segunda-feira, 28 de junho de 2010

Espiritualidade do discípulo missionário a serviço das vocações

Como pressuposto para nossa reflexão, levemos em conta que a Espiritualidade sem a Mística permanece uma teoria abstrata no nível do conhecimento e não da vida. Em termos mais simples, podemos dizer que as várias espiritualidades cristãs propõem caminhos que nos levam à comunhão com Deus Trindade e à vivência decorrente desta comunhão. Já a mística é a experiência vivencial do caminhar. Não me adiantaria quase nada conhecer todo o mapa viário do país, se jamais me decidisse sair em viagem e me dirigir a algum lugar. O conhecedor das espiritualidades que não é místico jamais vai poder testemunhar a beleza do caminho, partilhar com vivacidade seus detalhes e dificilmente convencerá outros a se colocarem na busca... Seria como se alguém dissesse: “Vão a tal lugar que é muito bom!”. E lhe perguntassem: “Você já foi lá?”. E obtivessem a resposta: “não fui e não vou, mas vocês precisam ir!”.

Partamos da Palavra de Deus, na busca da Espiritualidade do Discípulo Missionário a serviço das vocações: At 9,9-22

“Havia em Damasco um discípulo de nome Ananias” (v.9ª) - O texto parte da constatação: na comunidade de Damasco havia um seguidor de Jesus Cristo, cujo nome era Ananias. Quando nos tornamos discípulos, nos tornamos num contexto histórico, num ambiente vital, numa comunidade. Não podemos conceber, um ser discípulo, sem uma pertença comunitária, eclesial. A experiência do encontro, fascinação e adesão à pessoa de Jesus só se torna plena com a participação numa comunidade onde visibilizamos nosso voluntário assentimento à sua Pessoa, Palavra e Reino. Crer implica compromisso de comunhão e participação.

“Ananias estava em oração” (vv. 10-16) - Aquele que ora, leva diante de Deus a Igreja e toda a humanidade. Sem dúvida podemos afirmar que na oração de Ananias estava presente a situação da Igreja daquele momento de perseguição e o papel que Saulo estava tendo: “Senhor, já ouvi muitos falarem deste homem e do mal que fez aos teus santos que estão em Jerusalém. E aqui, em Damasco, ele tem plenos poderes, da parte dos sumos sacerdotes, para prender todos os que invocam o teu nome” (vv. 13.14). Estar em oração era a atitude constante de Jesus e vemos nos Evangelhos, que Ele, muitas vezes, se retirava em lugares solitários para rezar e rezava por longas horas. Nos chama a atenção que na sua oração Ananias dialoga com o Senhor, não tem uma atitude passiva, priva de vida. Nos lembra a atitude orante de Moisés que “falava com o Senhor face a face, como um homem fala com seu amigo” (Ex 33,11). A oração do discípulo denota intimidade, o Senhor o chama pelo nome. Como outrora Isaias (Is 6,8) e mais recentemente Maria (Lc 1,38). Ao chamado pessoal do Senhor, se responde com disponibilidade: “Aqui estou, Senhor!” (v. 10c).

“O Senhor lhe disse: levanta-te, vai...” (v. 11). Quando o Senhor fala, desencadeia movimento, solicita colaboração, envia em missão. Se orando, permanecemos, acomodados, com certeza não estamos escutando o Senhor, só nós estamos falando, não estamos sabendo silenciar, ter coração de discípulo, pois ele não fala de modo humano, mas no coração (cf. Os 2,16).

Deus fala ao discípulo sobre uma “visão” (v.12) que o homem de Tarso acaba de ter em oração. O falar de Deus é coerente com o conjunto de sua obra, com um projeto salvífico abrangente, que vai além do síngulo individuo. Por isso, como Ananias, não temos que entender, controlar todas as implicações das solicitações que Deus nos faz. Porém, temos o “direito” de objetar: “sou gago” (Ex 4,100, “tenho lábios impuros” (Is 6,5), não vou dar conta, “sou apenas uma criança” (Jr 1,6), “eu não conheço homem” (Lc 1,34). Mas, como nestas vezes citadas, Deus não aceita os argumentos humanos e diz “Vai” (v. 15), não se preocupe, eu, o Senhor é que farei!

