quarta-feira, 10 de junho de 2015
segunda-feira, 8 de junho de 2015
Encontro Catequese - QUEM SEMEIA SEMPRE (A)COLHE
Duração: 50 min.
Materiais:
-
Pintura “O Semeador” de Albin Egger-Lienz impressa ou
projeta-da
-
Bíblia
-
Réplicas da ilustração, em forma de postais
-
Canetas
-
Sementes e canteiro (opcional)
Objetivos:
o
Observar atentamente a ilustração como alegoria da nossa
vida;
o
Refletir sobre o acolhimento que faço à Palavra de
Deus;
o
Desafiar à adoção de um coração “boa terra”.
DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
EXPERIÊNCIA
HUMANA
(15 min.)
Convidar a observar a ilustração.
Explorar: O que
esta pessoa está a fazer? Já fizeram isto alguma vez? Como é que foi? Que
instrumentos precisaste? E a terra onde se deita a semente também precisa de
cuidados? E
as sementes germinam sempre? O que é preciso para que cresçam e dêem fruto? Mas, a imagem mostra que o semeador não está sozinho… Quem
apa-rece mais? As aves, os pássaros. O que querem eles fazer? Que cuida-dos
deve ter, então, o semeador? Se o catequista considerar
oportuno, prepare um pequeno canteiro onde as crianças possam semear alguns grãos
e cuidar deles ao longo das próximas semanas: regar, espantar as aves, afastar
as ervas, identificar as sementes e os frutos que daí advierem, etc.
PALAVRA (15
min.)
-
Ler, a partir da Bíblia, a passagem Mateus 13, 1-9
Explorar: O que aconteceu ao semeador? Em quantos tipos de terra caiu a semente? Será que
esta semente pode significar outra coisa? O quê? As
sementes eram de que tipo?
Explicar de forma semelhante a: A semente que o
semeador lança podem ser os pedidos que Jesus nos faz, na oração. Para os
conhecermos, precisamos de Lhe perguntar “O que queres de mim, Jesus?”. Quando
uma pessoa ouve a Palavra de Deus e não compreende, chega o maligno (alguém ou
alguma coisa que nos distrai, que parece mais interessante do que Jesus) e toma
conta do que foi semeado no seu coração. Este é o que recebeu a semente à beira
do caminho. Se alguém recebeu a semente
em sítios pedregosos, é porque até ouve a Palavra e a acolhe num momento com
alegria, mas não mantém o interesse e a semente não ganha raiz. É inconstante (começa
a faltar à catequese e à Missa, desobedece aos pais e ao professor, mente, diz
mal e não ajuda o seu amigo,…); se vier a tribulação, a perseguição, as dificuldades
por causa da Palavra, desiste e afasta-se de Jesus. O que recebeu a semente entre espinhos é o que
ouve a Palavra, mas a preguiça, a falta de vontade e os convites para outras
atividades levam a melhor e, por isso, não produz fruto; gosta de Jesus mas não
é capaz de dizer não a outras tentações para estar mais tempo com Ele. E aquele
que recebeu a semente em boa terra é o que ouve a Palavra de Deus e a
compreende, escolhendo o que está certo no tempo adequado. Esse dá
fruto e não se afasta de Jesus. Podemos perguntar tipos de sementes existe.
Cada um de nós é chamado a receber a Palavra de Deus e a ser um tipo de
sementinha. Na Igreja há vários tipos de sementes (estados de vida): o ser
padre, o ser consagrado ou ser casado. O ser padre ou ser casado todos sabemos
o que é. Os consagrados são todas as mulheres e homens que dedicam
exclusivamente as suas vidas a adorar a Deus e a servir os irmãos, e que, por
isso, são tratados por Irmãs e Irmãos. Mostrar o desenho com os vários estados
de vida.
Canto à escolha
Concluir: Qual foi a intenção de Jesus ao contar esta parábola à
grande multidão que o cercava à beira-mar? Vamos recordar os significados de
cada um dos tipos de terreno apresentados?
