sexta-feira, 29 de março de 2013

Para aprender a dar a vida

Senhor Jesus, começo  a minha oração deste 
recordando-me de tuas palavras:
"Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelo irmão".
Compreendo perfeitamente que tu não apenas dissestes estas palavras,
mas as cumpriste integralmente.
Deste a tua vida pelos homens, por mim particularmente.
Morrendo, deste-nos a vida e, ressuscitando,
asseguraste-nos a herança de uma vida que não morre mais.
Peço-te, meu Senhor, que ajudes a descobrir,
hoje, as muitas formas de se dar a vida,
porque pensamos quase sempre que só
podemos dar a vida pelos irmãos se a nossa
morte for violenta, como a tua.
Nem sempre imaginamos o "dar a vida"
como um processo diário, feito de pequenos gestos;
de uma palavra amiga, de uma presença solidária,
de uma atitude de luta pela justiça,
de uma vida partilhada em suas muitas formas de ser e de ter;
do despojar-se e pensar menos em si para querer o bem do outro.
Senhor, ensina-me a amar até às últimas consequencias,
pois eu creio que só destes a vida por nós
porque nos amaste até o fim.
Ajuda-me a fazer da vida que me deste 
um dom a ser partilhado, doado, consumado,
com amor e por amor. Amém.
Autor: pe. Zeca

quarta-feira, 27 de março de 2013

Fala-nos do Prazer


O prazer é uma canção de liberdade, mas não é a liberdade. 

É o florescer dos vossos desejos, mas não é o seu fruto. É uma profundeza que atinge uma altura. Mas não é o profundo nem o alto. É o que está na gaiola que alça seu vôo. Mas não é o espaço contido.
Sim, em verdade, o prazer é uma canção de liberdade. E como gostaria  que cantásseis com todo o vosso coração; mas não gostaria que perdêsseis vossos corações na canção.
Alguns de vossos jovens buscam o prazer como se ele fosse tudo, e são julgados e reprimidos. Eu não os julgaria ou reprimiria. Eu faria com que buscassem. Pois eles encontrarão o prazer, mas não apenas ele; sete são suas irmãs, e a mais insignificante é mais bonita que o prazer. Já não ouvistes falar do homem que escavava em busca de raízes e encontrou um tesouro?
E alguns de vossos anciãos lembram-se dos prazeres com arrependimentos, como se fossem erros cometidos durante a bebedeira. Mas arrepender-se é obscurecer a mente, e não toná-la casta.
Devem-se lembrar-se de seus prazeres com gratidão, como da colheira de um verão. Porém, se o arrependimento os conforta, deixai que sejam confortados.
E há aqueles entre vós que não são jovens para buscar, nem velhos para lembrar; e, em seu medo de buscar e de lembrar-se, evitam todos os prazeres, temendo negligenciar o espírito ou ofendê-lo.
Mas mesmo evitar é seu prazer.
E assim eles também encontram um tesouro, apesar de cavarem buscando raízes, com suas mãos tremulas. 
Mas falai-me, quem é aquele que pode ofender o espírito?
O rouxinol ofende o silêncio da noite, ou o vaga-lume, as estrelas?
E vossa chama ou vossa fumaça, sobrecarregam o vento?
Achais vós que o espírito é um lago parado que podeis perturbar com uma vara?
Muitas vezes, ao negar-vos prazer o que fazeis é guardar o desejo nos recessos do vosso ser.
Quem sabe se o que parece estar esquecido hoje espera pelo amanhã?
Mesmo vosso corpo conhece sua herança, e sua verdadeira necessidade e vontade não serão engandas.
E vossos corpos são a harpa de vossas almas. E está em vós fazer com que sua música seja doce ou que emita sons confusos.
E agora perguntais em vossos corações: "Como distinguiremos o que é bom no prazer do que não é bom?"
Ide aos vossos campos e aos vossos jardins, e aprendereis que é o prazer da abelha colher mel da flor.
Mas que também é o prazer da flor dar mel à abelha. Pois para a abelha, a flor é fonte da vida. E para a flor, a abelha é o mensageiro do amor.
E para ambas, abelha e flor, o dar e o receber do prazer são uma necessidade e um êxtase.
Autor: Khalil Gibran

segunda-feira, 25 de março de 2013

Parábola: "O eremita e os animais"


Um velho ermitãouma daquelas pessoas que amam a Deus se refugiava na solidão do deserto, da floresta ou montanhas em oração e penitência, muitas vezes, reclamava que tinha muito o que fazer.