O discípulo é enviado, apesar de sua resistência humana, das motivações que usa para justificar uma possível não ida. O Senhor insiste: “Vai, porque este homem é um instrumento que escolhi para levar meu nome às nações” (v.15). Diante dos argumentos de Deus, a resistência humana se desfaz. Deus sabe que colocando ao discípulo a grandeza da messe, as nações a serem evangelizadas e como Deus quer sua colaboração na animação de novas vocações, o discípulo não resiste. Aquele que tem consciência dos desafios da Evangelização e da construção do Reino, não consegue ficar parado, indiferente às necessidades da Igreja. “Vão para o meio dos homens, e não tenham medo de chamar!” (João Paulo II).

Ananias vai. A obra que Deus iniciou de despertar uma nova vocação, com sua colaboração, acompanhamento e discernimento chegará à plena maturidade. Para isso, a pedagogia do discípulo missionário a serviço das vocações será a acolhida através das “portas ordinárias da Igreja”. De modo particular através dos sacramentos da iniciação cristã. “Saulo foi batizado” (v. 18b), do diálogo, da partilha, do discernimento, sobretudo do orar juntos, constatando a ação de Deus na vida do novo chamado (vv. 17.18). A missão do animador, partindo do plano espiritual dá uma nova visão (v.18) e não deixa de levar em conta também a realidade física: “Depois, Saulo alimentou-se e recuperou as forças” (v. 19).

A partir deste momento o discípulo que ganha a cena é Paulo, a comunidade se maravilha com a obra que Deus realizou em sua vida e a veemência com que ele prega que Jesus é o Cristo. Ananias “desaparece”, segue sua vida de discípulo missionário, dedicando-se à oração e a à docilidade às solicitações de Deus. Sem dúvidas dentro de cada animador ou animadora vocacional, Ananias continua seu discipulado missionário à serviço das vocações!

Virtudes necessárias ao animador(a) vocacional:
Discípulo → pessoa de Igreja → orante → conhecedor da realidade → aberto no diálogo com Deus e com os irmãos → disponível → acolhedor → siga seu caminho com discrição.

Frei Jorge J. Correa, ocd

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Regionais da CNBB realizam seus Congressos Vocacionais

Em vista do 3º Congresso Vocacional do Brasil que acontecerá entre os dia 3 a 7 de setembro em Itaici/SP, o Serviço de Animação Vocacional (SAV) do Regional Sul 3 da CNBB (Rio Grande do Sul) promove, nos próximos dias 26 e 27, em Porto Alegre, o Congresso Regional do SAV que pretende reunir as 18 dioceses do regional.
O evento contará com assessoria do padre Ângelo Ademir Mezzari e, tem como meta, entrar em sintonia com o Congresso Nacional, enfatizando os trabalhos realizados em cada diocese no que se refere à missão do serviço vocacional e à motivação dos animadores vocacionais. Irmã Narciso Camatti, destacou que no regional “por vezes encontramos animadores vocacionais desmotivados. Então um evento como esse vem dar força a essas pessoas e vem mostrar os passos positivos na caminhada do trabalho vocacional”.
O Regional Leste 2 (MG, RJ, ES) realizará seu Congresso Vocacional entre os dias 30 e 31 de julho a 1º de agosto, no Centro de Formação Martina Toloni, em Vilha Velha (ES).
Segundo a coordenadora do SAV Regional, Ir.Gervis Monteiro, o objetivo deste Congresso é "despertar a consciência de que somos uma Igreja de discípulos missionários a serviço das vocações". Para o integrante do SAV Leste 2 e organizador do Congresso Vocacional , Pe. Márcio Sousa, a arquidiocese de Vitória está se preparando, através de várias equipes, para organizar e receber os participantes da melhor forma possível. Maiores informações podem ser obtidas pelo e-mail para congressovocacional@gmail.com ou pelo telefone (27) 3223-6711.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Irmãs Apostolinas acolhem Superiora e Conselheira Geral


