“Para a Igreja, a opção pelos
pobres é mais uma categoria teológica que cultural, sociológica, política ou
filosófica. Deus «manifesta a sua misericórdia antes de mais» a eles. Esta
preferência divina tem consequências na vida de fé de todos os cristãos,
chamados a possuírem «os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus» (Fl 2,5).
Inspirada por tal preferência, a Igreja fez uma opção pelos pobres,
entendida como uma «forma especial de primado na prática da caridade cristã,
testemunhada por toda a Tradição da Igreja». Como ensinava Bento XVI, esta
opção «está implícita na fé cristológica naquele Deus que se fez pobre por nós,
para nos enriquecer com a sua pobreza». Por isso, desejo uma Igreja pobre
para os pobres. Estes têm muito para nos ensinar. Além de participar do sensus
fidei, nas suas próprias dores conhecem Cristo sofredor. É necessário que
todos nos deixemos evangelizar por eles. A nova evangelização é um convite a
reconhecer a força salvífica das suas vidas e a colocá-los no centro do caminho
da Igreja. Somos chamados a descobrir Cristo neles: não só a emprestar-lhes a
nossa voz nas suas causas, mas também a ser seus amigos, a escutá-los, a
compreendê-los e a acolher a misteriosa sabedoria que Deus nos quer comunicar
através deles”. Evangelii Gaudium, 198
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