quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A flor da honestidade

Uma antiga tradição chinesa conta que, há muitos séculos, um de seus príncipes às vesperas de seer coroado imperador foi impedido porque não era casado. A tradição proibia que um imperador não tivesse esposa; era mau sinal, e traria má sorte para o povo.
Sabendo disso, o jovem resolveu fazer um concurso entre as moças da corte para encontrar sua esposa. Pensou em uma forma de disputa que não discriminasse ninguém, mas que também não desse privilégios. Todas teriam as mesmas chances, dependia de suas qualidades, bastaria se apresentar no dia marcado.
Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiuma uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe. Ao chegar em casa e contar à filha da convocação, espantou-se ao saber que ela pretendia ir à celebração. Indagou incrédula:
- Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tire esta ideia insensata da cabeça.
- Não estou sofrendo e muito menos louca, eu sei que jamais poderei ser escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz.
No dia combinado pra o príncipe lançar o desafio, a jovem foi ao palácio. Lá estavam todas as mais belas moças, com as mais luxuosas roupas e com as mais determinadas intenções. Aproximando-se das candidatas, o príncipe anunciou o desafio:
- Darei a cada uma de vocês uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de 'cultivar' algo, sejam qualidades, costumes, amizades, relacionamentos...
Algumas semanas se passaram e a doce jovem cuidava com muita paciência e ternura de sua semente. Tinha esperança de que a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, transformando-se na mais bela flor já vista. Passaram-se três meses e nada surgiu. A jovem usara de todos os métodos que conhecia, mas nada nasceu daquela semente.
Sentia o seu sonho se afastar cada vez mais, apesarde seu amor continuar crescendo. Os seis meses se passaram e na brotou.
Consicente de seu esforço e dedicação, a moça comunicou à mãe que, independemente das circurstâncias, retornaria ao palácio, na data e hora combinados, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.
Na hora marcada estava lá, com seu vso vazio. Todas as outras candidatas ostentavam lindas flores, das mais variadas formas e cores. Ela estava admirada, nunca havia presenciado uma cena tão preciosa aos olhos.
Finalmente chegou o momento esperado. O príncipe observou cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção.
Após passar por todas, uma a uma, ele anunciou o resultado, indicando a jovem pobre como a sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado.
Então, calmamente, o príncipe esclareceu:
- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar a imperatriz: a flor da honestidade. Todas as sementes que entreguei eram estéreis. A honestidade é como uma flor que tecida em fios de luz, que ilumina quem a cultiva e espalha a claridade ao redor.

Extraído do livro: Parábolas de Sabedoria ed. Paulus

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