Um antigo professor do
jornalista recentemente decapitado pelo ISIS, James Foley, afirmou que seu
testemunho de coragem na luta por promover a justiça no mundo inspirou muitos
estudantes de sua universidade.
Em uma entrevista ao
grupo ACI, o professor de jornalismo da Universidade de Marquette, William
Thorn, expressou que Foley estava "ofendido pela injustiça social, a
pobreza e outros problemas relacionados".
"Ele pensava que os
seus documentários sobre os problemas que estas pessoas enfrentam nas zonas
atingidas pela guerra e pelas injustiças, conduziriam à mudança. Essa era toda
a sua agenda. Queria ser jornalista para mudar o mundo", assinalou Thorn.
Em 19 de agosto, o Estado
Islâmico no Iraque e o Levante - conhecido como ISIS ou ISIL – divulgou um
vídeo intitulado "Uma mensagem aos Estados Unidos" que mostrava a
decapitação de Foley. O grupo informou que a execução foi em represália pelos
ataques aéreos norte-americanos contra a sua insurgência militar que assassinou
as minorias religiosas e deixou centenas de milhares de civis deslocados.
Foley tinha 40 anos
quando, em novembro de 2012, foi sequestrado pelos militantes armados enquanto
cobria a guerra civil na Síria.
Em 1996, Foley se graduou
na Universidade Marquette, dirigida pela Companhia de Jesus. Em 2011, Foley
retornou à universidade para falar sobre a sua prisão de 44 dias na Líbia às
mãos dos seguidores de Muammar Gaddafi.
"Foley disse que a
sua prisão na Líbia o fez ser um homem de oração. Lá foi onde aprendeu o valor
de rezar o terço".
"Ele não tinha
medo", recordou o professor. "Seu coração estava com as pessoas que
estavam sofrendo nos povoados, com os que estavam sendo bombardeados, com os
que não tinham comida nem água limpa. Esse era seu objetivo".
Quando era estudante,
Foley seguiu o conselho da direção da universidade sobre participar de
programas de justiça social. Foley ensinou em uma escola pública de secundária
de Milwaukee e em outros projetos da Companhia.
"Disse-me: 'Não me
dava conta do quanto eu era privilegiado até que me envolvi nessas atividades.
Então decidi fazer algo a respeito'", relatou Thorn.
“Foi Marquette o que
realmente fortaleceu a sua fé”, continuou o professor. “E foi na oração onde
ele encontrou a confiança e foi capaz de sobreviver à prisão. Não estava
realmente preocupado em voltar”.
Para Thorn, a morte de
Foley foi “brutal” e “não deveria ter ocorrido”.
O professor explicou que
a vida de serviço de Foley é um
exemplo de como Marquette espera que seus estudantes se envolvam no exercício
social e “convertam-se em pessoas ao serviço de outros”.
Em 2011, Foley escreveu à
revista da universidade sobre a sua prisão na Líbia e a sua gratidão pela
oração que recebeu de muitos:
“Se nada mais, a oração
foi o pagamento que permitiu a minha liberdade, uma liberdade interior antes e
depois do milagre de ter sido libertado durante uma guerra na qual o regime não
tinha nenhum incentivo real para nos libertar”, escreveu o jornalista. “Não
tinha sentido, mas a fé o fez”.
Fonte: Aci Digital
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