Para o teólogo, contudo, há, na sociedade atual, uma sede de Deus e uma volta ao religioso, mas uma religião “eclética” com outra visão de Deus. “A irrupção de uma religiosidade eclética e difusa, a volta de um neopaganismo imanentista, que confunde salvação com prosperidade material, saúde física e afetiva. É a religião a la carte: Deus como objeto de desejos pessoais, solo fértil dos mercadores da boa fé, do mercado do religioso”, explica Brighenti.Dentre os fatores que ajudam a banalizar a religião, o teólogo cita a mídia que “reduz a religião à esfera privada, como a um espetáculo para entreter o público”. Neste sentido, “também a religião passa a ser consumista, centrada no indivíduo e em sua degustação do sagrado”.
Fonte: CNBB - pastoral vocacional

terça-feira, 21 de setembro de 2010

"Geração Y" deve ter atenção especial do SAV

O Serviço de Animação Vocacional (SAV), realizado pela Igreja Católica, deve dar uma atenção especial aos jovens que vivem no mundo das novas tecnologias da comunicação, adaptando sua linguagem e criando novos métodos. Esta é a opinião que o ex-secretário executivo do Departamento das Vocações e Ministérios do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), padre Gilson Maia, defendeu na conferência que proferiu no 3º Congresso Vocacional do Brasil, em Itaici, município de Indaiatuba (SP).
“O Serviço de Animação Vocacional (SAV) deve oferecer uma atenção especial à ‘Geração Y’, caracterizada pelo uso de avançadas tecnologias de comunicação com novas formas de relações, valores e conceitos. O SAV deve adequar-se às novas linguagens, elaborar novos métodos e usar as modernas tecnologias em vista da evangelização vocacional das novas ‘tribos’’, disse padre Gilson.
O religioso insistiu que toda pessoa batizada deve ser um missionário e que o trabalho de animação vocacional não é exclusivo do SAV. “O serviço na messe não é tarefa exclusiva dos animadores do SAV/PV. A missão é um dom precioso do Senhor, levada adiante por todos os vocacionados e vocacionadas. Neste sentido torna-se fundamental estreitar vínculos e incrementar as relações com os serviços de evangelização presentes na Igreja”, disse.“Todo discípulo tem DNA missionário. Um discípulo que não missionário, é falso discípulo. Ninguém é missionário sem antes a experiência do discipulado”, acrescentou o padre. Padre Gilson apontou pelo menos três características que devem marcar o perfil do animador vocacional. A primeira delas é a espiritualidade. “A espiritualidade é a raiz que sustenta e fortalece todos na missão evangelizadora vocacional. A identidade eclesial do SAV/PV é garantida pela fé, fortalecida diariamente pela vida sacramental, testemunhada no meio do povo de Deus e partilhada com a comunidade eclesial”. Segundo o religioso, a formação também deve caracterizar os que trabalham na animação vocacional. “A formação dos discípulos missionários deve ser integral e permanente”, esclareceu. Outro ponto que, de acordo com o padre, deve marcar a prática dos animadores vocacionais é o planejamento. “O SAV/PV exige articulação e organicidade para que a missão vocacional possa integrar as diferentes forças evangelizadoras presentes nas comunidades”. Para o religioso, juventude, escola, família, catequese devem merecer atenção especial no planejamento do SAV.
Fonte: CNBB - Pasoral Vocacional

sábado, 18 de setembro de 2010

Ide e fazei discípulos(as)