As pessoas não entendiam como é que ele tinha tanto trabalho. Um dia o questionaram sobre o assunto e, ele respondeu:


"Tenho que domar dois falcõestreinar duas águias, manter quietos dois coelhos, vigiar uma serpente, carregar um jumento e domar um leão."

"Nós, não vemos nenhum animal perto da caverna onde você vive. Onde estão todos esses animais?"
Então o eremita deu uma explicação que todos entenderam
"Esses animais nós carregamos dentro
Os dois falcões atacam tudo que é apresentado a eles, bom e mau. Tenho que treiná-los para ser lançarem somente sobre presas boas - > SÃO MEUS OLHOS
As duas águias com suas garras ferem e destroem. Tenho que treiná-las para só se colocarem a serviço e ajudarem sem ferir - > SÃO MINHAS MÃOS
- Os coelhos querem ir onde lhe agradam, fugir e evitar situações difíceis. Eu tenho que ensiná-los a ficarem parados ainda que haja algum sofrimento, um problema ou qualquer coisa que não gostem - SÃO MEUS PÉS
A coisa mais difícil é vigiar a cobra, mesmo que esteja trancada em uma jaula com 32 barras. Ela sempre está pronta para morder e envenenar qualquer um que passe apenas a jaula se abra. Se não for acompanhada de perto, machuca - > É MINHA LÍNGUA
O burro é teimoso, não quer fazer o seu dever. Pretende estar cansado e não quer levar sua carga diária - > É MEU CORPO
- Finalmente, preciso domar o leão, ele quer ser reiquer ser o primeiroé vaidoso e orgulhoso - > É MEU CORAÇÃO"
Autor desconhecido

sábado, 23 de março de 2013

Teatro para crianças sobre os símbolos da Páscoa


Personagens: Crianças vestidas ou com símbolos de: Coelho, Ovo, Vela, Girassol, Peixe, Cordeiro