Desafiar: Qual é o meu tipo de coração? Qual tem sido a
minha reação ao que Jesus me pede? Será que Lhe
pergunto o que Ele quer de mim? Que tipo de sementinha é que Ele me
chama a ser? Os rapazes a serem padres e a servirem a Igreja com coragem e
força? As meninas a serem Irmãs totalmente dedicadas a Deus? O meu coração tem estado duro e fechado à Palavra de Deus? Qual tem sido
a minha reação quando aparecem outros convites e já tenho um compromisso com
Jesus? Tenho
mudado de atitude na minha vida? Como? Que tipo de terra quero ser? Porquê? O
que posso fazer para que assim aconteça?
Olhando a imagem
Para que a
semente lançada pelo semeador, que é Deus, possa nascer no nosso coração, temos
de ter uma atitude interior de escuta. Devemos olhar o nosso coração,
ouvir o que o Senhor tem para nos dizer e compreender. Mesmo perante os
obstáculos e dificuldades, mesmo perante os momentos de Cruz, devemos entender
a alegria que o Senhor tem em semear no nosso coração, todos os dias e em todos
os momentos. Mas, se não formos capazes de Lhe abrir o coração, então não O
poderemos ouvir e compreender…
EXPRESSÃO DE FÉ (20 min.)
Distribuir o postal
com desenho do semeador a cada um dos catequizandos, bem como as canetas.
Convidar a rezar
a Jesus, a fechar os olhos, a olhar para o coração e a perguntar que tipo de
sementinha é que Jesus me chama a ser. Como é que as meninas se imaginam
no futuro? Irmãs consagradas ou casadas? E os rapazes? Bons maridos, frades ou
padres? Depois, no verso da postal, desenhar aquilo que ouviu
ou sentiu Jesus a dizer-Lhe. Aquilo que Ele nos diz é que nos faz boa
terra. Escrever ainda uma característica que deve melhorar para se tornar terra
boa.
O catequista
pode ler de cada vez pequenos trechos da oração, pausadamente, e convidar o grupo
a repetir, depois dele:
ORAÇÃO
Senhor
Jesus, hoje agradeço-Te por esta parábola que escutamos. Quero fazer da minha
vida terra boa, onde a Tua semente possa dar muito fruto. Ajuda-me a ser melhor
(dizer para si a característica em que pensou) para me tornar essa terra boa
onde a Tua semente dá muito fruto. Quero também escutar-Te no meu coração, na
oração do dia-a-dia e perguntar-Te: Jesus, que tipo de semente queres que eu
seja?
Jesus,
entrego-Te a minha vida!
COMPROMISSO
Entusiasmar a
levar o postal para casa e a tê-lo num local visível, de modo que, na oração
pessoal diária, pergunte a Jesus que tipo de sementinha Ele quer que seja e
peça ajuda a Jesus para melhorar a característica que apontou, a fim de se
tornar terra boa onde a Sua semente dê muito fruto.
Fonte: SAV Diocese de Braga - Portugal
sábado, 6 de junho de 2015
Deus Pai, fonte
de toda a santidade,
envia novas vocações à Tua Igreja,
Servidores generosos
da humanidade ferida,
Evangelizadores
entusiasmados e corajosos,
Pastores santos,
que santifiquem o Teu povo
com a palavra e os sacramentos
da Tua Graça,
Consagrados que mostrem
a santidade do Teu Reino,
Famílias tocadas pela Tua beleza,
para que, pelo Teu Espírito Santo,
comuniquem a salvação de Cristo
a todas as pessoas da Terra.
Amém.
quinta-feira, 4 de junho de 2015
O desafio de encarnar os sonhos
Para
decidir com responsabilidade
A vida não é uma
nave tranquila que desliza sozinha ao porto da felicidade. Cabe a
ti, em todo momento, tomar seu leme com a responsabilidade de definir a rota.