Entre os dias 07 a 20 de junho a comunidade das Apostolinas de São Paulo, teve a alegria de receber a Visita Fraterna das irmãs Franca Laratore (superiora geral) e irmã Marina Beretti (conselheira geral).
Nestes dias as irmãs tiveram a oportunidade de acompanhar os trabalhos realizados pela comunidade, conhecer alguns colaboradores vocacionais e jovens que as irmãs estão acompanhando.
A Visita Fraterna foi marcada pela ação de graças dos 25 anos de presença Apostolina em terras brasileiras; possibilitou um tempo de partilha, encontro e avaliação do projeto apostólico e comunitário lançando, desta forma, novas luzes na vida e missão em vista da comunidade.
As irmãs tiveram ainda a oportunidade de conhecer a alegria das festas juninas e experimentar algumas sabores novos típicos deste período e visitar a casa de nossa Mãe Aparecida.
A última etapa desta Visita Fraterna, dos dias 21 a 27 de junho, está acontecendo em terras maranhenses, com a comunidade apostolina presente na diocese de Balsas.

Aguia pequena

sábado, 19 de junho de 2010

Curso para animadores vocacionais


Estão abertas as inscrições para o curso "Itinerário Vocacional na perspectiva do 3º Congresso Vocacional do Brasil", marcado para o dia 26 de junho de 2010, na sede do Instituto de Pastoral Vocacional (IPV), em São Paulo (SP). O curso vai das 8 às 17 horas e terá a assessoria da religiosa Filha de Nossa Senhora da Misericórdia, Ir. Maria da Cruz da Silva Santos, Psicóloga e atual diretora-presidente do IPV. Inscrições e informações: http://www.ipv.org.br/

Fonte - Revista Rogate

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Rezando com São Paulo pelas vocações

Ó São Paulo, mestre dos gentios,
olhai com amor para a nossa Pátria!
Vosso coração dilatou-se para acolher a todos com a luz do Evangelho e a estabelecer no mundo o Reino de amor.
Suscitai vocações, confortai os que anunciam o Evangelho, preparai as pessoas para que acolham o Cristo, divino Mestre.
Que o nosso povo encontre e reconheça sempre a Cristo, como Caminho, a Verdade e a Vida; busque o Reino de Deus e trabalhe em sua realização, para que a sua luz resplandeça diante do mundo, iluminai, animai e abençoai a todos!
Amém.
Esta oração foi composta pelo pe. Tiago Alberione durante sua visita ao Brasil, em 1946

domingo, 13 de junho de 2010

Quem são as Apostolinas?

“Vós sois como canais, o canal leva a água. A vocação parte de Deus, passa pos vós, que sois os canais, e chega às pessoas”
pe. Alberione

O nascer de uma vida ou uma congregação religiosa, sempre acontece pela ação do Espírito. Os primeiros sinais e passos para a fundação, no seio da Igreja, de uma nova congregação surgiram do caráter atento de pe. Tiago Alberione em perceber as necessidades e preocupações frente à realidade a qual toda Igreja e a sociedade estavam passando. Mas, também de sua capacidade em saber interpretar o falar de Deus por meio do Espírito.

Nesse período, final da década de 1950, a Igreja estava passando por um período de transformações. Era muito forte o pipocar de novas reflexões e práticas pastorais que desembocariam no Concílio Vaticano II, mas também começava um grande período de crise vocacional, seja no tocante as pessoas como também de uma prática e reflexão vocacional. O mundo, como um todo, passava por rápidas transformações sociais, econômicas, tecnológicas, culturais e midiáticas.

Mas o olhar preocupado desse homem repousava, sobretudo, nos jovens. Como ele mesmo dizia: “O problema do futuro é o problema de todo jovem...”, por isso, é “preciso fazer compreender aos jovens que, se é importante saber escolher e adivinhar bem a própria carreira, a própria tarefa, é muito mais importante a escolha do próprio estado de vida”, ou seja, a própria vocação.
A partir de tudo isso, compreende-se a ação do Espírito para que houvesse na Igreja, pessoas que doassem a vida pelas vocações: “trabalhar pelas vocações é servir a Igreja”. Irmãs que cuidassem e acompanhassem os jovens no caminho de descoberta vocacional; que questionasse todo o povo de Deus, mas, sobretudo, os jovens sobre o sentido da vida e sobre quem realmente dá sentido a nossa vida e opção cristã.
Assim, honrando a Maria como Rainha dos Apóstolos, nasceu em 08 de setembro de 1959, por obra do Espírito Santo e desejo incansável de padre Alberione, o Instituto Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos para as vocações, mais conhecido como Irmãs Apostolinas. Mulheres interpeladas a viverem seu seguimento a Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida em comunidade, vivenciando e testemunho os conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência, através do anúncio da Boa Nova da Vocação.

