A oração e a
contemplação são muito importantes. É preciso cultivar um espaço interior dinamizado por um espírito contemplativo que
dê sentido cristão ao compromisso e às atividades. Aí, é possível um encontro
significativo com o Deus de Jesus
Cristo, que nos permite descobrir que “somos depositários de um bem que
humaniza” (EG, n. 264), que nos ajuda a viver uma vida nova e, portanto, a
buscar esta vida nova para todos.
O verdadeiro
trabalhador da vinha nunca deixa de ser discípulo. Ele sabe que Jesus caminha,
fala, respira e trabalha com ele. Experimenta a importância de caminhar com
Jesus, e está convencido de que constrói o novo mundo à luz do Evangelho. A
experiência do encontro pessoal com Jesus, sempre renovada, é a única capaz de
sustentar a missão. Por isso, ele deve dedicar tempo à oração sincera, que leva
a saborear a amizade e a mensagem de Jesus (cf. EG, n. 266).
O encontro com
Jesus Cristo leva a uma espiritualidade integral que contempla a conversão
pessoal, o discipulado, a experiência comunitária, a formação bíblico-teológica
e o compromisso missionário (cf. DAp, n. 226; 278). Neste encontro com Jesus
Cristo vivo, descobre-se e vivencia-se o mistério trinitário. “Deus é amor”
(1Jo 4,16), e o Amor, segundo a tradição cristã, não se contenta consigo mesmo;
por isso,
envia o Filho,
no Espírito Santo, em missão para anunciar uma Boa-Nova a toda humanidade. A
natureza missionária da Igreja (cf. AG,
n. 2; 6) é fruto dessa vida trinitária revelada aos discípulos, os quais
participam da missão de Deus no mundo: conduzidos pelo Espírito Santo, são
seguidores de Jesus Cristo e testemunhas de sua ressurreição.
O amor que se
mostra na imagem comunitária da Santíssima Trindade, desde toda a eternidade,
desdobra-se na missão histórico-salvífica de Deus, da qual a Igreja, formada
por discípulos
missionários, participa como sacramento. A missão da Igreja é motivada pela
reintegração da humanidade em uma vida plena de amor. O amor de Deus busca
a face da
criatura, desfigurada nesse mundo pelo pecado, em vista de outro mundo
possível. “O Senhor ensina que haverá uma nova morada para o homem, onde
habitará
a justiça e cuja
felicidade preencherá e superará todos os desejos de paz que o coração humano
alimenta” (GS, n. 39).
Estudos da CNBB 107. n.75-78
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