quarta-feira, 19 de outubro de 2016
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
A MISSA TERMINOU, A TUA PAZ TAMBÉM!
O fruto da
eucaristia deveria ser a partilha dos bens. Celebrando uma
missa, deveria parti-la ao meio, tornando-a em duas, em quatro… e assim por
diante. Os nossos comportamentos, porém, são a inversão dessa lógica.
As nossas missas deveriam desmascarar
os novos rostos da idolatria. As nossas missas deveriam nos colocar em crise
todas as vezes que as celebramos. E para evitar as crises deveríamos reduzi-las
ao mínimo possível, a não ser que tenhamos motivos mais sérios.
Elas deveriam desmascarar a nossa
hipocrisia e a hipocrisia do mundo. Deveriam fomentar a audácia evangélica. Não
deveriam servir aos opressores. Dietricht
Bonhoeffer dizia que não pode cantar o canto gregoriano aquele que sabe que um irmão
hebreu foi assassinado. Não se pode cantar o canto
gregoriano quando se sabe que o mundo está deste jeito.
Tantas vezes também nós, dominados
por uma fé flácida, anêmica, fazemos da eucaristia um momento de deleites
prazerosos, morosos, de satisfações extenuantes que enfraquecem a força do
clamor da eucaristia, impedindo-nos de ouvir o grito dos Lázaros que estão
fora, à porta do nosso banquete. Se da eucaristia não brota uma força explosiva
que muda o mundo, que faz nascer o inédito, então é uma eucaristia que não diz
nada.
Se a eucaristia não libera uma força
explosiva que muda o mundo, capaz de oferecer a nós crentes, a nós presbíteros
que celebramos, a audácia do Espírito Santo, a vontade de descobrir o novo que
ainda se encontra presente na realidade humana, é inútil celebrar a eucaristia.
E entre nós existe o novo, não
percebido por muita gente. Bastaria nos lembrarmos dos que não vêm à missa, de
todos aqueles que não conhecem Jesus Cristo. Esta é para nós a novidade: a
praça. Aqui, na praça, deveríamos apresentar o Senhor, com muita coragem. A
eucaristia deveria nos levar até lá onde o povo hoje sofre. Nós, sendo uma
Igreja que ama, uma Igreja que se desespera no desejo de levar um pouquinho de
esperança aos outros, não somos um sinal eficaz, um sinal claro. A missa
deveria nos empurrar para fora. Ao invés de dizer “a missa terminou, ide em
paz”, deveríamos dizer: “a paz terminou, ide à missa”. Porque quando você vai à
missa, termina a sua paz.
As nossas eucaristias deveriam ser
explosões que nos empurram para bem longe. Mas, ao contrário, o Senhor, depois
de cinco minutos, ainda nos vê ali diante do altar.
Você padre, você bispo deve defender
a liberdade do povo exatamente como se tocasse e tutelasse a hóstia consagrada.
Você deve ser luz. Acender o farol do
Evangelho, da Palavra de Deus, do Magistério da Igreja. Seja luz, mas tome
cuidado para que o olho do seu irmão possa ver. Você não deve querer ver por
ele: “feche os olhos e deixe que eu vejo por você!”. Seja luz. Assim devemos
nos comportar em todas as situações, também em nossas propostas morais. Você
deve acender a luz. A consciência pessoal de cada um não pode ser delegada. É
algo único que não pode ser manipulada por ninguém. Nenhum de nós pode impor as
suas decisões à consciência dos outros .
A educação, inclusive aquela cristã,
significa permanecer no limiar para vigiar e indicar, nunca para forçar . Eu
acredito que se nós pastores nos diferenciássemos mais pela defesa da liberdade
de consciência do povo do que pela imposição daquilo que consideramos ser realmente
a estrada certa, a Igreja se tornaria, de fato, a Igreja do Espírito Santo.
Nós pastores devemos cuidar bem para
que, nas nossas comunidades, o povo beba das fontes do Espírito. Quando a
comunidade cresce à luz do Espírito e com a força da eucaristia podemos ficar
tranqüilos porque as pessoas saberão o que escolher.
Um só corpo, um só Espírito. Mas como
isso custa! O nosso compromisso sacerdotal, cristão, não pode ser outro, senão
aquele do crucificado. A lei da cruz é a capacidade de assumir, interpretar e
concluir também cada nosso ato de sofrimento. É a lei da Cruz. Como fez Jesus
Cristo.
