terça-feira, 22 de setembro de 2015

A espiritualidade dos cristãos leigos e leigas

A oração e a contemplação são muito importantes. É preciso cultivar um espaço interior  dinamizado por um espírito contemplativo que dê sentido cristão ao compromisso e às atividades. Aí, é possível um encontro significativo  com o Deus de Jesus Cristo, que nos permite descobrir que “somos depositários de um bem que humaniza” (EG, n. 264), que nos ajuda a viver uma vida nova e, portanto, a buscar esta vida nova para todos.
O verdadeiro trabalhador da vinha nunca deixa de ser discípulo. Ele sabe que Jesus caminha, fala, respira e trabalha com ele. Experimenta a importância de caminhar com Jesus, e está convencido de que constrói o novo mundo à luz do Evangelho. A experiência do encontro pessoal com Jesus, sempre renovada, é a única capaz de sustentar a missão. Por isso, ele deve dedicar tempo à oração sincera, que leva a saborear a amizade e a mensagem de Jesus (cf. EG, n. 266).
O encontro com Jesus Cristo leva a uma espiritualidade integral que contempla a conversão pessoal, o discipulado, a experiência comunitária, a formação bíblico-teológica e o compromisso missionário (cf. DAp, n. 226; 278). Neste encontro com Jesus Cristo vivo, descobre-se e vivencia-se o mistério trinitário. “Deus é amor” (1Jo 4,16), e o Amor, segundo a tradição cristã, não se contenta consigo mesmo; por isso,
envia o Filho, no Espírito Santo, em missão para anunciar uma Boa-Nova a toda humanidade. A natureza missionária  da Igreja (cf. AG, n. 2; 6) é fruto dessa vida trinitária revelada aos discípulos, os quais participam da missão de Deus no mundo: conduzidos pelo Espírito Santo, são seguidores de Jesus Cristo e testemunhas de sua ressurreição.
O amor que se mostra na imagem comunitária da Santíssima Trindade, desde toda a eternidade, desdobra-se na missão histórico-salvífica de Deus, da qual a Igreja, formada
por discípulos missionários, participa como sacramento. A missão da Igreja é motivada pela reintegração da humanidade em uma vida plena de amor. O amor de Deus busca
a face da criatura, desfigurada nesse mundo pelo pecado, em vista de outro mundo possível. “O Senhor ensina que haverá uma nova morada para o homem, onde habitará
a justiça e cuja felicidade preencherá e superará todos os desejos de paz que o coração humano alimenta” (GS, n. 39).

Estudos da CNBB 107. n.75-78

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