A Apostolina além de viver intensamente a vida e a própria vocação é chamada a: inspirar, espirar, espalhar e transmitir vocação; exalar o perfume da vocação e ter como mandamento consumir a vida pelas vocações.

Qual é a missão?
A missão vocacional confiada às Apostolinas é uma missão especial e diferente. Diferente porque, se em todas as congregações e institutos religiosos há uma preocupação com as vocações, a missão das Apostolinas é trabalhar e doar a vida por todas as vocações. Como Jesus Mestre devem ter “um coração grande, que chama a todos, deseja, quer e pede vocações para todos os apostolados”.

Jesus é o paradigma de animador vocacional e por isso, a fonte de onde brota tal missão. Pois, com seu jeito de animador itinerante, olha e pergunta: “O que vocês estão procurando?”; convida a caminhar com Ele e fazer nossa sua experiência de vida. (cf Jo 1,38-39).

A Apostolina é chamada a viver e deixar-se consumir pelas vocações. É uma mulher chamada a nunca ficar em paz enquanto for necessário ecoar o chamado de Deus a estar com Ele e ser enviado a tantas realidades e pessoas. São chamadas a serem como um canal por onde a água da vocação não cessa de correr e, de forma particular a água da vocação religiosa e presbiteral
Na vivência de sua missão as Apostolinas buscam: despertar nas pessoas, sobretudo nos jovens, o chamado de Jesus; ajudar no momento da busca vocacional, suscitar e promover todas as vocações, para todas as necessidades da Igreja; formar uma profunda consciência vocacional, para que todos os cristãos trabalhem em favor de todas as vocações; incentivar os chamados a serem fiéis à sua vocação.

Como vivem essa missão?
Na simplicidade, na fraternidade e na oração, realizam sua missão por meio da orientação vocacional pessoal e por correspondência; desenvolvem encontros, retiros e semanas vocacionais; trabalham na formação de agentes e animadores vocacionais por meio de assessorias vocacionais e participação em equipes do SAV (Serviço de Animação Vocacional); promovem uma catequese vocacional por meio da exposição vocacional “Sim, mas para onde” e de uma Livraria e Centro Vocacional.
A primeira e fundamental atitude na vivência dessa missão é ter muito amor: “ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos” (Jo 15,13). No dizer de pe. Alberione: a “Pastoral Vocacional é tudo amor”. A partir disto, as Apostolinas podem dizer: não há maior amor do que doar a vida pelas vocações.

Este doar a vida pelas vocações só acontece quando, no dizer de Alberione, nos “enxertamos como oliveiras selvagens na oliveira vital Cristo-Eucaristia” e aprendemos D’Ele, Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, como anunciar e acompanhar as vocações. Neste itinerário espiritual-apostólico deve-se confiar a missão à Maria Mãe, Mestra Rainha dos Apóstolos e, no cuidado com as vocações ter sempre como modelo o apóstolo Paulo.
"Para que todos entendam o apelo de Cristo: ‘A colheita é grande, mas os operários são poucos. Pedi pois, ao Senhor que envie operários para a ceifa’”.