Narrador: Esta história aconteceu às vésperas do dia da Páscoa, tudo porque dois símbolos da Páscoa resolveram se achar grandes e poderosos demais. Vamos ver:
COELHO: Ora, amigo ovo de chocolate, a Páscoa sem mim não vale nada!!! Eu sou a Páscoa!!! Sem mim as crianças não tem Páscoa. Tudo fica sem graça...
OVO: Mas você é mesmo muito vaidoso!!! Vaidoso e burro!!! Responda-me: o que as pessoas compram pra dar na Páscoa? Claro que é ovo de chocolate. Às vezes compram um ou outro coelhinho de pelúcia ou chocolate. Mas eu sou o campeão nas vendas. Ovos coloridos, recheados... Eu sou muito mais Páscoa que você!!!
COELHO: Aí que você se engana seu ovinho mixuruca!!! Quando você aparece nas propagandas de TV eu sempre apareço junto, como se fosse eu que o levasse, o que é muito estranho, pois tem criança achando que coelho bota ovo. Isso é muito desconcertante! Outro dia foi uma luta explicar para o Luisinho que Coelho e ovo andam juntos só por simbolizarem a mesma coisa.
OVO: É nisso você tem razão: nós dois estamos na frente nessa época da Páscoa. Não tem ovo sem coelho e nem coelho sem ovo. Então proponho um acordo, porque tem muita gente ganhando dinheiro`as nossas custas e para nós dois não sobra nada, nadica de nada!! Vamos nos unir e cobrar das televisões, das fábricas de chocolate, todas as vezes que nos usarem! Nós vamos ficar bilionários.
COELHO: É mesmo, senhor ovo, estou até precisando de algum trocado, Ih, mas olha só quem está chegando...são os outros símbolos da Páscoa.
(O GIRASSOL VAI A FRENTE E FALA)
GIRASSOL: Que absurdo, dois símbolos tão conhecidos esquecendo que o mais importante da Páscoa é Jesus. E tem mais: desmoralizando a todos nós!
PEIXE: Precisamos dar um jeito nesses dois e fazê-los entender o que é a Páscoa!
VELA: onde já se viu tanta vaidade!! Tão egoístas, preocupados só em tirar proveito da situação. Isso me deixa muito triste!!!
CORDEIRO: Olhe como é feio, amiguinhos a gente se esquecer da nossa missão. O ovo e o coelho deixaram que o comércio, as fábricas de chocolate, o dinheiro, fizessem deles um vazio.
GIRASSOL: Esqueceram-se que só existem pra mostrar a vida de Jesus que venceu a cruz e a morte. Assim como o pintinho que sai do ovo, é vida que sai de um lugar fechadinho.
VELA: E o coelho, com aquele tanto de filhotinhos que em cada ninhada, mostra como o povo de Deus cresce com a vida nova de Jesus. Que pena que eles se esqueceram de tudo isso. Ah, eu que sou luz queria tanto ajudá-los, parece que eles estão cegos!
PEIXE: É mesmo, parece que não entendem mais nada. Precisamos fazer alguma coisa.
CORDEIRO: Mas como?... Ah, e se promovermos no ovo e no coelho a conversão?
VELA: Isto é, a mudança de atitude, para que celebrem a Páscoa verdadeira!
TODOS: Yes!!!! 
(BATEM AS MÃOS E COMEMORAM NISSO ENTRA O OVO E O COELHO CONTANDO DINHEIRO E CANTANDO):
OVO: Coelhinho da páscoa, que trazes pra mim?
COELHO: Dinheiro no bolso e cheques sem fim!
(GIRASSOL ENTRA NO MEIO DOS DOIS)
GIRASSOL: Olá amiguinhos, como vocês estão?
COELHO: Estava ótimo, mas agora piorou! êh gentalha!!! (FALA PARA OVO) Lá vem o primo pobre!! 
OVO: Nós estamos bem, só que agora estamos muito ocupados, ocupados em ganhar dinheiro. Ninguém vai nos segurar!!!
GIRASSOL: Venham amigos, agora!!! (OS OUTROS SÍMBOLOS ENTRAM E CERCAM OS DOIS)
OVO E COELHO: Mas o que é isso?
PEIXE: Nós queremos conversar um pouquinho para que vocês entendam uma coisa: queremos que nos escutem!
VELA: Vocês esqueceram o verdadeiro sentido da Páscoa?
CORDEIRO: Vocês não lembram que antes de Jesus ressuscitar, nós todos vivíamos como que presos na escuridão? Longe da luz de Deus e não éramos amigos uns dos outros?
GIRASSOL: A Páscoa que eu experimentei, me fez ser alegre, amigo de todos. Não se lembram do sacrifício de Jesus para que fossemos bons e celebrássemos a vida? Como puderam se esquecer?
COELHO (ENTRISTECIDO E ENVERGONHADO): É eu estou me lembrando... um dia eu também experimentei a vida nova da Páscoa de Jesus!
CORDEIRO: É, você experimentou, mas é preciso renovar esse compromisso com Jesus! A Páscoa que celebramos todos os anos vem nos alertar sobre isso.
OVO: É! É muito bonito tudo isso que vocês falaram, mas não é vocês que passam pelo massacre do Comércio, da televisão, que abusam de nós, nos fazendo quase esquecer da vida nova. É muito difícil resistir às tentações do dinheiro, da vaidade, do chocolate...
GIRASSOL: Mas quem disse que viver a Páscoa é fácil? Vocês esqueceram que Jesus, para ressuscitar, primeiro passou pela cruz e pelo sofrimento?. E assim ele provou que é o filho de Deus, o Salvador. Ele é a verdadeira Páscoa, e Ele deve ser o maior sinal de mudança em nossa vida!
PEIXE: É isso mesmo, vocês precisam se desapegar de todas as seduções que não levam para o caminho de Deus.
COELHO: É, mas pra isso precisaremos de muita ajuda. Quem poderá nos ajudar?
OVO: Ei! (OLHANDO P/ AS CRIANÇAS) Vocês podem nos ajudar!!! Vocês que ganharam ovos de Páscoa agora já sabem que essa comilança de chocolate não é a verdadeira Páscoa e vocês precisam nos ajudar a contar tudo isso para as pessoas.
CORDEIRO: É isso mesmo! Só Jesus é a verdadeira Páscoa!!! Nós que estamos aqui, somos apenas os símbolos, os sinais, para que as pessoas entendam o que é a Páscoa.
COELHO: Ai, me sinto renovado, ainda bem que meus amigos me mostraram a vida nova, por isso eu quero desejar a você uma Feliz Páscoa!!
TODOS: FELIZ PÁSCOA!!!!!!!!