Na sua vida existia a lucidez, a clareza, a
firmeza para colocar em prática um projeto-programa, diante do qual Ele nunca
recuou, mesmo quando teve que enfrentar os poderes políticos, os poderes
culturais, os poderes sacerdotais e a pressão dos amigos ou dos familiares .
Certas eucaristias se parecem com os
livros ornamentais das casas, colocados à mostra em cima dos móveis. A sua
força de plenitude não é liberada porque as comunidades não as colocam em
prática.
Esta é a liturgia eucarística: o
desejo de Deus de doar-se. Pois a Ele não bastam as palavras. Ele quer
comunhão. Quanto pudor da nossa parte, impedindo-nos de mostrar para o povo
como esta realidade é grande!
A eucaristia educa para o martírio,
para o testemunho. A vida de Jesus Cristo não foi somente pré-existência. Ela
foi também pró-existência. Ela não só existiu antes, mas existe para. Quem
comunga deveria convidar para o banquete toda pessoa humana. E a Palavra é rica
de propostas: reparta o pão com o faminto, acolha na sua casa quem não tem
teto, vista os que estão nus… Enquanto não libertarmos dos porões toda essa
força explosiva da Palavra de Deus, as nossas comunidades permanecerão
prisioneiras daqueles soníferos feitos de gesticulações e ritos.
A comunidade eucarística, como Jesus,
deve ser subversiva e crítica diante de todas as míopes realizações deste
mundo. Você deve ser um espinho que incomoda quem vive na bem-aventurança das
suas seguranças. Afligir os consolados significa ser voz crítica, consciência
crítica, denunciando o que não está certo. Tantas vezes nós nos tornamos
prisioneiros, acorrentados por um sistema. Nem sempre transmitimos a imagem de
homens livres. Isso não é poesia! Nós, muitas vezes, nos deixamos dominar,
tornando-nos os homens do sistema e não anunciadores das coisas futuras.
A eucaristia é um escândalo que
precisa ser assumido até as últimas conseqüências. A paz do Senhor nos obriga a
sermos subversivos. A Igreja deve assumir toda dor humana, toda fome de
justiça, mesmo de uma só pessoa. A memória eucarística deve evidenciar o
compromisso histórico da Igreja, corpo doado de Cristo, sangue derramado de
Cristo.
sábado, 15 de outubro de 2016
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
CRISTO UMA RESPOSTA DE DEUS AO HOMEM E DO HOMEM A DEUS
Logo que nos deparamos com a frase acima,
nasce quase que automaticamente uma pergunta: como Cristo pode ser ao mesmo
tempo uma resposta de Deus e do homem?
Para tentarmos compreender isso, devemos
nos recordar um pouco do que refletimos nas lições anteriores. Vimos que somos
pessoas amadas, chamadas por Deus à vida e para vivermos em contínua comunhão
(comum-união) com Ele e os irmãos. É a partir desta comunhão que vamos
percebendo o chamado de Deus, para sairmos de nós mesmos e ir ao encontro dos
outros. A partir desta experiência, de perceber o outro em nossa vida, é que
vai se tornando clara a missão, ou seja, o projeto que o Criador nos preparou.
Vimos também que, por causa deste grande
amor de Deus, desde o início da história do homem, existiram pessoas que foram
chamadas a viver este “sair de si” de forma mais intensa e radical; desta forma
é que temos os Patriarcas, Juízes, Profetas etc.
Todas estas pessoas, foram chamadas para
ajudar a humanidade a retomar o projeto de Deus. Só que chegou um tempo onde as
pessoas já não davam mais ouvido a estes enviados de Deus; as pessoas estavam
perdendo o verdadeiro sentido do AMOR
e de uma vivência JUSTA E FRATERNA.
Havia muita desigualdade e injustiça
social, o culto a Deus era mais por costume e obrigação do que uma resposta de
amor, resposta que nasce do conhecimento e de uma experiência de Deus e de seu
amor.
Não podemos dizer que todos agiam assim, e
foi por perceber tal fato que Deus resolveu mandar seu próprio Filho ao mundo.
“Deus amou de tal forma o mundo que
entregou seu Filho único” (Jo 3,16).