ir. Lucivânia Conceição Oliveira, ap

quarta-feira, 9 de junho de 2010

17º Simpósio do Instituto de Pastoral Vocacional


Entre os dias 04 a 06 de junho, no Centro Teresiano de Espiritualidade, aconteceu o 17º Simpósio do Instituto de Pastoral Vocacional (IPV) que contou com a participação de 40 pessoas das várias Congregações membros do Instituto (Apostolinas, Vocacionistas, Filhas do Coração Sacerdotal de Jesus, Congregação de Jesus Sacerdote, Filhas do Divino Zelo, Rogacionistas, Filhas da Misericórdia, Operários Diocesanos).
Durante o Simpósio os participantes puderam estudar e aprofundar a temática do 2º Congresso Vocacional Latino Americano que acontecerá de 31 de janeiro a 05 de fevereiro de 2011 na cidade de Cartago (Costa Rica) com o tema: "Chamados a lançar as redes para alcançar vida plena em Cristo", e o lema: "Mestre, em teu nome lançarei as redes" (cf. Lc 5,5).
A proposta deste novo Congresso Vocacional é:
- examinar a consciência que os batizados têm da cultura vocacional;
- refletir o projeto do Pai ao ser humano nas circunstâncias atuais;
- Apresentar a vocação batismal como eixo transversal de toda ação pastoral da Igreja;
- elaborar pistas concretas da dimensão evangelizadora da animação vocacional para a Missão Continental;
- marcar critérios para processos de itinerários vocacionais que respondam às circunstâncias atuais.
A assessoria do Simpósio ficou por conta do Pe. Ricardo Morales (Padres Operários Diocesanos), que colaborou na elaboração do Documento de Trabalho.