quarta-feira, 20 de março de 2013

Papa Francisco fala com os jovens da Argentina


Em uma surpreendente comunicação telefônica com os jovens reunidos em vigília na madrugada deste 19 de março na Praça de Maio, em Buenos Aires (Argentina), poucas horas antes da Missa de inauguração de seu pontificado, o Papa Francisco pediu que eles cuidassem uns dos outros.
Em sua chamada, ao redor das 05:30h (hora da Argentina), o Santo Padre pediu “um favor: cuidemo-nos uns aos outros. Cuidem-se entre vocês, não se façam mal. Cuidem da vida, cuidem da família, cuidem da natureza, cuidem das crianças, cuidem dos idosos”.
O Papa também os exortou que não haja ódio e que não haja brigas entre os jovens. Deixem de lado a inveja, não lhe ‘tirem o couro’ de ninguém, mas “dialoguem”. 
“Que entre vocês, este desejo de cuidar-se vá crescendo no coração”, pediu o pontífice.
Francisco também agradeceu pelas orações dos jovens reunidos na capital Buenos Aires. “Sei que estão rezando, obrigado pelas orações, eu as necessito muito”, assegurou.
“Obrigado por terem reunido-se para rezar. É tão lindo rezar, porque é olhar para o céu, olhar para o nosso coração e saber que temos um pai bondoso que é Deus”.
O Papa também os chamou a aproximar-se de Deus, pois Ele “é bom, Deus sempre perdoa, Deus compreende. Não tenham medo dele, Deus é Pai, aproximem-se dele”.
“E por favor, não se esqueçam deste Bispo que está longe mas os ama muito, rezem por mim”.
Ao culminar, outorgou-lhes a bênção, “por intercessão de Santa Maria, sempre Virgem, do anjo da guarda de cada um de vocês, do glorioso Patriarca São José, de Santa Teresinha do Menino Jesus, e dos Santos protetores de vocês, que os abençoe Deus Todo-poderoso”.
Fonte: Acidigital

terça-feira, 19 de março de 2013

Confirmada presença do Papa na JMJ Rio 2013


O Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Cardeal Raymundo Damasceno Assis, confirmou que o Papa Francisco viajará ao Brasil em julho para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio 2013.

As declarações do também Arcebispo de Aparecida estão em consonância com o que afirmou dias antes o Arcebispo do Rio que indicou que o Bispo Emérito de Roma, Bento XVI, havia dito que ele ou seu sucessor estariam presentes no grande evento eclesial.
O Cardeal Damasceno, desde Roma onde participou do Conclave, disse em recentes declarações que "tive a oportunidade de falar com o Bergoglio (o Papa Francisco) e me disse que sim vai ao Brasil".
"Eu o conheço muito bem. E trabalhamos juntos em Aparecida. Foi uma grande escola", disse o Cardeal recordando a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe que se realizou nesta cidade brasileira em maio de 2007, onde está o Santuário dedicado à Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida.
No evento, o então Cardeal Jorge Mario Bergoglio foi presidente do Comitê de Redação do documento final que escreveram os bispos e que foi logo enviado ao Vaticano para sua posterior revisão e publicação.
O Cardeal Damasceno comentou também que durante o Conclave o Papa Francisco foi ganhando votos pouco a pouco, embora não fosse um favorito: "Bergoglio veio surgindo. E foi uma bela surpresa", concluiu.
A JMJ Rio 2013 se realizará do 23 ao 28 de julho no Rio do Janeiro e se espera a assistência de uns quatro milhões de jovens de todo o mundo.
Fonte: Acidigital