De 03 a 07 de setembro, estivemos reunidos em Itaici, município de Indaiatuba (SP), estudando, refletindo e celebrando este momento especial para a Igreja do Brasil: 3º congresso Vocacional do Brasil.
O tema desse Congresso recorda a 5ª Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe (2007), realizado em Aparecida: "Discípulos missionários a serviço das vocações". O lema escolhido vem do evangelista Mateus (28,19): "Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações".
Mas, para que fazer um novo congresso vocacional? Esta é uma pergunta comum e que se faz constantemente. Este novo evento propõe celebrar a caminhada do serviço de animação vocacional, a aprofundar a teologia das vocações na perspectiva do discipulado e da missionariedade, a consolidar a identidade do animador e da animadora, e do próprio serviço de animação vocacional. Também quer oferecer pistas de ação para o trabalho vocacional. De um lado temos a realidade que nos provoca, de uma multidão cansada e abatida, "o rosto humilhado de tantos homens e mulheres de nossos povos", como afirma o Documento de Aparecida (n. 32), também por falta de pastores, de ministros, de lideranças. De outro, escutamos o apelo da fidelidade ao mandato de Jesus, de anunciar o Reino, de evangelizar, de pedir ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe (cf. Mt 9,32-35; Lc 10,2).
Também há o forte desejo de dar continuidade ao processo de realização dos congressos vocacionais, o que tem acontecido a cada cinco anos aproximadamente. Neste sentido, é importante a fidelidade ao que se fez e viveu, mas também a novidade, capaz de gerar um novo espírito e um novo coração. Pois é sempre tempo para construir o novo na Igreja e no serviço de animação vocacional, tempo de avançar e de planejar, pois todos os "discípulos missionários" são responsáveis e estão a serviço das vocações.
Além das conclusões de Aparecida, há também uma forte referência ao Sínodo da Palavra na vida e na missão da Igreja convocado pelo nosso Papa Bento XVI. Aparecida e o Sínodo darão importantes referenciais teológicos e pastorais para a vida - o discipulado - e o serviço das vocações - a missão.
Como se pode perceber, o Documento Conclusivo de Aparecido dá várias indicações claras para a animação vocacional. Nas palavras de Pe. Ângelo Mezzari, rogacionista do Coração de Jesus e membro da comissão executiva do Congresso, cabe a “nós, da animação e da pastoral vocacional, nos propomos à "grande tarefa de proteger e alimentar a fé do povo de Deus e recordar aos fiéis deste Continente que, em virtude de seu batismo, são chamados a ser discípulos e missionários de Jesus Cristo" (DAp, 10). Trata-se de um mandato, uma missão que devemos realizar, o de despertar, discernir, cultivar e acompanhar a vocação dos batizados para que sejam verdadeiramente "discípulos missionários" de Jesus Cristo. Esta tarefa protetora e alimentadora da fé, e de memorial, também é nossa, e queremos cada vez mais assumi-la integralmente. A ordem de Jesus é explícita, objetiva, é ir, e fazer discípulos”.
O Documento de Aparecida, em seu número 100, recorda que entre tantos desafios enfrentados pela Igreja, constata-se também o número insuficiente de sacerdotes e sua não equitativa distribuição, e a relativa escassez de vocações ao ministério e à vida consagrada. Certamente esta carência pode ser estendida aos demais ministérios, somos testemunhas e temos consciência disso. À escassez, ao número insuficiente e a uma não justa distribuição, mais do que ninguém, na Igreja, deve se interessar o serviço de animação vocacional.
Pe. Messias de Moraes Ferreira - Promotor Vocacional Arquidiocese de São Paulo

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

2º Congresso Latino-americano das Vocações

O 1º Congresso Continental e Latino-americano das vocações aconteceu na cidade de Indaiatuba/SP, Itaici, em 1994 com o lema “A Pastoral Vocacional no Continente da Esperança”. Aqueles dias de comunicação, reflexão e sonho em comum sobre o fenômeno vocacional em nossa América foi de grande estímulo para a animação vocacional. Este evento respondeu a um desejo do papa João Paulo II que advertia, em carta enviada aos organizadores e participantes do congresso, sobre “a necessidade de uma pastoral vocacional renovada e concebida, como uma dimensão obrigatória de todo plano global pastoral”.
O 2º Congresso acontecerá na cidade de Cartago, na Costa Rica, entre os dia 31 de janeiro a 5 de fevereiro de 2011 com o tema “chamados a lançar as redes, para alcançar a vida plena em Cristo” e o lema “Mestre, em teu nome lançaremos as redes” (cf. Lc 5,5).
Em sintonia com a Conferência de Aparecida que nos pede de sermos “discípulos missionários” aprofundando na potencialidade da vocação batismal (DAp, 184) neste novo contexto latino americano (DAp, 185), este 2º congresso tem como objetivo: examinar a consciência que os batizados têm da cultura vocacional; refletir o sobre projeto do Pai para o ser humano nas circunstâncias atuais; apresentar a vocação batismal como o eixo transversal de toda a ação pastoral da Igreja; elaborar pistas concretas da dimensão evangelizadora da animação vocacional para a Missão Continental; marcar critérios para processos de itinerários vocacionais que respondam às circunstâncias atuais.
O Instrumento de trabalho, preparado por membros dos vários Institutos de Pastoral Vocacional do Continente, é estruturado da seguinte forma: A Voz da Palavra – a realidade da nossa América Latina; O Rosto da Palavra – uma meditação sob o texto de lc 5,1-11, que inspira toda a iluminação do Congresso; A Casa da Palavra – uma ampla reflexão sobre a Pastoral Vocacional, ad intra; Os Caminhos da Palavra – as multiplicidades de formas de realização da pastoral vocacional na pastoral de conjunto em nossas Igrejas.
Com o objetivo de ir criando “uma cultura vocacional” como experiência concreta e prevendo que os participantes estejam em sintonia com a celebração deste evento, estão sendo realizados Congressos Regionais com o objetivo de aprofundar as questões referentes a situação vocacional (estruturas, desafios e perspectivas), sócio-política e eclesial de cada região. Na região Cone-sul (Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai) foi aproveitado a ocasião do 3º Congresso Vocacional do Brasil para se realizar este congresso regional.
Pe. Ricardo Morales – Operário Diocesano