Com isto, concluímos que a vinda de Jesus é
a maior resposta do Amor de Deus ao homem, pois Cristo é a plena revelação de
Deus, e é Ele mesmo que nos diz isto:
“Felipe, quem me vê, vê também o Pai” (Jo 14,9).
É através de suas palavras e ações que o
Pai se faz presente. Jesus foi uma pessoa que teve sempre como preocupação
primeira o ser humano; por esse motivo, procurou sempre manter relações
profundas, sinceras e transformadoras com os que encontrava. Todas as narrações
dos Evangelhos nos provam tal coisa; elas nos mostram que Jesus ao lado de
todos aqueles que são oprimidos e esquecidos pela sociedade: como as crianças,
órfãos, doentes, viúvas etc. A todos dispensava especial atenção e procurava,
de todas as formas, reintegrá-los na sociedade.
Entre estes, destacamos a figura das
mulheres. Na época de Jesus, as mulheres eram consideradas ninguém; tinham
poucos deveres sociais e, no que diz respeito aos seus direitos, eram menos
ainda.
Jesus inova e transforma tudo isso, pois
mantém com elas, uma relação de compreensão, aceitação, respeito e inserção na
sociedade.
Podemos perceber isso em várias passagens:
a cura da sogra de Pedro (Mc 1,29-31), a adúltera (Jo 8,1-11), a pecadora (Lc
7,37-50), a hemorroíssa (Mc 5,25-34).
Para conhecermos o projeto de Deus para o
homem e, por conseguinte, para cada um de nós, devemos conhecer mais a pessoa
de Jesus, suas palavras e seus atos, ao mesmo tempo que buscamos segui-lo e
imitá-lo. E o primeiro passo neste caminho é assumirmos plenamente o nosso
compromisso batismal assim como Cristo fez, pois é com o batismo de João que
Jesus inaugura sua vida pública. É através do batismo que se tem a revelação de
sua identidade. “Logo que Jesus saiu da água... do céu veio uma voz: ‘Tu
és o meu Filho amado; em Ti está o meu agrado’” (Mc 1,10-11); é também
uma tomada de consciência e de responsabilidade de sua missão.
Toda sua vida, foi vivida totalmente ao
lado e a favor daqueles que menos tinham, tanto materialmente quanto
espiritualmente. Uma vida que foi um SIM pleno, total ao Pai e aos homens seus
irmãos (2Cor 1,19-20). Desta forma, toda a existência de Jesus, e seu
sacrifício, foram o grande e perene ato de oferta a Deus por todos nós.
Através do amor do Pai, Cristo se
solidarizou conosco até a morte: foi somente por nos amar e também ao Pai, que
realizou a sua vontade.
A
VOCAÇÃO DE TODA PESSOA É SEGUIR E DAR CONTINUIDADE À VOCAÇÃO DE CRISTO
Autor: Irmãs Apostolinas
Perguntas:
- Para
refletir e rezar: Jô 8,1-11 (adúltera); Lc 7,37-50 (pecadora perdoada); Mc
5,25-34 (hemorroíssa); Jo 11,1-14 (ressurreição de Lázaro).
- Por que a vinda de Jesus é a maior resposta do amor de Deus ao homem?
- Qual é a missão, ou seja, o projeto que o Criador nos preparou?
- Quais
são as atitudes mais significativas que você encontra em Jesus?
terça-feira, 11 de outubro de 2016
domingo, 9 de outubro de 2016
Deus chama ao longo da história
É importante saber que a nossa resposta, ao chamado de Deus, está ligada não só ao nosso bem, mas também
ao de muitas outras pessoas.
Lembremo-nos de nossos pais: um dia se
encontraram, se gostaram e começaram um namoro: este gostar foi aumentando até
que um se encheu de coragem e lançou a proposta de casamento.
Deste SIM, que foi trocado por nossos pais,
é que foi possível estarmos vivos. Se por acaso um deles tivesse desistido nós
não existiríamos.
Este é apenas um exemplo da importância de
nossa resposta, frente à vida. Mas no
mundo, existem várias situações que nos chamam (menores, favelados,
desabrigados, etc...) e a nossa resposta pode interferir na sociedade de hoje
mesmo, ou de amanhã; porque a resposta
de hoje, já começa a transformar esta realidade.