A ti toca decidir que experiência de
amor vais fazer, como afrontar os dias de solidão, que tipo de felicidade vais
buscar, que sentido darás a teus fracassos, como investir tuas qualidades em
benefício da vida de todos.
Inclusive quando cruzas os braços e te
deixas levar pela corrente, não deixas de ser tu o responsável de tua vida.
Muitos poderão te ajudar, porém nenhum te substituirá no arriscado desafio de
viver.
Tu és, em todo momento, o protagonista
de teu futuro. Nas escolhas e decisões de cada dia estás traçando
progressivamente teu rosto de amanhã. Nas amizades e simpatias que alimentas,
em tua maneira de estar atento às necessidades dos outros, ou como te esforças
na escola ou olhas o trabalho, na maneira como utilizas teu tempo e as coisas,
nos sonhos que cultivas, em tudo isso estás escolhendo teu projeto de vida.
Teus dias são um valioso laboratório no qual realizas a fórmula de uma vida bem
orientada.
É importante, então, que assumas tuas
decisões e respondas estas perguntas: te sentes verdadeiramente como a primeira
pessoa responsável de teu futuro? Qual é o projeto de homem ou mulher pelo qual
estás apostando tua vida?
Um exemplo de vida - Para não se contentar com a mediocridade
Carlo Urbani não era famoso. Os
refletores da opinião públicos nunca se preocuparam de enfocá-lo. Ou, talvez,
tenha sido ele que nunca os tenha procurado. Pensava em seu trabalho. Mesmo que
“trabalho”, provavelmente, não seja a palavra adequada. Era médico.
E morreu exercendo sua missão de médico, atacado por um vírus que ele mesmo foi
o primeiro a descobrir, um “veneno” que se chama SARS (Severe Acute Respiratory
Syndrome).
Ele não tinha uma clínica, tinha muitas.
Havia trabalhado em Médicos sem Fronteiras, em lugares do mundo onde uma
seringa esterilizada é uma valiosa conquista. Foi o Presidente da Associação, e
em nome dela recebeu o prêmio Nobel da paz, em 1999. Logo passou para a
Organização Mundial da Saúde, onde se dedicou a coordenar a área do sudeste
asiático, com sede em Hanói, Vietnã.
Trabalhava muito, e em silêncio: “Não
devemos ser egoístas, necessitamos pensar nos demais”, escreveu na última carta
à sua esposa Giuliana. Somente aos amigos contava das suas experiências, dos
relatos dos lugares que havia visto, a batalha cotidiana e quase infrutífera
contra as enfermidades mais banais. E quando voltava para casa, em
Castelplanio, nas montanhas da província de Ancona (Itália), escrevia o boletim
da paróquia. “Ele era assim” – contou o pároco, Dom Mariano – “apresentava os
informes oficiais dos congressos da Organização Mundial da Saúde, e logo
encontrava tempo de escrever em nosso jornal paroquial, ou se oferecia durante
meio dia para contar às crianças do catecismo como viviam as crianças pobres do
mundo”.
Sua vida encontra-se resumida entre duas
datas: 19 de outubro de 1956 - 29 de março de 2003. Quarenta e sete anos
de vida em plenitude!
Se não tens um sonho não vives plenamente
Em uma das cartas que Carlo escreve a um
dos seus irmãos é possível captar toda a riqueza e a força de sua
personalidade, de seus ideais de vida.
“Cresci acreditando que poderíamos
realizar nossos sonhos e agora eu creio haver conseguido. Meus sonhos se tornaram
minha vida e meu trabalho. Meus anos de trabalho me permitiram de viver hoje
perto dos problemas, aqueles mesmos que sempre me interessaram e inquietaram.