domingo, 17 de março de 2013

Dinâmica: A Ponte


Objetivo: Vivenciar a prática do limite do outro, do convívio, do compromisso com o outro
Desenvolvimento:
1-      O animador/a pede para que se dividam em 2 grupos e cada um se posicione numa extremidade da “ponte” (pode ser feita de barbante  com 40cm de largura e 1,5m) no chão.
2-      O animador/a explica a dinâmica:  no centro da sala temos uma “PONTE”. De um lado temos um abismo; do outro, uma montanha. Todos deverão passar na ponte sem cair, e isso vale para os dois grupos.
3-      Em cada grupo há: cego, deficiente físico, grávida, casal de idosos, bêbado
4-      Os grupos podem combinar estratégias para ultrapassar a ponte e, depois de feitas as combinações, os grupos fazem o trajeto para atravessa-la.
5-      O animador/a lembra que essa passagem pode ser fácil ou difícil e que neste trajeto encontraremos outras pessoas e precisaremos delas para nos ajudar, precisaremos saber negociar, é como na vida diária.
6-      O animador/a dá o sinal de inicio e as equipes começam ao mesmo tempo seu trajeto
7-      Não pode falar outras palavras além de: cuidado, calma, pense, sem pressa, olhe quem está passando, me ajuda, em frente, não empurra. Pode-se dar as mãos e abraçar.
8-      Ao termino da dinâmica propor uma reflexão que pode conter os seguintes pontos: O significa a ponte? Você ajudou outras pessoas a passarem; É necessário respeitar o outro para conviver? Quem ajudou e atrapalhou? Na família e na sociedade estas pessoas existem? Quem são?

terça-feira, 12 de março de 2013

De onde te vem a existência?

“Considera de onde te vem a existência, a respiração, a inteligência, a sabedoria, e acima de tudo, o conhecimento de Deus, a esperança do reino dos céus e a contemplação da glória que, no tempo presente, é ainda imperfeita como num espelho e em enigma, mas que um dia haverá de Sr mais plena e mais pura. Considera de onde te vem a graça de seres filho de Deus, herdeiro com Cristo e, falando com mais ousadia, de teres também sido elevado à condição divina. De onde e de quem vem tudo isso?

Ou ainda – se quisermos falar de coisas menos importantes e que podemos ver com os nosso olhos – quem te concedeu a felicidade de contemplar a beleza do céu, o curso do sol, a órbita da lua, a multidão dos astros e aquela harmonia e ordem que se manifestam em tudo isso como uma lira afinada?
Quem te deu as chuvas, as lavouras, os alimentos, as artes, a morada as leis, a sociedade, a vida tranquila e civilizada, a amizade e a alegria da vida familiar? [...] Quem te constituiu senhor e rei de todas as coisas que há na face da terra? [...] Porventura não foi Deus? Pois bem, agora, o que ele te pede em compensação por tudo, e acima de tudo, não é o teu amor para com ele e para com o próximo? Sendo tantos e tão grandes os dons que recebemos ou esperamos dele, não nos envergonharemos de não lhe oferecer nem mesmo esta única retribuição que pede, isto é o amor? E se ele, embora sendo Deus e Senhor, não se envergonha de ser chamado nosso Pai, poderíamos nós fechar o coração aos nossos irmãos?
De modo algum, meus irmãos e amigos, de modo algum sejamos maus administradores dos bens que nos foram concedidos pela graça divina, a fim de não ouvirmos a repreensão de Pedro: “Envergonhai-vos, vós que vos apoderais do que não é vosso; imitai a justiça de Deus e assim ninguém será pobre”.
Não nos preocupemos em acumular e conservar riquezas, enquanto outros padecem necessidade, para não merecermos aquelas duras e ameaçadoras palavras do profeta Amós: “Tomai  cuidado, vós que andais dizendo: ‘Quando passará o mês para vendermos; e o sábado para abrirmos nossos celeiros?” (cf. Am 8,5)
Imitemos  aquela excelsa e primeira lei de Deus, que faz chover sobre os justos e os pecadores e faz o sol igualmente levantar-se para todos; [...] que põe tudo em comum, à disposição de todos eles, com abundância e generosidade, de modo que nada falte a ninguém. Assim procede Deus para com as suas criaturas, a fim de conceder a cada um os bens de que necessita segundo a sua natureza e dignidade, e manifestar a todos a riqueza da sua bondade”.
São Gregório de Nazianzo - século IV

