No 01 de maio, o papa Bento XVI terá a alegria de proclamar seu predecessor, João Paulo II, bem-aventurado. No dia 15 do mesmo mês, conhecido como domingo do Bom Pastor, celebraremos o 48º Dia Mundial de Oração pelas Vocações que foi instituído pelo Papa Paulo VI em 1964. Talvez, alguns possam achar uma feliz coincidência celebrar este Dia tão próximo da beatificação do papa que mais nos deixou Mensagens sobre a importância da oração pelas vocações. Mas, como dizia D. Helder Câmara: “para o Pai não há acaso”. Talvez, este fato, seja um convite a nos tornamos mais abertos e sensíveis à Animação Vocacional em nossas comunidades eclesiais, principalmente a não deixar passar desapercebido a existência de um Dia onde, toda a Igreja é convidada a parar e rezar pelas vocações.
Em 1979 celebrava-se o 16º ano de instituição do domingo do Bom Pastor como Dia Mundial de Oração pelas Vocações e, João Paulo II, recém eleito papa, propunha aos féis do mundo inteiro um itinerário vocacional a ser seguido: “Me dirijo hoje [...] para transmitir a vocês e confiar algumas coisas que me estão no coração, como que três palavras de ordem: orar – chamar e responder”.
Com estas palavras João Paulo II dava o tom com o qual deve pulsar toda a Igreja, geradora e educadora das vocações, neste dia “cheio de esperança” que deve se converter num “testemunho público de fé e obediência à ordem do Senhor”. Por isso, é importante celebrá-lo em todos os lugares: catedrais, paróquias, comunidades, santuários, colégios e “nos locais onde se encontram pessoas que sofrem”, formando um grande centro de “irradiação espiritual”, como um “mosteiro invisível” que pede ao “dono da messe que envie operários para a sua messe” (Mt 9,38). Porque a “Igreja é dom de Deus para a salvação da humanidade. E as vocações para servir totalmente a mesma Igreja também são, portanto, um dom especial de Deus. Por isso, só a Ele o pedimos, porque somente Ele o pode conceder. E pedimos este dom (vocações) com o coração aberto para o mundo, olhando para o maior bem de todos os homens. Recordam, com certeza, que o Senhor Jesus nos convidava a orar pelas vocações precisamente porque o Seu coração misericordioso via os sofrimentos do mundo” (cf. Mt 9,36-38), afirmava ele em 1983.
Em sua mensagem no ano de 1984 o papa, João Paulo II, alertava sobre o risco contínuo de separar a oração pelas vocações da ação vocacional, como se fossem dois momentos ou realidades distintas: “sem dúvida que a insistência sobre a oração querida por Jesus não pode significar falta de ação e fuga das outras nossas responsabilidades. Pelo contrário! A vontade do Senhor é de que à oração, bem compreendida e vivida, estejam unidos o nosso operar e a nossa colaboração. [...] O Concílio Vaticano II recordou que a colaboração efetiva para o incremento das vocações é um dever de toda a comunidade cristã. Trata-se de uma ação convergente e diversificada. Portanto todos os batizados, cada um segundo a própria condição, devem, com a ajuda de Deus, empenhar-se a tornar eficaz a ação da Igreja num setor tão importante para a sua vida e para o seu futuro”. Pois, como afirmava, o papa, em 1988: “sem oração específica, habitual, insistente, confiante, não pode existir uma verdadeira pastoral das vocações”. Sendo assim, a primeira de todas as ações vocacionais é a oração que, por sua vez, se converte em atitudes concretas de animação vocacional por todas as vocações.
Ir. Clotilde P. de Azevedo, ap