quinta-feira, 28 de junho de 2012

O marketing e o serviço pastoral

Neste artigo pretendo abordar como utilizar meios de comunicação para o serviço pastoral, através de técnicas de marketing. A ideia é oferecer um guia aos animadores e animadoras vocacionais mostrando que é possível trabalhar com os meios que estão ao nosso alcance para chegar a uma evangelização mais efetiva. Para tanto, inicialmente gostaria de detalhar um pouco em que consiste um planejamento de marketing e como se constitui os primeiros passos para um trabalho mais eficaz.
A primeira ideia é criar valor para os jovens. É preciso conhecer quem queremos atingir. Conhecer suas necessidades e administrar estar informações.
Como fazer isso?
Que tal começar elaborando um questionário simples e pesquisar informações básicas dos vocacionados e ou vocacionadas como: nome, endereço, profissão, grau de escolaridade, participação na comunidade, presença nas celebrações, interesses nas pastorais etc?
Quanto mais informações você tiver sobre seu público-alvo mais facilidade terá de conquistá-lo.
Se até o momento você ainda não conhece bem sua realidade, sugiro que o faça. Pegue um mapa da região onde você está e comece a trilhar os caminhos por onde pretende começar. Divida por bairros, regiões e zonas nas quais sua paróquia pertence. Analise quais os acessos possíveis até sua capela. Qual o meio de transporte, como é o acesso até a Igreja, quais os horários mais apropriados para as celebrações.

Elaborar estratégia, criar identidade e usar meios de comunicação
O passo seguinte é elaborar uma estratégia de marketing com base nas respostas a duas simples questões: "a quem quero atingir primeiro?". E a outra é: "como posso servir melhor meu público-alvo?".
Partindo dessa estratégia definida, iniciaremos nosso programa de marketing integrado que consiste em preparar uma campanha que transforme esta estratégia em valor real. É preciso criar um serviço e uma identidade de marca para eles.
Um bom começo é despertar nos jovens sua participação voluntária. Criar pastorais da acolhida, despertar e motivar a participação deles para uma Igreja engajada e solidária. Mostrar que eles são importantes. Chamá-los pelo nome, identificá-los a partir de suas necessidades e situá-los tomando como base sua realidade. Desse modo será mais fácil elaborar um programa de promoção que comunique e atinja o objetivo a que se pretende.
O mais difícil neste processo é estreitar a relação entre o jovem e a sua comunidade. O animador e a animadora devem buscar ajuda de outros meios, como a imagem, o som, a mídia impressa e todos os que ele tiver à disposição. Além disso, seu relacionamento com a comunidade precisa melhorar visivelmente, bem como sua capacidade em administrar conflitos.
Pensemos em uma realidade rural, onde não há meios de comunicação ao nosso dispor e faltam ferramentas. Como mencionado acima, o primeiro passo é descobrir quais os meios que temos: rádio comunitária, jornal local, carro de som, gráfica, alto falante da Igreja. Que tal pensar em um programa de rádio semanal? Há muitas formas de se conseguir patrocínio e a parceria é fundamental neste processo.
Já experimentou utilizar o folheto da paróquia junto com o jornal local? Hoje em dia há muitas formas de se fazer parceria encartando o folheto em alguma tiragem especial. Uma caixa de som pode ser adaptada em uma bicicleta, assim como a inserção de mensagens em faixas de tecidos, espalhadas em pontos estratégicos da cidade, podem custar mais barato que um anúncio na capa de um jornal diário. Outra sugestão também seria utilizar o próprio alto falante da Igreja. Criar um momento do dia e anunciar alguma programação da paróquia para despertar expectativas e necessidades, fazendo com que os jovens esperem por aquele momento.
Reunir pequenos grupos a partir dos interesses e objetivos que eles estão buscando na comunidade é uma importante estratégia para gerar engajamento e incentivar a participação na comunidade. Com este objetivo, pode-se utilizar os resultados das pesquisas realizadas junto à comunidade por meio de questionários, como foi indicado no início do artigo. Por exemplo, se um número considerável de jovens tem interesse em aprender sobre Liturgia, por que não oferecer cursos de capacitação para eles nesta área? E não só formar novas lideranças, como também incentivar, acompanhar e distribuir tarefas.
Outro ponto importante é conhecer como se trabalha na paróquia vizinha. Analizar quem trabalha ao nosso lado pode ser interessante. Não significa copiar  o que está sendo feito, mas adaptá-lo a seu modo, de acordo com as necessidades de sua comunidade.
Para não nos esquecermos de quem vive em uma realidade urbana, as estratégias são as mesmas. Muda apenas o método. Ao iniciarmos um trabalho de marketing junto a quem vive em constantes mudanças temos de levar em consideração alguns fatores, como o novo cenário da comunicação integrada de marketing e o domínio das novas tecnologias. Por exemplo, que tal criar um cadastro com os e-mails de todos os jovens que frequentam a paróquia?
Outro ponto é administrar os interesses, que podem ser bem diferentes se vindos de uma classe alta, por exemplo. Neste caso, o esforço é maior, pois nos pede uma atualização constante, linguagem mais elaborada, reciclagem de conteúdos, novos recursos como data show e outros dispositivos eletrônicos. Além disso, é importante garantir responsabilidade e ter eficiência naquilo a que estamos nos propondo realizar.

Jesus é o exemplo
Não podemos nos esquecer que nos apresentou o modelo mais simples do processo de marketing: Jesus. Ele conhecia as pessoas como ninguém, ouvia seus apelos, entendia suas necessidades, administrava informações, elaborava estratégias orientadas para seu público e comunicava uma proposição de valor que não tem preço: a Salvação. Somos seus continuadores. Precisamos criar relacionamentos verdadeiros, recuperar o encanto e promover a Vida.
Tom Viana - Religioso Paulino e sacerdote 
Fonte: Revista Rogate

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