sexta-feira, 8 de março de 2013

'Pobres ainda são esmagados pela injustiça', diz ex-assessora de Arns


Quando começou a trabalhar na Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, em 1972, Margarida Genevois falou para a família e amigos de casos de tortura e de desaparecidos da ditadura. Encontrou desinformação e desconfiança.
"Eu contava e ninguém acreditava, diziam que era imaginação. Até meu marido acreditava meio desconfiado", relembra às vésperas de fazer 90 anos: "Tomei conhecimento das coisas horríveis que se passavam nas prisões, das barbaridades. Mas a classe média é meio protegida das desgraças da sociedade."
Em seu apartamento em São Paulo, onde mora só, ela recorda que a comissão "era um dos poucos lugares que apoiavam os perseguidos. Eu recebia pessoas que estavam desesperadas, muitas tinham saído de prisões e estavam profundamente marcadas por aquilo tudo. É horrível perder um pai, um irmão que desapareceu feito fumaça no ar".
Da Cúria, as pessoas eram encaminhadas a advogados, médicos, psiquiatras: "Havia médicos que não atendiam. Mas alguns foram formidáveis, arriscaram a carreira. O tempo era duro, mas sempre tinha alguém que dava ajuda por debaixo do pano. Ou auxiliava a pessoa a deixar o país. Muitos não podiam ficar porque seriam mortos."