Esses problemas vieram a ser os meus, porque sua solução constitui o desafio
cotidiano que devo superar. Meu sonho de tornar a saúde acessível às camadas da
população menos favorecida, tornou-se meu trabalho. Eu educarei os meus filhos
no meio desses problemas, acreditando que eles se tornarão plenamente
conscientes dos grandes horizontes que os envolvem e que perseguirão sonhos
aparentemente inacessíveis, como eu fiz”.
Aqui
paro e… penso
§ Carlo tinha um sonho e
queria realizá-lo.
§ Os problemas que Carlo
devia enfrentar se transformaram em desafios para ele.
§ A preocupação de Carlo era
fazer seus filhos verem os grandes horizontes que os rodeiam.
§ A força de Carlo foi
descobrir que alguns sonhos são inalcançáveis somente aparentemente.
ATIVIDADE:
1. Destacar e
comentar frases e palavras significativas do texto.
2. Comentar a vida de pessoas que para
você representam alguém que soube valorizar e realizar seus sonhos.
3. Pesquisar outros textos, poesias,
letra de músicas que falam de sonhos e dialogar sobre o significado de seu
conteúdo.
Fonte: Blog SAV Diocese de Vacaria-RS
terça-feira, 2 de junho de 2015
Andrea Bocelli cantou pela família em Barcelona
O templo expiatório da Sagrada Família acolheu na quinta-feira o concerto do tenor italiano Andrea Bocelli, desta maneira começou a sua turnê mundial chamada “O grande Mistério: O Evangelho da família, escola de humanidade para os nossos tempos” organizado pelo Pontifício Conselho para a Família e que posteriormente seria realizado na Califórnia (Estados Unidos), Canadá e Polônia.
O concerto contou com a colaboração da Orquestra Sinfônica de Vallés, a violinista ucraniana Anastasiya Petryshak e o Coral Polifônico de Puig-reig.
O tenor italiano declarou: “Me sinto privilegiado pela fé e afirmou que também é “um dever preciso para cada um ser testemunha “ativas e alegres da mensagem cristã e divulgá-la tanto quanto seja possível através do exemplo”.
Bocelli recordou: “A interpretação ou a escuta de música sacra pode ser uma forma de oração”. E sobre a família, tema principal de sua excursão, afirmou: “Ela é o principal pilar da sociedade, é a insubstituível escola dos afetos, a instituição crucial para a expressão e a transmissão dos valores cristãos”.
Dom Vincenzo Paglia, presidente do Pontifício Conselho para a Família, não compareceu ao concerto como estava previsto, mas enviou o Pe. Andrea Ciucci da diocese de Milão como seu representante.
“O amor entre o homem e a mulher são imagem da sua Igreja, o Grande Mistério”. Este também é o título da excursão de Bocelli, comentou o Pe. Ciucci.
O Cardeal Lluìs Martínez Sistach, arcebispo de Barcelona, que esteve presente no concerto afirmou por sua parte: “A família surge do matrimônio e é um bem incomparável para o bem-estar da pessoa e da sociedade humana”.
Bocelli também fará uma apresentação da sua turnê “O grande mistério” no Encontro Mundial das Famílias na cidade de Filadélfia, Estados Unidos.
sexta-feira, 29 de maio de 2015
O desapego que quebra grilhões
Quantos grilhões! Estamos atados, sufocados, oprimidos. Transformamo-nos
pouco a pouco em esponjas que só necessitam absorver coisas. Isso nos adoece.