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Dinâmica - Quero amar mais


Esta dinâmica ajuda a criar uma liberdade interior diante de si e diante dos outros.
Ao mesmo tempo, leva o participante a amar aos outros e a si mesmo.
Passos da dinâmica

I - Encaminhar
Distribuir 3 papéis, onde cada participante escreve:
a) no primeiro escreve a parte do seu corpo de que mais gosta
b) no segundo papel escreve um aspecto de sua personalidade de que gosta muito
c) no terceiro escreve o nome de uma pessoa muito especial
II - Trabalhando estas realidades
Olhar e considerar a vida dos presentes e do povo e perceber que ela está marcada por muitos imprevistos, novidades, cruzes...
Com os 3 papéis na mão, vamos refletir:
a) você tem de se desfazer de uma desta 3 realidades que escreveu. (dar uma motivação a partir da realidade que conhece do grupo para esse corte) Escolha um papel. Olhe bem para ele e amasse-o. Depois jogue fora. É importante cada um perceber o que se passa em seu íntimo
b) dos dois papéis que sobraram, você precisa se desfazer de mais um. (dar motivação para o corte) Qual? Amasse-o bem e jogue fora
c) Olhe bem para a realidade que ficou em sua mão. Qual o tesouro que se esconde nesta realidade?
III - Partilhando
a) Como foi a experiência? O que mais chamou a atenção?
b) O que foi mais fácil e mais difícil? Por quê?
c) Que circunstâncias externas nos levam a ter de nos desfazer de aspectos importantes da vida?
d) O que levo para minha vida?
IV- Rezando
Se for um encontro com mais tempo, após a partilha convidar os participantes a escolher um lugar tranquilo e retomar seu tesouro e os cortes que teve de fazer e conversar com Deus.
Fonte: Canísio Mayer - Viver e conviver ed. Paulus, p. 73-74

domingo, 5 de setembro de 2010

Vocação da catequese

"O fruto da evangelização e catequeze é o fazer discípulos: acolher a Palavra, aceitar Deus na própria vida, como dom da fé. Há certa condições da nossa parte, que se resumem em duas palavras evangélicas: conversão e seguimento. A fé é como uma caminhada, conduzida pelo Espírito Santo, a partir de uma opção de vida e uma adesão pessoal a Deus, através de Jesus Cristo, e ao seu projeto para o mundo. Isso supõe também aceitação intelectual, o conhecimento da mensagem de Jesus. O seguimento de Jesus Cristo realiza-se, porém, na comunidade fraterna. O discípulado, que é o aprofundamento do seguimento, implica a renúncia a tudo o que se opõe ao projeto de Deus e dimimui a pessoa. Leva à proximidade e intimidade com Jesus Cristo e ao compromisso com a comunidade e com a missão (cf. CR 64-65; AS 127c).
A finalidade da catequese é aprofundar o primeiro anúncio do Evangelho: levar o catequizando a conhecer, acolher, celebrar e vivenciar o mistério de Deus, manifestado em Jesus Cristo, que nos revela o Pai e nos envia o Espírito Santo. Conduz à entrega do coração a Deus, à comunhão com a Igreja, corpo de Cristo (cf. DGC 80-81; Catecismo 426-429), e à participação em sua missão.
Nenhuma metodologia dispensa a pessoa do catequista no processo de catequese. A alma de todo método está no carisma do catequista, na sua sólida espiritualidade, e em seu transparente testemunho de vida, no seu amor aos catequizandos, na sua competência quanto ao conteúdo, ao método e à linguagem. O catequista é um mediador que facilita a comunicação entre os catequizandos e o mistério de Deus, das pessoas entre si e com a comunidade.
A vocação do catequista é a realização da sua vida batismal e crismal, na qual, mergulhado em Jesus Cristo, participa da missão profética: proclamar o Reino de Deus. Integrado na comunidade eclesial e enviado por ela, conhece sua realidade e aspirações, sabe utilizar a pedagogia adequada, animar e coordenar com participação de todos. é de substancial importância a relação do catequista com os catequizandos e suas famílias, considerando-os mais como interlocutores doq ue como destinatários da catequese. 'Essa relação nutre de paixão educativa, de engenhosa criatividade, de adaptação e, ao mesmo tempo, de máximo respeito pela liberdade e amadurecimento da pessoa' (DGC 156) e por seu discernimento vocacional. A particpação ativa e criativa dos catequizandos é outro elemento importante no processo catequético. Tal participação pode manifestar-se individualmente e em grupos: na oração e na participação dos sacrametnos; nas ações litúrgicas; no empenho eclesial e social; no exercício da caridade; na promoção dos valores humanos.
A comunidade cristã é a referência concreta para que a pedagogia catequética seja eficaz. Para isso a comunidade deve ser o lugar onde se vive o Evangelho e se alimenta continuamente a adesão à proposta de Jesus. Só assim a comunidade se torna fonte, lugar e meta da catequese. Nesse crescimento catequético, a comunidade testemunha visivelmente a fé e dedica-se à formação de seus membros. No anúncio do Evangelho, mesmo de forma pública e coletiva, a comunidade não deixa de fazer contato de pessoa a pessoa, a exemplo da pedagogia de Jesus e dos apóstolos. Assim, a catequese com as crianças favorece a boa socialização. Com os jovens, a catequese constitui uma necessidade vital na formação de sua personalidae, e, com os adultos, a catequese promove um crescimento de diálogo, de partilha e de co-responsabilidade".
Fonte: Diretório nacional da catequese n. 34; 44; 172-173; 175