No início dos anos 1970, a ditadura mostrava sua face mais brutal. Foi quando d. Paulo Evaristo Arns, arcebispo de São Paulo, organizou a Comissão de Justiça e Paz, que acolhia opositores do regime, denunciava torturas e buscava por desaparecidos.
Margarida trabalhou com Arns por 25 anos, presidindo a comissão por três vezes. "O bem que d. Paulo fez não é bastante reconhecido. Quem trabalha com ele cresce."
E como ela foi parar na Cúria? "Eu fazia parte da Ação Católica. Dom Paulo formou a comissão e só tinha homem. Mas, pelo estatuto, tinha que ter uma mulher", recorda.
Indicada, ela conta que o trabalho aumentou quando ditaduras se implantaram no Chile, Argentina e Uruguai. Cidadãos desses países pediam ajuda à comissão. "A Cúria ficava cheia de gente. Sabiam que d. Paulo acolhia. Precisávamos arranjar roupa, lugar para dormir, trabalho, apoio moral. Estavam em péssimo estado, muitos só com a roupa do corpo", relata.
Atuando como embaixadora da comissão, todo ano ia à Europa obter dinheiro para o trabalho junto a ONGs ligadas à igreja: "Eu ia à França, Alemanha, Holanda. D. Paulo era muito cotado por lá. Todo mundo sabia que ele era um cardeal aberto, progressista. Viajava com uma carta dele e era bem recebida".
O marido Lucien se preocupava: "Ele vivia com medo, dizia que eu iria ser presa. Mas me dava total liberdade. A maior parte das coisas que eu fazia ele nem sabia".
Lucien, francês, foi diretor da Rhodia. Eles se conheceram numa excursão de trem a Minas. Ficaram 35 anos juntos (ele morreu em 1986). Logo após o casamento (1944), foram morar em Campinas.
Lá a multinacional francesa montou uma usina de cana de açúcar. Em plena guerra, ela precisava de álcool que não podia ser transportado por navio do Nordeste por causa do perigo alemão.
Na fazenda moravam 2.500 pessoas. Margarida notou que a mortalidade infantil era alta: "Os colonos eram paupérrimos. O médico dizia: não tem doença, é fome. As mães não sabiam cuidar das crianças. Depois do parto colocavam teias de aranha ou excremento de vaca nos curativos. O tétano vinha em dias".
Para mudar essa situação, ela criou um curso de puericultura, uma pequena creche (os berços eram feitos com caixas de cebola pintadas de azul) e fez um jornal para as mulheres. Ensinou o que aprendera no curso de enfermeira de guerra: "Vi na fazenda que não adianta dar as coisas --tem que educar".
A iniciativa foi um sucesso, reduziu as mortes de crianças. É desse tempo de fazenda, em que viveu 22 anos, que Margarida tem uma das recordações mais emocionantes: "Chegou lá no posto de puericultura um rapaz com um recém-nascido moribundo, olhos fundos, sem respirar direito. Havia uma tempestade e estávamos completamente isolados, a estrada interditada. Nem se podia telefonar. Tratei o bebê do meu jeito, fiz tudo que sabia, dei injeção. No dia seguinte a criança não tinha morrido. Levei-a ao pediatra de minhas filhas e ele me disse: 'A senhora salvou essa criança'. Isso não tem preço. Foi um ponto alto na minha vida".
O marido se aposentou e a família (quatro filhos) veio para São Paulo. Foi quando entrou na Comissão de Justiça e Paz. Na sala, Margarida mostra fotos em passeatas, congressos, visitas ao Carandiru, Araguaia, Serra Pelada.
De uma família de notáveis advogados, Margarida Bulhões Pedreira Genevois nasceu no Rio em 10 de março de 1923: "Minha mãe achava que moça de família não devia ir para a faculdade". Na juventude fez biblioteconomia, estudou literatura francesa. Aos 45 anos foi aluna de Fernando Henrique Cardoso no curso de sociologia e política.
Quem mais sofre com a falta de direitos humanos? "Os pobres têm mais necessidades, estão mais esmagados pela injustiça. Você percebe isso na rua. Alguns quase pisam em cima, têm desprezo pela pessoa. É cada um por si e os outros que se danem. Precisamos mudar essa atitude."
Margarida diz que na classe média há muito "desprezo pelo mais pobre". A relação patroa-empregada é um exemplo. Em algumas partes do país, ainda há o pagamento de trabalho por comida: "Não respeitam o salário mínimo, o horário de trabalho".
Qual é o segredo para estar tão bem aos 90? "Trabalho muito [como voluntária em ONGs de direitos humanos] e faço o que eu gosto. Também me cuido. Faço ginástica, senão os ossos enferrujam.
Eleonora de Lucena - Folha.uol.com.br

quarta-feira, 6 de março de 2013

“Vocações diversas para uma grande missão: Somos todos responsáveis!”


Exultamos de alegria 
e as nossas vozes se elevam em ação de graças 
por mais este dom da graça do Senhor.