Na realidade, mais que gozar e desfrutar, o que procuramos é possuir. Aí
está o problema. Queremos ser donos das pessoas e das coisas que nos fazem
sentir seguros. Vivemos numa época de tremenda obsessão, de uma avidez
desesperada que constitui o funcionamento da sociedade de consumo. Porque, para
vender-nos coisas, ela precisa que nos tornemos dependentes. Já o conseguiu,
porque a publicidade está cada vez mais elaborada para que sejamos levados a
sair e comprar. Há uma tremenda necessidade de olhar produtos e de comprar
coisas: roupas, telefones, acessórios da internet, elementos de beleza, coisas
para a saúde, objetos para o lar etc. Uma pessoa que não tivesse de trabalhar
passaria todos o tempo fazendo compras, percorrendo shoppings e calçadões
comerciais, e nisso consistira toda a sua vida. Pobre boneco inteiramente
possuído e dominado pelos mecanismos de mercado! Desse modo, alguns tentam
dissimular e ocultar a depressão, angústias, vazios interiores. Por isso mesmo,
a preocupação com o dinheiro é cada vez maior. Nossa paz é avaliada pelo
dinheiro que temos para gastar, ou ao menos pelo dinheiro que poderemos
ter no futuro.
Mas também consumimos afetos e relações humanas. Precisamos de pessoas
que nos deem carinho, que nos escutem, que nos aprovem e dependem de nós. Assim
como possuímos objetos, pessoas para torná-las sua propriedade. Por isso,
quando conseguimos que alguém seja nosso, interiormente sentimos o medo de perdê-lo.
Estaremos sempre dependentes do que faça, procurando detectar se está se afastando
de nós, se deixou de precisar de nós ou se ainda depende de nós.
O DESCANSO INTERIOR
Convença-se. Se continuar buscando na posse das coisas e pessoas a
segurança que não lhe podem dar, você só se cansará e se preocupará cada vez
mais. É um caminho inútil, sem saída. Em contrapartida, na desnudes total,
pode-se descobrir que não há nada que temer, porque o mais necessário não lhe falta, possui-o em
seu interior: “Ó, pois, alma formosíssima
entre todas as criaturas, que tanto desejas saber o lugar onde está o teu
Amado, para buscá-lo e a ele te unires, já te foi dito que tu mesma és o
aposento em que ele vive e o esconderijo onde está escondido. É coisa de grande
contentamento e alegria para ti ver que todo o teu bem e esperança estão tão
perto de ti, que estão em ti, ou, melhor dizendo, que não há maneira de que
estejas sem ele... Deus nunca abandona a alma, ainda que ela se encontro em
pecado mortal... Mas não o vás buscar fora de ti, porque te distrairás e te
cansarás” (São João da Cruz, Cântico
Espiritual, I, 7-8).
Quando se enfrenta até o fundo sua solidão interior, descobre-se que aí
está o Senhor batendo à porta, com toda a força curativa de seu amor divino.
Recebendo esse amor, sentimo-nos dignos, sentimo-nos valorizados de fato,
sentimo-nos reconhecidos de modo gratuito. Dessa forma, deixamos de ser
mendigos exigentes e, nesse caso, poderemos dedicar-nos a dar amor aos outros
sem esperar que nos devolvam algo. Só assim saberemos por fim o que é o amor.
Jesus lhe fez promessas de amor, ofereceu-lhe força interior,
assegurou-lhe sua presença constante, abriu os braços para dar-lhe um abraço
infinito e apresenta-lhe seu coração ferido que é fonte de vida. Por isso,
proponho-lhe uma vez mais que se decida a crescer na amizade com Jesus e que
renuncie a exigir dos homens ou das coisas o que apenas nele poderá encontrar.
Produz uma mudança muito grande quando percebemos que já possuímos aquilo
que mais precisamos, o amor de Deus. Porque, nesse momento, começamos a
sentir-nos donos do mundo sem possuí-lo. Sentimos que tudo é um presente do
Amado, e isso preenche o coração, desde que não desejemos colher as coisas com
que Deus nos brinda e aferrar-nos a elas. As colinas, o céu, a luz, as cores, a
água, tudo é para mim, sem que eu precise torná-los posses minhas: “Para vier a possuir tudo, não queiras
possuir algo em nada” (São João da Cruz, Subida ao monte Carmelo, I 13,
11). Essa é a liberdade interior proposta pelos místicos. Trata-se da
libertação que produz quando se sente que se tem tudo porque se tem a Deus, e
que o resto não é absolutamente necessário, porque é possível adaptar-se a
tudo. Dessa maneira, o coração descansa, já não se fatiga nesse permanente
desespero em busca de possuir coisas ou pessoas como condição para poder ter
paz: “Não cobiçando nada, nada o
fatiga... e nada o oprime, porque está no centro de sua humildade” São João
da Cruz, Subida ao monte Carmelo, I 13, 13).
