quarta-feira, 16 de maio de 2012

Dons e carismas

O carisma é concedido por Deus a determinado vocacionado ou vocacionada em vista da edificação da Igreja e do bem de todo povo de Deus. Trata-se de um dom que tende a se identificar com a vocação da pessoa chamada a responder às necessidades da realidade histórica onde ela encontra-se inserida (cf. 1Cor 7,7). Segundo o documento conciliar Lumen Gentium, o carisma é uma graça especial com a qual o Espírito Santo capacita a pessoa para assumir diversas funções, úteis para a renovação e expansão da Igreja. (cf. LG 12).
Encontramos no Antigo Testamento muitos exemplkos de vocacionados e vocacionadas carismáticos que foram escolhidos por Deus para servir o seu povo. Os mais conhecidos foram: Moisés, Josué, Samuel, Déboda, Ester e os profetas. Todos foram guiados pelo Espírito Santo para realizar uma determinada missão, sempre em vista do bem do povo de Deus.
No Novo Testamento vemos a ação do Espírito Santo nos apóstolos que testemunharam e anunciaram a Boa Notícia de Jesus Cristo morto e ressuscitado (cf. At 2,4.8-11). Nas cartas de Paulo, o termo carisma recebe diferentes signficados. Paulo fala de "dom da redenção", "libertação da morte", e especialmente designa as manifestações do Espírito Santo na formação e nas atividades da Igreja (cf. Rm 5,15-16; 2Cor 1,11). Na carta aos Efésios, o apóstolo destaca a grande variedade de carismas e a liberdade de Deus em distribuí-los (cf Ef 4,11). Nas cartas pastorais, os carismas aparecem vinculados aos serviços da comunidade e sua comunicação se dá mediante a imposição das mãos (cf. 1Tm 4,14; 2Tm 2,6).
O carisma autêntico tem sempre um alcance social e comunitário. Nunca se dá só em benefício da pessoa que o recebe, mas de toda a Igreja (cf. LG 5b). Por esta razão, todo carisma comporta uma missão e tarefa na comunidade.
Em geral, quando utilizados com humildade e estilo evangélico, os carismas embalam o amor de quem se vê agraciado por Deus. O carisma ajuda a pessoa carismática a cumprir as exigências da própria vocação e a chegar à santificação. Desta maneira, o carisma também pode ser transmitido e estender-se a um grupo, o qual poderá criar uma determinada tradição.
Quando refletimos sobre os carismas, percebemos que o mais importante não é  a aparência ou a grandiosidade dos fenômenos. O que realmente importa é o seu caráter de serviço e utilidade à comunidade. São Paulo elaborou uma lista de dons suscitados pelo Espírito Santo, ressaltando o caráter funcional deles: exortar, consolar, servir, ensinar, dirigir, assisitr e governar (cf. 1Cor 12,7; Rm 12,5-8). E observa que o amor é o maior de todos os dons (cf. 1Cor 13,1-13). Segundo São Paulo, o carisma nasce do Espírito e conserva sempre uma íntima relação com Ele. Por isso, o carisma não deve ser reduzido a uma simples qualidade humana desvinculado da caridade.
pe. Gilson Maia, rcj
Fonte: Revista Rogate abril 2012

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