No último fim de semana, 1, 2 e 3 de março, aconteceu na, Diocese de Oliveira, o I Congresso Vocacional com as pastorais afins, assessorado pelo Pe. Valdecir Ferreira, assessor da CNBB para a pastoral vocacional, e contando com a participação de cerca de 150 pessoas de toda a Diocese, membros de diversas pastorais, dando-nos a oportunidade de refletirmos em conjunto sobre a responsabilidade que nos cabe de cultivar vocações.
Esteve conosco durante todo o Congresso o nosso Bispo, Dom Miguel, que em sua fala nos disse, citando São João Bosco que “não faltam vocações á Igreja”, pois, o Senhor sabe as necessidades, talvez falte algo de nossa parte, no empenho, no testemunho...
Foi-nos apresentada, pelo Pe. Valdecir, a grande necessidade de se criar uma pastoral de conjunto, que procure compreender e se aproximar da juventude, com seu modo sempre novo e criativo de viver e se expressar!
“Somos todos responsáveis”, foi parte do tema proposto, do qual surgiu a pergunta “será que somos conscientes desta responsabilidade?”
O nosso querido Beato João Paulo II nos lembra que “a pastoral vocacional, longe de ser algo acidental ou facultativo na Igreja é muito pelo contrário, indispensável na vida íntima dessa mesma Igreja e na construção do Reino, pois, é a Pastoral Vocacional que gera seus construtores”.
A semente foi lançada, estamos lutando para regá-la e esperamos ansiosos que o Senhor faça crescer!
Ir. Maria Elisângela, OMJ



segunda-feira, 4 de março de 2013

Por que as pessoas sofrem?


Dona Antonia estava trabalhando em seu jardim quando se aproxima uma linda garotinha e lhe diz:
- Vó, por que as pessoas sofrem?
- Como é, minha neta?
- Por que as pessoas grandes vivem bravas, irritadas, sempre preocupadas com alguma coisa?
- Bem, minha filha, muitas vezes porque elas foram ensinadas a viver assim.
- Vó...
- Oi
- Como é que as pessoas podem ser ensinadas a viver mal? Não consigo entender. Na minha escola a professora só me ensina coisas boas.
- É que elas não percebem que foram convencidas a ser infelizes, e não conseguem mudar o que as torna assim. Você não está entendendo, não é, meu amor?
- Não, Vovó
- Você lembra da estorinha do Patinho Feio?
- Lembro.
- Então... o Patinho se considerava feio porque era diferente. Isso o deixava muito infeliz e perturbado. Tão infeliz, que um dia resolveu ir embora e viver sozinho. Só que o lago que ele procurou para nadar havia congelado  e estava muito frio. Quando ele olhou para o seu reflexo no lago, percebeu que ele era, na verdade, um maravilhoso cisne. E, assim, se juntou aos seus iguais e viveu feliz para sempre.
- O que isso tem a ver com a tristeza das pessoas?
- Bem, quando nascemos temos a natureza de cisne, mas, muitas vezes, somos levados a acreditar e viver como patinhos tentando aceitar o que os outros dizem que está certo ou é melhor para nós. Então, passamos muito tempo tentando virar patos.
- É por isso que as pessoas grandes estão sempre irritadas?
- É por isso! Viu como você é esperta?
- Então, é só a gente perceber que é cisne que tudo dará certo?
- Na verdade, minha querida, encontrar a nossa verdadeira imagem não é tão fácil assim. Você lembra o que o cisnezinho precisava fazer para poder se enxergar?
- O que?
- Ele primeiro precisou parar de tentar ser um pato.
- E como se faz isso?
- Parando de tentar ser quem a gente não é. Depois, ele aceitou ficar um tempo sozinho para se encontrar.
- Por isso ele passou muito frio, não é, vovó?
- Passou frio, fome e ficou sozinho no inverno.
- É por isso que o papai anda tão sozinho e bravo?
- Não entendi, minha filha?
- Meu pai está sempre bravo, sempre quieto com a música e a televisão dele. Outro dia ele estava chorando no banheiro... Vó, o papai é um cisne que pensa que é um pato?
- Em parte, todos nós somos querida.
- Ele vai descobrir quem ele é de verdade?
-Vai, minha filha, vai. Mas quando estamos no inverno, não podemos desistir, nem esperar que o espelho venha até nós, para revelar nossa verdadeira imagem. Temos que ser humildes e procurar ajuda até encontrarmos.
- E ai viramos cisnes?
- Nós já somos cisnes. Apenas temos que deixar que o cisne venha para fora e tenha espaço para viver e para se manifestar.
O rosto da menina se iluminou e ela se virou depressa para ir embora. A vó preocupada perguntou:
- Aonde você vai minha querida?
- Vou contar pro papai o cisne bonito que ele é!