Nos Jogos Paralímpicos 2016,
no Rio de Janeiro, o Brasil será representado na esgrima por uma mulher que há
cerca de 14 anos teve que tomar uma decisão que mudaria a sua vida:
disse não a um aborto para
salvar sua filha, mas, por conta de uma doença, ficou paraplégica. Trata-se da
esgrimista Mônica Santos tetracampeã brasileira e bicampeã das Américas.
Aos 18 anos, descobriu
que estava grávida do primeiro filho. Mas, à alegria da maternidade seguiu-se
outra notícia preocupante. Mônica foi diagnosticada com um angioma medular.
“Tive
um angioma medular durante o segundo mês de gestação e os médicos queriam que
eu interrompesse a gravidez para poder operar”, contou a atleta em uma
entrevista à Gazeta Esportiva.o invés de interromper para voltar a andar – recordou –, eu optei em ter a
nenê e só depois fazer a cirurgia”.
A
decisão de Mônica de fazer a cirurgia após o parto poderia acarretar sérios
riscos à sua saúde, inclusive de ficar tetraplégica. Mesmo consciente dessa
possibilidade, optou pela vida de sua filha, Paola, hoje com 13 anos.
“Eu
poderia ter ficado tetraplégica, mas acho que Deus compensou por eu não ter
matado a sementinha que tinha em mim e fiquei paraplégica”, disse.
Ao
declarar ter se tornado cadeirante “por opção”, Mônica comentou ao site do
Globo Esporte que “o fato é que eu queria ter um bebê, ali era uma vida, e eu
não queria tirar aquela vida. Acho que era um ser humano desde o momento que
estava ali batendo o coraçãozinho”.
Antes
mesmo da gravidez e da descoberta da doença, Mônica Santos já praticava
esportes. Depois que ficou paraplégica, não deixou sua vida de atleta de lado e
buscou esportes que pudesse praticar.
“Quando
andava, fazia futebol amador e não conhecia a esgrima”, contou à Gazeta
Esportiva. “Após a lesão – continuou –, comecei no basquete e fui apresentada
ao jogo de espadas procurando esportes adaptados”.
Na
esgrima, logo começou a trilhar seu caminho e, em um ano, foi convocada para a
seleção brasileira, firmando-se, em seguida, como principal atleta. Vieram as
conquistas nacionais e internacionais e, agora, está focada na Paralimpíada. Ao
seu lado sempre esteve presente a sua maior medalha, Paola, o que não será
diferente no Rio de Janeiro.
“Vai
torcer bastante por mim. Hoje sou mais feliz do que quando eu andava, dou valor
para outras coisas”, garantiu a atleta.
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