sábado, 4 de setembro de 2010

Missão de todos e de cada um

Jesus não confiou a missão evangelizadora a pedro ou a um dos apóstolos, mas aos onze que representam toda a Igreja chamada a edificar o Reino. Porém, são diferentes as maneiras de desenvolver a missão quando consideramos a variedade dos carismas e ministérios suscitados pelo Espírito Santo nas comunidades. Pelo Batismo são chamados e convocacod à missão. Mas cada vocação específica - sacerdócio, vida consagrada, leigos e leigas - têm formas próprias de participar da missão evangelizadora da Igreja.
Os ministros ordenados (diáconos, presbíteros e bispos) dedicam-se totalmente ao serviço evangelizador. A pessoa vocacionada ao ministério ordenado é chamada a colocar-se integralmente a serviço da Igreja e de sua causa: a evangelização. Os chamados e chamadas à vida consagrada sabem que sua vocação é essencialmente missionária uma vez que são testemunhas e anunciadores do Reino no meio das realidades do mundo. De igual maneira os fiéis leigos e leigas são convocados a serem "sal da terra e luz do mundo" (Mt 5,13-16). Ou como afirma o documento de Puebla: "os cristãos leigos são homens e mulheres da Igreja no coração do mundo, homens e mulheres do mundo no coração da Igreja" (P. n. 786).

Na atualidade a Igreja convoca todos os seguidores de Jesus Cristo a levar adiante a missão evangelizadora. Em Aparecida os bispos reconheceram a necessidade de uma "conversão pastoral" para aproximarmos mais das pessoas que hoje estão mais abertas ao diálogo, demonstram maior flexibilidade nas questões polêmicas e têm um novo horizonte para os discípulos missionários e se apresenta como uma desafiadora realidade a serviço da animação vocacional que encontra em Maria seu melhor modelo.


Fonte: Texto em preparação ao 3º Congresso Vocacional do Brasil nº 78-80

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Oração 3º congresso Vocacional do Brasil

Trindade Santa, Deus da vida e do amor, somos seguidoras e seguidores de Jesus, discípulos missionários a serviço das vocações.

Como animadores vocacionais,
queremos responder ao mandato de Jesus de "fazer discípulos entre todas as nações".
Incentivando a vocação dos cristãos leigos e leigas, à vida consagrada e aos ministérios ordenados construindo uma Igreja corresponsável e ministerial.

Buscamos uma Igreja fiel aos sinais dos tempos, samaritana, missionária e libertadora, que responda ao clamor do povo,em suas lutas e esperanças;
e que testemunhe a Boa Novado Reino, com a Palavra e com a vida.

Que Maria, a mãe de Jesus, e tantas testemunhas fiéis até o martírio, intercedam a benção para o III Congresso Vocacional do Brasil. Amém!