domingo, 6 de junho de 2010

“Agora Sim”, uma vida pelas vocações

Cecília Andorno foi uma verdadeira buscadora apaixonada do eterno, uma contemplativa do Amor que soube transformar a vida em compromisso concreto com a realidade a ponto de doar/consumir a vida pelas vocações.
Nasceu em Turim em 22 de abril de 1942. Desde jovem cultivava o desejo de ser religiosa e seu discernimento vocacional era claro para a vida monástica sacramentina mas, um encontro com pe. Tiago Alberione no início da década de 1960 revirou completamente sua vida ao lhe dizer: “não, você será uma Apostolina”.
Pe. Silvio Pignotti, ex-superior geral dos padres paulinos, recorda-se que em certa circunstância ela própria lhe contou, “quase rindo, seus primeiros encontros com pe. Alberione e suas teimosias em seguir-lhe os conselhos na questão vocacional, considerando que sua consagração religiosa, já naquela altura amadurecida, deveria seguir em direção contrária aquela que ele sugeria.
Mas, uma vez amadurecida a escolha pelas Apostolinas, se colocou sem reservas para assumir o espírito e o carisma da jovem congregação, nutrindo um vivo reconhecimento para com o Fundador”. E foi assim, que aos 21 anos, em 7 de outubro de 1963 entrou na congregação e em 8 de dezembro de 1966 fazia sua primeira profissão religiosa doando sua vida pelas vocações.
Fazer memória de pessoas como ir. Cecília é como acender pequenas luzes em meio a penumbra de um contexto marcado pela busca de santidade, de pessoas que tiveram e têm a coragem de pautar sua existência por uma mística centrada em Deus.
A santidade impulsiona a pessoa para a ação, mas, um agir norteado pela Palavra de Deus. Dom Ercílio Turco então bispo em Limeira, diocese onde ela atuou por mais de um ano, mesmo morando na cidade de São Paulo, atesta: “Irmã Cecília passou entre nós fazendo o bem aos jovens e adultos de nossas comunidades. Com sua calma e serenidade ajudava a todos a discernir a voz de Deus e a dar reposta à vocação. A presença de irmã Cecília foi entre nós um sinal da presença de Jesus nas celebrações das comunidades, nos encontros de vocacionados (as), nas reuniões de agentes da pastoral vocacional, nos contatos com candidatos ao seminário e seminaristas. Igualmente ouviu muitas jovens que desejavam refletir sobre a vida religiosa. Foi uma presença abençoada para todos. Olhava sempre o futuro com muita confiança e esperança fazendo descobrir o sentido da vida no encontro com Cristo, através da Palavra de Deus e da pessoa dos irmãos”.
A marca de uma pessoa que trilha os caminhos da santidade é a felicidade transparente, contagiosa e verdadeira, de quem realmente fez a experiência do encontro com Aquele que é o totalmente Outro. Irmã Elide Pulita, paulina brasileira, afirma que foi “testemunha da profunda alegria vocacional que envolvia todo o ser da irmã (Cecília), seu horizonte e olhar grande, sua capacidade de sofrer e de respeitar a pessoa do outro. Particularmente notável seu espírito de fé e de oração, seu amor à Congregação das Apostolinas e à Família Paulina, sua contínua atitude de gratidão”.
Após uma longa e diversificada experiência religiosa e pastoral na Itália, em 13 de janeiro de 1985 juntamente com ir. Teresa Boschetto dá início a uma nova fundação na cidade de São Paulo, a primeira fora da Itália. Em 1997 é eleita superiora geral, devendo assim retornar à Itália. Mas este retorno foi lido e acolhido por ela como obediência à vontade de Deus.
Em 1998 retornou ao Brasil por ocasião da profissão perpétua de ir. Clotilde e, nesta ocasião, se manifestaram os primeiros sinais de sua doença. Tempos mais tarde se viria a saber que era uma forma de tumor celebral dos mais vorazes, deixando pouco ou quase nada a se fazer.
Também isso foi lido por ela como sinal de Deus: “Não foi por acaso que essa doença se manifestou no Brasil, é pela nossa comunidade, pelas vocações que devem chegar, por aquele povo, pela Família Paulina de lá... deve ser alguma coisa grande e, aquilo que é grande tem um preço a ser pago”. À ir. Franca Larratore, hoje superiora geral das Apostolinas, dizia: “Sabe, não consigo me chatear com Deus diante das coisas que coloca à minha frente. Pois, quando digo: seja feita a sua vontade, eu me coloco em suas mãos dizendo a Ele que faça de mim aquilo que deseja. Como posso dar para trás depois?”. Uma de suas últimas frases antes de entrar num silêncio quase completo foi: “As coisas não nos pertençem. É necessário deixar as bobagens de lado e fazer verdadeiramente aquilo que o Senhor quer. [...] Não tenho preocupações: nós somos todas de Deus e em suas mãos”.
Ir. Giuseppina Alberghina, ex-superiora geral das Irmãs Pastorinhas, recorda-se que “quando ela me comunicou o diagnóstico de sua doença, o fez com serenidade e profunda paz, que me surpreenderam. Viveu esse anúncio como uma nova vocação na vocação. [...] Considero ir. Cecilia um sinal luminoso da santidade típica da vida religiosa apostólica: uma contemplativa na ação, uma apóstola no diálogo contínuo com seu Mestre e Senhor, uma irmã companheira de caminho rumo ao Reino, uma verdadeira filha de Alberione”.
Seus últimos dias foram marcados pelo silêncio quebrado apenas por algumas palavras que permanecem como testamento vocacional e espiritual para nós hoje: “É o Senhor”, “Altíssimo”, “Agora sim!”, “Nossa Senhora Aparecida”.
Irmã Cecília faleceu no dia 06 de junho de 1999 e como escreveu Dom Franco Masserdotti ela foi uma verdadeira santa de família: “Verdadeiramente sinto Cecília próxima como uma irmã de caminhada com sua humanidade doce e atenta, sua paixão pela pastoral vocacional, sua capacidade de contemplar o Senhor na oração, nas pessoas, nas coisas, nas situações. É um grande exemplo de doação generosa à missão, é uma santa de família que do céu intercede por nós”.

ir. Clotilde Prates de Azevedo, ap

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Dez mandamentos da Equipe Vocacional Paroquial

É um serviço para construção do Reino e não um simples movimento

É uma dimensão da Pastoral de conjunto e não uma pastoral facultativa, dispensável

É responsabilidade de toda a comunidade cristã e não uma área isolada da pastoral

É promotora da ação vocacional em toda a comunidade e não um grupo que trabalha sozinho

É integradora das pastorais e não uma associação religiosa

É geradora de ministérios e agentes de pastoral na comunidade e não um grupo que só vive
apenas para promover campanhas financeiras para o seminário

É um grupo de apoio à ação profético-evangelizadora dos ministérios e não iniciativa de entusiastas

É força para as vocações e ministérios e não um aspecto secundário da pastoral diocesana

É um grupo de pessoas que trabalham espiritual, formativa e materialmente pelas vocações e ministérios

É preocupada com todas as vocações e não limitada só as vocações consagradas e ao ministério ordenado.