Victor Manuel Fernández – A força
transformadora da mística p. 23-26
quarta-feira, 27 de maio de 2015
'Estou cumprindo uma missão', diz padre que abriga haitianos em SP
Foram servidos pratos típicos e bebidas
alcoólicas. Bandas e rappers haitianos se apresentaram. O padre Paolo Parise, 48, estava exausto. Completava uma jornada de 16
horas sem descanso. E ainda teria que ajudar a equipe, composta por cerca de 50
funcionários e outros três padres, a limpar o salão da festa, onde têm dormido
quase duas centenas de refugiados.
O número tende a aumentar. O governo
Tião Viana (PT), do Acre, anunciou, no início da semana, que quase mil
imigrantes viajariam a SP. O prefeito Haddad (PT) e o
governo Dilma (PT) dizem que não foram avisados. O município
afirmou que procuraria um abrigo. O governo federal suspendeu as viagens saindo
do Acre. Mas, ainda na sexta (22), 43 haitianos aportaram na
cidade. Sobrou para a paróquia. Com colchonetes no chão, caldeirões de sopa à
noite e aulas básicas de português, a Missão Paz, organização católica da qual
o padre faz parte, acolhe os imigrantes.
Em geral,
Parise, italiano da região do Vêneto, acredita estar cumprindo a sua missão. Mas, às
vezes, sente-se impotente. "Você arruma emprego para 20 e logo chegam mais
50. O estresse é psicológico e físico", descreve, em português fluente com
resquício do sotaque italiano. "A equipe está
sobrecarregada." Que o prove a
agenda de Paolo. Seus
dias têm começado às 7h e terminado à meia-noite. O celular não para. Mas Parise parece treinado a lidar com adversidades.
Mostra
encantamento com cenas corriqueiras. Vê beleza nas tradições de pessoas mesmo
quando estão no extremo da sobrevivência.
A festa da Bandeira era um desses momentos. Achava "maravilhosa" a
liberdade com que os haitianos se expressavam por meio da língua crioula, da
dança e da música. Mas tudo tem limite.
Às 23h30, o
padre teve que, enfim, dizer não. "Dançar? Não, obrigado. Prefiro olhar sentado", recusou com o bom humor e o afeto
costumeiros. Parise consagrou-se o padre dos haitianos em São Paulo. Chama-os
pelo nome. Recebe visitas daqueles que, anos depois de instalados, ainda o
procuram. Celebra casamentos e batizados.
A maioria é evangélica. Mas não só os
30% católicos se apegam. Todos estabelecem uma relação, que começa pela
confiança, ele nota. A espiritualidade "aflora um pouquinho
depois", uma vez digerido o drama da migração. O fato é que a presença
haitiana nas missas de domingo é assídua. "Quando começamos com 'bonjour'
[bom dia em francês], rostos se iluminam", observa Parise.
Sua missão não
foi sempre essa. Na
primeira passagem por São Paulo, entre 1999 e 2007, Parisi morou em favelas da
zona sul e viveu "verdadeiras cenas de cinema".
O padre narra uma delas, com direito a briga entre mulheres, fuga de carro e
mordida no braço. O trabalho com jovens logrou reduzir a violência, diz
Parise, levando-o a se mudar.
"Somos
parte de um grupo de padres meio malucos que, quando está tudo bem, vão
embora", relata. Por ora, não há sinal de trégua. Mas que não venham
tratá-lo como herói. "Eu infarto", brinca.
Fonte:
http://www.portalmetropole.com
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