Eis o testemunho de algumas pessoas que ao
longo da história, souberam responder SIM
a Deus: um SIM de disponibilidade e compromisso.
“Deixa tua terra, tua família... e vai para
a terra que eu te mostrar; Abraão partiu...” (Gn 12,1-7).
Foi com Abraão que começou a surgir na
Palestina, uma nova consciência e uma nova maneira de se viver a vida humana.
Abraão foi a semente de uma longa caminhada. A resposta dele, fez que seu povo
largasse a terra, os amigos, a cultura e tudo o que envolve as pessoas em um
certo lugar, para ir em busca de uma nova terra (onde havia mais fartura) confiando
somente na promessa de Deus.
“Eu vi a aflição do meu povo e ouvi os seus
clamores... vai, eu te envio... Moisés partiu...” (Ex 3,7).
A partir do SIM de Moisés, um povo todo foi
libertado da opressão e reorganizado como povo de Deus.
Deus quer ser para o seu povo uma presença
libertadora. Ele é a raiz da fé, da esperança e do amor dos pobres e dos
oprimidos. Ele é a fonte de liberdade e da paz.
“Quem hei de enviar? Respondi: ‘Eis-me
aqui, envia-me’” (Is
6,8).
Isaías e Jeremias eram profetas que lembravam
ao povo que era preciso manter e ser fiel à aliança com Deus. Eles, como todos
os profetas, souberam captar a “voz de Deus” escondida no “clamor dos pobres”.
“Não temas, pois encontraste graça junto de
Deus... Eis que conceberás e darás à luz um filho” (Lc 1,30-31).
Maria, ao dar o seu SIM, supera todos os
medos com muita fé e certeza de que Deus não abandona os que agem de boa
vontade e deseja o bem dos pobres. Em Maria, escolhida por Deus, pode-se notar
a presença deste Deus que está no meio dos pobres.
“André encontrou seu irmão Simão e levou-o
a Jesus... Tu és Simão... Tu serás chamado Pedro” (Jo 1,41-42).
Pedro=pedra: base do novo povo. Apesar de
sua inconstância, prova que Deus quer realizar o seu projeto com os homens,
mesmo fracos, mas disponíveis a recomeçar.
“Quem és Senhor? ‘Eu sou Jesus, a quem
persegues. Levanta-te, entra na cidade e te será dito o que deves fazer’” (At 9,5-6).
Em Paulo podemos ver que Deus é capaz de
transformar o mais profundo do homem para uma missão. Ele de perseguidor se
torna apóstolo e isto “por graça”. A experiência da “gratuidade” e do “amor” de
Deus, foram tão marcantes em Paulo que o seu desejo imenso foi o de responder a
este amor se doando totalmente à serviço dos irmãos.
Autor: Irmãs Apostolinas
Perguntas:
- Leia:
Gn 12,1-7; Ex 3,1-15 e 4,1-17; Is 6,1-13; Jr 1,4-10; Lc 1,26-38; Jo
1,40-42; At 9,1-18. Depois procure explicar como e para que Deus chama estas pessoas e a atitude que
tiveram frente ao chamado.
- Com qual chamado você mais se identificou? Por quê?
- Para
você hoje, como e quem Deus chama?
sexta-feira, 7 de outubro de 2016
Recado aos jovens
A juventude é o amanhã
da vida.
Não é um capítulo
separado
do restante da
existência
nem é o prefácio de um
livro.
É a premissa de tudo.
É a semente de onde
brota tudo.
É o alicerce sobre o
qual deve apoiar-se
o grande edifício da
vida.
São vocês mesmos,
jovens,
que estão preparando
suas vidas
para o amanhã.
Se a meia-noite vocês
olharem o nascente,
porque de lá virá a
luz,
vocês olharão por
muito tempo,
e poderão até pensar
que é inútil.
Mas se continuarem
insistindo
e olharem uma segunda,
uma terceira vez,
vocês irão divisar
um raio de luz na
alvorada.
E todo o panorama
circundante se iluminará.
Duas coisas foram
necessárias:
a perseverança em
olhar
e a existência da luz.
Para todas as grandes
coisas
exigem-se lutas
penosas
e um preço muito alto.
A única derrota da
vida
é a fuga diante das
dificuldades.
O homem que morre
lutando é um vencedor.
(Pe. Alberione)
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